quinta-feira, 15 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13146: Convívios (596): V Encontro do pessoal da CCAÇ 617/BCAÇ 619 e do Pel Mort 942 (Catió, Cachil, Ilha do Como, 1964/66), dia 31 de Maio de 2014, na Tocha

De um nosso amigo, leitor e, provavelmente, camarada, Armando Fernandes, recebemos para publicação esta mensagem:


5.º Encontro Conjunto do BCaç 619, da CCaç 617 e do Pelotão de Morteiros 942 [Catió, Cachil, Ilha do Como, 1964/66]:

Em 31/05/2014, no Restaurante "Arcada", na Tocha

OLÁ COMPANHEIROS! 

Com as devidas saudações desta comissão, sois de novo convidados para mais um encontro comemorativo, em tudo semelhante àqueles que tendes participado nos anos passados, onde também estiveram presentes alguns dos vossos familiares e a quem esta comissão tanto aprecia tal gesto. 

Esta comissão continua a ser a mesma há uns anos a esta parte, como por certo todos vós já notaram. Porém, tudo irá fazer, para que todas as pessoas que nele irão participar, se possam sentir satisfeitas, quanto ao convívio em si, isto é: o encontrar de novo pessoas que já algum tempo não viam e poder cumprimentá-las e abraçá- las, como com a localização e espaço físico do restaurante onde se irá servir o almoço, como com a própria refeição. 

Nesta região, que nos desculpem, continuamos a pensar que a ementa na qual mais apostamos é aquela que temos servido. Portanto não haverá alterações significativas. Pensamos que a qualidade é o mais importante. Claro que nunca iremos subestimar a quantidade. E será com muita satisfação que, no fim do convívio iremos ver-vos regressar às vossas casas, levando no espírito a vontade de para o ano, voltar a encontrar novamente os amigos e companheiros, num local qualquer.

Este ano optou-se por, de novo, realizar o convívio no mesmo Restaurante onde em 2003 convivemos e cujas referências que nos ficaram se bem nos lembramos são muito boas. Referimo-nos ao Restaurante “ARCADA”,  situado na Tocha, a par da Estrada 109 mesmo junto a uns Sinais Luminosos aí existente.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13145: Convívios (595): Pessoal de Bambadinca, BCAÇ 2852, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, BART 2917... Em 24 de maio, mas em sítios separados (Caldas da Raínha e Torreira, respetivamentye)... A 2ª geração da CCAÇ 12 também faz o seu convívio, uma semana depois, em 31 de maio, em Óbidos... (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 12, 1969/71)

Guiné 63/74 - P13145: Convívios (595): Pessoal de Bambadinca, BCAÇ 2852, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, BART 2917... Em 24 de maio, mas em sítios separados (Caldas da Rainha e Torreira, respetivamente)... A 2ª geração da CCAÇ 12 também faz o seu convívio, uma semana depois, em 31 de maio, em Óbidos... (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 12, 1969/71)



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A capela de Bambadinca... E à direita (da foto) ficava a nossa secretaria,...  Foto nº 89  do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil at inf, 3º Gr Comb, CCAÇ 12, 1969/71), que aparece nas escadarias de óculos de sol.

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]


1. Mensagem,  de hoje, do [José] Fernando Almeida, ex-fir mil trms, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

Graça,  Boa Tarde

Regozijo-me porque estás a recuperar bem.

Mais uma vez tentei juntar o BCAÇ 2852, o BART 2917 e a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12. Mantive conversação com o Armando Almeida, desde Novembro de 2013 a Janeiro de 2014.

Conforme informação do Armando Almeida, só dependia do Durães; contactei o Durães em Fevereiro de 2014. Informou-me que não era possível este ano mas que passava por minha casa e íamos os dois a Aveiro e fal+qvmos com os Camaradas do BART  2917.

Acordei, posteriormente recebi do Durães o Convite para o VIII Convívio do BART  2917, a realizar no dia 24 de Maio de 2014. Coincidência ou não.  é no mesmo dia que se realiza o 20º Convívio de Bambadinca 1968 /1971, este nas Caldas da Rainha.

Falei com o Jorge Cabral, vai com o António Branquinho para Aveiro. Também falei com o Branquinho,  antes de falar com o Cabral, disse-me que ia com o BART 2917, porque era com eles que tinha mais ligação. Quer a posição do Cabral quer a do Branquinho,  respeitei-as.

Sei que a 2ª  geração da CCAÇ 12 [, os camaradas que nos renderam], realiza o seu convívio anual em Óbidos no dia 31 de Maio de 2014, no Restaurante A Muralha.

O nosso Capitão, hoje Coronel,  Carlos Brito, envia-nos um abraço e votos de bom Convívio. Pede desculpa de não comparecer, porque nesse dia Festeja o 55º Aniversário de Casamento.

Um abraço e até ao dia 24 de Maio nas Caldas.

Fernando Almeida

PS -  As inscrições para o convívio do pessoal de Bambadinca 1968/71 tinham como data limite o dia 10 de Maio de 2014. Mas como sempre pedi uma margem para eventuais refractários. Neste momento são setenta e duas inscrições confirmadas.

Este ano não nos é possível, a mim e á minha mulher,   ir ao Convívio do Blogue, partimos no dia anterior para o Sul de Espanha, onde vamos permanecer dez dias.

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Guiné 63/74 - P13144: Em busca de... (244): José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1438 (Buba e Quinhamel, 1965/67), procura os seus camaradas continentais

1. Mensagem de Luís Miguel Moreira, filho do ex-Fur Mil José Moreira da CCAÇ 1438 (Bissau, Buba e Quinhamel, 1965/67), com data de 12 de Maio de 2014:

Boa noite Sr. Luís,
Indicaram-me o vosso site através do facebook como um site onde poderia ver post sobre as várias companhias de caçadores que estiveram no ultramar mais precisamente na Guiné.
O meu pai esteve na Guiné entre 1965 e 1967 na Companhia 1438 ( Furriel Miliciano José Moreira) em que surgem dois posts no vosso site sobre sendo uma companhia açoriana e está correcto mas faziam parte da mesma muitos continentais da metrópole.
O que me leva a enviar este email é que eu gostava que o meu pai, e visto ter perdido o contacto com praticamente todos os seus companheiros de armas, conseguisse rever ex-companheiros de tropa da Guiné. Queria a V/ajuda se possível e caso tivessem contactos de membros dessa companhia (1438) me pudessem fornecer ou ajudar a encontrar elementos dessa companhia.
Sei que não será fácil pois o grande contingente era dos Açores mas como têm muitos conhecimentos decidi escrever-vos no sentido de me tentarem ajudar a realizar um dos sonhos do meu pai, rever ou falar com os seus companheiros de muita luta e sofrimento no ultramar.

Obrigado. melhores cumprimentos.
Luís Miguel Moreira
luis.miguelscp@gmail.com
(913810322)


2. Comentário de CV:

Caro amigo Luís Moreira
De facto vai ser difícil encontrar pessoal da "1438".
Numa pesquisa que fiz pela net não encontrei nada que nos pudesse ajudar. Fica a esperança de que alguém nos leia e lhe possa levar boas-novas.
Se me quiser mandar uma foto de seu pai, do tempo da Guiné, publicá-la-íamos aqui para ver se chama a atenção de algum dos seus camaradas.


Guião da CCAÇ 1438 / BII 17
(Com a devida vénia ao camarada Carlos Coutinho)


Sobre a CCAÇ 1438

- Formada no BII 17 - Angra do Heroísmo
- CMDT: Cap Inf Eugénio Batista Neves
- Partida: 18AGO65
- Regresso: 18ABR67

- Ficou inicialmente colocada em Bissau na dependência do BCAÇ 1857, tendo participado em várias operações.

- Em 15OUT65 foi colocada em Buba como subunidade de intervenção e reserva do BCAÇ 1861.
- Em 06OUT66 assumiu a responsabilidade do subsector de Quinhamel
- Em 31MAR67 foi rendida e seguiu para Bissau, onde se manteve até ao regresso.
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13110: Em busca de... (243): Comandante José [Luis] Pombo [Rodrigues], dos antigos Transportes Aéreos Civis, que operavam no CTIG... (Rui Vieira Coelho, ex-alf médico, BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518, Galomaro, 1973/74)

Guiné 63/74 - P13143: Memórias de Mansabá (32): Conversas filosóficas com o Alferes Médico (Francisco Baptista)

1. Em mensagem do dia 11 de Maio de 2014, o nosso camarada Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), trouxe até nós uma memória de Mansabá.


MEMÓRIAS DE MANSABÁ

32 - CONVERSAS FILOSÓFICAS

O alferes médico de Mansabá era um camarada pouco expansivo, sempre com ar calmo e meditativo que lia muito sobretudo livros de yoga, mais velho alguns anos do que a generalidade dos militares da Cart 2732, era educado e prestável mas parecia-me por vezes que olhava para os operacionais como os rapazes que andavam a brincar às guerras. Guerra que ele detestava e temia também.
Como ele conheci alguns camaradas de vários serviços que não tendo que sair para fora do quartel viviam um pouco aterrorizados pois imaginavam o inimigo logo ali à volta do arame farpado. Os operacionais que pela sua actividade tinham que conhecer toda a área exterior do quartel alguns quilómetros em redor, tinham outros medos mas não esse medo permanente do desconhecido pois eles conheciam esses terrenos como os terrenos das suas aldeias ou como as ruas das suas cidades.o que lhes dava outra segurança psicológica.

A propósito das suas leituras e prática de yoga nunca esqueci uma conversa que um dia tive com ele. Um dia falando eu da minha educação religiosa tradicional e habitual na maior parte das famílias de Portugal sobretudo a Norte, confessei que já tinha abandonado a religião pois por alguns motivos, que terei desenvolvido, tinha deixado de acreditar.

Ele disse que ao contrário de mim tinha sido criado numa família que não praticava qualquer religião e não lhe tinham sido inculcados quaisquer princípios religiosos. Com o passar dos anos, disse ele: comecei a sentir um vazio espiritual que me obrigou a dedicar-me ao yoga para o preencher. A ti como muitos como tu, - dizia ele, - a educação religiosa, deu-vos esse alimento espiritual e mesmo quando negais os seus dogmas preenche o espírito nessa discussão e nunca sentis esse vazio na alma que eu sentia.

Este diálogo foi para mim dos mais filosóficos ou metafísicos, como lhes queirais chamar que eu tive na Guiné, eu que tinha desistido praticamente da leitura e da reflexão intelectual quando embarquei para lá e andava um pouco narcotizado pelo cheiro da terra africana, e pelo seu calor tropical e que procurava gozar tudo isso e os prazeres mais imediatos dos sentidos como qualquer animal instintivo.
Foi das conversas que mais abanou comigo e me despertou do marasmo em que vivia, voltei a ficar desperto e inquieto como quando lia na solidão da "casa velha" de Brunhoso, os livros de Dostoiévsky, esse grande romancista e filósofo. Lembrei-me de Rodion Românovitch Raskólnikov, o protagonista de "Crime e Castigo" quando ele, sentindo-se só no mundo e só no cosmos, pois tinha deixado de ser crente, com a alma vazia, acaba por concluir que "se Deus não existe tudo é permitido" e que com essa justificação acaba por matar a velha usurária mas que vai continuar só e vazio pois o niilismo não lhe vai preencher a existência.

O diálogo sobre esta premissa irá continuar nas discussões intermináveis, existenciais e filosóficos dos três "Irmãos Karamazov". Esse diálogo continua nas sociedades porque as bases filosóficas e metafisicas que sustentam a moral vigente são baseadas em dogmas e ensinamentos dos profetas das várias religiões, cristãs, islâmicas, judaicas, hindus, budistas, animistas ou outras. Fora das religiões os filósofos ainda não conseguiram criar um sistema filosófico universal e acessível às multidões que possa substitui-las nas suas certezas e ilusões e garantir paz e riqueza espiritual aos homens. Os filhos e netos dos ateus e descrentes do nosso tempo, hoje andam, muitos, à deriva à procura dalgum alimento para lhes saciar a fome que lhes vai na alma e lhes reponha a alegria de viver.

Alguns tornam-se praticantes de yoga e doutras filosofias orientais, outros tornam-se trabalhadores ou estudiosos compulsivos, outros tornam-se consumidores de todos os produtos melhores ou piores que a sociedade capitalista oferece.
Um assunto tão vasto e polémico carece da opinião de especialistas de várias áreas do conhecimento para um debate sério, falo nele contudo porque foi uma conversa que tive na Guiné e que periodicamente me vem à memória.

Gravei na memória também conversas à mesa nas horas das refeições na messe de oficiais em Mansabá, em que o principal protagonista era o capitão Abreu, comandante do COP 6. Além dele estávamos 4 alferes da CART 2732, o respectivo capitão, o alferes de transmissões, o alferes médico e durante um mês (ou dois?) a sua esposa que lhe foi fazer companhia. Havia uma Companhia de Comandos no quartel, com uma cultura militar mais democrática e outros meios financeiros também, pois os seus oficiais comiam com os restantes militares da Companhia, sargentos e soldados.

Pela impressão que causava em todos nós, não quero deixar de falar da mulher do médico, por sinal também médica, uma senhora elegante e bela, que sendo a única europeia e a única mulher no meio de tantos homens, naturalmente era alvo da atenção (discreta e educada) de todos. A senhora porém não se sentia bem no quartel, notava-se mesmo que vivia um pouco aterrorizada naquele ambiente de guerra. Para acicatar ainda mais esses temores, havia dois alferes que por vezes, talvez por um certo marialvismo consciente ou inconsciente se punham a falar dos perigos da actividade operacional. Um dia tivemos uma flagelação de armas pesadas ao quartel, em que felizmente não houve feridos, embora tivessem caído algumas granadas dentro do quartel. Passados dois dias o quartel e a messe ficaram com menos graça e beleza porque a esposa do médico regressou a Portugal.

O capitão Abreu tinha sido adjunto do tenente-coronel Correia de Campos, já muito falado neste blogue e considerado por muitos como um grande estratega e dos combatentes mais corajosos que passaram pela Guiné. Da forma mais direta, no estado mais puro, eu ouvi e os outros presentes na messe de oficiais de Mansabá, com dois anos de antecedência, pela voz do capitão Abreu. as razões subjectivas e objectivas que conduziram ao desencadear da revoltas dos capitães em 25 de Abril de 1974.

Para mim foi música nova que não esperava ouvir da boca dum destacado capitão da academia militar. Falava dessas razões pessoais, familiares e políticas com a mesma coragem com que lutou ao lado do comandante Correia de Campos, que tanto admirava. Era um homem honesto, um militar competente mas já cansado da guerra, desiludido e descrente pelo rumo da politica em relação aos territórios africanos.

Arruda dos Vinhos, 18JAN2009 - Convívio de pessoal da CART 2732. 
Da esquerda para a direita: Cor Carlos Marques Abreu, que comandou o COP 6 com o posto de Capitão; ex-Alf Mil TRMS Brito Ribeiro do COP 6; ex-Alf Mil Nunes Bento, CMDT do 3.º Pelotão da CART 2732; ex-Fur Mil Carlos Vinhal do 3.º Pelotão da CART 2732 e ex-Soldado de TRMS Malhão Gonçalves da CART 2732, um dos organizadores do convívio, no uso da palavra.

Foto: Blogue A Madeirense CART 2732
Legenda: Carlos Vinhal

Desses dias de sol africano, calor tropical, trovoadas, chuvas diluvianas, porque os ecos dos rebentamentos das granadas ainda soam por vezes nos nossos ouvidos ou na nossa memória,  e a discórdia sobre o fim da descolonização ainda divide muitos camaradas, eu propunha que esquecêssemos esse aspecto da política nacional e internacional, e que voltássemos aos tempos da Guiné, quando éramos todos amigos e estávamos dispostos a dar a vida uns pelos outros. Sem querer entrar em polémicas desnecessárias já que todos temos uma idade respeitável, e ninguém está disposto a abdicar das suas certezas, para atenuar divisões e azedumes exacerbados, vamos pensar que somos todos bons portugueses apesar de vestirmos camisolas de cores diferentes.

Descobri recentemente um fado, "Velhas Sombras", muito bem cantado pela Celeste Rodrigues, algo nostálgico e melancólico, bem musicado e com um poema muito lindo. Recomendo-o a quem gostar da canção nacional que nos identifica em todo o mundo.

Um grande abraço a todos os camaradas
Francisco Baptista
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13027: Memórias de Mansabá (31): Com o tempo interiorizámos três ou quatro coisas: (i) que tínhamos sempre medo; (ii) que de dentro do mato era muito difícil disparar um LGFog ou até um morteiro; e (iii) depois do primeiro tiro tínhamos a ideia que conseguíamos controlar as coisas (Ernesto Duarte, ex-fur mil, CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67)

Guiné 63/74 - P13142: A minha CCAÇ 12 - Anexos (IV): Uma sessão de projeção de diapositivos, no refeitório das praças, pelo ex-alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, já falecido (Foto do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 > Não, não é uma sessão de cinema, no refeitório das praças (ou sala de convivio das praças, a avaliar pela mesa de pingue-pongue)... É um simples projeção de "slides" ou diapositivos... Tudo servia para ajudar a passar o tempo, embora não fosse habitual esta mistura de "classes" (oficiais, sargentos e praças)... Recorde-se que o nosso exército era "classista" e, em aquartelamentos como o Bambadinca, com razoáveis e desafogadas instalações, a regra era a da estratificação socioespacial, ou seja, nada de misturas...

O artista principal, neste caso,  é o alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, e já falecido, comandante do 4º Gr Comb da CCAÇ 12.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos, a que assistiram,  no refeitório das praças, pelo menos dois capitães (a olhar para o seu lado direito)... O segundo é comandante da CCAÇ 12, cap inf Carlos Brito.  Em segundo plano, por detrás dos capitães, o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Com da CCAÇ 12.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos... O "projecionista", à civil, era o alf mil cav José António G. Rodrigues... Devia ser também o "dono" dos diapositivos, cujas caixas, de plástico, são visíveis à frente do projeto.

Nessa época, este material fotográfico era tratado na "nossa inimiga"... Suécia, principal aliada, no mundo ocidental, do PAIGC a aquem forneceu importante apoio (político, humanitário, financeiro, logístico...). Era de lá. da terra dos "vikings" e das loiras do nosso imaginário,  que vinham as mágicas caixinhas com os "slides"... Não sei quanto custavam por unidade...

Pormenor interessante: devido ao excesso de calor e humidade do ar, usava-se uma ventoínha para "refrigerar" o ar à volta do projetor...

Mas agora: que raio de "slides" seriam estes para atrair a atenção de tanta gente, oficiais, sargentos e praças ?!... Possivelmente, "recuerdos" das férias do nosso alferes Rodrigues... A ser assim, esta sessão só pode ter acontecido já no 2º semestre de 1970, ao tempo do BART 2917... Mas, digam-me lá, quem estava interessado em saber onde e com quem passou férias, na metrópole, o nosso alferes Rodrigues ?... Sim, na metrrópole, porque nessa época nenhum combatente podia ter passaporte para ir passar férias ao estrnageiro no "intervalo" da guerra... A CCAÇ 2590/CCAÇ 12 chegou á Guiné em finais de maio de 1969...

Ao lado do alf Rodrigues, reconheço o alf at inf Abel Rodrigues, comandante do 3º Gr Comb da CCAÇ 12, e nosso grã-tabanqueiro...  Talvez o Abel se lembre do teor dos "slides", sobre os quais tenho imensa curiosidade... (Infelizmente, também não tenho qualquer contacto com familiares do meu malogrado camarada José António G. Rodrigues, com quem alinhei no mato muitas vezes).

Na ponta direita, o nosso 1º cabo escriturário e acordeonista, Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (de quem não tenho notícias, sei que trabalhava no Porto).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]
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Nota do editor:

Poste anterior da série > 15 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13141: A minha CCAÇ 12 - Anexos (III): Bar e messe de sargentos de Bambadinca (1969/71) (Fotos do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)

Guiné 63/74 - P13141: A minha CCAÇ 12 - Anexos (III): Bar e messe de sargentos de Bambadinca (1969/71) (Fotos do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)


Foto nº 221 > Corredor de acessos aos quartos dos sargentos... No teto, por cima da porta de entrada, ainda é visível o orifício provocado por um estilhaço de morteiro, no ataque ao aquartelamento em 28/5/1969, ao tempo da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70).



Foto nº 189 > Messe de sargentos > c. 1969 > Almoço de confraternização entre oficiais e sargentos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12: ao centro, o cap inf Carlos Brito, à civil... [Carlos Alberto Machado Brito, hoje cor inf ref, residente em Braga, e para quem mando uma saudação especial; não o vejo desde a primeira vez que fui a um  encontro do pessoal de Bambadinca do meu tempo, e que se realizou em Fão, Esposende, há 20 anos!).

Do lado direito, em primeiro plano o fur mil op esp Humberto Reis, e a seguir o alf mil cav, já falecido, José António G. Rodrigues; do lado esquerdo, em primeiro plano, o fur mil trms José Fernando Gonçalves Almeida (organizador, este ano, do convívio do pessoal de Bambadinca, 1968/71, que se vai realizar em 24 deste mês, em Óbidos e Caldas da Rainha),  seguido de outro furriel (de cuja identidade não tenho a certeza: Joaquim Fernandes ou Luciano Almeida ?), e ainda do  2º srgt  inf José Martins Rosado Piça  e do 1º srgt cav Fernando Aires Fragata.

A CCAÇ 2590 passou a designar-se CCAÇ 12 a partir de 18 de janeiro de 1970, ainda no tempo do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)... Ainda a propósito da foto, era a cerveja Cristal que estava na moda...


Foto nº 3 > Messe de sargentos > c. 1969 > Pessoal da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 22590/CCAÇ 12  (1969/71)


Foto nº 185 > Messe de sargentos > c. 1969 > Pessoal da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 2590/CCAÇ 12  (1969/71)... Eu estou ao centro, de óculos na testa, tendo à minha esquerda o José Fernando Almeida, o Piça, Tony Levezinho e o Fragata (1º srgt cav)...



Foto nº 64 > Messe de sargentos > c. 1970 > Jantar de confraternização com pessoal da CCAÇ 12 (1969/71) e CCS/BART 2917 (1970/72) (que também vai realizar o seu convívio anual em 24 do corrente, na Torreira, São Jacinto, Murtosa)...

Ao fundo, do lado esquerdo reconheço os furriéis Arlindo Roda (CCAÇ 12), José Coelho (CSS) e, atrás dele, de camisa vermelha, o António Branquinho (CCAÇ 12).


Foto nº 44 > Messe de sargentos > s/d > Pessoal da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 > Da esquerda para direita: fur mil ENf João Carreiro Martins; fur mil at inf José Luís Vieira de Sousa; fur mil at inf Arlindo Teixeira Roda; e 2º sarg inf Alberto Martins Videira...



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  No bar e messe de sargentos, à direita, o Arlindo T. Roda, com uma miúda que, tanto quanto me recordo,
era de Bambadinca, filha de antigo militar e de uma guineense, lavadeira. Não identifico o militar, que está de pé, encostado ao balcão, do lado direito.

Fotos do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil at inf, 3º Gr Comb, CCAÇ 12, 1969/71)

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]

1. O bar & messe de sargentos de Bambadinca, no meu tempo (julho de 1969/março de 1971) tinha  uma certa tradição de hospitalidade. Recebia gente de fora, estava aberto aos vizinhos do lado (messe de oficiais, embora o inverso não fosse verdadeiro) e sobretudo havia uma bom espirito de camaradagem entre operacionais e não operacionais. a nível de sargentos (CCS, CCAÇ 12 e outras subunidades adidas). Fazíamos festas conjuntas (por ex., Natal, aniversários), havia preocupação com a qualidade da comida, havia cantorias até às tantas da noite...

É pena que este ano o convívio entre o pessoal que passou por Bambadinca entre finais dda década de  1960 e princípios de 1970 (BCAÇ 2852, 1968/70, BART 2917, 1970/72,  e subunidades adidas, como é o caso da CCAÇ 12, do pel Caç Nat 52, pel Caç Nat 63, Pel Rec Daimler,  Pel Mort, etc. ),  leve a malta a ter que se dividir, no dia 24 de maio: (i) uns irão a Óbidos e Caldas da Raínha (BCAÇ 2852); e (ii) outros, 200 km mais anorte,  até à Torreira, São Jacinto, Murtosa (BART 2917)... LG




Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de dezembro de  2012 > Guiné 63/74 - P10826: A minha CCAÇ 12 - Anexos (II): Quem se lembra destes camaradas guineenses da 1ª secção do 3º Gr Comb ? (António Mateus / Luís Graça)



Guiné 63/74 - P13140: Parabéns a você (732): António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de  10 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13121: Parabéns a você (731): Fernando Valente (Magro), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Guiné, 1970/72) e Henrique Matos, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1966/68)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13139: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (29): A Cidadela de Cascais, que conheci em 1967, e de que fui comandante durante 370 dias em 1994/95 e sobre a qual escrevi um livro (António J. Pereira da Costa, cor art ref)






Cascais > A Cidadela de Cascais > 7 de maio de 2014 > Espaço interior e vistas sobre a baía de Cascais.


Fotos (e legendas) © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.



1. Comentário do nosso camarada António J. Pereira da Costa ao poste P13134 (*):

[foto atual à esquerda: alf art na CART 1692/BART 1914,Cacine, 1968/69;  e cap art cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime  e Mansambo,  e CART 3567, Mansabá, 1972/74; 
hoje cor art ref]

Olá, Camaradas
Fui comandante desta unidade durante 370 dias (1994-95) e tive o máximo prazer nisso.

Conheci-a em 1967 quando ali fiz um estágio de Artilharia Anti-Aérea e depois voltei lá episodicamente até vir a ser o comandante (**).

Escrevi um livro sobre ela que o Exército e a Câmara Municipal apoiaram (o que quer dizer que não era assim tão mau) e que se chama "A Cidadela de Cascais: Pedras, Homens e Armas". Podem vê-lo e comprá-lo no posto de vendas da Câmara. Pela minha saudinha que não ganho nada com a venda...

Quanto às legendas... Ficam à imaginação dos observadores.

Um Ab.
António J. P. Costa


2. Comentário de L. G.:

Bingo!!!... Não tem nada que enganar!... É a Cidadela de Cascais... E merece bem uma visita demorada... Desde o Palácio da Presidência da República, à Pousada (a maior do país, com 120 e tal quartos), gerida pelo Grupo Pestana. Não percam a visita à cisterna da Cidadela... E às galerias de arte.

Com as minhas limitações de locomoção, não pude andar por todo o lado... Mas fiz uma visita, guiada, demorada, ao Palácio... (Vejam aqui mais informação no sítio da Presidência da República).

Sobre o historial militar (mais recente) da Cidadela de Cascais, ver o que diz o nosso assessor militar, o Zé Martins:

(i) Na Cidadela de Cascais cuja história remonta ao séc. XVI (se não mesmo antes), foi constituído o Grupo de Artilharia contra Aeronaves, nº 1, em 1937 e 1939.

(ii) Depois, em 1959, esta unidade foi transformada em Centro de Instrução de Artilharia Anti-Aérea e de Costa (, designação alterada para Centro de Instrução de Artilharia Anti-Aérea de Cascais, em 1977). 

(iii) É extinto CIAAAC em 1993.

O nosso D. Luís, pai do D. Carlos I, e avô do D. Manuel II, passou a frequentar o palácio do governador da cidadela, por razões da saúde (sofria de renite, se não erro) a partir do início da década de 1870. A época balnear, na altura, era mais tardia do que hoje: setembro, outubro, novembro... A família real voltava a Lisboa para a "rentrée", ou seja, a abertura da temporada da ópera no São Carlos... Bons tempos!... "Belle époque"!...


3. Mensagem de ontem, do António J. Pereira da Costa

Olá, Camarada:
Aqui vai a capa do meu livro sobre a Cidadela. Foi lançado em 2003 no Palácio Conde de Castro Guimarães em vez de ter sido na cisterna na qual não há qualquer vestígio da "ocupação militar".

Havia um conjunto de brasões de barro da autoria da ceramista Maria de Lurdes Valente. Eram brasões de todas as unidades de artilharia e do governo militar de Lisboa. Aí havia um brasão de grandes dimensões com as armas de Portugal e respectivos "tenentes".

No meu tempo, havia um pequeno museu com as imagens de Santa Bárbara, do Santo António, um pendão para as procissões do dia 13 de junho e vários guiões das unidades mobilizadas pelo GACA 2 (Torres Novas) e outras unidades.

Creio que as coisas reverteram para o RAA 1 (Queluz) se eram de AA e para a EPA, se eram de Artilharia de Campanha.
As peças os obuses e o morteiro do Bartolomeu da Costa reverteram para um ou outra

Um Ab.
António J.P. Costa

Título: "A Cidadela de Cascais: pedras, homens e armas"
Autor: António José Pereira da Costa;  Prefácio: Rui Carita.
Publicação: Lisboa:  Direção de Documentação e História Militar, 2003
Descrição física:  481p. : il.; 23 cm
ISBN:  972-8347-02-2 (brochado)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 12 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13134: Fotos à procura... de uma legenda (27): Alguns de nós, poucos, passaram por lá... Foi centro de instrução militar...

(**) Último poste da série > 8 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13115: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (28): Caldas da Rainha onde frequentei o 1.º Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos até me magoar, baixar ao HMP e regressar a casa com licença registada (António Tavares)

Guiné 63/74 - P13138: Tabanca Grande (434): Luís Cândido Tavares Paulino, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 (Cacine e Cameconde, 1970/72) - Grã-Tabanqueiro 655

Mensagens enviadas ao nosso Blogue pelo nosso camarada Luís Cândido Tavares Paulino, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 (Cacine e Cameconde, 1970/72):

Primeira mensagem:
Amigo e Camarada Luís Graça,
Tenho vindo a abrir com alguma frequência o blogue, que é o ponto de encontro de muitos que como eu, cumpriram as suas comissões de serviço nas Ex-Colónias desde o início da década de 60 até 1974 e sempre tive o desejo de um dia poder vir a contribuir para o seu enriquecimento, - por entender que muitas das memórias que aqui são narradas, irão pertencer à história da época colonial - e também para continuar a manter ligações com os que como eu, também palmilharam aquelas terras africanas.

Fui Fur. Mil. e pertenci à C.Caç. 2726, que cumpriu a sua comissão de serviço na Ex-Colónia da Guiné, tendo ficado estacionada em Cacine e Cameconde, desde Abril de 70 a Fevereiro de 72.

Esta unidade formada no BII18 em Ponta Delgada, era maioritariamente constituída por naturais dos Açores e comandada pelo Capitão David Magalhães, (hoje Coronel).

Em 2004, por mera casualidade, foi possível reencontrar um número significativo de elementos e a partir dessa data temo-nos reunido anualmente em convívios, cuja duração nunca foi inferior a 3 dias. Durante estes 10 anos, já percorremos desde o Minho e Trás-os-Montes ao Algarve e as Ilhas de S.Miguel, Terceira, Pico e Faial.
Para este ano já está praticamente organizado o 10.º Convívio, que vai ocorrer em Lisboa, de 20 a 22/6.

Do Programa constam visitas a lugares de interesse histórico e turístico, culminando com o habitual almoço convívio, abrilhantado por um conjunto de guitarra e viola que irão acompanhar uma fadista e organista que irá transmitir uma animação própria para estas ocasiões.

Saudações fraternas,
Luís Paulino



Segunda mensagem:
Amigo e Camarada Luís Graça,
Enviei ontem um email para o blogue e hoje ao proceder à sua abertura e após uma leitura pormenorizada, verifico que o médico Bernardo Silva, que passou pela nossa Companhia em Cacine, tem referido os nomes do Comandante - Capitão David Custódio Gomes Magalhães, o meu e de outro médico Mário Bravo, que também deu assistência à nossa Companhia.
Atendendo a que está para breve o nosso 10.º Convívio, seria interessante se fosse possível contactá-lo para o poder convidar.

Saudações fraternas,
Luís Cândido Tavares Paulino
Ex-Fur. Mil. C.Caç.2726


Com Este Sinal Vencerás


Terceira mensagem:
Caro Amigo e Camarada Vinhal,
Como já ontem referi num email que enviei para o blogue Luís Graça, sou o ex-militar que pelos vistos está a ser badalado no blogue dos que como eu prestaram serviço militar na Guiné.

O meu nome é - Luís Cândido Tavares Paulino e fui Furriel Miliciano na C. Caç.2726, que esteve estacionada em Cacine de 1970/1972.
Não sendo minha intenção desvalorizar os eventos de outras unidades que se têm organizado por todo o país, é de realçar a forma quase "profissional" como organizámos os 9 Convívios já passados. Como também referi, já percorremos o continente desde Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral, Estremadura e Algarve. Nos Açores já visitamos S. Miguel, Terceira, Pico e Faial.

Lembro-me que na viagem a S. Miguel faziam parte do grupo mais ou menos 90 pessoas. - Viagens de avião, alojamento em hotéis, transportes terrestres locais, para visitas turísticas, almoços extra-convívios, cerimónias religiosas, animação musical, (organistas, conjuntos de violas e guitarras com fadistas, ranchos folclóricos locais), tudo isto para animar o formal Almoço Convívio.

O meu amigo poderá questionar-se: se será possível que estes malucos ainda tenham pedalada para estas actividades? Podem acreditar que é mesmo esta a realidade dos nossos Convívio.

Também já li no blogue do Luís Graça que o médico Bernardo Amaral, que prestou assistência médica à Companhia, já fez referência à nossa singular dos nossos eventos. Gostaria que ele nos acompanhasse este ano em Lisboa, por ocasião do nosso 10.º Convívio de 20 a 22 de Junho. Também já contactei via telefone, o médico Mário Bravo, nesse sentido, pelo que a sua presença poderá ser uma realidade.

Agradeço, se for possível, que me contactem.

Saudações Fraternas.
Luís Cândido Tavares Paulino
Ex-Fur. Mil. C.Caç.2726

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine vista de uma embarcação no rio... à esquerda o antigo posto de socorros no tempo da CART 1692... Ainda hoje a povoação, embora degradada, está coberta de magníficos poilões e cabaceiras.

Foto: © Luís Graça (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


2. Comentário do editor

Caro camarada Luís Paulino,
Muito obrigado pelo teu contacto e por seres um dos leitores do nosso Blogue.
Em conversa telefónica, ontem à tarde, pudemos trocar imensas recordações dos nossos tempos de militares e dos caminhos que trilhámos quase ombro a ombro.
Para que quem me leia fique a saber tanto como nós, passo a explicar.
Fizemos ambos a recruta do CSM no RI 5 das Caldas da Rainha no segundo turno de 1969, de 21 de Abril a 3 de Julho, dia em que Juramos Bandeira. Tu pertencias à 2.ª Companhia de Instrução e eu à 6.ª. No meio ficava a 4.ª.
Tu foste depois fazer a Especialidade na arma de Infantaria (CISMI) Tavira e eu Artilharia (EPA) Vendas Novas.
Voltámos a andar juntos no XXXIII Curso de Minas e Armadilhas, na Escola Prática de Engenharia de Tancos (EPE), entre 20 de Outubro e 28 de Novembro de 1969. Eu na Turma B, tu não te lembras da tua.
Durante o Curso ambos fizemos amizade com o então Aspirante Couto que viria a integrar a minha Companhia na Guiné, onde viria a falecer no dia 6 de Outubro de 1970, vítima de uma mina antipessoal IN.
Findo o curso foste para os Açores e eu (em Dezembro) para a Madeira.
Quando mobilizados, ambos para a Guiné, tu saíste de Lisboa no dia 11 de Abril de 1970 com a tua açoriana CCAÇ  2726, no navio Ana Mafalda, que fez escala no Funchal no dia 13 para embarcar a minha madeirense CART 2732. De novo reunidos, desta vez num espaço bem mais pequeno.
Por certo fizemos as refeições juntos a bordo e dormimos em camarotes contíguos.
Chegados à Guiné, seguiste o teu destino para os Resorts de Cacine e Cameconde e eu, mais modesto, estive 23 meses nas Termas de Mansabá.
Regressaste a 27 de Fevereiro de 1972, sortudo, véspera do dia em que eu havia de abandonar definitivamente Mansabá para aguardar, em Bissau, embarque para a Metrópole, o que veio a acontecer só no dia 19 de Março.

Disse que te receberemos na tertúlia com todo o gosto, desde que prometas enviar-nos algumas das tuas memórias escritas e em fotos. Já sabes que para formalizar a tua admissão na Tabanca Grande, nome por que também é conhecido o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, nos deves mandar uma foto "daquele tempo", fardado, e outra actual (de preferência tipo passe, em formato JPEG) que se destinam, não só aos nossos arquivos, como também a ilustrar os teus postes, que como te expliquei também, somos nós a publicar.

As tuas mensagens com textos e/ou fotos a publicar devem ser enviadas para o Blogue, endereço luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com e para um dos co-editores: eu ou o Eduardo Magalhães.

Já que estamos em contacto, passo a informar, se ainda não sabes, que no próximo dia 14 de Junho se vai levar a efeito o IX Encontro da Tabanca Grande, convívio este aberto a todos os camaradas que palmilharam aquela terra vermelha, que molharam as fardas nas bolanhas e as secaram sob aquele tórrido sol. Isto nos une e nos faz irmãos. Por isso nos tratamos por tu, independentemente do que fomos (patentes militares) e do que somos agora como civis.

Caro Luís, já me alonguei muito. Logo que me mandes as fotos da praxe, publicá-las-ei neste mesmo poste para que te possamos conhecer aí pelos caminhos de Portugal.

Recebe um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia.
Fico por aqui ao teu dispor
Carlos Vinhal

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Setor de Cacine > Cameconde > 1968 > Três aspetos gerais do destacamento.

Fotos: © António J. Pereira da Costa (2013). Todos os direitos reservados


3. Em tempo

Fotos da praxe publicadas em 4 de Junho de 2014.
A propósito, posso dizer-te, caro Luís Paulino, que "a tua cara não me é estranha".
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 15 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12991: Tabanca Grande (433): Lucinda Aranha, filha de Manuel Joaquim dos Prazeres que viveu em Cabo Verde e na Guiné entre os anos 30 e 1972, e que era empresário de cinema ambulante

Guiné 63/74 - P13137: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte VI: Canjambari, aquartelamento e tabanca (Fernando Pires, ex-fur mil at inf)

 1. Histórias da CCAÇ 2533 > Parte VI (Fur mil at inf, 3º pelotão, Fernando Pires)



Continuamos a publicar as "histórias da CCAÇ 2533", a partir do livro editado pelo 1º ex-cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). Esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da companhia (oficiais, sargentos e praças).

A brochura chegou-nos digitalizada através do Luís Nascimento (que também nos facultou um exemplar em papel e que, até ao momento, é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande). Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as peripécias por que passou o pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).

Continuamos a publicar a colaboração do fur mil at inf Fernando J. do Nascimento Pires, que pertenceu ao 3º pelotão. O poste de hoje corresponde às pp. 30/34 e nele se descreve o quartel e tabanca de Canjambari.

Não temos foto nem contactos do Fernando Pires a quem já, publicamente, endereçámos um convite para para se juntar à nossa Tabanca Grande. Só precisamos de 2 fotos dele, uma atual e outra do tempo da tropa... O convite é extensivo aos restantes autores, que iremos publicando. (LG)



Guiné > Mapa da província > Escala 1/500 mil > 1961 > Posição relativa de Canjambari, no setor de Farim, região do Oio, confinando com a zona leste (Região de Bafatá) e tendo a norte a fronteira com o Senegal. Pormenor.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).







A porta de armas






(Continua)
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Nota do editor:


Último poets da série > 10 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13124: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte V: (i) A praxe (a história de uma partida a um alferes pira e que envolve também o cap inf Vasco Lourenço); e (ii) a cabra do mato que chorava (Fernando Pires, ex-fur mil at inf)


terça-feira, 13 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13136: Memória dos lugares (265): Bubaque, cada vez mais bonita... (Patrício Ribeiro)



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- ijagós > Bubaque > Porto > A ligação a Bissau é feita por embarcações nhomincas e a travessia leva 5 horas...


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- Bijagós > Bubaque > Cais


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > Rua Principal, on de fica o restaurante da portuguesa Dora.Iluminação pública, com painéis solares, obra da Impar Lda, financiamento da União Europeia.


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > O novo mercado, construído com financiamento da União Europeia


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > Hospital regional > Iluninação pública, exterior, com painéis solares, obra da Impar Lda, financiamentro da União Europeia

Fotos (e legendas) © Patrício Ribeiro (2014). Todos os direitos reservados.




1. Mensagem, de hoje, do nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro que está em Portugal (hoje em Águeda, onde está a reconstruir uma casa; amanhã e depois em Lisboa):


[Foto à direita; Patrício Riubeiro,  português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]




Hora: 09:24



Assunto - Mais notícias de Bubaque.

A cidade de Bubaque está bem…

Os netos dos alemães, antigos proprietários da fábrica de óleo de palma, voltaram e querem o terreno onde estava a fábrica, querem lá fazer uma nova. As sucatas da antiga já desapareceram há muito, já pouco resta, só um ou outro armazém.

Já têm um novo mercado, inaugurado há poucas semanas. Financiamento da UE, (junto foto).

Instalei há aproximadamente um mês, 15 postes solares. Passaram a ter luz nas ruas da cidade, toda a noite. Financiamento da UE (junto foto: Hospital e rua da Dora).

Foi inaugurada há poucos dias uma pizaria, por uns tugas.

O hotel da Dora, “portuguesa dos sete custados” , está cada vez mais bonito!

Os turistas continuam a chegar aos diversos hotéis franceses, vão para lá semanalmente, já desde há muitos anos, aproximadamente uns 50 por semana, aos diversos hotéis que existem nos Bijagós, para a pesca à cana; percorrem, em barcos rápidos, os pesqueiros das ilhas.

O festival de música, realizado há poucos dias, foi muito bom, os mais conceituados artistas guineenses lá estiveram e não só.

A fábrica de gelo está fechada, é destinada à conservação de pescado, para ser transportado nas canoas para Bissau, mas agora o gelo tem que vir de Bissau.

O padre Luigi Scantamburlo provavelmente lá vai andando entre Lisboa e Bubaque. Há alguns meses que não estou com ele, anda em Lisboa, a fazer o seu doutoramento, “o ensino em crioulo”.

Transportes públicos, só de canoa Nhominca; a viagem leva 5 horas até Bissau, foi quanto demorei para cada lado, há poucas semanas. (Junto foto do porto).

Abraço,

Patrício Ribeiro
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IMPAR Lda
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Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645, Guiné Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014 Lisboa