segunda-feira, 22 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14784: Fotos à procura de... uma legenda (55): a arte bem lusitana de viajar em LDG - Lancha de Desembarque Grande


Guiné > Rio Geba >  Fevereiro de 1970 > Viagem Xime-Bissau >  LDG 101 [Alfange]  > Foto nº 1 >  A LDG é a 101, "Alfange",  que estava   equipada  com duas peças Oerlikon de 20 mm...E entre outras tropas levava o pessoal do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que terminva a sua comissão no setor L1. Iria regressar à metrópole em abril de 1970, no mesmo T/T Niassa em que tinha vindo.


1. Para além, deste armamento (que metia algum respeitinho...), a tripulação da LDG costumava levar um morteirete 60 mm com que batia a orla da mata, na margem sul do rio Geba, entre a foz do Rio Corubal e a Ponta Varela, quando vinha de Bissau para o Xime (ou Bambadinca)... Estes eram os locais mais que prováveis, da margem sul do rio Geba,  para o IN desencadear ataques ou flagelações às nossas embarcações, quer civis quer militares...

Mas a pergunta é: para lá da tropa (exército), o que é que a LDG costumava levar mais, de Bissau até ao Xime  (ou, ao contrário, do Xime a Bissau) ? Ou até mesmo de Bissau a Bambadinca, nessa época, que as LDG também chegavam ao  porto fluvial de Bambadinca nessa época, em 1968... Há camaradas nossos que estiveram no leste que fizeram esta mesma viagem, mas que desembarcaram em Bambadinca, e não no Xime, tendo feito portanto o percurso, mais penoso, pelo Rio Geba Estreito, cheio de curvas e contracurvas (e entre elas, as do temível Mato Cão)....

Respondendo à pergunta, as LDG que navegavam no Geba,  levavam  tudo e mais alguma coisa... Tudo o que era preciso, à ida,  para um homem se instalara no "buraco" que lhe tido cabido em sorte... Como  não havia estradas para o leste, a grande via de comunicação com o leste era o Rio Geba... Homens e material iam e  vinham nas embarcações militares e civis...  Neste caso, a LDG - Lancha de Desembarque Grande foi posta ao serviço do exército, para transporte de tropas e material, muito mais vezes do que em operações anfíbias, com os fuzileiros...

Quando se amplia a foto, quando se faz o famoso "blow-up", dá para ver promenores insólitos... No bojo da LDG, na carga que é transportada, vé-se de tudo, desde canos de bazucas, espingardas G3. jericãs, cunhetes de munições, camas, colchões e outras peças de mobília, malas de viagem, sacos, viaturas, máquinas da engenharia, e até... uma cabra!...

Pela manhã, aproveitando a maré, estava a embarcação de saída do porto de Bissau... O calor e a humidade já eram insuportáveis pelo que os "piras" começavam, logo à saída do cais, a "avacalhar o sistema", ou seja, a infringir a disciplina, o decoro e a segurança militares... No caso da foto acima, já não "piras!" que vão para o mato, mas "velhinhos" que vão para Bissau... Daí a descontração e alguma... bagunça!

Nas fotos a seguir veem-se militares em tronco nu; outros aproveitam para matar o tempo (e aliviar a alguma tensão), sentando-se numa improvisada mesa de jogo, a jogar às cartas (?) e a beber ums bejecas... (Ainda não se usava o termo "bejeca")...  Em todo o caso, estava-se longe da ideia de "cruzeiro turístico", Geba acima, Geba abaixo...

Depois de falar ao telemóvel com o Jaime Machado, dissipara-me as dúvidas  quanto à data em que estas fotos foram tiradas... Não são da viagem Bissau-Xime (em 7 de maio de 1968), mas sim da  viagem de regresso, Xime-Bissau (em fevereiro de 1970). O Jaime comprou máquina fotográfica quando já estava no TO da Guiné. E costumava tirar "slides": com um rolo de 36 fotografias, fazia o dobro (72). O "slides" (de que ele tem cópia em papel devidamente legendada) foram convertidos em formato digital pelo nosso camarada Albano Costa, o fotógrafo de Guifões, vizinho do Jaime Machado... E temos que reconhecer que a qualidade em geral é muito boa!... Estes "slixdes" têm quase meio século de existência!



Foto nº 1 A


Foto nº 1 B


Foto nº 1 C


Foto nº 1 D 


Foto nº 1 E  


Foto nº 1 F


Guiné > Rio Geba >  Xime > LDD 101 "Alfange" >  Foto nº 2 > A LDG a abicar ao porto fluvial do Xime... O pessoal desembarcado, mais as bagagens e o armamento, seguiam depois em coluna auto para os seus destinos, mais a leste (Bambadinca, Bafatá, Nova Lamego, Piche, Pirada, etc.)...

Em 7 de maio de 1968, desembarcaram aqui, nesta ou noutra LDG,  os elementos que constituíam o Pel Rec Daimler 2046, comandado pelo alf mil cav Jaime Machado,  e colocado no setor L1 (Bambadinca). Vinte e dois meses depois, em fevereiro de 1970, terminada a comissão, os nossos camaradas de cavalaria voltavam apanhar a LDG, de regresso a Bissau onde, em abril de 1970, regressavam a casa, no T/T Niassa, de novo.


Foto nº 2 A


Foto nº 2 B

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG] (*)



2. Amigos e camaradas, façam os vossos comentários, escrevam as vossas legendas (**)... Já vos dei o mote, ou algumas "dicas"... E a propósito, volto a citar o longo poema que em tempos escrevi, sobre a primeira (e sempre inesquecível, para um "periquito") viagem em LDG, que fiz em 2 de junho de 1969, de Bissau ao Xime, a caminho de Contuboel, sob o título "Por esse rio Geba acima… até ao eldorado", e que começa assim:

Como um cão apanhado na rede,
rosnavas tu, entre dentes,
nessa madrugada de 2 de junho de 1969,
no fundo de uma lata de uma LDG,
atracada ali ao lado do famigerado cais do Pidjiguiti,
entre fardos de colchões de espuma,
camas metálicas,
redes mosquiteiras,
trens de cozinha,
tendas, cacifos,
mesas, cadeiras,
cunhetes de munições,
viaturas Berliet e Unimog novinhas em folha,
velhas malas de viagem atadas com cordões,
homens esverdeados,
de farda engomada
e ar assustadiço,
pensando em minas anfíbias,
crocodilos,
hipopótamos,
setas envenenadas,
lanças ensanguentadas,
tambores de guerra,
caçadores de cabeças,
o grito do Tarzan,
ou nem sequer pensando em nada,
bêbedos de sono,
enjoados,
suados,
tirando dos bornais
as primeiras latas de Fanta e de Coca-Cola,
a água suja do imperialismo,
cliché de todos os Maios de 68 que não viveste…
Olha, Tite, olha, Porto Gole,
que, quando embrulham, 

Guiné 63/74 -P14783: (Ex)citações (284): 70 anos de vida, 45 anos depois do regresso da guerra, e a última garrafa da garrafeira "escocesa" que foi despejada... Recordam-se ? "From Scotland with love for the Portuguese Armed Forces" [Da Escócia com amor para as Forças Armadas Portuguesas...] (Manuel Traquina, ex-fur mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70)





























Foto: © Manuel Traquina (2015). Todos os direitos reservados



1. Mensagem,com data de hoje, do Manuel Traquina (ex-fur mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70). autor do  livro de memórias "Os Tempos de Guerra – De Abrantes à Guiné", edição de Palha de Abrantes – Associação e Desenvolvimento Cultural, com sede em Abrantes, e patrocínio de diversos antigos camaradas da CCAÇ 2382; a  edição é de maio de 2009): 


Passaram já cerca de 45 anos que regressei da Guiné! (*)

Completei há pouco 70 anos de idade! Porém aqueles anos na Guiné são inesquecíveis: foram os bons e os maus momentos e, também os grandes amigos que se fizeram e ficaram para sempre.

No dia 5 de junho do ano de 1969 em Buba eu completava os meus 24 anos e na messe como habitual tinha lugar uma pequena festa que foi perturbada com o bater da porta do frigorifico que se assemelhava a uma saída de morteiro...

Manuel Traquina, foto atual
Este episódio é relatado na página 131 do meu livro "Os tempos de Guerra" e também neste blogue. (**)

Bem, mas quando do regresso da Guiné, fiz-me acompanhar de algumas garrafas de whisky que com alguns amigos foram sendo consumidas, algumas foram sendo abertas de dez em dez anos sempre que fazia anos...e, a última foi agora aberta foi esta Logans, a outra já foi consumida quando completei os 60 anos.

Um grande abraço para todos os meus amigos e camaradas da Guiné
Traquina

_________________

Notas do editor;

(*) Último poste da série > 15 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14746: (Ex)citações (282): Sexo em tempo de guerra... Ha(via) um raio de um "santo inquisidor" dentro de cada um de nós... (Francisco Baptista, natural de Brunhoso, Mogadouro; ex-alf mil inf, CCAÇ 2616, Buba, 1970/71, e CART 2732 , Mansabá, 1971/72)

(**) Vd. poste de 23 de novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7324: Venturas e Desventuras do Zé do Olho Vivo (Manuel Traquina (8): Dia de Aniversário

(... Naquele dia [,. 5 de junho de 1969] o jantar tinha terminado, a messe de sargentos de Buba estava em “festa”. Normalmente era assim, quando alguém fazia anos.

Era a minha vez, era o dia 5 de Junho de 1969, dia do meu aniversário. Completava 24 anos de idade, contava já cerca de dois anos e meio de serviço militar e, para regressar a Portugal calculava que me faltava à volta de um ano. Tinham-se bebido umas frescas cervejas e, animadamente cantava-se a canção, Senhor de Matosinhos/ Senhor da Boa hora/ Ensinai-nos o Caminho/ Para sairmos daqui para fora. Além de outras esta, pela sua letra, era a preferida.

A música vinha da viola do Cardoso,  da 15ª Companhia de Comandos, e do acordeão do Gonçalves da CCS do Batalhão 2834. O Furriel Henrique (, mais conhecido pelo Henrique da Burra, ) com a sua habitual actuação teatral, punha todos a rir. Aquela alcunha ao que parece tinha sido herdada do seu pai, que lá para os lados de Cascais era bastante conhecido pelo “Chico da Burra”.

Naquele dia o Henrique da Burra, descalço, e com uma toalha atada á cintura, simulando uma mini-saia, tentava imitar a bonita e popular cantora inglesa Sandie Shaw, que tinha sido concorrente ao festival da Eurovisão.

Assistindo a esta festa estava o dr. Franco, médico do aquartelamento de Buba, acabado de chegar de Bissau, estava visivelmente desambientado, apenas abanava a cabeça, enquanto dizia “ estão todos apanhados”, assim achou melhor retirar-se. Mas quando a “festa” atingia o seu auge, eis que se gera o pânico. Atropelando-se, todos largam a correr porta fora em busca de abrigo. Ouvira-se o que se julgou ser a “saída” de um morteiro iniciando mais um ataque. Afinal, tudo não passara do bater da porta do frigorífico do bar que produzia o ruído semelhante à saída da granada do morteiro.

O Simplício, encarregado do bar, foi repreendido para não voltar a bater assim com a porta do frigorífico. É que, naquela situação de guerra em que se vivia, qualquer barulho do género era suspeito. Bem, depois de tudo acalmar,  beberam-se mais umas cervejas, e a festa continuou embora tivesse perdido um pouco o seu ritmo. Foi esta a festa do meu 24º aniversário que ficou para não mais ser esquecida.(...)

Guiné 63/74 - P14782: Notas de leitura (730): “Memórias e Discursos” de Luís Cabral, uma edição da Fundação Amílcar Cabral com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, 2014 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Junho de 2015:

Queridos amigos,
Trata-se de um acontecimento editorial, estas memórias inéditas de Luís Cabral. Exigem leitura pormenorizada e comentários apropriados, estamos a falar de um documento relevante para a História, há algumas informações inéditas para quem queira iniciar-se no estudo da governação de Luís Cabral, está aqui o acervo de discursos representativos. Entre as informações inéditas, e no contexto do assassinato de Amílcar Cabral, Luís Cabral não esconde as responsabilidades de Osvaldo Vieira. Não se entende como é que este documento cuja publicação terá sido tão desejada pela viúva e pelos filhos termine com uma entrevista inacreditável entre Luís Cabral e a organizadora. Inacreditável e lastimável.

Um abraço do
Mário


O regresso das memórias de Luís Cabral (1)

Beja Santos

O General Ramalho Eanes veio apresentar recentemente a obra “Memórias e Discursos” de Luís Cabral, uma edição da Fundação Amílcar Cabral com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, 2014. Luís Cabral faleceu em 2009, onde vivia exilado, em consequência do golpe de estado de 14 de Novembro de 1980. A obra compreende no essencial um prefácio do comandante Pedro Pires, prólogo do General Ramalho Eanes, uma introdução da organizadora do livro, Ângela Sofia Benoliel Coutinho, um acervo de textos inéditos, incompletos a que Luís Cabral intitulou “Crónica II”, seguindo-se um bom acervo de discursos e por último uma entrevista de Cabral concedida a Ângela Coutinho em 2002.

Uma obra destas é de leitura obrigatória para quem pretende conhecer com rigor o pensamento e atuação de Luís Cabral, figura de primeiro plano do PAIGC, desde a primeira hora, e Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau até à sua deposição. O que justifica uma leitura comentada e documentada sobre o que aqui se publica.

O que sobressai, e não deixa de ser chocante, da leitura do prefácio e do prólogo, é a poderosa emanação dos silêncios africanos. Pedro Pires faz-lhe um denso elogio, comenta a atividade de Luís Cabral na guerrilha e na governação e tece uma crítica velada à impreparação de muitos dirigentes guineenses para as exigências do processo de fundação e consolidação do Estado soberano independente. Refere explicitamente dirigentes guineenses, entenda-se, não estavam preparados para a transformação do Partido-Movimento Libertação para um partido com as funções do Estado. Considera que a visão de Luís Cabral para a economia do país era moderna, mantendo-se atual. Com a deposição de Luís Cabral, observa Pedro Pires, instaurou-se um regime paramilitar, que desprezou a legalidade. Os golpistas, com Nino Vieira à cabeça, fizeram acusações graves a Luís Cabral, e fundamentadas. E lança banho lustral: “Os factos existiram. Mas, quem o conheceu e conviveu com ele de perto sabe que não tinha responsabilidades diretas no seu cometimento. Não era a sua maneira, nem de agir, nem de estar na vida. Teve, sim, responsabilidades morais enquanto chefe de Estado. O seu erro ou omissão ter-se-ia consistido em não ter confrontado, frontalmente, com os responsáveis direitos por aqueles atos ignóbeis”.
Mas descobre lenitivos para certas barbaridades, como a africanização da guerra e as ambições de certos oficiais dos comandos africanos.

O que escreve o General Ramalho Eanes conflitua com as laudes de Pedro Pires. O general recorda a sua ida a Bissau na sua primeira visita ao país. Ter-lhe-á dito que considerava como questão de honra tomar à sua conta e responsabilidade os ex-comandos africanos. “Propus-lhe que os graduados e os mais odiados regressassem já comigo, no avião que utilizava na viagem presidencial; os restantes, que deveriam constar de uma relação nominal, que me entregaria, faria transportá-los para Portugal nos meses seguintes”. Luís Cabral terá aceite a proposta de Ramalho Eanes, voltaram a conversar sobre o assunto já próximo da data da sua partida para Portugal. “Com ar triste, com ar desalentado mesmo, respondeu-me que, afinal, não poderia satisfazer o compromisso assumido. Quando pretendera satisfazê-lo foi informado de que os ex-comandos, que não tinham procurado refúgio nos países vizinhos, que tinham permanecido na Guiné, tinham sido executados. Confessou, com manifesta amargura que não conseguira, ainda, o controlo do aparelho militar”.

Temos Pedro Pires a falar de um homem bom, o dirigente supremo de uma democracia nacional revolucionária, inspirada nos princípios de Amílcar Cabral, em que, dizia-se, desde o Congresso de Cassacá, o aparelho militar estava estritamente dependente do órgão político. Luís Cabral diz a Ramalho Eanes que ainda não conseguira o controlo do aparelho militar. Questionamos como é que é possível terem sido mostradas valas com cadáveres de centenas de fuzilados, abertas prisões cheias de presos políticos e o presidente da República desconhecer a plena extensão do terror. Como se verá mais adiante, este é um dos significativos silêncios, a fragilidade do conceito da unidade Guiné-Cabo Verde nunca é questionada, é assunto tabu. Pedro Pires, como reage Aristides Pereira, falam no problema dos ex-comandos, mas nunca situam nem concretizam a natureza das malfeitorias que perpetravam. Aliás, nem Nino Vieira, primeiro-ministro sabia a extensão dos crimes e das barbaridades praticadas pelo aparelho militar ou pela segurança do Estado, resta saber se um dia viremos a saber qual foi a fração do aparelho militar envolvida ou se era possível na Guiné-Bissau a segurança do Estado agir de modo solitário.

Fotografia adquirida na Feira da Ladra, num sábado de Maio de 2015. Trouxe um lote de arromba, uma safra inesperada: Tito Gobbi, ao tempo um dos maiores barítonos do mundo, fotografia autografada; Sequeira Costa, Joly Braga Santos e Vasco Barbosa, em 1947; deslocação de católicos guineenses, cumprimentos ao cardeal Cerejeira, 1971; e este esplêndido semblante de Luís Cabral, pena que a máquina não reproduza as cores da fotografia, magníficas.

A introdução da organizadora dá-nos um quadro do papel de Luís Cabral na gestão das áreas libertadas e depois na Guiné independente, bem como alguns elementos sobre o golpe de Estado de 1980. Não tece ondas nem conhecemos contraditório à governação de Luís Cabral, isto a despeito de outros governantes terem entretanto vindo a público comentar amargamente dislates e excessos. Filinto Barros, um governante que percorreu várias responsabilidades ministeriais neste tempo e no de Nino Vieira, escreve no seu “Testemunho” as nomeações por amiguismo, por puro compadrio, de gestores incompetentes e corruptos, de gente que praticou desfalques ou gestão danosa, tudo perdoado ou habilmente esquecido. Ângela Coutinho prefere circunscrever-se aos números, relatórios e notícias de jornais. E assim chegamos ao golpe de Estado, às acusações à ala cabo-verdiana, diferentes acusações, tais como corrupção, irresponsabilidade e laxismo. Aqui a organizadora toma partido: “Não se deram exemplos destas práticas, sendo que, a maioria dos membros do governo anterior foram reconduzidos para o governo de transição sob a responsabilidade do Conselho da Revolução”. Acontece que estas práticas vieram a ser denunciadas, como mais tarde as prepotências praticas ao tempo de Nino Vieira. Ângela Coutinho mostra-se crítica de Nino Vieira por este ter dito a seguir ao golpe de Estado de não estar a par de nada do que se passava no país, nomeadamente em relação à situação económica. Mas, no fundo, não foi o que disse Luís Cabral a Ramalho Eanes, quando lhe confessou que os ex-comandos tinham sido fuzilados?

Seguidamente, vamos passar ao crivo os textos inéditos de Luís Cabral.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14766: Notas de leitura (729): “Olhos de Caçador”, de António Brito, Porto Editora, 2014 (4) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14781: Memória dos lugares (295): Gadamael Porto, 1974 (Carlos Milheirão, alf mil, CCAÇ 4152/73, Gadamael e Cufar, 1974)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 1 > O Carlos Milheirão no obus 14, e por detrás, assinalados por seta e  legenda, o depósito de géneros e a enfermaria



Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 19 > Em primeiro plano, o autor das fotos, que esteve em Gadamael entre fevereiro e julho de 1974.



Guiné > Região de Tombali > Gadamael >  1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 15 > Legendas, da direita para a esquerda (i) portadas da messe; (ii) depósito de géneros e enfermaria; (iii) canhão sem recuo; e (iv) geradores elétricos (?).



Guiné > Região de Tombali > Gadamael >  1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 21 > O Carlos Milheirão no espalddão do obus 14. Legendas: da esquerda para a direita: (i) aqui provavelmente estava uma das metralhadoras; (ii) obus 14; (iii) algures por aqui havia um canhão sem recuo; e (iv) depósito de géneros e enfermaria.



Guiné > Região de Tombali > Gadamael >  1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 23 > Crianças... Legendas: (i) bolanha /cais; (ii) depósito de géneros e enfermaria; e (iii) enfermaria / abrigo.



Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 18 > Aspeto geral do aquartelamento... Legendas, da esquerda para a  direita: (i) abrigo; (ii) bandeira; (iii) padaria (?); (iv) cozinha e messe de sargentos; (v) messe e bar de oficiais; (vi) estas telhas certamente "voaram" com um disparo de obus para a mata do Cantanhez (Jemberém); e (v) espaldão de obus 14


Guiné > Região de Tombali > Gadamael >  1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 8 > Legendas: (i) abrigo; (ii) geradores elétricos (?); e (iii) bandeira (quando se içava ou arriava, os cães vinham para ali e uivavam ao toque do clarim)


Guiné > Região de Tombali > Gadamae >  1974 > CCAÇ 4152/73 > Foto nº 9 > Da esquerda para a direita: (i) bolanha; (ii)  algures por aqui havia um canhão sem recuo; (iii) obus 14; (iv) depósito de géneros e enfermaria; (v) bolanha/cais; e (vi) tabanca.



Fotos (e legendas): © Carlos Milheirão (2015). Todos os direitos reservados (Edição: LG).



1. Mensagem, de 17 do corrente, enviada por  de Carlos Milheirão (ex-alf mil, CCAÇ 4152/73, Gadamael e Cufar, 1974):

Assunto - Gadamael Porto 1974


Bom dia

Tomo a liberdade de enviar em "anexo" algumas imagens de Gadamael para que, se assim o entender, publicar no "Blog".

Cumprimentos

Carlos Milheirão
(Ex-Alferes Miliciano da CCAÇ 4152)

2. Comentário do editor:

Obrigado, camarada, são fotos preciosas, ainda para mais convenientemente legendadas. Manda mais, de Gadamel e de Cufar, terras do fim do mundo onde passaste e penaste, já no fim da guerra. Sabemos que estiveste lá, na mítica Gadamael, entre fevereiro e julho de 1974. Tens, por certo, ainda muitas histórias para nos contares. Um abraço dos editores.

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Guiné 63/74 - P14780: Parabéns a você (924): António José Pereira da Costa, Coronel de Art.ª Ref, ex-Alferes de Art.ª na CART 1692 (Guiné, 1968/69), ex-Capitão de Art.ª e CMDT das CART 3494 e CART 3567 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 20 de Junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14773: Parabéns a você (923): Cherno Baldé, Amigo Grã-Tabanqueiro, Engenheiro e Gestor de Projectos

domingo, 21 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14779: Agenda cultural (412): Conferência Glória e Martírio do Corpo Expedicionário Português (1914-1918), no âmbito do Ciclo de Conferências de 2015, que se realizará no dia 26 de Junho, pelas 21h30, no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão

C O N V I T E

O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, e o Museu Bernardino Machado têm a honra e o prazer de convidar V. Ex.ª para assistir à conferência Glória e Martírio do Corpo Expedicionário Português (1914-1918), no âmbito do Ciclo de Conferências de 2015, que se realizará no próximo dia 26 de Junho (sexta-feira), pelas 21h30, no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão. 

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Nota do editor

Último poste da série de 19 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14769: Agenda cultural (409): Lisboa Mistura 2015, todos/as ao Intendente até domingo 21...

Guiné 63/74 - P14778: Convívios (692): XI Encontro do pessoal da açoriana CCAÇ 2726, a decorrer de 24 a 28 de Junho, em Ponta Delgada (Luís Paulino)

 X Convívio do pessoal da CART 2726 - Algés, 21 de Junho de 2014


Mensagem do nosso camarada Luís Paulino, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 Cacine e Cameconde, 1970/72), com data de 18 de Junho de 2015:

Caro Companheiro e Amigo Vinhal,
Tomo a iniciativa de te dirigir este email para informar que a CCaç 2726 vai reunir-se pela 11.ª vez, na Ilha de S. Miguel, de 24 a 28 de Junho. 

Tratando-se de uma Companhia com origem no BII 18 em Ponta Delgada, constituída por naturais dos Açores e do Continente, a comitiva do continente vai juntar-se aos restantes elementos no próximo dia 24.

Saudações Fraternais
Luís Paulino
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14763: Convívios (691): II Almoço do pessoal da Tabanca de Setúbal, dia 27 de Junho de 2015 na Praia de Albarquel (Hélder Valério de Sousa)

Guiné 63/74 - P14777: Memória dos lugares (294): Ponte do Rio Udunduma, onde de três em três semanas lá estávamos "caídos" sem termos as mínimas condições (José Nascimento)

1. Mensagem do nosso camarada José Nascimento (ex-Fur Mil Art da CART 2520, Xime, Enxalé, Mansambo e Quinhamel, 1969/71) com data de 6 de Junho de 2015:

Caro amigo Carlos Vinhal
Foram várias as vezes que o meu pelotão teve que fazer segurança à ponte sobre o rio Udunduma, que fica já nas proximidades de Bambadinca, partindo do Xime e passando pela tabanca de Amedalai.

Esta segurança foi efectuada pela Cart 2520, de Julho a Dezembro de 1969. Como durante este período de tempo tínhamos menos um pelotão no Xime, de três em três semanas lá estávamos "caídos" sem termos as mínimas condições. Não dormíamos directamente no chão porque os nossos colchões de espuma resolviam este problema. A nossa alimentação era fornecida por Bambadinca, muitas vezes o pequeno almoço chegava a horas tardias, o almoço quase a meio da tarde e o jantar quantas e quantas vezes também chegou fora de horas.

Na higiene pessoal não houve problemas, porque foi assegurada pela água corrente do rio. O rio serviu para o pessoal se dedicar à pesca com anzóis que eram comprados numa loja de comerciantes libaneses em Bambadinca. Também dávamos uns mergulhos a partir da ponte e assim refrescávamos os nossos corpos e as nossas almas. Lembro-me que foi a mergulho que recuperei a prótese dentária que um dos meus militares deixou cair ao rio.

Felizmente não nos aconteceu nada de mal durante os períodos de tempo que aqui permanecemos, além de pequenos percalços que fomos ultrapassando, como foi o caso do Júlio Custódio ter um ataque de paludismo no princípio de noite e só poder ser evacuado na manhã do dia seguinte.

Recordo-me do dia em o Sebastião Carrega, abateu em pleno voo, com um tiro de G3, um daqueles enormes patos que normal e curiosamente voavam aos pares. Lembro-me também do João Moura ter abatido a tiro uma águia de uma enorme envergadura, que estava pousada numa árvore na envolvência do nosso pequeno destacamento.

Curiosamente e apesar das dificuldades, estas seguranças à ponte livraram-nos da intensa actividade que decorreu no Xime e até de alguns ataques e flagelações executadas pelos elementos do PAIGC.

Entretanto recebe um grande abraço deste camarada de armas.
José Nascimento

Ponte sobre o Rio Udunduma

Ponte sobre o Rio Udunduma. O Moura à esquerda ajudando a segurar a águia

 Ponte sobre o Rio Udunduma
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14613: Memória dos lugares (291): Bissau, Bambadinca e Farim, em 2011 (José Maria Sousa Ferreira, ex-viola solo do conjunto musical "Os Bambas d'Incas", Bambadinca, 1968/70)

Guiné 63/74 - P14776: Libertando-me (Tony Borié) (22): Glória, a quem chamavam Lola e às vezes Ruça (3)

Vigésimo segundo episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.



Glória, Lola, a Ruça (3)

Hoje fomos à praia, estava um dia de céu limpo, encostámos as sandálias, caminhámos por algum tempo, parámos em frente ao mar, que na altura fazia pequenas ondas, levantámos os olhos e fixámos o horizonte, começámos a sonhar com a Península Ibérica, com Portugal, a Glória, a quem também chamavam “Lola” e, às vezes “Ruça”, tocou-nos no ombro, acordou-nos, continuando com a sua história, cá vai.

Se o senhor Silvestre, pai do Jorge, assim o pensou, também o fez, a Glória, a quem também chamavam “Lola” e, às vezes “Ruça”, casou com o seu amor Jorge, houve festa na casa do senhor Silvestre, pois era a pessoa com mais haveres, os seus contactos resultaram, arranjaram passaporte para o Jorge e para a Glória, que passados uns dias  se meteram num avião, rumo ao México.

Já no México, o Jorge e a Glória, (a partir de agora só se chama Glória, pois já ninguém a conhece por “Lola” ou “Ruça”, excepto o seu marido Jorge), ao saírem do aeroporto, o calor, o trânsito, um pouco de receio das pessoas, com alguma dificuldade em compreenderem o idioma, depois de algumas asneiras, conseguiram entrar em contacto com a pessoa que fazia a ligação aos “passadores”, que falavam uma linguagem que na gíria classificam de “portunhol”, que era uma espécie de português abrasileirado e espanhol, misturado. Tudo arranjado, a hora e o dia e, a ordem era:
- Vamos sair ao anoitecer, numa camioneta de carga, pequena, pois só vamos oito pessoas. A camioneta vai fechada, levam estes baldes para fazerem as vossas necessidades, este lanche, uma garrafa de água para cada um, mas não comam nem bebam, só se não aguentarem, pois se comerem ou beberem têm que o largar por baixo, isso vai dificultar ainda mais a vossa vida. Possivelmente, teremos que andar toda a noite e amanhã todo o dia, só amanhã pela noite estaremos na fronteira perto da cidade de Tucson, no estado do Arizona. Levem roupas leves, de preferência calças, sapatos para caminhar muitos quilómetros, uma saca com alguma roupa simples, pois essa saca também servirá de almofada, assim como os vossos documentos de identificação, dos vossos países. Com vocês vão dois homens armados, se forem parados pela polícia, se abrirem a camioneta, ninguém abre a boca, pois estes homens irão disparar a matar. Chegados à fronteira, eles serão os mensageiros, que vos darão ordem de sair no momento exacto e, qual a direcção que devem tomar. Passam a fronteira, alguém estará do outro lado para vos continuar a guiar, depois, cada um continuará a viagem por sua conta e risco. Têm aqui um pequeno mapa da área. Boa sorte, para todos. Ah, não se esqueçam de levar dólares, nós mesmos os trocamos, um pouco abaixo do câmbio.


Estas ordens, foram dadas pela manhã, não perguntaram se compreendiam ou não toda esta conversação. A Glória, aos poucos foi tomando conta de tudo, ouviu com atenção, compreendeu algumas coisas, outras não. O grupo era formado pelo Jorge e a Glória; dois rapazes, um pouco escuros de pele, que tinham vindo das Honduras; um casal ainda novo, que tinha vindo de São Salvador, viajando, pendurados na “besta”, que é assim como designam o comboio, que vindo do sul, atravessa parte do território do México e, dois jovens brasileiros, também novos, mesmo muito novos, não deviam ter mais do que catorze ou quinze anos, que diziam que não perceberem nada.

Os jovens brasileiros começaram logo por perguntar à Glória:
- Não percebi nada. Levar um saco? E então esta mala que a minha mãe me arrumou?

A Glória pensou logo nos irmãos:
- Querem ver que também tenho que tomar conta destes!

Desfizeram-se de alguns haveres, compraram uma simples saca, onde meterem tudo o que entendiam que deviam levar, sapatilhas para ambos e umas calças leves, iguais para os dois, tudo roupas folgadas, a Glória parecia um rapaz novo. Os jovens brasileiros, fizeram tudo o que viram a Glória fazer.

As pessoas que atendiam na loja, onde compraram tudo isto, já experientes nestas andanças, ficaram com alguns dos seus haveres, explicaram tudo o que haviam de fazer, deram-lhe algumas recomendações importantes, tais como:
- Principalmente a senhora, tem que ser forte no carácter, para com os outros em algumas situações. Não deixe que ninguém lhe toque, sem sua autorização. Deve mesmo, levar uma pequena faca, bem afiada, escondida nessa saca, não tenha receio de a usar em caso de não se sentir confortável, em alguma situação em que a sua dignidade, possa vir a correr risco. Vai passar por situações perigosas, principalmente para mulheres.

A Glória ouviu tudo isto com atenção, comprou uma faca para si e outra para o Jorge, os jovens brasileiros fizeram o mesmo, pelo menos parecia que tinham dois aliados.

Na hora combinada saíram, durante todo o percurso, tirando a sede e o calor, resistiram ao resto. Tiveram uma ou duas paragens, talvez para encher o tanque de gasolina, numa dessas paragens, alguém, depois de dar uns toques em código, levantou um bocadinho a porta traseira, perguntando se iam todos vivos, introduzindo umas garrafas de água.

Tony Borie, Junho de 2015

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14744: Libertando-me (Tony Borié) (21): Glória, a quem chamavam Lola e às vezes Ruça (2)

Guiné 63/74 - P14775: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte I: Chegadas e partidas...


Porto > RC 6 > Abril de 1970> O Pel Rec Daimler 2046,  na passagem à disponibilidade (1): O Jaime Machado é o quarto, a contar da esquerda para a direita, na segunda fila. A composição incial ds subunidade eram 14 elementos, em maio de 1968.



Porto > RC 6 > Abril de 1970> O Pel Rec Daimler 2046,  na passagem à disponibilidade (2): o porta-estandarte



T/T Niassa > Viagem de regresso, Bissau-Lisboa, abril de 1970


T/T Niassa > Viagem de regresso, Bissau-Lisboa, abril de 1970


T/T Niassa > Viagem de regresso, Bissau-Lisboa, abril de 1970


T/T Niassa > Viagem de regresso, Bissau-Lisboa, abril de 1970


 Guiné > Bissau > fevereiro de 1970 >  O cargueiro Rita Maria, atracado no porto, visto da LDG que veio do Xime com o pessoal do Pel Rec Daimler 2046 (que irá ficar em Bissau ainda dois ou três meses, antes de regressar à metrópole)


Guiné > Bissau > fevereiro de 1970 > Porto: ao fundo do lado esquerdo, a fortaleza da Amura, e do lado direito, o cais acostável e o edifício das alfândegas... È mais provável que a foto tenha sido feita a partir ds LDG que chegava a Bissau, vinda do Xim


Guiné > Bissau > Porto > fevereiro de 1970 > Porto fluvial do Xime, tirada "à medida que nos afastavamos,  transportados na LDG para Bissau"



Guiné > Bissau > Porto > s/d > Não temos a certeza se a chegada da LGD a Bissau, vinda do Xime, tendo à esquerda a ilha de Rei



Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  funa a comissão de serviço em Bambadinca


Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda comissão de serviço em Bambadinca


Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda a comissão de serviço em Bambadinca


Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda a comissão de serviço em Bambadinca



Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  funa a comissão de serviço em Bambadinca... Tanto a LDG 101 [Alfange] como a LDG 104 [Montante] estavam equipadas com 2 peças Oerlikon de 20 mm  


Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda a comissão de serviço em Bambadinca


 Guiné > Rio Geba > Xime > Fevereiro de 1970 > Viagem de regresso a Bissau...Tendo em conta que o fotógrafo está em terra,  a foto diz respeito à chegada ao Xime da LDG que depois transportou o pessoal do Pel Rec Daimler 2046 até Bissau.


Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Inícío da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav,  Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70). Vive ma Senhora da Hora, Matosinhos.

 Alguns dados sobre o  Pelotão de Reconhecimento Daimler  n.º 2046 (*):

(i)  teve como unidade mobilizadora o Regimento de Cavalaria n.º 6, no Porto;

(ii)  foi organizado em 13 de Março de 1968, sendo  destinado a reforçar a guarnição normal da província da Guiné;

(iii) os exercícios de IAO  foram efetuados nas regiões limítrofes da cidade do Porto em conjunto com mais nove pelotões da mesma especialidade, todos com o mesmo destino, o TO da Guiné:

(iv) após o gozo dos dez dias de licença regulamentares,  embarcou no T/T Niassa, no cais da Rocha de Conde de Óbidos,  em Lisboa,  no dia 1 de Maio de 1968; 

(v) aportou a Bissau  a 6 de maio; 

(vi) na manhã do dia seguinte foi o pessoal do Pel Rec Daimler  2046 transferido para uma LDG [possivelmente a 101, Alfange ], tendo seguido diretamente pelo rio Geba, até ao Xime;;

(vii) seguiu depois em coluna auto para Bambadinca onde ficou ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, 1967/68) (rendido em setembro de 1968 pelo BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70):

(viii) O Pel Rec Daimler 2046 tinha inicialmente a seguinte composição (14 elementos): 

Cmdt, alf mil cav Jaime de Melo R. Machado;
2º srgt cav, Jose Claudino F. Luzia
1º cabo cav, apontador de Daimler, José Óscar Alves Mendes
1º cabo cav, apontador de Daimler, João Manuel R Jesus
1º cabo cav, apontador de Daimler, Manuel Maria S. Alfaia
1º cabo cav, apontador de Daimler, João de Jesus Cardoso
1º cabo cav, apontador de Daimler, José Ferreira Couceiro
1º cabo SM, mecânico, Germano de Oliveira Fonseca
Soldado cav, condutor Daimer, António José Raposo
Soldado cav, condutor Daimer, Aníbal José dos A. Duarte
Soldado cav, condutor Daimer, Joaquim Pinho Marques
Soldado cav, condutor Daimer, José do Nascimento Lázaro
Soldado cav, condutor Daimer,  Arlindo da Conceição Silva
Soldado cav, condutor auto,Manuel Moreira Tavares

(ix) Baixas sofridas:  em 2/12/1968 foi evacuado para o HM 241, por doença, o 1.º cabo n.º 07731167 Mamuel Maria Serra Alfaia;  em 19/12/1968 foi o mesmo militar evacuado para o HMDIC, não tendo regressado ao pelotão;  em 1/4/1969 apresentou-se nesta subunidade,  para o substituir, o 1.º cabo n.º 12950268, António Luís dos Reis; em 22/9/1969 baixou ao HM 241 o 2.º Sargento n.º 51517311 José Claudino Fernandes Luzia; em 29/9/1969 foi evacuado para o HMP não tendo sido substituído.

(x)  Finda a comissão, em fevereiro de 1970, esta subunidade regressou à metrópole, no mesmo T/T Niassa, em abril de 1970.

(Continua)

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