quarta-feira, 15 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16203: Os nossos seres, saberes e lazeres (159): A pele de Tomar (9) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Abril de 2016:

Queridos amigos,
Era um dia baço de uma Primavera transviada. A pedra ganhou outro realce com o glauco dos céus e o verde-escuro dos campos. Em trabalho prévio, selecionei algumas portas, daquelas que me falam de um certo caráter tomarense quanto à arte de habitar. E depois lancei-me até ao Convento, são tais e tantos os prodígios da monumentalidade que há sempre surpresas a acontecer. Detive-me nos chamados pormenores e acabei na fachada limpa do Convento, muito airoso, a mirar a cidade ao fundo. Há superfícies que encantam, esta cidade tem uma pele interminável.

Um abraço do
Mário


A pele de Tomar (9)

Beja Santos




Confesso que sou um obcecado por portas, elas são o ponto de equilíbrio do que oferece a fachada, mesmo quando o edifício tem sobrados, lojas de diferente índole, duas entradas, e por aí adiante. Não escondo igualmente o gosto por ver uma porta cuidada, singular, encontrar um pormenor que é verdadeiramente uma pirueta do construtor, presume-se que o marceneiro, para além da obrigação de corresponder à encomenda deixa a sua marca talentosa. Esta correnteza de três imagens, fala de quê? Uma porta bem restaurada (procuro o anonimato, o leitor que se desembrulhe para encontrar o que deixo na imagem, neste caso há ali um pormenor identificativo que não posso iludir, paciência), a segunda porta tem história, entrei num estabelecimento de velharias, pediram-me prorrogação, a loja vai abrir em frente e com exposição, obviamente que acedi, e encontrei ao lado de uma porta manuelina uma outra que lembra um arrendado de toalha de mesa, há para ali uma arreliadora e deslocada caixa de correio, também paciência, e a terceira porta dá que pensar quantas vezes por ali se entrou e saiu tal o desgaste da pedra, é assim a vida dos homens e das casas que os abrigam.



Tive um professor de História de Arte, Jorge Heitor Pais da Silva, que insistia nas aulas que o turista, face a um monumento concelebrado, quer entrar, quase toiro desembolado, é-lhe indiferente quaisquer pormenores laterais, se vem ver o Convento de Cristo e a Charola tudo mais é meramente acessório, ponto final. Sabemos que não é assim, há mesmo turistas que cuidam de estudar o que vão ver, ataviam-se com informação. Sobe-se o castelo, entra-se naquele jardim perfumado, dá-se uma olhada à direita para o paço onde viveram, entre outros, o Infante de Sagres e a Rainha D.ª Catarina de Áustria, prossegue-se e temos esta bela fonte, seca e um tanto tristonha pois vê-nos passar com manifesta indiferença. E a grande ruína eclesial em frente ao convento desperta interesse mas lembra aquelas igrejas inglesas ao abandono depois de Henrique VIII ter declarado guerra a Roma e ao catolicismo. Este templo esplêndido acolheu cortes, aquelas que fizeram de Filipe II de Espanha, o tal rei que tinha um império onde o sol nunca se punha, rei de Portugal, ele ficou agradecido a Tomar e prodigalizou benesses, a começar pelo aqueduto.




Faço visitas a este local como se fosse um peregrino esfomeado pelos delírios do manuelino, e não me arrependo. Quando há muita luz sobre Tomar esta pedra perde gravidade, embora ganhe em imponência. Tenho para mim que este foi o sonho sublime de O Venturoso, o rei perdeu as medidas, autorizou a quebra de vários cânones, consentiu em delírios. Longe de mim brincar à superficialidade das comparações entre os Jerónimos e Tomar. O que encontro aqui é um vigor do homem dos Descobrimentos, uma mensagem sem fim da pedra feita mar, há borbulhões de espuma, lavra-se a pedra com restos do tardo-medieval, temos aberturas discretas ao Renascimento. Não conheço ecletismo tão transcendente na arte portuguesa.


Não é só a cara lavada do Convento que me faz pulsar o coração, o que aproxima o viajante também conta, quem pensou nos acessos encontrou soluções atinadas, tiro-lhe o chapéu e aproveito para convidar a ilustre população tomarense a por aqui circular, um convento renovado ajuda-nos a pensar em melhores dias para as nossas vidas e para os nossos monumentos.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de junho de 2016 Guiné 63/74 - P16180: Os nossos seres, saberes e lazeres (158): A pele de Tomar (8) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P16202: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (16): "The last but the least", o último mas não o menor dos poetas desta primeira antologia da poesia guineense... Luís Sales de Oliveira (pp. 34/35), natural de Mondim de Basto, encerra com chave de ouro este livrinho que reuniu 24 poemas de 11 poetas, 4 da Guiné-Bissau, 3 de Cabo Verde e 4 de Portugal...



Tavira > CISMI > Igreja de São Francisco > Grupo coral do CISMI > c. 1972 >  "Não foi assim tão mau [, o CISMI,] e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro. Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto" .(*)

O Henrique Cerqueira é o da terceira fila de óculos escuros, assinalado a vermelho... O guitarrista Jales [, Luís Jales, assinalado a amarelo ], com aquela guedelha e bigode (!), de repente pareceu-nos mesmo um sósia do Paul McCartney, um dos Beatles... (LG)

Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luísn Graça % Camaradas da Guiné]]








O Luís Manuel Jales de Oliveira, mais conhecido por "Ginho", em Mondim de Basto, sua terra natal, por onde corre o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração"... No dia do lançamento [, 28 de maio último,] do seu último livro "Mondim de Basto" (edição de autor, 2016), rodeado de duas fãs, nada mais nada menos do que as suas duas filhas. Margarida e Ana Luisa...

O "Ginho", surpresa das surpresas, é o poeta Jales de Oliveira,  "estudante, natural do Porto", que encerra com chave de ouro o 1º (e único) número, o "Poilão"" da coleção "caderno de poesias", . editado por iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural (GDC) dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), em Bissau, a escassos meses do "fim do império"...


Foto; Cortesia do autor cuja página no Facebook viemos a descobrir (e, com ela,  o paradeiro do poeta do Tâmega... e do Cacine!)...





Detalhe da capa da brochura Caderno de Poesias "Poilão", edição limitada a cerca de 700 exemplares, policopiados, distribuídos em dezembro de 1973 e fevereiro de 1974, em Bissau. (*)







Indice da antologia que reuniu  24 poemas de 11 poetas (4 guineenses,  3 caboverdianos e 4 metropolitanos, neste último caso militares em serviço no TO da Guiné, em 1973-74).  

Os guineenses são: Pascoal d' Artagnan,  Atanásio Miranda, Tavares Moreira, António Baticã Ferreira. Nascidos em Cabo Verde temos Mário Lima,  Manuel Ribeiro  e Eunice Borges... Os de Portugal: Albano de Matos,  Valdemar Rocha, Armando Lopes e Jales de Oliveira.


E considerada pelos estudiosos da literatura dos países lusófonos,  a primeira antologia da poesia guineense. Trata-se de uma  edição rara,  dada a sua reduzida tiragem na época, e o facto de a pequena brochura ter sido policopiada a stencil.

É da mais elementar justiça recordar, mais uma vez aqui, que esta pequena aventura editorial só foi possível graças à cooperação e boa vontade de um civil e de um militar, que viviam em finais de 1973 e princípios de 1974 em Bissau:


(i) o Aguinaldo de Almeida, caboverdiano, funcionário do BNU, infelizmente já falecido; era o coordenador da secção cultural do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU - Banco Nacional Ultramarino, Bissau [, foto à esquerda];

e (ii) o nosso camarada Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império". natural de Castelo Branco, vive hoje no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo)   [foto à direita].

O Aguinaldo de Almeida foi colega e amigo do nosso António Medina [ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, foi funcionário do BNU, Bissau, de 1967 a 1974; vive hoje nos EUA].

O poeta que publicamos hoje. o último da antologia (**), mas não o menos importante, é o nosso grande tabanqueiro, Luís Jales de Oliveira, que se senta à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande desde 21/1/2008 (!) (**),... e em 9/10/2014 dei-nos notícias de um extenso comentário ao poste P12784 (*) em que vem confirmar que o "beatle" do coro do CISMI era mesmo ele... Lu´+is Jales, como era conhecido na tropa, transmontano dos quatro costados, e não açoriano (, como pensava o Henrique Cerqueira).

O [Luís] Jales de Oliveira era fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74), companhia africana. Diosse-nos ele que "na Ccaç 20 servi às ordens do Tenente Tomás Camará, dos comandos, que foi ferido em combate e, depois, às ordens do Capitão Sisseco, também dos comandos, que o veio substituir", já não tendo conhecido o Saiegh, que, suponho, terá sido nomeado já depois de eu deixar a Companhia".

Continua a escrever e a publicar. Dentro em breve voltaremos a dar notícias dele e  dos seus livros.








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Notas do editor:


(*) Vd. poste de 1 de março de  2014 >  Guiné 63/74 - P12784: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (18): Tavira, o CISMI e o meu "santo sacrifício da missa dominical"... Fazia parte do coro [da Igreja de São Francisco] para ter direito a uns "desenfianços" (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)


(**) Vd. postes anteriores da série (que começou a publicar-se em 23/9/2014):

13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12974: Memórias dos últimos soldados do império (1): “Bate estradas” histórico, escrito à minha filha em 1973, e uma redacção da minha neta, vinte anos depois (Albano Mendes de Matos)

13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12975: Memórias dos últimos soldados do império (2): A aventura do "Caderno de Poesia Poilão", de que se fizeram 700 exemplares, a stencil, em fevereiro de 1974, em edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU (Albano Mendes de Matos)

23 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13641: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (1): Pássaro tecelão, de Albano de Matos, p. 5
25 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13647: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (2): "Párti um peso" e "Canção de Mamã Negra", de Albano de Matos, pp. 6/7

27 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13657: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (3): "Mãos", "Balantão" e "Cachimbêro", três poemas do poeta maior desta antologia, natural de Farim, Pascoal d' Artagnan [Aurigema] (1938-1991), pp. 9/11

3 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13683: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (4): "Vem à minha tabanca" e "Música que foi cantada", dois poemas de Atanásio Miranda, guineense, à época funcionário das alfândegas, pp. 12/14

7 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13703: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (5): dois poemas do caboverdiano Mário Lima, "Retrato de Maria Caela" e "Menina Santomense"....Quem teria sido essa mulher fatal, caboverdiana, Maria Caela, que um dia saltou no cais do Pidjiguiti ?

9 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13713: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (6): Homenagem a Mário Lima e Aguinaldo de Almeida, já falecidos, meus colegas do BNU, em Bissau (António Medina, ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, vive hoje nos EUA)

20 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13771: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (7): Quem seria a Maria Caela, cuja ascensão e queda o poeta Mário Lima cantou ? (António Medina / Amadeu Lopes da Silva)

24 de outubro de DE 2014 > Guiné 63/74 - P13796: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (8): Respondo a algumas perguntas: (i) o poeta Pascoal D' Artagnan, que era filho de mãe balanta e pai italiano; e (ii) o 'making of' do livrinho (Parte I)

25 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13798: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (9): o 'making of' do livrinho (Parte II)


15 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16092: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (13): três poemas de Valdemar Rocha, militar de transmissões em Santa Luzia, premiado nos Jogos Florais da UDIB (1972)

terça-feira, 14 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16201: Álbum fotográfico de Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, ao tempo do BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto, 1971/73) - Parte III: Canchungo e o amor em tempo de guerra




Foto nº 14 > Maio de 1973 > Casa  de tipo colonial, situada na avenida. Em primeiro plano, a Maria Helena Gamelas



Foto nº 16 > Habitação nativa típica,  na tabanca de Cachungo, março de 1983


Foto n º  12  > Janeiro de 1972 > Edifício do ciclo preparatório do ensino secundário e casa do director (à esquerda),  Foi nesta casa que nos instalámos. A Maria Helena Gamelas foi a professora de português no lano lectivo de  1972/73. Em frente, do outro lado da ruam ficavam as camaratas dos sodlados da 35ª CCmds.






Foto nº  8 > Embondeiro (ou cabaceira)



Foto nº 9 > Bolanha



Foto nº 10  > Cais acostável

Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Janeiro 72 / maio de 1973


Fotos (e legendas): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Ediçõa: LG]



1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Francisco Gamelas (*), ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73), adido ao BCAÇ 3863 (1971/73) e novo membro da nossa Tabanca Grande [, foto à direita, em Capó, janeiro de 1972) (**).

Francisco Gamelas:

(i) é engenheiro eletrotécnico de formação;

(ii) foi quadro superior da PT Inovação, estando hoje reformado;

(iii) vive em Aveiro;

e (iv) acaba de publicar "Outro olhar - Guiné 1971-1973. Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust. P.reço de capa 12,50 €. 


No seu livro, a pp. 16 e ss., pode encontrar-se  mais imformação sobre a vila (e depois cidade) de Teixeira Pinto daqueles tempos, de 1971/73:

[Vd. fotos 10, 12 e 14].(Gamelas, 2016, pp. 18-120). [Respeitámos a opção do autor que escreve de acordo com a "antiga ortografia". Reprodução de excerto, por cortesia do autor.]


(…) A cidade tinha um posto médico  aberto à população local, suportado médicos milicianos militares, um posto de correios e telefones, logo à saída do quartel, do lado leste, um ciclo preparatório do ensino secundário, apenas com uma sala de aulas, anexa à casa do diretor escolar, cujo edifício  se situava em frente das camaratas dos comandos [, 35ª CCmds,] na primeira saída da avenida para oeste.(…) Havia também um lavadouro público, o edifício da Assembleia do Povo, onde os chefes tribais da região se reuniam regularmente, uma cas de espectáculos onde se projetactavam filmes de vez em quando e se reaalizava um ou outro espectáulo musical, com artistas europeus, ambos gratuitos e abertos à comunidade local (…)

(…)  A cidade tinha distribuição de energia elétrica e água canalizada, ploe mnos no quartel e ao longo da avenida. Anexa ao quartel, ainda que no exterior, oara oeste, existia uma pequena pista de aterragem parta pequenas aeronaves e ehelicópteros. Um caminho em terra batida ligava o quartel à bolanha. No seu terminus, um maciço em cimento  delimitava um cais de acostagem para pequenas embarcações, em princípio  militares” (…)


2. Capa (abaixo, do lado direito,) do livro de Francisco Gamelas ("Outro olhar - Guiné 1971-1973. Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust. P.reço de capa 12,50 €. Os interessados pode encomendá-lo ao autor através do seu email pessoal franciscogamelas@sapo.pt.

O design é da arquiteta Beatriz Ribau Pimenta. Tiragem: 150 exemplares. Impressão e acabamento: Grafigamelas, Lda, Esgueira, Aveiro.

O livro, feito de pequenas crónicas e poemas, e profusamente ilustrado com as fotos do álbum da Guiné, é dedicado "à memória de Maria Helena" e às as "nossas filhas Sara Manuel e Maria João e os nossos netos  Sara, Francisco José e João Gil". 

Sobre a sua primeira esposa, Maria Helena, já falecida, e sua companheira da aventura guineense, o Francisco escreveu um belíssimo poema "Amor em tempo de guerra" (pp. 99/101), de que reproduzimos um excerto:

(...) “Mesmo assim, amor, decidimos casar
e começar a nossa vida em comum
neste reino de guerra sempre latente
aproveitando os intervalos
de alguma normalidade
para nos inventarmos
como casal.
Éramos jovens.
Sentíamo-nos imortais
apesar da evidência em contrário.(...)

(...) Foi aqui, no Canchungo,
e nestas condições que aceitámos,
que o nosso amor floriu,
que nos fomos aprendendo
na partilha permanente,
nas cumplicidades do presente
e nela germinou a semente
que foi crescendo
no teu ventre,
sangue do nosso sangue,
carne da nossa carne,
até nos acrescentar
em forma de rebento
a quem demos o nome de Sara
Então,

Guiné 63/74 - P16200: Convívios (754): Almoço do mês de Junho do pessoal da Tabanca dos Melros, realizado no passado dia 11, na Quinta dos Choupos, Fânzeres - Gondomar (Carlos Silva / Carlos Vinhal)

Quinta dos Choupos - Choupal dos Melros
Ponto de encontro da Tabanca dos Melros


1. Como é habitual no segundo sábado de cada mês, a tertúlia da Tabanca dos Melros reuniu-se no passado dia 11, à volta da mesa, no Choupal dos Melros.

Como sempre, a malta é muito bem recebida, em ambiente rural muito bem preservado, pelo anfitrião Gil Moutinho, também ele camarada combatente, que sobrevoou vezes sem conta os céus da Guiné.

Desta feita o dispositivo estava instalado no pátio interior que preserva todo o ambiente rural, ornado com diversas máquinas e utensílios agrícolas.

Reparem só neste recanto com tanta história

O nosso anfitrião lá mais ao fundo

O repasto iniciou-se com umas apetitosas entradas onde não faltou até uma feijoada com este óptimo aspecto.

Iniciadas as hostilidades, o nosso amigo e camarada David Guimarães passa ao ataque.

A ementa, sempre uma surpresa, desta vez constou de sardinha assada, ou não estivéssemos na época dos santos populares, e de fêveras grelhadas, complementado com o caldo verde da ordem.

Para fim de festa foi servida a sobremesa composta por fruta fresca e deliciosa doçaria, onde pontuava um delicioso creme queimado da preferência deste vosso editor.
Um cafezinho e um digestivo remataram mais esta jornada gastronómica.

Um aspecto da mesa. Em primeiro plano, à esquerda a Germana, esposa do Carlos Silva; a Dina Vinhal e a Rosa, esposa do Barbosa. Do lado direito a Marília, esposa do nosso camarada Angelino Santos Silva

Sempre atento, o nosso amigo Paulo, de pé, que já faz parte da família dos Melros.

Como quando a hora de comer é para todos, até estas pequenas andorinhas são alimentadas pelos pais.

Este mês esteve presente o Carlos Silva, um dos fundadores desta Tabanca dos Melros, que se deslocou expressamente de Lisboa, à sua terra Natal, Gondomar, para participar neste convívio.
São dele as fotos que se publicam.


Em Julho há mais, apontem no calendário o dia 9 e venham almoçar, talvez debaixo desta frondosa ramada. Não precisam ser "Melros", são bem-vindos todos os camaradas.

Fotos: © Carlos Silva
Texto e legendagem das fotos de Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de junho de 2016 Guiné 63/74 - P16184: Convívios (753): XII Encontro do pessoal da CART 1742 ("Os Panteras"), realizado no passado dia 28 de Maio, em Creixomil - Guimarães (Abel Santos)

Guiné 63/74 - P16199: Parabéns a você (1095): Francisco Silva, ex-Alf Mil Art da CART 3492 e Pel Caç Nat 51 (Guiné, 1971/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 10 de junho de 2016 Guiné 63/74 - P16185: Parabéns a você (1094): Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador do BART 2913 (Guiné, 1967/69)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16198: Álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil, CART 1744 (São Domingos, 1967/69) - Parte V: São Domingos (4): pista de aviação e quartel, um "forte do faroeste"


Foto nº 1  > Vista aérea; pista de aviação de S. Domingos (1) e quartel


Foto nº 2  > Vista  aérea: pista de aviação de S. Domingos (2)  e instalações do pessoal, praças e de sete graduados


Foto nº 3 > Pista de aviação de S. Domingos e uma aeronave (DO 27)


Foto nº 4 > Um T6 sobrevoando S. Domingos


Foto nº 5 > Grupo gerador e depósito de água sob o qual se encontrava o paiol


Foto nº 6 > Visão panorâmico das paliçadas e abrigos, dando ao quartel um aspeto de "forte do faroeste"


Foto nº 7 > Tabanca ao fundo e instalações do quartel em primeiro plano e no lado direito


Foto nº 8 > Trator usado no  transporte de troncos de cibe com que se faziam as paliçadas e os abrigos

Guiné > Região do Cacheu > S. Domingos > CART 1744 (1967/69)

Fotos (e legendas): © José Salvado (2016). Todos os direitos reservados


1. Quinta parte do álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil arm pes inf, CART 1744 (S. Domingos, 1967/69).

A CART 1744 chegou ao TO da Guiné em 25 de julho de 1967, sendo colocada em S. Domingos, na região do Cacheu, como companhia de intervenção. Fez operações em S. Domingos, Susana, Ingoré, Cacheu e Sedengal.  Regressou à metrópole  no T/T Niassa, com partida a 15 de maio de 1969, e desembarque em Lisboa no dia 21.

São Domingos, na margem direita do Rio de S. Domingos, afluente do Rio Cacheu, era a capital do chão felupe, que incluía ainda as povoações de Susana e Varela. onde estiveram destacados militares portugueses ao longo da guerra (1961/74).
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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16145: Álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil, CART 1744 (São Domingos, 1967/69) - Parte IV: São Domingos (3): a capital do chão felupe