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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23361: Efemérides (371): 17 de junho de 2022, Dia da Consciência, em memória de Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Eslovénia)


Aristides de Sousa Mendes, 1940.
Cortesia de Fundação Aristides de Sousa Mendes.


A. 17 de junho de 2022: Lisboa: D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa,  presidiu à celebração do Dia da Consciência


Conforme lembrete que nos mandou ontem o João Crisóstomo (o maior lobista, luso-americano, da Tabanca Grande...), e com base em notícia de 7 do corrente do portal da Agência Ecclesia, estava provisto que o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, presidisse, hoje,  dia 17,  às 10h30, no Convento de São Domingos de Benfica, à celebração do Dia da Consciência, lembrando a figura de Aristides Sousa Mendes.

Esta comemoração resultou da “conjugação de esforços” do Convento de São Domingos de Benfica; familiares e Fundação Aristides Sousa Mendes; Escola Delfim Santos /Agrupamento das Laranjeiras e ALÉM – Associação Literatura, Literacia e Mediação.

Estava também previsto que a celebração da Eucaristia tivesse acompanhamento musical por Susana Moody (contralto),Tiago Sepúlveda (tenor), Alexey Shakitko (pianista/organista) e Diana Matos (alaudista).

 Fonte: Ecclesia

Recorde-s que o  Dia da Consciência é celebrado, anualmente, a 17 de junho, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes por ter seguido «a voz da consciência e ter salvo a vida de milhares de judeus e outros perseguidos».

Este dia comemora o respeito pela liberdade de consciência. As ações de Aristides Sousa Mendes foram motivadas pelos seus valores cristãos e humanistas.

Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato, a 19 de julho de 1885 e desempenhava funções de cônsul em Bordéus, França, durante o início da II Guerra Mundial.

Fonte: Eurocid


B. DIA DA CONSCIÊNCIA, apêndice ao livro LAMETA, de João Crisóstomo

Já aqui reproduzimos em tempos largos excertos do livro do nosso querido amaigo e  camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp.

Como escrevemos, é um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", dos timorenses, dos portugueses e os demais lusófonos, incluindo os filhos e os netos do autor, que vivem na Améria. 

Mais recentemente, o autor acrescentou ao livro um apêndice que poderá sair em papel, no caso de ele decidir fazer uma segunda edição, o que nos parece pouco provável... A edição do LAMETA, em papel, só possível após muitas insistências (e se calhar algumas "pragas"...) dos amigos.

Reproduz-se aqui o texto, em formato digital,  que o João Crisóstomo nos acaba de mandar da Eslovénia, terra da sua esposa Vilma, na véspera do Dia da Consciência:

(...) "Conforme devidamente mencionado no livro, a par deste envolvimento com Timor Leste e de alguma maneira relacionados com este, a LAMETA desenvolveu outras ações. Entre estas conta-se o reconhecimento mundial da figura e ação de Aristides de Sousa Mendes.

Em 2003/4, no contexto desse reconhecimento, LAMETA fundou um movimento para que o dia 17 de Junho fosse considerado e celebrado a nível mundial, como o “Dia da Consciência" de acordo com o espírito de Aristides que seguindo os ditames da sua consciência nesse dia em 1940 tomou a decisão de salvar todos os que fugiam dos Nazis.

Entre muitos outros eventos levados a cabo nesse sentido, permito-me destacar: Um primeiro evento em Nova Iorque no dia 17 de Junho de 2003 que constou de uma exposição, e uma exibição (com palestra pelo Rabbi David Baron, co-produtor do filme “Diplomats for the Damned “).

E logo no ano seguinte o Dia 17 de Junho de 2004 e o “Acto de Consciência” de Aristides de
Sousa Mendes foram celebrados com cerca de oitenta acontecimentos por todo o mundo, com
destaque para 34 Missas, celebradas com a maior solenidade em 21 países.

Em Junho de 2010 houve uma concelebração em Roma pelos Cardeais Walter Kasper,
Renato Martino, Cláudio Hummes e William Levada. Este acontecimento não foi despercebido
pela media e a Agência de notícias Zenit deu-lhe devida cobertura: “Tribute paid to those who
followed conscience”, (Rome June 18, 2010 (Zenit.org).

Semelhantes eventos ocorreram em outros países e no Parlamento do Canadá foi introduzida uma moção por Mário Silva M. P. “encouraging all parliamentarians to recognize this devotion to conscience by supporting my motion to designate June 17 each year a day of conscience, consistent with the international efforts of João Crisóstomo”.

O "Dia da Consciência ” continuou a ser celebrado desde então simultaneamente em muitos
países todos os anos no dia 17 de Junho.

Vaticano:

Foi em 2010 que enviei uma primeira carta a Sua Santidade, pedindo a bênção e participação do Vaticano para este projecto. Esta não teve então qualquer resposta. Sabia que seria um projecto difícil, tanto mais que havia vozes discordantes. Mas perseverante e sempre esperançado, continuei e repeti o pedido em vários anos seguintes.

Em 2017 ofereceu-se-me uma possibilidade que não deixei de aproveitar. A propósito da Escola de S. Francisco de Assis em Timor Leste (ideia original deRuci Chamusco e do casal luso-timorense Glória e Gaspar Sobral), fui recebido no Vaticano e no decurso de uma longa audiência com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, tive ocasião de lhe falar sobre Aristides de Sousa Mendes e no projecto do “Dia da Consciência”, e pedi-lhe a sua colaboração.

Vaticano, Agosto de 2017: A Escola S. Francisco de Assis e o “Dia da Consciência” foram os
assuntos do encontro entre o Sr. Cardeal Pietro Parolin e João Crisóstomo.

No ano seguinte numa das cartas dele recebidas, atrás reproduzida, depois de falar de Timor Leste e da Escola de S. Francisco de Assis, o Sr. Cardeal Pietro Parolin mencionava não ter esquecido o meu pedido sobre Aristides de Sousa Mendes. E a partir daí, aproveitando todas as razões e oportunidades que se me ofereciam eu ia lembrando Sua Eminência da relevância deste projecto. Sua Eminência respondia-me que o assunto “estava a ser estudado”.

 A 11 de Setembro de 2019 o seu assistente Mons. Robert Murphy, ao mesmo tempo que me dava a conhecer a sua transferência para novo posto, enviou- me uma mensagem de Sua Eminência para me assegurar que o assunto das minhas cartas não estava esquecido (sic):

"Cardinal Parolin has asked me to reply on his behalf to your letters, sent over the course of the last months, to assure you that your proposal regarding the “Day of Conscience” is currently under study. "

E, já perto do dia 17 de Junho, a 22 de Março de 2020, eu recebia um outro Email de Sua
Eminência:

"Sorry for not giving any reply to your numerous letters, the last of which you sent at the
beginning of last February, about the Day of Conscience project".... e depois "I hope to be able to send you a definite answer without further delays. I apologise for this inconvenience and I rely on your understanding. May God bless you. Have a good Sunday! Pietro Parolin"


E de facto, a 17 de Junho de 2020, na Audiência Geral de 17 de Junho de 2020 o Papa Francisco lembrou este dia (*)

"Today is the Day of Conscience, inspired by the witness of the Portuguese diplomat Aristides Sousa Mendes, who around 80 years ago decided to follow his conscience and saved the lives of thousands of Jews and other persecuted people. May freedom of conscience be respected and always and everywhere and may every Christian give the example of the consistency of an upright conscience enlightened by the Word of God”.

Esta alusão do Papa Francisco neste dia da Consciência em 2020 foi para mim como que o
"reconhecimento oficial” de Aristides de Sousa Mendes e do Dia da Consciência por parte do
Vaticano.

Achei apropriado e aproveitei a data do “Dia do Pai”, alguns dias depois, para manifestar a Sua Santidade Papa Francisco e a Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin o meu reconhecimento:

To His Holiness Pope Francis, New York, June 21 2020
Dear Father
Today is Fathers Day in USA. And I thought this the best way and best day to let Your Holiness know of my heartfelt gratitude for the “present “You gave the world by mentioning June 17 as the “Day of Conscience”.

Your Holiness: You are the father of all of us; and by doing so Your Holiness has given us a much welcome “father's present”. Thank you indeed."!

(...) (...) Yours in Christ,
João Crisóstomo


E igualmente a Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin:

His Eminence Cardinal Pietro Parolin, New York, June 21 2020
Secretary of State of His Holiness

Dear Father, my dearest friend,

Today is Father’s Day in USA. And I thought this the best way and best day to let Your Eminence know of my heartfelt gratitude. You were kind in your heart: I know that it was your interest and help that “made the difference” in this “Day of Conscience project”.

I have sent a “Thank you” letter to His Holiness. (...) I thank Our Lord for putting you in the right place and I thank you for your very much appreciated help. (...)

I know you this letter will go to you first.(...)

Yours in Christ,
João Crisóstomo


O júbilo (bem justificado) por este final reconhecimento por parte do Vaticano foi geral, não só em Portugal como por esse mundo fora, como tive ocasião de verificar. Mesmo por parte de
alguns que antes não partilhavam comigo nesta ideia de lembrar o “Dia de Consciência” a 17 de Junho e que agora “reconsideraram" a sua opinião escrevendo: "Wow this is great news! (...) Congrats to João on this achievement!" ( assinatura reconhecida )

O nosso próprio Presidente da República Prof Marcelo Rebelo de Sousa, a quem logo no mesmo dia 17 de Junho dei conhecimento deste importante reconhecimento por parte do Vaticano, enviou uma carta de agradecimento a Sua Santidade o Papa Francisco. 
_________

Este “apêndice”, de nove páginas  (que inclui uma primeira parte sobre a Escola São Fransisco Assis, nas montanhas de Lorosae), o livro LAMETA foi escrito em 20 de Maio de 2022, dia do 20º aniversário da independência de Timor Leste. (**)

João Crisóstomo
__________

Notas do editor

(*) Vd. poste de 19 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21089: Efemérides (328): O Papa Francisco recordou o "Dia da Consciência", celebrado nesta quarta-feira, dia 17,"inspirado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes, que, oitenta anos atrás, decidiu seguir a voz da consciência e salvou a vida de milhares de judeus e outros perseguidos", lê-se no "Vatican News" (João Crisóstomo, Nova Iorque)

(**) Último poste da série > 6 de junho de  2022 > Guiné 61/74 - P23330: Efemérides (370): 10 de Junho de 2022 - Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar - XXIX Encontro Nacional, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lisboa

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19814: (De)Caras (130): João Crisóstomo, o luso-americano que vem de propósito de Nova Iorque para estar com os seus antigos camaradas de armas, em Monte Real, no dia 25, sábado... Entretanto, tarda o reconhecimento, público, do seu país de origem, pela seu ativismo cívico e social na diáspora lusitana...

João Crisóstomo, Porto das Barcas, Lourinhã, 2017.
Foto: Luís Graça
1. Está de visita a Portugal, mais uma vez, por uns breves dias, o nosso camarada e amigo, o luso-americano João Crisóstomo, acompanhado da esposa, a eslovena Vilma. 

Participou, sábado passado, na Ericeira, no convívio do pessoal que passou pelo Enxalé, em 1965/67, na qualidade de ex-alf mil inf da CCAÇ 1439, e vai estar connosco em Monte Real, pela primeira vez, por ocasião do XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande,  sábado, dia 25 de maio de 2019.

Todas as vezes que ele cá vem, à sua terra de origem, há sempre alguém, do círculo das nossas relações sociais, que me pergunta, com admiração e incredulidade:

"Mas este país, à beira mar plantado,  terra de santos, heróis e comendadores, ainda não reconheceu, publicamente, a ação cívica e o ativismo social deste homem, um dos seus ilustres filhos,  lídimo representante da diáspora lusitana nos EUA e da lusofonia,  que se bateu galhardamente, por exemplo, com outros luso-americanos e outros portugueses, por causas nobres e patrióticas, como  a salvaguarda da arte rupreste de Foz Coa, a autodetermiação de Timor Leste, a reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes ou a libertação do refém luso-americano Marc Gonsalves,detido na Colômbia pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)?!"... 

É uma pergunta legítima. Para quem não o conhece, na Tabanca Grande, aqui fica uma pequena nota biográfica.

2. João Crisóstomo - Nota biográfica (**)

Natural de Torres Vedras, João Crisóstomo acabou por se tornar cidadão do mundo anos antes de se fixar na metrópole que reinvindica ser a sua capital, a cidade de Nova Iorque.
Depois de passar pela África nos anos 1960 e ganhar uma cruz de guerra de 4ª classe na Guiné-Bissau [, como alf mil inf, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67[, trabalhou e estudou em Londres (1968-1969), em Paris (1970), em Ludwigsburg (Estugarda) (1971,  antes de frequentar cadeiras de gestão hoteleira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e de trabalhar no Leme Palace Hotel dessa cidade.

Chegou aos Estados Unidos em 1975, exercendo a sua profissão, primeiro, como mordomo de Jacqueline Kennedy Onassis (1975-1979), e, depois, como gerente proprietário do restaurante nova-iorquino Cuisine du Coeur (1979-1982) e, novamente (1982-2015), como despenseiro de diversas famílias da alta sociedade nova-iorquina.

Foi nos salões da alta sociedade onde conquistou a amizade das pessoas que servia e o privilégio de manter a sua amizade e a sua abertura a muitas causas a que já dedicava energia ou a que se iria entregar: 


(i) a defesa das gravuras de Foz Coa com o “Save the Coa Site Movement  ” (1995); 

(ii) a divulgação da acção humanitária, durante a II Guerra Mundial, dos diplomatas portugueses Aristides Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e Carlos de Liz Teixeira Branquinho e dos diplomatas brasileiros Sousa Dantas e Rosa Guimarães (1996 e seguintes); 

(iii) o lançamento de iniciativas em defesa da independência de Timor-Leste através da LAMETA (1996- 2002); 

(iv) diligências públicas em 2008 para a libertação do refém luso-americano Marc Gonsalves, então detido na Colômbia pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), desde 2003; 

(v) um movimento comunitário para garantir a continuidade em Nova Iorque do Consulado de Portugal (2007),ameaçado de extinção;

(vi) e outras iniciativas de menor impacto público.

No percurso, recolheu algum reconhecimento pelas suas acções: 

(a) International Rock Art Congress Award (USA), 1998; 

(b) Angelo Roncalli Medal, IRWF, 2001;

(c)  Outstanding Service to Society Award, Edison State College, 2001; 

(d) Visas for Life Award, 2002;

(e)  Aristides Sousa Mendes Medal da International Raoul Wallenberg Foundation (IRWF), 2004; 

(f) Luis Martins de Sousa Dantas Medal, IRWF, 2005; 

(g) Recognition Certificate, Government of Canada, 2005;

(h) etc., etc.


Afirma, contudo, que nenhum reconhecimento o marcou tão profundamente como o recebido telefonicamente de Xanana Gusmão na noite de 23 para 24 de Setembro de 1999 - o mês em que o líder timorense saiu da prisão indonésia - a propósito da longa e algumas vezes renhida luta da LAMETA pela independência de Timor-Leste: “Nós estamos muito reconhecidos por tudo quanto fizeram”.(***)

O João Crisóstomo integra a nossa Tabanca Grande desde 26 de julho de 2010, sentando-se à sombra do nosso poilão sob o nº 432.


______________

Notas de leitura:

(*) Vd. poste de 13 de setembro de  2018 > Guiné 61/74 - P19010: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte IV: O papel da Organização das Nações Unidas... Homenagem a Kofi Annan (1938-2018)




quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19010: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte IV: O papel da Organização das Nações Unidas... Homenagem a Kofi Annan (1938-2018)


(...) Na recepção oferecida por Kofi Annan ao presidente francês Jacques Chirac, ambos na foto posando com o pessoal de serviço. João Crisóstomo, à esquerda [de lacinho...], foi o “Maître D”. Eram ocasiões como esta que o presidente da LAMETA não perdia para o seu “lobby” (...) (p. 59)



Capa do livro
1. Mensagem de João Crisóstomo, com data de 18 de agosto último:

Subject: Koffi Annan

Caro Luís Graça,

Enviei-te um e mail  ainda não faz duas horas e afinal já aqui estou de novo: é que acabo de saber do falecimento de Kofi Annan. Como sabes, ele teve um papel importante no caso de Timor Leste e as comunidades portuguesas nos USA não foram alheias a tudo isso:   várias petições (com  muitas centenas de assinaturas  qualquer delas); manifestações em frente às Nações Unidas; contactos pessoais… um envolvimento que não passou despercebido à própria CNN que um dia mandou uma equipa a minha casa para falar comigo. E no dia seguinte  Timor Leste foi durante todo  o dia   um dos tópicos nos noticiários da CNN; o  que viria a ser repetido mais tarde no "Canal Diplomático" das Nações Unidas.

Não tenho pretensões que o livro LAMETA mereça ou  receba mais realce do que já  lhe deste no nosso blogue. Mas, caso achares pertinente o papel da LAMETA, relacionado com Kofi Annan, está mencionada nas páginas 59 a 64, e inclui:

(i) uma das cartas que lhe escrevi;

(ii) uma foto em que aparecem (a sua residência, onde agora está  o nosso António Guterres)   Kofi Annan,   o Presidente da França e o MNE, etc.,  num almoço que eu aproveitei para fazer o meu lobby por Timor Leste;

(iii) uma carta dele em resposta  uma das nossa petições,  etc.

"Just in case"…
Abraço.

João e Vilma 


2. Extratos do livro de João Crisóstomo, "LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste", edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp. (*)

Vamos continuar a reproduzir, com a devida autorização do autor, partes do livro,  neste caso, partes respeitantes ao cap. 4. Nações Unidas (pp. 59-64), em homenagem, à memória de Kofi Annan (1938-2018), o diplomata ganês, recentemente falecido, que  foi o 7º Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (1997-2006).

É um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", este livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).

Nos postes anteriores, ficámos a saber como tudo começou, com o autor (, conhecido como o "mordomo de Queen"), com António Rodrigues, "outro mordomo" (natural da Batalha, distrito de Leiria),  com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996. 

O João Crisóstomo, nascido no concelho de Torres Vedras, é um luso-americano, radicado em Nova Iorque desde 1975. Tem formação superior em gestão hoteleira. Aprendeu a fazer "lobbying" social, com a sua ex-patroa, a senhora Jacqueline Kennedy Onassis, de quem foi mordomo.

 O João Crisóstomo conta, aqui neste capítulo, como um mordomo luso-americano pode "mexer os seus pauzinhos", em organizações poderosas como a ONU. Neste caso, "levar a carta a Garcia"... (LG)






 (...) O outro exemplo é prova de que, se é verdade que muitas vezes as nossas cartas não dão resultado algum e parece que estamos a perder tempo, outras vezes elas valem bem a pena e o esforço que fizemos não foi tempo perdido.

Este caso demonstra-o. Em meados de Maio de 1999 fui às Nações Unidas. Não me lembro a data certa nem a razão, mas lembro-me que foi um acontecimento em que Koffi Annan estava presente. Ao sair deparei com o Secretário-geral, num grande átrio não muito longe da entrada onde por vezes tomam lugar exposições e coisas assim. Estava no meio de um grupo de pessoas com quem falava animadamente. Pensei comigo: “Bom, já agora vou dizer-lhe olá; se conseguir, até lhe peço que não se esqueça de Timor, que bem precisa da sua ajuda”.

Não podia ser mal educado e não me atrevi a captar a sua atenção. De qualquer modo, esperei e, quando me apercebi que ele ia embora, surgi e perguntei-lhe se lhe podia enviar uma carta sobre Timor-Leste. Disse-me que sim, que a mandasse para o escritório, mas eu preferia enviar-lhe
para a residência e pedi autorização para o fazer. “All right” - concordou.






(...) Cerca de três semanas depois, recebi uma carta do Chefe do Departamento de Informação Pública que em nome do Secretário-geral dava conhecimento da minha carta e reafirmava a promessa de toda a sua dedicação e de usar todos os meios diplomáticos à sua disposição para encontrar uma solução para os problemas de Timor-Leste. (...)





(...) Fiquei satisfeito e não pensei mais nessa carta, que, na minha opinião, tinha valido a pena escrever pois tinha atingido os fins em vista. O Secretário-geral deve compreender, dizia eu para os meus botões, que a minha opinião é a de muitos outros, mesmo que estes não peguem numa carta para escrever. Era isso o importante, fazer sentir ao Secretário-geral o interesse e preocupação de muita gente. (...)

Um dia tocou o telefone e quando, do outro lado, ouvi referir o nome da CNN pensei que se tratava de mais uma brincadeira desse meu amigo [,  o jornalista Henrique Mano,] .a fazer-se passar por repórter da CNN. “Tem lá paciência, estou mesmo apertado e não dá para falar agora. Falamos mais tarde, pode ser?” disse-lhe no meio da pressa e desliguei o telefone.

No dia seguinte, o telefone volta a tocar. Do outro lado da linha estava uma voz de homem, que ouvi com desconfiança: “Daqui fala Richard Roth da CNN. Sei que ontem esteve muito
ocupado e não pôde falar com o meu colega. Pode-me dar uns minutos agora?”
Fiquei surpreendido e tive de confirmar a veracidade da chamada (...).   Mas era verdade. Tratava-se do correspondente da CNN nas Nações Unidas. Disse-me que estava a preparar um trabalho sobre o Secretário-geral e que tinha encontrado uma carta que eu tinha escrito meses atrás ao Secretário- gerale que gostava de falar comigo. Se eu estivesse de acordo disse-me que poderíamos falar nos
escritórios da CNN nas Nações Unidas ou, caso eu preferisse, para me sentir mais à vontade, que ele
 viria a minha casa com a sua equipa para falar comigo. (...)

A carta que despertou o interesse da CNN, no entanto, foi uma escrita à mão e endereçada a Koffi Annan… Marcamos um encontro em minha casa para dois ou três dias depois.
Procurei nos meus papéis… a ver onde tinha guardado essa carta, que encontrei; era a carta que eu havia enviado um ano antes ao Secretário-geral e já mencionada atrás. Eu, ainda hoje, apesar de computadores e tudo o mais, tenho a mania de guardar cópias de tudo em papel.
A parte em que apareço nesse trabalho da CNN é bem pequena, apesar de terem passado várias horas na minha casa a filmar e a falar. Mas a verdade é que realmente valeu a pena: o trabalho, saído na parte das notícias, foi repetido várias vezes nesse dia e viria a sair em datas posteriores. Mostrou-me em minha casa com painéis e fotos de Xanana e outros motivos relacionados com Timor-Leste por toda a parte e começa comigo a ler a carta que eu tinha enviado ao Secretário-geral da ONU. (...)


______________

Nota do editor:

Último poste da série > 4 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18810: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte III: Novos aliados para Timor: O cardeal e diplomata do Vaticano, Dom Renato Martino

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18810: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte III: Novos aliados para Timor: O cardeal e diplomata do Vaticano, Dom Renato Martino




Capa do livro
1. Extratos do livro de João Crisóstomo - LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp. (*)

Vamos continuar a reproduzir, com a devida autorização do autor, partes do livro, dando início ao capº 2 (Novos alaidos para Timor: D. Renato Martino, Elie Wiesel e outros. pp. 31-42) 

É um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", este  livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).

No poste anterior (*), ficámos a saber como tudo começou, com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996. O João Crisóstomo, nascido no concelho de Torres Vedras, é um luso-americano, radicado em Nova Iorque desde 1975. Tem formação superior em gestão hoteleira. Aprendeu a fazer "lobbying" social (**), com a sua ex-patroa, a senhora Jacqueline Kennedy Onassis, de quem foi mordomo.

Embora em atividade desde o início de 1996, a oficialização do LAMETA [Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste] demorou o seu tempo e só foi registada junto do Internal Revenue Service (IRS) em 23 de setembro de 1997. Para além de uma ofensiva nos meios de comunicação social, ainda em 1996 o LAMETA manteve contactos pró-Timor com o gabinete do congressista Patrick Kennedy, de Rhode Island, com o presidente Biil Clinton, a quem enviou petições com centenas de assinaturas em 6 e 22 de junho de 1996 e em 10 de junho de 1997.

O movimento chamou igualmente a atenção do National Geographic Magazine para um mapa que publicara com Timor-Leste integrado na Indonésia (p. 23). Em 2 de março de 1996 foi dirigida uma carta ao presidente Suharto, da Indonésia, ainda com o cabeçalho do "Save the Coa Site Movement". Alguns documentos (como os das pp. 23 e 24) não foram  reproduzidos para não sobrecarregar o poste (e o blogue).

O mesmo se passa com os excertos de hoje, que são apenas os das pp. 31, 32, 34 e parte da 35, e dizem respeito ao papel do cardeal Renato Raffaelle Martino, italiano nascido em Salerno em 1932, hoje presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e que de 1986 a 2002 desempenhou o cargo de Observador Permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. É, portanto, um diplomata do Vaticano, que se tornou um grande aliado e amigo da causa de Timor-Leste. O João Crisóstomo conta como foi (***).  (LG)









 Fotos e texto: © João Crisóstomo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné]

___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 2 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18037: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte II: Como tudo começou com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996

(**) Em português, lóbi

lóbi | s. m.
ló·bi
(inglês lobby)
substantivo masculino

1. Pressão, exercida geralmente por um grupo organizado, para atingir determinados objectivos ou para defender determinados interesses. = LOBISMO

2. Grupo que exerce essa pressão.

Palavras relacionadas:

lobby, lobista, lobístico.

"lóbi", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/l%C3%B3bi [consultado em 04-07-2018].

(***) Vd. postes anteriores >

10 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17340: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte I: a documenrtação original vai ser entregue dentro de dias em Dili... Uma cópia é entregue hoje, pessoalmente, ao Presidente da República Portuguesa

15 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17246: (De)Caras (71): João Crisóstomo acaba de publicar, em Nova Iorque, o livro "LAMETA: o desconhecido contributo das comunidades luso-americanas para a independência de Timor-Leste"...Vem a Portugal, para umas férias, no próximo dia 20, 5ª feira.

domingo, 20 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18655: E as nossas palmas vão para... (16): João Crisóstomo, nosso camarada da diáspora lusitana, por 3 razões: (i) foi homenageado pelos correios de Israel; (ii) continua solidário com Timor Leste; e (iii) convida-nos a todos para a sua festa do próximo dia 16 de setembro, em Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras


Foto: Cortesia de LusoAmericano, 19 de janeiro de 2018



Recorte do jornal LusoAlericano, 19 de laneiro de 2018



Timor Leste > Foto nº 1



Timor Leste > Foto nº 2


Timor Leste > Foto nº 3


Fotos (e legendas): © João Crisóstomo  (2018). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de nosso amigo e camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ativista de causas sociais, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67):


Data: 2 de maio de 2018 às 20:37
Assunto: Verão 2018...

Caro Luis Graça, e… todos os meus caríssimos amigos e suas respectivas queridas,

Este é longo, mas...

Quisera mas não dá para mencionar os nomes da tanta gente boa que fazem o favor de me conceder a sua amizade. Vou fazer o possível para ligar pelo telefone a tantos quantos puder, bem consciente porém de que agora com estes "facebook, "linkedins", e tantas redes ( que eu quase não uso porque são labirintos para mim) é muito difícil encontrá-los…enfim!


(i) Estão todos convidados, caros amigos e camaradas, para a festa dos Crispins & Crisóstomos, no próximo dia 16 de setembro, em Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras


Mas vamos primeiro ao mais importante: Eu e a minha querida [, Vilma,]   vamos passar umas semanas na Eslovénia e a seguir vamos a Portugal (, fins de Agosto até meados de Setembro) e como não vou poder ir visitar toda a gente individualmente como gostaria, estou a organizar maneira de nos encontrarmo.nos: é que estamos ainda celebrando o nosso quinto aniversário… e assim aproveito para convidar os meus amigos e familiares para uma tarde de amizade…

Portanto a todos vocês que me fazem o favor da vossa amizade que eu tanto aprecio: camaradas da Guiné, camaradas de tempos de seminário, e tantos outros que ao longo dos meus (já!) 74 anos de vida,  foram aparecendo para com a sua amizade fazerem de mim um felizardo… e evidentemente aos meus familiares Crispins e Crisóstomos… ponham na vossa agenda :

"Domingo Dia 16 de Setembro , na Associação para o Desenvolvimento das Paradas, Rua José Fereira, 5,  Paradas- A-dos-Cunhados, Torres Vedras (, junto à estrada de Santa Cruz para A-dos-Cunhados) a partir das 13.00 pm."

Será ocasião para desfrutar a nossa amizade,  revivendo tempos e experiências, bons uns e outros até menos bons, mas que foram talvez ocasião e início das relações de amizade que agora nos unem.


(ii) Emissão de selo, pelos correios de Israel, de homenagem aos meus esforços para o reforço do diálogo interreligioso

O Luís Graça pediu-me para dar notícias actualizadas e quis que lhe enviasse algo sobre um "reconhecimento" por parte da autoridade postal de Israel pelos meus esforços que foram considerados benéficos para o relacionamento entre o cristianismo e judaísmo. (*)

Francamente ninguém pode ficar mais surpreso do que eu fiquei; quando me falaram num selo pensei que era brincadeira. Mas depois ele "apareceu". Não quero estar a pretender fingida modéstia, mas acho que isto revela mais a generosidade de quem isto sugeriu do que o valor do recipiente. Mas está feito. E porque o Luís Graça assim me pediu, junto notícia que sobre o assunto saiu num jornal comunitário nestas paragens.

(iii) Notícias da minha recente estadia em Timor-Leste

Na mesma conversa telefónica,   o Luís Graça pediu-me para enviar também algo sobre a minha ida a Timor Leste… Mas isso,  meus caros,,  por mais que eu quisesse nunca poderia descrever cabalmente o que isso foi: na verdade foi uma experiência extraordinária que francamente sinto que apenas sou capaz de descrever quando o faço em conversa pessoal, um a um.

Tudo o resto é muito insuficiente,não chega. Mas a título de info, envio um "Comunicado" que, como Presidente da LAMETA,  enviei aos órgãos de informação especialmente sobre uma recente diligência efectuada com êxito naquele território e à qual este movimento pró-timorense esteve associado com êxito.

Juntamente também incluo 3 fotos e legendas sobre esse acontecimento e outros relacionados [Vd. ponto 2].

Desculpem o comprimento deste, que ser conciso é qualidade que infelizmente não possuo. Espero que a vossa paciência e compreensão compensem as minhas faltas.(**)

Um abraço com amizade,

Até 16 de setembro se Deus quiser!.

João

2. “Press Release” > Exposição na Universidade de Dili recorda apoio  das comunidades luso-americanas a Timor-Leste e inauguração de escola São Francisco de Assis em Boebau

LEGENDA DAS 3 FOTOS [Vd. acima]

Foto 1 > Uma das alas da exposição LAMETA na Escola Rui Cinatti em Dili. Esta exposição estará patente a partir de 5 de Maio na Universidade Nacional de Timor-Leste em Dili no âmbito das celebrações do 16º aniversário da independência nesta instituição de ensino superior.

Foto 2  > A população recebe o Embaixador de Portugal em Timor-Leste José Pedro Machado Vieira e outros convidados durante a cerimónia da inauguração da nova Escola S. Francisco de Assis, que a população de Boebau chama agora “sua”.

Foto 3 > Quando as pessoas sonham, a obra nasce. Alguns dos responsáveis pela ideia e pela obra da nova escola de Boebau: Rui Chamusco, João Crisóstomo e Gaspar Sobral.


O 16º aniversário da independência de Timor-Leste vai ser assinalado pela Universidade Nacional timorense com uma exposição sobre o papel das comunidades luso-americanas no apoio à independência daquele país.

Os 120 documentos, que ficarão expostos a partir de 5 de Maio na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL), reproduzem em formato alargado páginas do livro “LAMETA, MOVIMENTO LUSO-AMERICANO PARA A AUTODETERMINAÇÃO DE TIMOR-LESTE” publicado em 2017 e no qual o activista João Crisóstomo dá conta do que foi o esforço pro-Timor da organização LAMETA e de muitos líderes comunitários luso-americanos partir de 1996 e até à independência timorense em 20 de Maio de 2002.

Os documentos a expor na UNTL estiveram já patentes em Março na “Escola Portuguesa” Rui Cinatti, em Dili, e na chamada “Escola dos Jesuistas” Amigos de Jesus, onde atrairam a atenção da população docente e discente de Dili bem como um importante sector da população da capital.

Esta exposição mereceu a atenção dos meios académicos da Universidade timorense que também quis dar a conhecer os documentos no seu estabelecimento de ensino superior. Esta exposição terá como curadora a professora Dra. Sabina da Fonseca.

“Tive algum papel influente na organização das exposições nas escolas Rui Cinatti e na Escola dos Jesuitas, mas a notícia de que a Universidade Nacional de Timor-Leste ia repetir a exposição dos documentos na suas instalações já a recebi depois de ter chegado aos Estados Unidos” – disse João Crisóstomo que esteve em Março em Timor-Leste para participar na inauguração da nova Escola S. Francisco de Assis, que ajudou a construir na zona montanhosa de Boebau-Manati.

Escola está inaugurada

A inauguração da Escola S. Francisco de Assis teve lugar em 19 de Março de 2018 como resultado da confluência de boas vontades e do envolvimento directo de três pessoas determinadas que fizeram questão de se deslocar a Timor para a cerimónia da inauguração: o professor reformado Rui Chamusco do Sabugal; Gaspar Sobral, timorense natural de Boebau e também residente no Sabugal, e o activista luso-americano João Crisóstomo, residente em Queens, NY.

O activista luso-americano tinha estado em Timor-Leste em Maio de 2017, quando da celebração do 15º aniversário da independência. Durante a estadia teve oportunidade de visitar algumas das áreas mais afastadas da capital entre as quais a região montanhosa de Boebau-Manati. Foi nesta aldeia de Boebau que Crisóstomo, rodeado de dezenas de crianças dessa aldeia e de outras vizinhas sem acesso à educação por falta de escolas, resolveu associar- se a Rui Chamusco e Gaspar Sobral que, já com alguns tijolos e vigas na aldeia, esperavam melhor altura para concretizar o seu sonho de construir uma escola para a população local.

De regresso aos Estados Unidos, Crisóstomo tentou obter o apoio de diversas pessoas para lançar uma campanha a favor da construção desta e de muitas outras escolas nas regiões montanhosas de Timor-Leste. O projecto, contudo, chocou quase sempre com a resposta de que Timor-Leste era rico em petróleo e que dispunha dos meios financeiros para alargar a rede escolar.

“ Lembrei-me do caso de Portugal de há cinquenta anos , com abundantes reservas de ouro, enquanto o país carecia de escolas e infra-estruturas básicas… Com ou sem petróleo, a verdade é que o país tem ainda imensos fogos a apagar e as vidas de centenas ou milhares de crianças do interior não podem ser, entretanto, hipotecadas ao analfabetismo; e decidi por isso dar eu própio o primeiro passo em frente, juntando-me à generosidade do professor Chamusco. O chefe da aldeia deu o terreno e o professor Chamusco e eu colocamos no projecto algumas das nossas poupanças. A escola foi inaugurada em Março!” – disse João Crisóstomo, que fez questão de ir a Timor assistir à inauguração.

A inauguração contou com a presença do embaixador de Portugal José Pedro Machado Vieira, de Mons. Mario Godamo, da Nunciatura Apostólica e representando a Santa Sé, e de outras figuras da vida timorense, que se submeteram às agruras de uma longa viagem por estradas térreas do interior timorense. Também teve ampla participação popular já que o dia de festa fez com que todos os trilhos fossem dar a Boebau.

Com as dificuldades que a língua portuguesa ainda conta em Timor-Leste, há agora mais uma escola onde se ensina em português.

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 18 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18103: (De)Caras (102): O nosso João Crisóstomo em estampilha comemorativa da Fundação Internacional Raoul Wallenberg, emitida pelos correios postais do estado de Israel

(**) Último poste da série > 21 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18545: E as nossas palmas vão para... (15): Diamantino Varrasquinho, ex-fur mil, Pel Caç Nat 52 (Mato Cão, 1971/73), alentejano de Ervidel, Aljustrel, que, não sendo ainda nosso grã-tabanqueiro, volta a vir ao nosso Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, em 5 de maio de 2018, depois de se ter inscrito seis vezes em anos anteriores (2008, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016)

Vd. também postes de:


sábado, 2 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18037: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte II: Como tudo começou com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-ammericanos, em 1996


Da esquerda para a direita: o professor Berbedo de Magalhães, da Universidade do Porto, João Crisóstomo e Xanana Gusmão, num encontro em Lisboa [em 22 de dezembro de 2001] ( p.22)


Da esquerda para a direita: António Rodrigues, congressista Patrick  Kennedy, de RI [, Rhode Island,]  e João Crisóstomo, no Sport Clube Português de Newark.  O congressista mostrou senore muita abertuira aos propósotos da LAMETA. ( p.25)

Fotos e texto: © João Crisóstomo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné]


Extratos do livro de João Crisóstomo - LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp. (*)

Hoje vamos reproduzir, com a devida autorização do autor,  grande parte do capítulo 1 [Como tudo começou: criação da LAMETA e primeiros passos. pp. 17-29].

Um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", este livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).

Netsa parte II, vamos saber como tudo começou com o autor, com António Rodrigues, com  Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996.

Embora em atividade desde o início de 1996, a oficialização da LAMETA demorou o seu tempo e só foi registada junto do Internal Revenue Service (IRS) em 23 de setembro de 1997. Para além de uma ofensiva nos meios de comunicação social, ainda em 1996 a LAMETA manteve contactos pró-Timor com o gabinete do congressista Patrick Kennedy, de Rhode Island, com o presidente Biil Clinton, a quem enviou petições com centenas de assinaturas em 6 e 22 de junho de 1996 e em 10 de junho de 1997.

A anscente LAMETA chamou igualmente a atenção do National Geographic Magazine para um mapa que publicara com Timor-Leste integrado na Indonésia (p. 23). Em 2 de março de 1996 foi dirigida uma carta ao presidente Suharto, da Indonésia, ainda com o cabeçalho do "Save the Coa Site Movement" (p.23). Os documentos das pp. 23 e 24 não são aqui reproduzidos para não sobrecarregar o poste (e o blogue).










(pp. 23/24: cópias de documentos, que não reproduzimos aqui)

25





Em 12 de março de 1966 foi endereçada uma carta, manuscrita, da LAMETA ao presidente dos EUA, Bil Clinton.  Ainda leva o cabeçalho do "Save the Coa Site Movement" (p.26. do documento aqui não reproduzido). A resposta da Casa Branca veio em 21 de janeiro de 1997 (p. 27).




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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de maio de  2017 > Guiné 61/74 - P17340: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte I: a documenrtação original vai ser entregue dentro de dias em Dili... Uma cópia é entregue hoje, pessoalmente, ao Presidente da República Portuguesa

Vd. também  poste de 15 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17246: (De)Caras (71): João Crisóstomo acaba de publicar, em Nova Iorque, o livro "LAMETA: o desconhecido contributo das comunidades luso-americanas para a independência de Timor-Leste"...Vem a Portugal, para umas férias, no próximo dia 20, 5ª feira.