terça-feira, 25 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6465: Tabanca Grande (222): Benvindo Gonçalves, ex-Fur Mil TRMS da CART 6250/72 (Mampatá, 1974)

1. Mensagem de Benvindo Gonçalves, ex-Fur Mil TRMS, CART 6250/72, Mampatá, 1974, com data de 23 de Maio de 2010:

Caros Camaradas!
Como ex-Furriel de Transmissões em rendição individual na Cart 6250, sita em Mampatá, envio alguns dados sobre a minha breve passagem por esta Companhia e por terras da Guiné.

Embarquei no dia 09 de Abril de 1974 na Rocha do Conde de Óbidos, no paquete NIASSA, um dos vários navios que existentes em Portugal e vocacionados à época para o transporte de militares e material de e para as várias colónias onde marcávamos presença.

O dia 9 de Abril de 1974 ficou profundamente marcado na memória de todos os militares que estavam no navio Niassa, na altura encostado no Cais de Alcântara e assim como em todas as pessoas que se encontravam na plataforma ou na varanda da Gare Marítima, a aguardar a partida dos familiares e ou amigos que estava marcada para as 18 horas.

Às 17 horas já o embarque tinha sido efectuado e militares dum lado, familiares e amigos do outro, trocavam gestos e sons muito característicos destas alturas.

Eram 17 horas e 15 minutos, faltando pouco mais de 45 minutos para a partida, e, já só se encontrava colocada uma escada de acesso ao navio, foi solicitada através dos altifalantes a presença de todos os Oficiais, no bar da 1.ª Classe, para a costumeira exaltação do amor à Pátria, desejos de boa missão e o do cumprimento do dever, desta vez a cargo de um Brigadeiro.

Foi uma despedida surreal, passados alguns momentos, ouviu-se um grande estrondo, acompanhado de um balançar do navio, seguido de incêndio a partir do próprio barco, num dos porões que serviam de abrigo e dormitório aos soldados.
Instantaneamente se instalou o pânico, correrias e gritos do interior e exterior, principalmente das inúmeras famílias que se estavam a despedir dos militares e também destes próprios, pois ninguém sabia do que se tratava, se haveria feridos, mortos, ou outros, o que felizmente não se veio a verificar.

Rapidamente saímos para o exterior e deparo com a maior gritaria e situações de pânico, que jamais tinha presenciado.

Tratou-se efectivamente de uma explosão muito violenta num dos porões, que provocou um rombo enorme na estrutura lateral do navio, que consumiu todos os haveres e pertences dos militares que aí haveriam de se acomodar para a viagem, obrigando-os a prosseguir a mesma só com o que tinham no corpo, desencadeando vários problemas dentro do navio durante todo o tempo até à chegada à Guiné.

Todo o navio foi evacuado e só na altura que todos os militares chegaram ao pé dos seus familiares e amigos, é que a situação ficou mais calma.

Para todos nós que íamos para um cenário de guerra, durante a nossa instrução já tínhamos assistido a rebentamentos de granadas, morteiros etc., mas sempre em situações controladas.

Este rebentamento para todos os presentes foi, surpresa seguida de um descontrole, mas para quem preparou a acção foi controlo completo.

O local onde foi colocado o engenho explosivo assim como a hora da sua detonação foi de tal forma feito a não permitir qualquer baixa, mas não evitou a perda praticamente total das bagagens dos companheiros que iam nesse porão.

A explosão verificou-se mesmo junto da linha de água, fez um rombo de cerca 80cm nas duas chapas de ferro.

Até à meia-noite tivemos de embarcar e daí saímos para reparação para meio do Tejo, debaixo da Ponte Salazar, hoje conhecida como Ponte 25 de Abril ou Ponte sobre o Tejo, onde após 2 (dois) dias ininterruptos de reparação a cargo de operários dos estaleiros navais da Lisnave.



Durante a viagem um pouco atribulada, não só por um dia e uma noite de mau tempo, como também por motivos do foro interno e disciplinar, passaram-se inúmeros episódios de revolta, não só protagonizados pelos soldados que deveriam ter viajado no porão que ardeu, como por alguns prisioneiros (por terem desertado, por motivos políticos ou outros) que iam como castigo também para prestar serviço na Guiné.

Na manhã do dia 11 de Abril quando acordámos já navegávamos em alto mar, não se dando pela saída da barra em Cascais.

Soubemos posteriormente que se tratou de um dos últimos actos de sabotagem dos grupos que se opunham à guerra colonial, e, que por todos os meios e com a preocupação de não fazerem vítimas, iam chamando a atenção ao Governo e a toda a imprensa mundial, da necessidade de se acabar com a guerra e se entrar na via da Paz e da descolonização.

A Ara vinculada ao PCP, iniciou as acções militares em Outubro de 1970, e, até Agosto de 1972, realizou cerca de doze acções de grande impacto.


2. Comentário de CV:

Caro Gonçalves, bem aparecido na nossa Tabanca onde encontrarás um lugar para te instalares. Poderás contribuir com as tuas histórias e fotografias, fazer comentários, etc. Há muita maneira de participar, assim tenhas disponibilidade.

Não começaste nada mal, com esta narrativa do atentado ao navio Niassa, acontecimento muito marcante na história da ditadura, numa altura em que os movimentos clandestinos contra a guerra colonial tentavam de toda a maneira desencentivar os militares a embarcarem com destino a África.
Contamos também contigo para nos contares as tuas impressões acerca do ambiente vivido no pós-independência da Guiné-Bisssau, particularmente que nos digas como viste as relações entre as NT e as Forças do PAIGC.

Temas não te faltarão para colaborares activamente.

Aqui fica um abraço de boas-vindas da tertúlia para ti que pela certa serás Benvindo (bem-vindo).

CV
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 29 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6278: O Nosso Livro de Visitas (86): Benvindo Gonçalves, ex-Fur Mil da CART 6250, Mampatá, 1974

Vd. último poste da série de 24 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6464: Tabanca Grande (221): Apresenta-se Carlos Guedes, Fur Mil Armas Pesadas / Minas e Armadilhas / COMANDOS, CCAÇ 726/Guileje/1964/66

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6464: Tabanca Grande (221): Carlos Guedes, Fur Mil Arm, Minas e Armadilhas, CCAÇ 726 e CCmds do CTIG (Guileje e Brá, 1964/66)


1. Mais um Camarada vem cerrar fileiras junto desta nossa Tabanca Grande, é o Carlos Guedes, ex-Fur Mil de 3 especialidades: Armas Pesadas, Minas e Armadilhas e COMANDOS, da CAÇ 726, Guileje, Mejo e Cachil - 1964/66.

Renviada pelo nosso Camarada Virgínio Briote, recebemos a seguinte mensagem, do Carlos:

Camaradas,

Chamo-me Carlos Guedes e fui Furriel Miliciano com 3 especialidades: Armas Pesadas, Minas e Armadilhas e 'Comandos'.

Estive na Guiné integrdao na CAÇ 726, que “asilou” em Guileje, Mejo e Cachil, nos anos de 1964/66.

Estamos quase a comemorar mais um aniversário da nossa Companhia, e gostaríamos de endereçar o convite que se segue a todos os ex-Combatentes da Guiné, seus familiares e amigos, para que se juntem a nós num dia de memórias, próximo dia 26 de Junho, na cidade da Régua.
20º Almoço/Convívio da CAÇ 726
Programa/Convite


Na frente o então Tenente Martins Cavaleiro, seguido pelo Porta-Bandeira (1º Sargento Balsinhas) e logo atrás os Alferes Barbosa e Vilaça, seguidos pelo furriéis
que compunham a CCAÇ 726


2. Aproveito a oportunidade para enviar as duas fotos da ordem e solicitar um lugar na formatura, ao vosso lado, nesta tertúlia bloguista.



A foto foi tirada em Guileje, à porta da nossa "Suite", onde dormiam os 4 furrieis, com as camas dispostas em círculo e de onde fomos "despejados", um dia, devido a um incêndio provocado por uma morteirada, durante o 1º ataque ao aquartelamento.

Um abraço Amigo,
Carlos Guedes
Fur Mil de Armas Pesadas/Minas e Armadilhas da CCAÇ 726

3. O nosso Camarada Virgínio Briote, transcreveu-nos um resumo da História da CCAÇ 726:

CCAÇ 726 (breve resenha)

Mobilizada através do RI 16 a C.Caç.726 embarcou para a Guiné em 6 de Outubro de 1964, tendo por Comandante o Tenente de Infantaria, Joaquim Manuel Martins Cavaleiro, até 27 de Janeiro de 1966; altura em que deixou o comando.

O desembarque em Bissau, foi a 14 do mesmo mês. O 1º grupo de combate a ser destacado para Guilége, marchou a 28 de Outubro, o 2º a 17 de Novembro, a Formação a 30 de Novembro, e finalmente o 3º grupo de combate, vindo de Cacine, a 15 de Janeiro de 1965.

Em 30 de Março de 1965, após a Operação "Arpão", ocupou a povoação de Mejo, onde foram colocados dois Pelotões.

Em 27 de Janeiro de 1966, para reforçar a C.Caç. 1424, destacou dois Pelotões para o Cachil ( Ilha do Como ).

A partir de 1 de Fevereiro de 1966, a actividade operacional da CCaç. 726 era alargado a 4 frentes de combate: Guilége, Mejo, Cachil e em grupos de "COMANDOS" onde prestam serviço: 1 Oficial, 4 Furrieis e 4 Praças.

Em 6 de Agosto de 1966, seguiu para Bissau, a fim de embarcar de regresso a Lisboa.

Baixas em combate de Novembro de 1964 a Junho de 1966.
Mortos: 9
Feridos: 80

Um abraço,
Virgínio Briote

Fotos: © Carlos Guedes (2010). Direitos reservados.
Guião de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Guiné 63/74 - P6463: Agenda cultural (78): Conferência "A Guerra Colonial e as suas repercussões na Sociedade Portuguesa: Um enfoque sócio-antropológico", dia 28 de Maio de 2010, às 18h, no Auditório Victor de Sá, Instituto de Criminologia, Universidade Lusófona

1. Conferência "A Guerra Colonial e as suas repercussões na Sociedade Portuguesa: Um enfoque socio-antropológico", a ter lugar no Instituto de Criminologia,  Auditório Victor de Sá, dia 28 de Maio de 2010, às 18,30 horas.

Conferencista - Prof Dr Luís Graça, Sociólogo, Doutorado em Saúde Pública (Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade Nova de Lisboa, ENSP/UNL), Criador e Editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

Apresentação e Comentários -  Dr. Jorge Cabral,  Advogado, Director do Instituto de Criminologia - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia (ULHT)




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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 20 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6435: Agenda cultural (77): Lançamento do livro Nha Carlota, de António Estácio, dia 21 de Maio de 2010 em Lisboa

Guiné 63/74 - P6462: Humor de caserna (19): Nha Carlota, uma mulher de armas (António J. Pereira da Costa)


Guiné > Nhacra > Carlota Lima Leite Pires, Nha Carlota (1889-1970): uma figura lendária que atrevessou mais de seis décadas da história da Guiné-Bissau do Século XX... A sua biografia está agora disponível em livro, da autoria de um português, nascido no "tchom de papel", em Bissau, membro da nossa Tabanca Grande, António Estácio.

1. Mensagem do nosso camarada António José Pereira da Costa , que é um verdadeiro oficial e cavalheiro (mesmo não sendo da arma de cavalaria...).

Data: 21 de Maio de 2010 23:26
Assunto: Nha Carlota

Caro Camarada

Não conheci Nha Carlota.

Em 1968 contava-se que tinha sido amante de Teixeira Pinto, o que poderá ser verdade.

Atendendo ao seu passado, gozava de um certo prestígio e frequentava mesmo o Palácio [do Governador].

Um dia, ia num carro com a esposa do Gen Schultz e outras senhoras. Conversavam sobre o género "feminino". De repente Nha Carlota terá exclamado:

- Ah, isso de mulheres fala-se muito, mas para f... não há como a portuguesa e, da portuguesa, a caboverdeana.

Silêncio no interior da viatura...

Compreende-se. Estava a defender os dotes das portuguesas, em geral, e das da sua região, em particular. Regionalismos...

Aqui fica uma "estória" que, aposto, foi verdadeira, pois ninguém a iria inventar, e que corria naqueles tempos pelos mentideros, Bentos, 5.ª Rep, Biafra e outros locais (mal)afamados.

Um Ab.

António Costa

[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.] (*)

2. Comentário de L.G.:

Meu caro António: tudo se terá passado no "gineceu" em auto-rodas (isto é, a conversa entre as damas, a ocorrer... foi a "correr" , em carro de Estado...). A haver quebra de confidencialidade (e, portanto, falta de profissionalismo, senão de ética e de disciplina), o suspeito em princípio é o pobre do motorista (que devia ser militar, e que portanto não podia "cego, surdo e mudo", embora os houvesse, e não poucos, no TO da Guiné)...

Mas também, e por que não, entre outros suspeitos estarão a própria protagonista da história (que poderia muito bem contá-la aos amigos em Nhacra, de regresso a casa) ou até mesmo a(s) companhia(s) de ocasião que não sabemos quem seriam para além da Senhora Schultz... Alguma das senhoras, no recato da alcova, poderá ter contado a cena, com o seu quê de picante para a época, ao seu digníssimo esposo...

Uma história pícara como esta tinha todos os condimentos e condições para chegar num ápice à 5ª Rep: era como capim incendiado na época seca... E depois, como é sabido, o ambiente (militar) em Bissau devia ser, na época, bacoco, provinciano, machista, sexista, misógino e não devia estar isento de laivos de racismo... Devia fazer confusão a muita gente, ver uma mulher de armas, caboverdiana, como Nha Carlota, já com os seus setenta e muitos (ela viria a morrer em 1970, com 81 anos), frequentar o Palácio do Schultz...

Vamos imaginar que alguém pôs na sua boca palavras que ela nunca terá dito, até por decoro e pudor (que não são apanágio exclusivo das nossas santas mães)... Mas vamos inclinar-nos para a hipótese mais provável dessa Mulher Grande (e mulher de armas) falar mesmo português legítimo, vicentino, popular...

Será que o Estácio, nas suas pesquisas, também recolheu esta história ? Não sei, ainda não li o livro, mas amanhã vou encontrar-me com ele (ou ele comigo)...Para já, sirva-se a história como "humor de caserna" num blogue onde também se cultiva o sentido de humor...

António: Por defeito, publiquei a tua pequena história... Presumo que era para (com)partilhar... Fico, entretanto, à espera do próximo texto para a tua série A Minha Guerra a Petróleo.

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Nota de L.G.:

(*) Último poste da série > 18 de Março de 2010 > Guiné 63/74 – P6012: Humor de caserna (18): A nossa língua é muito traiçoeira (Armandino Alves, 1º Cabo Auxiliar de Enfermagem da CCAÇ 1589 - Beli, Fá

Guiné 63/74 – P6461: Histórias do Eduardo Campos (13): Língua Portuguesa na Guiné: Em Perigo?

1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos a 2ª estória da sua ainda fresquinha viagem à Guiné:

CAÇ 4540 – 72/74 – SOMOS UM CASO SÉRIO
LÍNGUA PORTUGUESA NA GUINÉ: EM PERIGO?


Existe entre nós uma preocupação em ajudar os povos da Guiné e, felizmente, temos muita gente trabalhando intensamente nessa causa, na tentativa de atenuar a miséria que lastra naquele país.
Na minha recente curta estadia na Guiné, fiquei a ter uma nova preocupação (a ser verdade) e esta, para mim, é muito preocupante, já que mais uma vez vem demonstrar que os políticos deste País, ou andam a dormir, ou simplesmente não se interessam em inverter aquilo, que me parece, que com o decorrer do tempo estará irremediavelmente perdido.
Estou a falar da língua Portuguesa, ainda usada pela população, principalmente em Bissau onde, num determinado local, fiquei com a sensação que estava numa rua de uma qualquer cidade de França, já que só ouvi falar a língua daquele país.
Abordei então um grupo de cinco jovens, que me disseram, que dois deles eram da Guiné Conacri e os restantes da Guiné-Bissau.
Com o desenrolar da conversa, lá me foram dizendo que a presença da França, especialmente em Bissau, é muito forte em várias áreas, sobressaindo a cultural.
Ora com o Senegal acima e a Guiné Conacri abaixo, é natural que a língua Francesa se comece a impor à portuguesa.
Talvez com a minha expressão de surpreendido, aproveitaram para me dizerem: “O que é que queres, na área da cultura até parece que a França é que foi a potência colonizadora, já que investem muito mais nessa área do que Portugal.”
Fiquei perplexo, até admitia que na área dos investimentos financeiros a França possa ser mais forte do que a do nosso país, agora na cultura, não posso, nem quero acreditar.
Sinceramente, espero que me digam que estou enganado, que foi apenas “um incidente linguístico” e que um grupo de jovens quiseram brincar com um Tuga.
Seguem-se algumas fotos da minha visita à cidade de Bissau:
Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

3 de Maio de 2010 >
Guiné 63/74 – P6308: Histórias do Eduardo Campos (12): CCAÇ 4540, 1972/74 - Sadjo Seidi – O homem do Jerrican

domingo, 23 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6460: Convívios (159): Grande ronco, Óbidos 2010 / Bambadinca 1968/71: CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2206, CCS/ BART 2917... (Parte I) (Luís Graça)


Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 >  O felicissímo organizador do 16º Convívio, Fernando Almeida (ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 12, 1969/71), posando para o nosso blogue com o António Murta (1º Cabo Cripto, CCAÇ 12),  o futuro organizador do próximo Convívio,  em 2011, a 17ª edição, que vai ser em Coimbra. Dois reformados, um da RDP (o Almeida), outro da CGD (o Murta)




Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 >  o Arménio Fonseca, o Humberto Reis e o João Rito Marques (o nosso Cabo Quarteleiro), todos da CCAÇ 12 (1969/71)... O Arménio e o João, não os via há 40 anos! Fiquei feliz por os rever. E aproveito para revelar um segredo: foi o Arménio que, em grande parte,  me inspirou a figura do Campanhã  (vd. poste de 13 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CLXXXVIII: A galeria dos meus heróis (1): o Campanhã (Luís Graça), que prometo reeditar, e que ele seguramente nunca terá lido)...




Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Luís Graça (ex-FurMil, CCAÇ 12, 1969/71), Victor Alves (ex-Fur Mil SAM, CCAÇ 12, 1971/73), Celestino Ferreira da Costa (Major Inf Ref,  o 2º Capitão da CCAÇ 12, 1971/72, residente na Trofa, trazido pela mão do Fernando Sousa), Jorge Cabral (Pel Caç Nat 63, 1969/71).  Tive, com o Major Costa, uma conversa, algo surreal, sobre a "revolta dos Baldés", uma insubordinação das praças africanas da CCAÇ, na picada Xime-Ponta do Inglês, em 1/2 de Junho de 1971, reprimida com mão de ferro pelo Ten Cor  Polidoro Monteiro, comandante do BART 2917... O então Cap Inf Costa estava, para sorte dele, de férias, na metrópole,  pelo que a bronca sobrou para os Alf Costa e Jaime Pereira e demais quadros da CCAÇ 12, metropolitanos... Uma história que ainda está mal contada, e a que eu prometo voltar um dia destes...




Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Visionando as fotos do Arlindo T. Roda (que me chegaram  finalmente, por mão do Benjamim Durães,  ex-Fur Mil, Pel Rec Info, CCS / BART 2917, 1970/72 > Da esquerda para a direita: a Gina (mulher do Marques), o Marques, o Fernando Sousa, o Joaquim Fernandes e a companheira deste (que conheci o ano passado, em Castro Daire). 



Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 >  O António Marques e o Gabriel Conçalves (ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, 1969/71).




Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Quatro camaradas da CCAÇ 12 > Da esquerda para a direita: João Gonçalves Ramos (ex-Sold Radiotelegrafista), o António Quadrado (ex-1º Cabo Ap Armas Pesadas Inf), o Fernando Sousa (ex-1º Cabo Enf) e o Adélio Monteiro (organizador do enconcontro do ano passado, o 15º, em Castro Daire, e que era Sold Condutor Auto).


Óbidos > Restaurante  A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal  de Bambadinca 1968/71 > Os organizadores de dois convívios anteriores, o Fernando Sousa (CCAÇ 12), que é da Trofa, e o José Augusto Mendes Mourão (CCS / BCAÇ 2852), que é de Torres Novas.



Óbidos > Restaurante  A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal  de Bambadinca 1968/71 >  Três dignos representantes do Pel Rec Daimler 2206 (1970/72) > Ao centro o comandante, o ex-Alf Mil Cav José Luís Vacas de Carvalho, membro sénior da nossa Tabanca Grande; à sua direita, um camarada cujo nome não retive, natural de Sines; à sua direita, o António Pinto, de Lisboa.


Fotos: ©  Luís Graça (2010). Direitos reservados

Guiné 63/74 - P6459: Ser solidário (72): Viajar (e sentir) pela Guiné (José Eduardo Alves, ex-Condutor da CART 6250/72)

1. O nosso Camarada José Eduardo Alves(*), ex-Condutor da CART 6250/72, Mampatá, 1972/74, enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 21 de Maio de 2010:

Viajar (e sentir) pela Guiné

Camaradas,

Depois de me ter remetido ao silêncio, mas sempre activo nas leituras do blogue, hoje acho que está na hora de escrever sobre a viagem que fiz à Guiné este ano, e vou fazê-lo porque há sempre alguém que gosta que se fale destas aventuras.

O ano passado também tinha ido à Guiné, mas apanhei a “caravana” nos últimos dias da sua preparação e, pelo caminho, em conversa com alguns dos Camaradas que já lá tinham ido mais vezes, ouvi dizer: “Vais ter uma desilusão pois quem lá conhecias já morreu tudo!”

Mas, felizmente, não foi assim e ainda encontrei bem viva muita gente do meu tempo.

Fiquei então com vontade de lá voltar e voltei este ano, mais bem preparado e com mais coisas para dar aquelas crianças, que necessitam de tudo (muito do que nós esbanjamos).

No ano passado tínhamos ido até Mampatá quatro homens da minha Companhia - a CART 6250: o Carvalho, o Zé Manuel, o Francisco Pereira Nina e Eu. Todo ficamos surpreendidos pelo grau de abandono do nosso antigo quartel

Este ano só fui eu.

Como não podia deixar de ser voltei ao velho quartel de Mampatá, e encontrei em curso obras de recuperação, vendo-se já diferente e renovada a sala do soldado (de pedra e cal), o paiol (que o ano passado nem se via) estava limpinho, a antiga enfermaria (que já não tinha telhado) está a ser recuperada para enfermaria local, os balneários dos soldados estão transformados numa escola, que eu apoiei no que pude e vou continuar a ajudar.

Mas não parei aí e como levava uma encomenda, e um pedido do nosso Camarada e Amigo Vasco da Gama para Cumbijã, segui viagem e visitei a Fonte de Iroel (que data de 1946), Colibuia e Cumbijã.

Cumbijã, onde um dia encontramos a CCAÇ 18 e outras NT que lá estavam encurraladas.

Quem conhece a zona entende o porquê deles estarem encurralados, é que a estrada Mampatá - Hinhacovâ não tem saída para lado nenhum.

Depois visitei Guileje, Gadamael e Cacine, regressando a casa por Mampatá, Hinhala, Buba, seguindo pelo Quebo, Bissau, S. Domingos, Casamança, Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Marrocos, Espanha e, finalmente, Leça da Palmeira (minha terra natal e onde vivo).

Vou continuar a trabalhar para levar mais alguma coisa àquelas crianças.

Vou lá quando puder e penso que não é uma forma de neocolonialismo.

Vou dizer algumas palavras que ouvi a uma Guineense: “Ó Leça só vieste agora, foste embora zangado e vieram estes (…), para o vosso lugar. Vocês entregaram isto a um (…) armado, que era uma minoria e cujos cabecilhas nem eram Guineenses, eram de outro país.”

Penso eu que se calhar o governo Português ainda um dia há-de pedir desculpas à parte daquele povo, que ensinou a pegar e usar uma arma, depois tirou-lha e abandonou-a à mercê de uma sorte cobarde, traiçoeira e macabra.

Agora, quero levar luz eléctrica a Mampatá, especialmente para a dita enfermaria e posto de rádio, que foram inauguradas pelo Sr. Pepito, no dia que nós lá estivemos (tenho que lhe pedir autorização para publicar as fotografias).

Se alguém quiser contribuir com objectos, equipamentos e medicamentos, tudo o que nos entregarem será bem aceite. Lembrem-se que muita coisa que para nós já não tem valor, nem aplicação faz falta àquele bom povo da Guiné.

Nós, eu e a minha esposa, pedimos mais precisamente roupas de criança e material escolar, assim como medicamentos (dentro do prazo de validade como é evidente).

É a minha esposa que se ocupa na recolha, selecção e embalagem destas coisas, foi uma vez á Guiné e quer lá voltar.

Até Monte Real onde falaremos melhor, se houverem condições eu faço uma pequena exposição das inúmeras fotos das minhas viagens.

Na presente mensagem não vou anexar muitas fotos, apenas as de Guileje.

Um abraço,
José Eduardo Alves
Condutor da CART 6250
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Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

22 de Maio de 2010 >
Guiné 63/74 - P6450: Ser solidário (71): Visita de Guineenses a Portugal (Agostinho Gaspar)

Guiné 63/74 - P6458: Meu pai, meu velho. meu camarada (21): Expedicionário no Mindelo, S. Vicente, 1941/43, 1º Cabo Inf Luís Henriques (4): O Hino do 5º de Infantaria (Luís Graça)



Luís Henriques (nascido a 19 de Agosto de 1920, na Lourinhã) é mobilizado para Cabo Verde durante a II Guerra Mundial (*). 1º Cabo Inf, nº 188/41, 1º Pelotão, 3ª Companhia, 1º Batalhão, Regimento de Infantaria nº 5 (Caldas da Rainha). À partida para Cabo Verde, no Mouzinho ou no Serpa Pinto (ele já não se lembra bem), no Cais da Rocha Conde de Óbidos, os expedicionários do RI 5 desfilaram perante Salazar e o Ministro das Colónias, Francisco Machado  (Francisco José Vieira Machado, 1898-1972,  que, por sinal, era natural da Lourinhã, ou, pelo menos, era um grande proprietário agrícola no concellho, em Ribeira dos Palheiros, foi Ministro das Colónias, entre 1936 e 19)... E a marchar, perante a tribuna de honra,  perdeu o salto de uma das botas, preso na calha do caminho de ferro ou do elétrico...


Sobre o Historial do RI 5, vd sítio da Escola de Sargentos do Exército (por também passei eue e muitos outros camaradas deste blogue).


O meu pai esteve no Mindelo, S. Vicente, entre Julho de 1941 e Setembro de 1943 (**). Neste episódio, canta o "Hino do 5º de Infantaria"... Cerca de 5 mil estiveram em S. Vicente e em Santiago, na iminência de um ataque às Ilhas de Cabo Verde, por parte quer dos Aliados quer Alemães ou dos Italianos... Seis vezes mais estiverama estaccionados nos Açores, nesta época.  Ainda há dias encontrei um amiga dos meus filhos, cujo avô, Mário Arsénio Nunes (também tio do meu professor de História do Movimento Operário e do Sindicalismo, João Arsénio Nunes, no Curso de Sociologia do ISCTE, que terminei no ano lectivo de 1979/80), foi Alferes Médico em S. Vicente, na mesma altura em que lá esteve o meu pai (e, curiosamente, o Amílcar Cabral, enquanto estudante do Liceu do Mindelo). Mario Moura Bras Arsénio Nunes (1919-1977) foi um notável especialista de medicina legal e professor da FM/UL.


O meu pai  fala de um médico, anti-salazarista, que lhe deu alta, ao fim de quatro  meses de internamento (por problemas pulmonares),  no hospital militar local, já no final da comissão, com o seguinte argumento: "Com 26 meses de Cabo Verde, já estás farto de engolir pó!"... Fala-me também, com emoção, dos camaradas que lá morreram, por doença. Bem como das vítimas da fome de 1942, que se fez sentir em todo o arquipélago...  O Dr. Mário Arsénio Nunes foi logo mobilizado, mal acabou o curso de medicina...


Vídeo: 4' 47'' © Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes






Caldas da Rainha > "15/7/41. A despedida das tropas expedicionárias de Cabo Verde. R.I. 5, Caldas da Rainha. Luís Henriques"


Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados




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Notas de L.G.:


(*) Vd.poste de 29 de Setembro de 2009 >  Guiné 63/74 - P5029: Meu pai, meu velho, meu camarada (16): Expedicionário no Mindelo, S. Vicente,1941/43,1º Cabo Inf Luís Henriques (3) (Luís Graça)



Guiné 63/74 - P6457: Convívios (243): XX Encontro do pessoal do BCAÇ 2884, no dia 15 de Maio de 2010 na Guarda (José Firmino)

1. Recebemos do nosso camarada José Firmino, ex-Soldado da CCAÇ 2585, o pedido de publicação do XX Encontro do pessoal do BCAÇ 2884 (MAIS ALTO), que ocorreu no passado dia 15 de Maio de 2010 na Cidade da Guarda


XX ENCONTRO CONVÍVIO DO BCAÇ 2884 (MAIS ALTO) - CIDADE DA GUARDA, 15 DE MAIO DE 2010

Desta vez na Cidade da GUARDA com recepção aprazada para as 11:30h junto à IGREJA de RAPOULAS, depois da respectiva apresentação dos elementos presentes os cumprimentos habituais, o ver de quem faltou à chamada.

Eis que surge a primeira ordem de ataque mas desta vez nos esperavam umas deliciosas bolas de carne, chouriço e bacalhau que serviram para que nossos estômagos ficassem muito mais aconchegados, as bebidas apropriadas não faltaram ao acto, depois de este dever cumprido um outro muito mais importante nos esperava ou seja a celebração da Santa Missa pelos camaradas já falecidos, finda a cerimónia religiosa com algumas fotos pelo meio, com boa disposição e muita alegria.

Seguidamente tomamos o caminho do HOTEL LUSITÂNIA PARQUE, onde foi servido o almoço a gosto de todos penso, a animação também marcou presença pois um jovem de garganta afinada e finos dedos sobre o teclado de seu órgão animou e bem a rapaziada: caso para dizer assim sim.

Prestes a dar por terminado este convívio mais um se avizinha ou seja o vigésimo primeiro, desta vez na cidade da RÉGUA, lá estaremos de novo assim DEUS o permita.

Mais uma vez de referir todo empenho do nosso amigo e ex-combatente PINTO DA COSTA. BEM HAJA
FIRMINO

Pessoal do BCAÇ 2884 (Mais Alto)

Pessoal da CCS/BCAÇ 2884

Pessoal da CCAÇ 2584/BCAÇ 2884

Pessoal da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884

Pessoal da CCAÇ 2586/BCAÇ 2884

Bolo comemorativo
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6446: Convívios (157): 21º Convívio do BCAV 8323, 6 de Junho de 2010, em Coimbra (Amílcar Ventura)

Guiné 63/74 - P6456: Álbum fotográfico do Arlindo T. Roda (ex-Fur Mil, CCAÇ 12, 1969/71) (1): Futebol em Bambadinca


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > O Fur Mil Arlindo T.Roda, natural de Pousos, Leiria, e hoje professor reformado em Setúbal, trajando à civil nos arredores de Bambadinca (numa aldeia seguramente balanta, a avaliar pela proximidade do porco preto: Santa Helena, muito provavelmente)... Ele teve a gentileza de me mandar uma selecção dos seus "slides", através do ex-Fur Mil Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), que vive em Palmela... Com o atraso de mais de um ano, a "encomenda" chegou finalmente às minhas mãos, isto é, ao meu Portátil...

Já não vejo o Roda desde 1994, ano em que se realizou o 1º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, e que teve lugar em Fão, Esposende... Na CCAÇ 12, ele era comandante da 2ª Secção da 3º Grupo de Combate (comandado pelo transmontano Abel Rodrigues) (*).  À primeira secção pertencia o infortunado Fur Mil Luciano Severo de Almeida, a quem a sorte foi madrasta: morreu de morte violenta, depois de regressar da Guiné.. E ainda à 1ª secção, também o meu amigo Carlos Alberto Alves Galvão, 1º Cabo, natural da Covilhã, o homem que cometeu a proeza de ser duas vezes ferido no decurso de uma mesma operação, a segunda vez quando ia de padiola, aos ombros de quatro camaradas, à altura do capim (**)...

Arlindo, meu querido camarada e amnigo: Fizemos operações juntos. Fomos camaradas, passámos a mesma fome e a mesma sede, corremos os mesmos riscos... Tu na altura tinhas um vantagem sobre mim: uma máquina fotográfica, que gostavas de levar em operações...

Onde quer que estejas daqui vai um abraço emocionado e um pedido: que me envies as legendas das imagens (recuperadas dos "slides")... Algumas poderei legendá-las, mas em relação a muitas falta-me informação sobre os lugares (em especial,  as tabancas em autodefesa onde estivemos juntos) e as datas...

Quero-te dizer ainda que, ontem, no 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em Óbidos (superiormente organizado pelo nosso Fernando Almeida, ex-Fur Mil Trms, da CCAÇ 12), o visionamento das tuas imagens foi acompanhado com emoção e interesse...

Hoje limito-me a fazer uma selecção de meia de imagens referentes às grandes futeboladas que se jogavam em Bambadinca e de que o Arlindo T(eixeira) Roda era um dos grandes paladinos... Espero que os nossos leitores (em especial   a malta da CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12 e outras unidades adidas deste tempo) me possam ajudar a identicar alguns dos craques da bola cujos nomes fiquem omissos...



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Da esquerda para a direita: (i) primeira fila: Gabriel Çonçalves (1º Cabo Cripto),  Moreira (Alf Mil Op Esp), Arlindo Roda (Fur Mil At Inf),  Arménio Fonseca (Sold At Inf) e um 5º elemento que não identifico: (ii) segunda fila:  Fernando Sousa (1º Cabo Enf), seguido de três elementos que não identifico (o 4º parece ser um condutor auto da CCAÇ 12),  o Branco (1º Cabo At Inf) e o Branquinho (Fur Mil At Inf).


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Da esquerda para a direita: (i) primeira fila: elemento que não identifico mas que é da CCAÇ 12, Moreira (Alf Mil Op Esp),  Carlão (Alf Mil At Inf),   Tibério Rocha (ex-Sold Cond Auto, que morreu em 2007), e Arlindo Roda (Fur Mil At Inf); (ii) segunda fila, de pé:  Gurada-redes (elemento não identificado), Fernando Sousa (1º Cabo Enf),   Arménio Fonseca (Sold At Inf), Eduardo Tavares (1º Cabo Escriturário), Branco (1º Cabo At Inf) e   e um 5º elemento que também..




Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Mais outra equipa maioritariamente copmposta por malta da CCAÇ: Da direita para a esquerda: (i) segunda  fila, de pé: Fur Mil Joaquim Fernandes,  1º Sargento Fragata, 2º Sargento Videira, mais dois elementos que não identifico, 1º Cabo Galvão e o 1º Cabo Alves; (ii) primeira fila:  1º Cabo Branco, Moreira (?), Levezinho, Arménio Fonseca,   Roda e mais elementos não identificados.




Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  O nosso Roda  a evoluir com a bola, no magnífico campo de futebol de Bambadinca, à direita da pista de aviação (magnífico, no tempo seco...) (vd. foto aérea de Bambadinca


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  Uma movimentada jogada, com expectadores,l ao fundo, sentados em cima de um abrigo



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  O campo de futebol no tempo seco


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  Possivelmente 2º semestre de 1969 (tempo das chuvas)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  O campo de futebol no tempo das chuvas, a partir de Maio / Junho...


Fotos: © Arlindo T. Roda (2010). Direitos reservados

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Notas de L.G.:



(**) 9 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXXXVIII: Violenta emboscada em L (Op Boga Destemida, CCAÇ 12, CART 2520 e Pel Caç Nat 63, em Gundagué Beafada, Fevereiro de 1970) (Luís Graça)

(...) "Em marcha lenta, devido ao transporte do ferido em maca, os 2 Dest seguiram o trilho de Darsalame Baio-Gundagué Beafada, através do capim alto.

"Próximo da antiga tabanca beafada, cerca das 13h, as NT sofreriam uma violenta emboscada montada em L e com grande poder de fogo, especialmente de lança-rockets. A secção que ia na vanguarda do Dest B ficou praticamente fora de combate, tendo sido gravemente feridos, entre outros, o respectivo comandante e a praça encarregada da segurança do prisioneiro Jomel Nanquitande que, aproveitando a confusão, conseguiu fugir, embora algemado e muito provavelmente ferido.

"Devido ao dispositivo da emboscada, quase todos os Gr Com foram atingidos pelo fogo de armas automáticas e lança-rockets (testa e meio da co¬luna) e mort 60 (retaguarda).

"Devido à reacção das NT, o IN retirou na direcção de Poindon e Ponta Varela, tendo ateado o fogo ao capim para evitar a sua perseguição. O incêndio lançaria sobre as NT um enxame de abelhas, obrigando-as a fugir para uma mata próxima onde se trataram os feridos.

"Em resultado da acção fulminante do IN, as NT sofreriam 1 morto e 7 feridos entre graves e ligeiros (urn dos quais viria a falecer mais tarde), sendo 2 da CCAÇ 12 (1º Cabo Galvão, do 3º Gr Comb, e Soldado Samba Camará, do 2º Gr Comb).

"Feito o reconhecimento, não foi encontrado o prisioneiro. Apesar do incêndio provocado pelo fogo pegado ao capim, ainda se conseguiu recuperar parte do material abandonado. Levados os feridos para Gundagué Beafada, donde foram heli-evacuados, as NT retiraram para o Xime, protegidas por heli-canhão e T-6, tendo chegado ao aquartelamento por volta das 17h" (...).

Guiné 63/74 - P6455: O Spínola que eu conheci (22): Conclusão da visita de inspecção ao BART 2917 (Benjamim Durães / Jorge Cabral / Luis Graça)



COMANDO-CHEFE DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ

VISITA DE INSPECÇÃO AO BART 2917


DESPACHO ASSUNTO: - VISITA DE INSPECÇÃO AO BART 2917 (*)


(...) 12. Visita a NHABIJÕES em 15DEZ70

O Comandante do Destacamento não é o oficial que tinha feito o estágio dos reordenamentos no CC, mas sim o Comandante de um Pelotão da CCAÇ 12 sedeada em BAMBADINCA.

- Não é de aceitar este critério de que resulta um deficiente aproveitamento dos oficiais e quebra dos laços orgânicos das unidades. O Comandante do Destacamento não se revelou com capacidade para levar a cabo trabalho de tanta responsabilidade.

- Há que acertar o regime de trabalho com a população e dinamizar os trabalhos de reordenamento.

- A escola civil não tinha material didáctico nomeadamente cadernos.

13. Visita a FINETE em 19DEZ70

- O Comandante de Pelotão e os Comandantes de Secção das milícias usavam distintivos do Exército o que está expressamente proibido.

- Foram encontradas três armas mal limpas pertencentes a: - IERO BALDÉ (Comandante de Secção), UMARO DJALÓ e MALI DJAU. Estas milícias devem ser punidos com perda de vencimentos respectivamente por 15 dias o Comandante de Secção e por 10 dias os restantes.

- A população pediu armas para serem distribuídas pelos homens válidos. Há que aproveitar esta reacção para organizar a tabanca em “Auto Defesa”.

- O Comandante do Pelotão de Milícias não está à altura das suas funções; Ou melhora a sua aptidão ou dever-se-á escolher outro.

- O esquema da defesa deverá ser revisto luz do novo conceito.

14. Visita a MISSIRÁ em 19DEZ70 (**)

- O heliporto está muito atrasado, não tendo sido cumprido o determinado pelo CC, que estabeleceu a data do Natal para inauguração de todos os heliportos da Província.

- O esquema de defesa apresenta-se manifestamente deficiente; Abrigos muito mal construídos e falta de trincheiras.

- Ao sinal de alarme o pessoal concentrou-se nos abrigos em precaríssimas condições para tirar rendimento do armamento, com a agravante de entre os abrigos se situarem áreas não vigiadas nem batidas pelo fogo.

- Foi notada a carência de reabastecimentos devido ao “sintex” (único meio de reabastecimento) se encontrar avariado. Trata-se de um problema que compete resolver aos Comandos imediatamente superiores.

- A impressão geral da Inspecção a este Destacamento foi má.

15. CONCLUSÃO

A impressão geral da Inspecção ao Batalhão de Artilharia Nº 2917 foi francamente desfavorável. O Comando do BART não se encontra devidamente integrado no cumprimento da sua missão, pelo que terá de reajustar conceitos e rever modalidade de acção à luz de um novo espírito.

No campo propriamente da execução, o Batalhão não tem exercido acção de controlo e de inspecção sobre as suas Companhias, porquanto todas as anomalias constatadas pelo Comandante-Chefe já deviam ter sido remediadas pelo Comandante do Batalhão. Salvaguarda-se a acção diligente do Comandante do XITOLE e o do Comandante do Destacamento do ENXALÉ.

O Sr. Comandante-Adjunto Operacional deverá advertir o Comandante do Batalhão e orientá-lo no sentido de serem corrigidas urgentemente as anomalias verificadas.

15. DESPACHO:

- Dê-se conhecimento deste Despacho aos CMDTS de CAOP, BAT e COP. Bissau, 07 de Janeiro de 1971 O COMANDANTE-CHEFE

aa) ANTÓNIO SEBASTIÃO RIBEIRO SPINOLA


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Notas de L.G.:

(*) Conclusão da publicação do Despacho do Com-Chefe, de 7 de Janeiro de 1971, na sequência da visita de inspecção ao BART 2917. Versão transcrita por Benjamim Durães, ex-Fur Mil, Pel Rec Info, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).

Vd. último poste da série > 15 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6396: O Spínola que eu conheci (21): Fiquei com óptima impressão do subalterno Comandante do Destacamento do Enxalé (Benjamim Durães / Jorge Cabral / Luís Graça)

(**) O Pel Caç Nat 63 era, desde 19 de Outubro de 1970 a unidade que guarnecia o destacamento de Missirá, sendo comandado pelo Alf Mil Art Jorge Cabral. Em Missirá havia ainda o Pel Mil 201. E em Finete o Pel Mil 202.