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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2208: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (10): Dina Andringa comenta algumas das nossas críticas

Lisboa > DocLisboa2007 > Culturgest > Grande Auditório > 19 de Outubro de 2007 > Estreia do filme de Diana Andringa e Flora Gomes As Duas Faces da Guerra. Na imagem, os nossos camaradas A. Marques Lopes, Xico Allen, Álvaro Basto e esposa. Na fila a seguir, os coronéis na reforma Vasco Lourenço e Carlos Matos Gomes. A foto foi tirada pelo Helder de Sousa. À hora do início da sessão a sala (650 lugares) ficou cheia.

Lisboa > DocLisboa2007 > Culturgest > Hall > 19 de Outubro de 2007 > Estreia do filme de Diana Andringa e Flora Gomes As Duas Faces da Guerra. Na imagem, da esquerda para a direita: a esposa do Virgínio Briote, o Virgínio, o Inácio Silva e a esposa. De costas, o Mário Fitas.

Fotos: © Xico Allen / A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.

1. Resposta da Diana Andringa a alguns dos comentários até agora produzidos por alguns de nós, os da Tabanca Grande:

(i) Escreve o Mário Fitas:

"Ainda sobre Guiledge, palavras do comandante Pedro Pires (3): Guerra é Guerra... Julgo que foi uma expressão pouco feliz de um homem com as suas responsabilidades."

Ora o comandante Pedro Pires - hoje Presidente da República de Cabo Verde - não diz isso. Sobre Guileje, diz que, se os portugueses ficassem no quartel, teriam de erguer bandeira branca. E que terem escolhido saír foi "a solução mais sábia".

"Guerra é guerra" é a frase de um guineense que vivia no quartel de Guilege, cuja irmã e avó foram mortas pelo PAIGC, respondendo à minha pergunta: "Estes homens foram os que dispararam sobre si, a sua irmã, a sua avó. E agora?" É aí que ele diz que "guerra é guerra", que os guineenses se dividiram em dois lados durante a guerra, mas agora a guerra acabou e são de novo uma família.

(ii) Escreve o Inácio Silva:

"Embora o filme não o refira, verificou-se, igualmente, o apoio dos nativos Guineenses às tropas portuguesas, muitos deles recebendo treino militar e integrando companhias de combate."

O filme refere. Na história atrás, contada por quem estava dentro do quartel, num filme de arquivo sobre a incorporação de nativos, nas declarações de Marques Lopes sobre as companhias africanas (e o seu pelotão de balantas), na referência à coragem (e à violência) dos comandos africanos, nas imagens...

Há, com certeza, muitas coisas que gostariam de ver no filme e não estão lá. Mas essa referência está lá.

Não está, é verdade, o que refere o Mário Fitas, " Um "D" que não foi tocado, a situação dos militares brancos e negros que serviram o Exército Português e cujos problemas se mantêm pior que há quarenta anos".

O documentário centra-se nos anos da guerra. Mas talvez que o lembrar dessa guerra - só no DocLisboa2007 passam 3 documentários que abordam a guerra colonial: além do nosso, o da Luísa Marinho sobre a história de José Bação Leal e um estrangeiro sobre os cubanos nas ex-colónias portuguesas e há a série Guerra, de Joaquim Furtado, na RTP - seja útil à resolução dos problemas dela derivados.

Saudações e obrigada a todos pelas críticas,

Diana Andringa

2. Resposta do Inácio Silva:

Cara Diana,
Caros Amigos e ex-camaradas:

As minhas desculpas por, no meu comentário, ter escrito: "Embora o filme não o refira, verificou-se, igualmente, o apoio dos nativos Guineenses às tropas portuguesas, muitos deles recebendo treino militar e integrando companhias de combate."

Na verdade, depois da Diana lembrar que: "O filme refere. Na história atrás, contada por quem estava dentro do quartel, num filme de arquivo sobre a incorporação de nativos, nas declarações de Marques Lopes sobre as companhias africanas (e o seu pelotão de balantas), na referência à coragem (e à violência) dos comandos africanos, nas imagens...", fico com uma ténue ideia de ter ouvido falar nisso...

Talvez pudesse colmatar a minha imprecisão com uma segunda passagem do filme, o que não aconteceu...

Aqui está uma prova de que só não erra quem não faz.

Os meus cumprimentos.

Inácio Silva
Guiné, Mansabá, CART 2732 (1970/72)

domingo, 21 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2198: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (5): Agradecimento de Diana Andringa

1. Mensagem de Diana Andringa, enviada esta madrugada:

Em primeiro lugar, quero agradecer a vossa comparência na estreia do documentário e todas as palavras simpáticas que nos (aos autores do filme) dirigiram.

Em segundo, pedir desculpa se não conversei com todos nem me despedi da maioria - mas, antes da projecção, além do nervoso, estava a tentar receber todos os convidados. E, depois, parei a conversar com alguns e demorei a chegar à saída.

Em terceiro lugar, lamento que o debate não se tenha efectuado ontem, logo a seguir ao filme. Mas os trabalhadores da Culturgest têm direito ao descanso... Para os que quiserem, hoje domingo, às 20, lá estarei, na Culturgest, para o debate.
Finalmente, aguardo as vossas críticas. Que, naturalmente, me interessam muito.

Obrigada outra vez,

Diana

2. Apelo do editor do blogue, L.G.:

Amigos e camaradas:

Agora agora gostava de conhecer a reacção, sincera, espontânea, dos nosssos tertulianos ao filme...

O filme ficou aquém (ou foi além) das vossas expectivas ? E quais eram essas expectativas ? Mexeu convosco, mexeu com as vossas emoções ? Foi (des)confortável ? Gostaram ? Mostrou, de facto, os dois lados da guerra ? Era politicamente (in)correcto ? Foi objectivo e equidistante ? Era mais pro-PAIGC, não foi isento ? Deu mais tempo de antena a uns do que a outros ? Os realizadores escolheram as pessoas certas, de um lado e de outro ? Ignoraram ou escamatearam coisas importantes e polémicas, de um lado e de outro ? Por exemplo, o Congresso do PAIGC em Cassaca,em 1964, ou a invasão de Conacri, pelas NT, em 22 de Novembro de 1970...

Enfim, foi importante ter sido realizado e mostrado este filme aos portugueses, aos guineenses e aos caboverdianos ? Ou foi dinheiro deitado ao lixo ?

Não se esqueçam que nós tínhamos vinte anos e já se passaram 40... E que em matéria de audiovisual há muito pouco para mostrar aos vindouros... Ou será que o exército ainda guarda a sete chaves documentos audiovisuais classificados ? Reparem que os realizadores do filme tiveram que ir buscar, aos franceses, um bocado de uma reportagem de guerra, para mostrar uma cena de uma emboscada do PAIGC com mortos e feridos para o nosso lado...

Fazendo minhas a pergunta e a resposta do meu camarada Humberto Reis:

Onde é que estavam os nossos fotocines, os nossos operadores de cinema militares ? Em centenas e centenas de quilómetros batidos, a pé (!), por nós e pelos nossos nharros da CCAÇ 12, nunca vimos um fotocine... Andavam na propaganda, sempre atrás do Spínola e da sua corte... A guerra, que se travava nas bolanhas e lalas, nas florestas-galeria, na savana arbustiva, nas picadas, no tarrafo, nos rios e braços de mar, nas tabancas, nos destacamentos, nos aquartelamentos do mato.... nada disso foi filmado. Restam as nossas fotos, os nossos testemunhos, o nosso sangue, suor e lágrimas...


Em suma, digam muito sinceramente o que sentiram e viram... Vamos publicar as vossas opiniões (dos que viram o filme)... Eu reservo a minha opinião para mais tarde, não quero inibir bem influenciar ninguém... Só quero que fundamentem as vossas opiniões: gostei ou não gostei do filme, por isto e por aquilo... Não é preciso ser crítico de cinema, para dar opinião sobre um filme... Nós estivemos lá, mesmo que cada nós só tenho visto um face da guerra... Por isso mesmo, juntar a nossa à parte...

Espero ir ao debate, hoje, às 20h, na Culturgest.

Luís Graça

PS - Atenção: É preciso não ignorar o seguinte: este filme foi feito com escassos recursos (humanos, técnicos, financeiros)... Não estamos na América, estamos em Portugal...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2183: Diana Andringa, co-realizadora do filme As Duas Faces da Guerra, cita hoje o nosso blogue na RTP África, às 14h

Lisboa > Março de 2007 > A Ponte 25 de Abril, sobre o Rio Tejo (Ponte Salazar, até ao 25 de Abril de 1974), reflectida sobre a fachada de vidro de um dos edifícios da Administração do Porto de Lisboa. Os mais velhos da geração da guerra colonial viram-na crescer (entre 1962 e 1966), à belíssima ponte, que foi uma das coqueluches da política de obras públicas do Estado Novo; a grande maioria passou debaixo dela, duas vezes, de barco, na viagem para Angola, Moçambique ou Guiné, e depois no regresso à Pátria... O nosso blogue tem a utópica veleidade ou a ambiciosa pretensão de tentar ajudar uma parte dessa geração a reconstituir o puzzle das suas memórias da guerra e da Guiné... (LG).

Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem da Diana Andringa, co-realizadora do filme As Duas Faces da Guerra, em resposta ao meu mail, em que lhe agradeci a oferta de 15 convites para a sessão de estreia, na Culturgest, edifício-sede da Caixa de Depósitos, Rua do Arco do Cego, no próximo dia 19 de Outubro, às 23 horas, no âmbito do 5º Festival Internacional de Cinema Documental (Lisboa, 18-28 de Outubro), mais conhecido por doclisboa2007 (2):

Terei muito gosto se o Mário Dias quiser ir. Ele respondeu-me muito gentilmente, mas não quis ser filmado. Percebo, mas tive pena.

O Flora não vai estar, está nos Estados Unidos.

Não sei como decorrem as sessões, se há uma introdução, ou uma conversa no fim, mas espero que possamos falar um pouco.

Quanto ao vosso blogue, não há que ser modesto: acho uma das coisas mais importantes feitas em Portugal, em termos de guerra colonial e de memória histórica. Aliás, numa entrevista que a RTP me fez sobre o filme (passa na RTP África, quarta, às 14), fiz-lhe referência.

Abraço,

Diana

___________

Notas de L.G.:

(1) Teor do meu mail:

É uma grande gentileza e simpatia da sua parte...Claro que aceito [os convites]... Já tenho uns sete ou oito interessados, apesar do dia e da hora não serem os mais convenientes. Tenho inclusive um camarada, o Paulo Santiago, que está a tentar organizar a vida dele para poder vir à estreia do v/ filme... Até lá arranja-se seguramente mais gente, embora os camaradas do Norte já tenha reclamado que também querem ver e discutir o filme (noutra ocasião, seguramente...).

Por mim, por nossa parte, temos feito a nossa divulgação do filme e do doclisboa2007... Se a Diana fizer uma pesquisa no Google, com a palavra chave "doclisboa2007", o nosso blogue aparece logo à cabeça... O que significa que tem alguma audiência (sem faltas modéstias, hoje vamos atingir or 400 mil visionamentos... o que não é nada mau).

Vou-lhe dar o meu telemóvel para o caso de querer combinar alguma coisa comigo: 93 281 08 72 (Luís Graça)... Ou mande-me uma mensagem para o meu telemóvel... Espero poder conhecê-la pessoalmente, antes do filme, e trocar algumas impressões consigo e com os meus camaradas de Guiné... Não sei se o Flora Gomes estará presente...

Também não sei se a Diana tem algum nome, dos membros da nossa tertúlia, a quem
queira enviar um convite em especial (Chegou a contactar o Mário Dias, por causa do episódio, belíssimo, que você queria tratar, o encontro dele com o Domingos Ramos no Xitole, na mata, enfim, a história dos dois amigos da mesma recruta e curso de instrução e que vão ficar em dois campos opostos, um no PAIGC - o guineense Domingos Ramos - e outro nos comandos que ajudou a fundar - o português Mário Dias que foi para a Guiné na adolescência e que sempre se considerou um guineense de coração (2)... Infelizmente, quando você me contactou, eu estava de férias, não lhe pude ser muito útil na tentativa de chegar até ao discretíssimo Mário Dias) ...

Vou reservar os seus 15 convites para os que, logo de início, mostraram interesse e disponibilidade em aparecer...e para os restantes que forem entretanto 'aparecendo', via mail... De qualquer modo, os bilhetes têm um preço acessível (conforme consta no blogue e no mail que acabei de mandar a toda a malta da tertúlia). Boa sorte para a estreia do vosso trabalho no doclisboa2007.

Até 6ª feira. Luís Graça

(2) Vd. posts de:

1 Fevereiro 2006 > Guiné 63/74 - CDXCI: Domingos Ramos, meu camarada e amigo (Mário Dias)

2 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCIII: Domingos Ramos e Mário Dias, a bandeira da amizade (Luís Graça / Mário Dias)

2 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCIV: O segredo do Mário Dias, ex-sargento comando