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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16751: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte IV: a porta fechada que o IN não conseguiu abrir para se infilrar nos regulados de Badora e Cossé

 







Fotos (e legendas): © Carlos Marques dos Santos (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






1. Quarta parte do trabalho sobre a "construção de Mansambo em imagens" (*), realizado pelo Carlos Marques dos Santos, nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, ex-furriel miliciano da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), subunidade adida ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). (*)



História da “feitoria” de Mansambo, com foral a partir de 21 de abril de 1968


A ideia de “fortificar” as imediações da pequena tabanca de Mansambo (sob a chefia do Leonardo – um velho homem grande) terá sido iniciada ainda antes do general Spínola ter chegado à Guiné como Governador e Comandante Chefe.

De “pingalim”, de monóculo, de luvas, bem fardado e com uma postura de “cavalaria”, como mandavam as regras, era assim que aparecia, de surpresa no mato em visitas de informação ou operações.

Em fevereiro de 1968,depois de várias acções de controlo na zona, faz-se a primeira exploração à zona para saber da viabilidade de construir um “aquartelamento altamente fortificado” que sustivesse a força do IN (a partir das matas do Poidon, Fiofioli e Burontoni) no célebre triângulo Xime-Xitole- Bambadinca.

Em 21 de abril de 1968, 1 Gr Comb, neste caso o 4.º da Cart 2339, inicia a ocupação de Mansambo e a construção de casernas abrigo e em sobreposição com 1 Gr Comb da Cart 1646.

Em julho todo o pessoal operacional estava aí instalado, ainda com a formação em Fá Mandinga. Só em novembro [de 1968] a Companhia se reuniu na totalidade.

O projecto era do BENG 447, a mão de obra era o nosso pessoal, que, no terreno, construía um aquartelamento, com base nos materiais de construção que quase diariamente lhe eram enviados em enormes colunas de reabastecimento.

Cada abrigo-caserna tinha capacidade para 2 secções. Quinze dias depois de iniciada a obra o cmdt da Cart deslocou-se para Mansambo para supervisionar os trabalhos.

O Gr Comb da 1646 regressou ao Xitole e a partir daí a segurança era realizada pelo pessoal da Companhia que ainda estava sedeado em Fá Mandinga. Cada Gr Comb ficou encarregado da construção de dois abrigos. A disposição dos abrigos (8) era em quadrado. Em simultâneo procedia-se à desmatação e capinagem das imediações.

Entretanto a Secretaria mudou-se para Bambadinca e só em Novembro se estabelece em Mansambo, com a adaptação de um abrigo, e procede-se à construção de uma enfermaria, um depósito de géneros, uma cozinha e um poço que abasteceria os balneários e em geral o aquartelamento.

A iluminação exterior e interior, a gerador, foi inaugurada a 4 de agosto de 1968. Grande “ronco”: balas tracejantes, morteirada, etc., etc., etc.. Mais vistoso que fogo de artifício. Até aí eram as garrafas de cerveja (bazookas) com mechas que serviam de iluminação.

Os abrigos, construídos em blocos de cimento, executados no local, tinham porta e umas “seteiras”, eram recobertos na sua fachada com terra, cerca de 1,5 m, bidões de gasóleo, inteiros ou abertos em chapas planas. Os telhados, eram executados, com terra, bocados de baga-baga, cibes, chapas de bidões e mais cibes. Uma verdadeira fortaleza (???).

Já houve quem questionasse o limite da sua segurança. Nós fomos atacados muitas vezes e, ou por falta de pontaria do IN ou qualidade da instalação, não tivemos, nesse aspecto,  razão de queixa.

Foi montado, interabrigos, um sistema de som que, através da Rádio Mansambo – e aqui a palavra de ordem era: Aqui rádio Mansambo – passava música e notícias e ainda um sistema de telefones internos.

Foi inaugurado oficialmente em 21 de janeiro de 1969, com a presença de entidades oficiais (diga-se, militares e religiosas) e festa rija, que incluiu “variedades” a cargo de elementos da Cart 2339 e um conjunto musical de Bambadinca – Os Zorbas (?) [o conjunto chamava-se Os Bambas D'Incas... (LG)]

É de notar que, apesar desta azáfama, continuámos em intervenção operacional como Companhia Independente em quadrícula no Sector L1. Mansambo foi, é, e continuará a ser, a porta fechada que o IN não conseguirá abrir para infiltração nos regulados de Badora  e Cossé , pode ler-se em remate da história oficial da Companhia.


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo (CART 2339, 1968/69) > 1969 > Atuação do conjunto musical, da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), "Os Bambas D' Incas": > A malta em cima de um abrigo > Da esquerda para a direita, José Maria Sousa (viola solo), de pé; Tony (vocalista), sentado; Otacílio (viola baixo), de pé; Neves (bateria), sentado; e Peixoto (viola ritmo), de pé. (**)

Foto (e legenda): © José Maria Sousa Ferreira (2015). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

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Notas do editor:


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14613: Memória dos lugares (293): Bissau, Bambadinca e Farim, em 2011 (José Maria Sousa Ferreira, ex-viola solo do conjunto musical "Os Bambas d'Incas", Bambadinca, 1968/70)


Guiné-Bissau > Bissau > 2011 > Antigo Palácio do Governador, ainda em ruínas... À varanda, no 1º piso, o José Sousa...


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 > Subindo a rampa que levava ao nosso antigo aquartelamento (hoje ocupado pelo exército guineense) ... Ao fundo, vê-se a antena das transmissões... Com o assoreamento do Rio Geba Estreito, desaparteceu o porto fluvial de Bambadinca, a cidade desenvolveu-se para o lado oeste e sudeste (ao longo da estrada para o Saltinho )... Terá hoje cerca de 8 mil habitantes... (Vd. aqui Google Earh)... Poucas estrtuturas restam do jnosso tempo: o edifício em U, que era o coamndo de batalhão, e as instalações de oficiais e sargentos; a capela; o campio de futebol... E, felizmente, a grande bolanha de Bambadinca... Vd. aqui foto aérea do aquartelamento de Bambadinca (1970).


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 > Antigo aquartelamento das NT > Junto ao que resta do refeitório das praças >  O José Sousa é o primeiro, à esquerda, de óculos escuros...


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 > Antigo aquartelamento das NT > Junto ao que resta do refeitório das praças > Foto de grupo...


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 > Antigo aquartelamento das NT   >  Confraternização com militares guineenses... O José de Sousa aparece ao centro, de óculos


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 > Antigo aquartelamento das NT   > O José Sousa oferecendo um relógio a "chefe militar"...


Guiné-Bissau > Bambadinca > 2011 >   O José de Sousa ao centro, um português, antigo combatente,. que o acompamhou nesta visita, e mais dois militares guineenses...



Guiné-Bissau > Far4im > 2011 > O José de Sousa ao centro, pondo o braço o ombro de um antigo combatente do PAIGC... Ao fundo, restos (?) da antiga piscina de Farim.. No lado direito, o antigo militar guineense que esteve ao serviço das NT. (Vd. aqui Farim de hioje, no mapa do Google)


Guiné-Bissau > Farim > Rio Cacheu >  2011 >  O José Sousa...



Guiné-Bissau > Farim > Rio Cacheu >  2011 >  O José Sousa, com mais camaradas que o acompanharam...


Guiné-Bissau > Farim  >  2011 > O José Sousa, junto a árvore de fruto, que me parece ser coqueiro...

Fotos: © José Maria Sousa Ferreira (2015). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)



1. Fotos enviadas pelo nosso camarada José Maria Sousa Fernandes... Segundo elel nos indicou,  "foram tiradas quando estive em férias em 2011, onde se pode ver a minha pessoa na varanda do Palácio do Governo, já destruído pela guerra civil, e as outras [fotos]  em Bamdadinca e Farim".

E mais esclarece: "Há umas fotos numa cerimónia que tivemos em Bambadinca, em que eu apareço a colocar um relógio no pulso do chefe militar. A foto em que tenho a mão pelas costas de um negro, esse negro, era combatente inimigo (terrorista). O outro que está ao meu lado na mesma foto, era militar português".

Recorde-se que o José Maria Sousa Ferreira, conhecido pelo "Braga", foi sold mec da CCS/BART 1904, de rendição individual, em 1968; foi depois integrado, na segunda parte da sua comissão, no Pelotão de Intendência, sediado em Bambadinca (em 1969/70, já com instalações próprias, junto ao porto fluvial, na margem esquerda do Rio Geba Estreito); e foi membro do conjunto musical Os Bambas d'Incas, onde tocava viola solo (*). Terminou a sua comissão em abril de 1970. É hoje empresário, sendo sócio de várias escolas de condução. Anda à procura da malta do seu etmpo e em especial dos elementos que integraram o saudoso conjunto musical Os Bambas d'Incas. O pessoal que esteve em Bambadinca enter 1968 e 1971 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, etc.) vai-se encontrar na Trofa no dia 30 do corrente. O José  Sousa vai lá estar.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14600: Memória dos lugares (290): conjunto musical "Os Bambas D' Incas" em Mansambo, 1969 (José Maria Sousa Ferreira , o "Braga", viola solo, ex-sold mec auto, CCS/BART 1904 e Pelotão de Intendência, Bambadinca, 1968/70, e hoje empresário)



Foto nº 1

Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo (CART 2339, 1968/69) > 1969 > Atuação do conjunto musical, da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), Os Bambas D' Incas": dfa esquerda para a direita, Peixoto (viola ritmo), José Maria Sousa (viola solo), Neves (bateria) (também era da CCS), Tony (vocalista) e Otacílio (viola baixo)...





Foto nº 2

Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo (CART 2339, 1968/69) > 1969 > Atuação do conjunto musical, da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), Os Bambas D' Incas": > A malta em cima de um abrigo > Da esquerda para a direita,  José Maria Sousa (viola solo), de pé;  Tony (vocalista), sentado; Otacílio (viola baixo), de pé; Neves (bateria), sentado;  e Peixoto (viola ritmo), de pé. Até à data, o José Sousa có conseguiu contactar o Peixoto, que é de Ponta da Barca.



Foto nº 3

Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Na festa do barbeiro da CCS...





Foto nº 4

Guiné-Bissau > Farim > 2011 > O José Maria Sousa Ferreira no rio Cacheu


Foto: © José Maria Sousa Ferreira (2015). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)



1. Mensagem, de 6 do corrente, do nosso camarada José Sousa  [JMSF]


[foto à esquerda: de seu nome completo, José Maria Sousa Ferreira , o "Braga", viola solo do conjunto musical Os Bambas D' Iincas; natural de Braga, é hoje empresário, sendo sócio de várias escola de condução no norte; ex-soldado de rendição individual (BART 1904 e Pelotão de Intendência, Bambadinca, 1968/70)]

 Oi,  Luís,

Como te tinha dito,  envio-te mais algumas fotos de Bambadinca, Mansambo e Farim. 

As fotos onde está o conjunto foram tiradas uma a actuar para a companhia que estava em Mansambo, e a outra em cima de um abrigo também em Mansambo. (**)

Esclareço que nestas fotos aparece também um membro novo que também fez parte do conjunto que é o baterista, 1º Cabo Neves, aliás, esta foto encontrei-a no meu sótão de recoradações. 

Na outra foto da época  [,foto nº 3,] , estávamos numa festa de aniversário do barbeiro da companhia. 

As outras fotos [, a publicar em próximo poste, tendo os editores pedido a troca do formato pdf por jpg, ] foram tiradas quando estive em férias em 2011, onde se pode ver a minha pessoa na varanda do Palácio do Governo, já destruído pela guerra civil, e as outras em Bamdadinca e Farim [, foto nº 4].

Um abraço do tamanho de Braga até Bambadinca e até ao dia 30,  no nosso almoço [, na Trofa].

José Maria (Braga).

Nota - Há umas fotos numa cerimónia que tivemos em Bambadinca, em que eu apareço a colocar um relógio no pulso do chefe militar.

A foto em que tenho a mão pelas costas de um negro, esse negro, era combatente inimigo (terrorista). 
O outro que está ao meu lado,  na mesma foto, era militar português.

José Maria Sousa Ferreira

Foto à direita: o vocalista Tony, que pelo nome e nº mecanográfico terminado em 61, pode ser o 1º cabo nº 14219661 António N. Sousa ("Era refratário, e tinha cinco a seis anos a mais do que nós", diz o Sousa; julga que era condutor, e natural de Lisboa, onde já cantava, com fadistas conhecidos como a Maria da Fé; desconhece-se atualmente o seu paradeiro; foi ele que em Bambadinca, por volta de maio de 1969, cantou para a Cilinha a famosa canção do Alberto Cortez, "Mónica", adaptando a letra].


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Otacílio Luz Henriques, -1º cabo bate-chapas, do pelotão de manutenção comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)... Era o quinto elemento que faltava identificar. O José Maria anda a tentar falar com ele... Foto, sem legenda, do álbum do Otacílio Luz Henriques (que até há anos atrás morava em Paço de Arcos, Oeiras; o seu telefone não responde)

Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. (Edição e legendas: LG)


Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo > 1970 > Vista aérea do aquartelamento. Ao fundo, da esquerda para a direita, a estrada Bambadinca-Xitole. Foto do arquivo de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

Foto: © Humberto Reis (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


O José Sousa esteve várias vezes em Mansambio, na altura da construção do aquartelamento, ainda no tempo do BART 1904. a cuja CCS pertencia... Era mecânico e andava com o reboque, a carregar cibes... E estava lá a 11 de Julho de 1968 quando o IN apanhou à unha o Francisco Manuel Monteiro, soldado de armas pesadas, do 4º Gr Comb  da CART 2339... Lembra-se de vir da fonte, onde foi sozinho, de G3, e ainda deu um tiro numa lata de coca-cola... No regresso ao quartel, deu com o Monteiro (que ele achava que seria Xavier, pela inscrição que recorda ter lido na faca de mato, e ser natural de Penafiel), que vinha em sentido inverso... O Monteiro ia lavar umas peças de roupa.... Teve azar, o IN estava à espera dele... A sua ausência só mais tarde foi notada... Nesse mesmo dia, e na perseguição, em conjunto com as NT, o alferes de milícia de  Moricanhe, cmdt do Pel Milícias 103,  acionou uma mina A/P, tendo sucumbido aos ferimentos. O José Sousa ainda se lembra bem do estado horrível em que ficou o corpo... Do Monteiro, a malta da CART 2339 só teve  notícias depois do 25 de Abril de 1974. Levado para Conacri, foi um dos 26 prisioneiros portugueses libertado em 22/11/1970, na sequência da Op' Mar Verde (***).



Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Construção, de raíz, do aquartelamento, de que hoje não há praticamente nenhum vestígio...  Fotos Falantes II > Foto nº 34 [Foto do arquivo de Torcato Mendonça, ex-alf mil art, CART 2339, 1968/69].

Foto: © Torcato Mendonça  (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14540: Em busca de... (234): Elementos do conjunto musical "Os Bambadincas": o Toni (cantor romântico), o Serafim (baterista), o Peixoto (viola ritmo e cantor pop) e mais um outro 1º cabo, que era viola baixo...Eu sou o o "Braga", viola solo, e queria muito abraçar-vos, na Trofa, no próximo dia 30 de maio, por ocasião do convivio do pessoal de Bambadinca 1968/71

(**) Úlotimo poste da série > 6 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14578: Memória dos lugares (289): Gampará, região de Quínara (Joviano Teixeira, sold cozinheiro, CCAÇ 4142, 1972/74)
(***) Vd. poste de 5 de novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1248: Monteiro: apanhado à unha na fonte de Mansambo em 1968, retido pelo IN em Conacri, libertado em 1970 (Torcato Mendonça)