Guiné > Mapa da província 1961 > Escala 1/ 500 mil > A distância entre a BA 12 (Bissalanca) e a fronteira, em Buruntuma, no nordeste, podia ser medida pelos pilotos da FAP nestes termos: 90 minutos para a avioneta DO-27; 25 minutos para o Fiat G-91...
Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017)
1. Mensagem do António Martins de Matos (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74), com data de 3 do corrente
Assunto - Historiadores precisam-se|
Caros amigos:
Devagar, devagarinho, estamos a perder o fulgor de outros tempos.
Nada mais sobre a Guiné para relembrar ou discutir? Ficámos cansados? A partir de agora só almoçaradas e correlativos? Só conversas sobre Futebol? O Trump e o Brexit? O Marcelo, o Costa e o Centeno?
O Spínola, Nino, Amílcar, Bettencourt, Sekou Touré, Costa Gomes, tudo gente fina, já passaram à história?
E nós, os da ralé, do chão e do ar, que andámos a suar por aquelas terrinhas, já esgotámos o saco?
Acho que sim…
A verdade é que já falámos de tudo ou quase tudo, ainda que, por vezes, de coração na boca e palavreado arrebatado, o que deu um péssimo material para os vindouros, os que vão ter de acabar por escrever a “estória”.
Acho que precisamos de algo novo.
O Público começou a publicar às quartas-feiras, e durante 14 semanas, os 42 episódios da série do Joaquim Furtado, "A Guerra", cada DVD com 3 episódios, acompanhados de um texto do Aniceto Simões e Matos Gomes e prefaciados por diversos historiadores.
Pela minha parte os postes, aqui no blogue, de inquéritos, da 1.ª Guerra, comemorações de aniversários, efemérides e correlativos…, não me interessam.
Relembrando o que nos uniu, talvez pudéssemos passar a uma nova fase, organizar umas “mesas redondas”, “quadradas”, “tertúlias” ou algo parecido, com algum pessoal a participar, moderador, um secretário e um “historiador de serviço”, discussão construtiva sobre um determinado tema, com conclusões fundamentadas e aceites pela maioria. Depois era só enviar o papel a quem de direito.
Há um grande número de assuntos com interesse a que correspondem um número infindável de postes e que poderiam dar lugar a um texto devidamente “certificado”…
Que acham?
Entretanto e para (re)animar a malta juntei alguns assuntos que já foram discutidos e discutidos mas que nunca obtiveram um consenso alargado.
Deixo-vos com 10 temas, ideias que tenho defendido e que, se o entenderem, poderemos abordar durante o nosso almoço anual, talvez ao lanche [, dia 29 de abril de 2017, em Monte Real], entre um croquete e uma imperial.
Abraços
AMM
António:
Razão tinha/tem o "marafado" do António Aleixo:
P'ra a mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
A tua reflexão merece um debate profundo... E estamos-te gratos por vires tentar agitar as águas paradas da lagoa da Tabanca Grande... Os "blogueiros" andam meio anestesiados, adormecidos, desmemoriados... Será a síndrome do Alzheimer coletivo ou geracional?... Outros há que são agora mais "facebook...eiros"... Se calhar, a culpa também é nossa, mas nestas coisas,,, "o povo é quem mais orden(h)a"!... Mas, temos de reconhecer, 13 anos a blogar é "manga de tempo", é o tempo que durou a guerra da Guiné, a contar de 1961 a 1974...
Mas, para já, vamos publicar o teu texto em dois ou três postes, numa nova série que tu vais abrir, e que tem algo de provocatório, no sentido etimológico do termo (provocatório, provocante, de
provocar: do latim provoco, -are, chamar para fora, mandar sair, mandar vir, estimular, exortar, desafiar, apelar, incitar):
Eis o título da série, que tu vais inaugurar:
Boatos e mentiras que correm o risco de entrar para a história (1): De 1 a 10 - Parte I: 1. O território guineense do tamanho do Alentejo; 2. O Strela, a arma que revolucionou a guerra: 3. A FAP perdeu a supremacia aérea (António Martins de Matos, ten gen pilav ref)
Cada poste pode ser precedido pela genial quadra do António Aleixo... Já aqui "desmontámos" alguns mitos: por exemplo, o local da proclamação da independência da Guiné-Bissau, que nunca foi em MADINA DO BOÉ, contrariamente à propaganda do PAIGC!... E corrigimos erros toponímicos da nossa historiografia militar (v.g., Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes, que puseram o I congresso do PAIGC, em Cassamá, em 1964, a realizar-se em plena ilha do Como e em plena Op Tridente!)...
por António Martins de Matos