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quarta-feira, 20 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23182: Humor de caserna (51): O anedotário da Spinolândia: "Sabes o que é um lapso, rapaz?" (Rogério Ferreira, ex-fur mil at inf, MA, Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, 1970/71)

1.  Não é só do "Gasparinho", "nickname", do cap e depois major art José Joaquim Vilares Gaspar (1935 - 1977) que se alimenta o anedotário da Spinolândia... 

O próprio Com-Chefe e Governador-Geral  do CTIG, António Spínola, brigadeiro e depois general, entre 1968 e 1973, alimentou o bom e o mau hunor das nossas casernas...

Caco Baldé  ou simplesmente Caco era alcunha mais popular do Gen Spínola. Mas também  era tratado por Homem Grande de Bissau,  O Velho. O Bispo... 

Origem da alcunha: vem de caco, monóculo, mais  Baldé, apelido frequente entre os fulas. O historiador Luís Nuno Rodrigues escreveu a sua biografia (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2010; a foto ao lado é retirada da capa do livro, com a devida vénia...)

Recorde-se que o monóculo é um tipo de lente corretiva utilizada para corrigir a visão em apenas um olho, sendo constituída por uma lente circular, geralmente com um fio ao redor da circunferência do anel que pode ser associado a uma corda; a  outra extremidade da corda é então ligada ao vestuário em uso para evitar a perda do monóculo. Origem da palavra: do grego: mónos, único e do latim, oculu, olho (Fonte: Wikipedia)..

Andam por aí muitas histórias deliciosas anedotas ou não) do militar mais carismático do nosso tempo de Guiné.  Vamos tentar compilar algumas, inéditas ou já publicadas. Elas também falam o nosso quotidiano, os nossos camaradas e os nossos chefes.  Na série "Humor de caserna" cabe toda a gente.

Só se contam anedotas de quem a gente gosta, aprecia, valoriza, respeita, teme, e às vezes ama e odeia ao mesmo tempo... E o Gen Spínola foi tudo isto, durante a guerra colonial e depois do 25 de Abril.


2. Havia, por parte da maioria da malta do nosso tempo, do Zé Soldado, mas também dos milicianos, um sentimento algo ambivalente em relação ao Caco Baldé... Não sei se ele era verdadeiramente adorado, como ele gostava de o ser (ou de ter sido), por todos os seus subordinados, os metropolitanos e os do recrutamemto local, a par dos seus queridos "guinéus", do Cacheu ao Cacine.

De um modo geral, as praças respeitavam-no e admiravam a sua maneira de ser e de estar, de comandar, de aparecer onde menos se esperava, a sua coragem física, o seu paternalismo autoritário, o seu populismo ("avant la lettre"), o seu carisma,  a sua "mise em scène", o seu perfil prussiano, o monóculo, o pingalim, enfim, a sua demagogia também, a sua voz de "ventríloquo"...  Era uma figura militar a quem ninguém podia ficar indiferente.

O Caco Baldé, como todos os grandes chefes militares, era  amado  por muito boa gente, mas também  temido, sobretudo  por muitos oficiais superiores,  nomeadamente a nível de batalhão (desde que não fossem da mesma arma do general, que era a cavalaria, diziam as más línguas).  

Dizia-se também que os fulas e os manjacos (as duas etnias mais "leais" às autoridades  portuguesas) o tratavam, com respeito e deferência,  como o "homem grande de Bissau". Penso até que o admiravam muito, nomeadamente as hierarquias daquelas duas comunidades étnicas.  

Não havia sondagens naquele tempo, nem nunca foi feito nenhum plebiscito. Em suma, era difícil de avaliar a popularidade de Spínola com números na mão. Tudo o que se possa escrever é baseado na percepção e observação daqueles de nós que estivemos no TO da Guiné no seu tempo. Mas quem, de nós, pode dizer verdadeiramente que o conheceu? Teríamos que  ter o testemunho daqueles.

O anedotário da spinolândia é muito maior que os  textos que já aqui publicámos sobre o humor de caserna... No meu tempo (1969/71), tenho a ideia que toda a gente contava anedotas do Spínola... Mas, passados todos estes anos, parece que até as anedotas do Homem Grande de Bissau  ou do Caco Baldé se nos varreram da memória...

Fica aqui o apelo para refrescarmos as nossas memórias. O humor de caserna é um antídoto contra a crise, a depressão, o mau-estar, o azedume que a idade também traz consigo, bem as núvens negras que atingem nesta altura a Europa e o resto do Mundo...

Começamos por republicar aqui, uma história que nos foi enviada em  1 de outubro de 2008,  pelo Rogério Ferreira, natural de Santarém, ex-fur mil at inf,  Minas e Armadilhas,  CCAÇ 2658/BCAÇ 290
5 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, 1970/71) (Foto à esquerda).


3. Anedotário da Spinolândia (1): 

Sabes o que é um lapso, rapaz ?

Quando da minha passagem por Paunca, estive num destacamento chamado Paiama [, na margem esquerda do Geba Estreito, a noroeste de Paunca,] e, alguns dias após o Natal de 70,  tivemos a visita do heli.

Mandados os soldados de piquete para a orla da mata a fazer segurança, o heli aterrou. Apareceu-nos então um sr. Capitão em passo de corrida, dizendo que era uma visita do nosso general (Caco Baldé), e que os soldados formassem como estavam nem que fosse em cuecas.

Logo instantes depois aparece o nosso General no seu camuflado de manga curta e seu monóculo. Olha em volta e, dando indícios de não conhecer o sítio, diz:
  Eu nunca aqui estive, isto quer dizer que não vos dei os votos de Boas Festas.

E virando-se para um dos nossos soldados, o J. J. 
 natural da Torre da Gadanha e cuja mãe lhe enviava umas ricas Boias, ou seja, pedaços de lombo de porco em banha numas latas tipo Cerélac, o qual hoje é carteiro na zona da Amadora  disse:
− Isto foi um lapso... Sabes o que é um lapso?
− Sei, sim, meu general, é uma coisa para escrever.

Grande risota geral, até do general.

Rogério Ferreira
______________

Notas do editor:


(**) Útimo poste da série > 18 de abril de  2022 > Guiné 61/74 - P23177: Humor de caserna (50): "O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. Conclusão: Siga a Marinha!": um documento do "Gasparinho" que ainda hoje nos suscita um sorriso amargo (António J. Pereira da Costa, cor art ref)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9559: O PIFAS, de saudosa memória (3): Depoimentos de José Santos, Luís de Sousa, Abílio Delgado e Rogério Ferreira

 1. Mais informações que nos chegaram à caixa do correio da Tabanca Grande, sobre o PIFAS ou PFA - Programa radiofónico das Forças Armadas no CTIG, no início dos anos 70. [ Imagem à esquerda: A mascote do PIFAS, de autor desconhecido - Imagem enviada pelo nosso camarada Carlos Carvalho]


(i) José Santos [, ex-1º Cabo Enf, CCAÇ 3326 (Mampatá e Quinhamel, Jan 71/Jan 73]

Caro amigo: No programa do PIFAS, uma voz que conheço é a do João Paulo Diniz, locutor da Antena 1, ao sábado, entre as 5 e as 7 horas da manhã. Estou à espera que me telefone para me encontrar com ele. Depois darei notícias. OK ?! Um abraço, Santos


(ii) Luís de Sousa [, CCAÇ 2797, Cufar, 1970/72]
 
Olá, não posso dizer grande coisa para além de que passou pelos microfones do programa o João Paulo Diniz, que deve ter muito para contar, e com o qual fiz a recruta em janeiro de 70,  na Carregueira.



 (iii)  Abílio Delgado [, ex-Cap Mil da CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje, 1971/73]

Recordo-me do PIFAS, bem como o programa de discos pedidos. Aliás, os Gringos [de Guileje] chegaram a gravar cassetes que depois eram transmitidas nessa radio, única na Guiné. Os Gringos estiveram em Nhacra em 1972/73 e uma das missões desse aqurtelamento era precisamente a defesa da antena emissora da rádio militar da Guiné conhecida pelo PIFAS.


O Furriel Mendes, já falecido, dos Gringos, chegou a trabalhar na estação. Recordo-me que um dos responsáveis era um tipo alto, de barbas, tipo Luís Graça, cujo nome já não recordo. (...).


 (iv) Rogério Ferreira [, ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Nhamate e Galomaro, 1970/71]


PIFAS, um amigo na tristeza, passava pelo menos à tarde. Um dos locutores era o João Paulo Diniz, mais tarde locutor da Emissora Nacional ou RDP 1. Lembro-me que nos meses de Outubro ou Novembro de 1971, ele e outro locutor, e uma senhora (da qual não recordo o nome), faziam o programa e introduziram um passatempo.

Certo dia estava de folga e,  com dois camaradas furriéis, fomos ao Solmar e ouvimos no PIFAS que quem apresentasse nos estúdios uma alface teria um prémio. Claro,  nós, alface, não tínhamos mas lembrei me que tinha uma nota de 20$00 que cá no Continente lhe chamavam as folhas de alface. Foi-nos dito que,  se não aparecesse ninguém com uma alface,  ganharíamos. Apareceu entretanto um soldado ou um cabo com uma alface mas, ó meu Deus!, ninguém podia estar perto dele.

Não sei se recordam, na avenida para o Quartel General havia umas hortas,  não sei a quem pertenceriam. O camarada, ao passar em viatura, terá visto as hortas e as alfaces, só que não viu que junto à estrada havia umas regueiras onde corriam os esgotos que vinham do QG e era dessa água (?) que regavam a horta. Como era de noit,  ele nem viu a regueira.


Imaginam o resultado!... O mau cheiro,  parecia que ele tinha passado pelos esgotos de Santarém (para quem esteve na extinta EPC- Escola Prática de Cavalaria) ou  pelas velhas salinas de Tavira, com águas podres há vários anos.

Não me lembro o que foi o prémio mas entendo que o mereceu. Terei uma fotocópia dum postal do PIFAS mas vou tentar que mo emprestem de novo,  se ainda existir,  para tirar fotocópia a cores. É giro. Se conseguir,  faço chegar à vossa posse. (...)

______________

Nota do editor:

Postes anteriores da série:

4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9557: O PIFAS, de saudosa memória (1): Depoimentos de José da Câmara, Carlos Carvalho e Carlos Cordeiro




4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9558: O PIFAS, de saudosa memória (2): Depoimentos de David Guimarães, Joaquim Romero e António J. Pereira da Costa

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8547: Parabéns a você (291): António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912 e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊS

DIA 13 DE JULHO DE 2011

E

NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DOS NOSSOS CAMARADAS ANTÓNIO TAVARES E ROGÉRIO FERREIRA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHES AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
____________

Notas de CV:

António Tavares foi Fur Mil na CCS do BCAÇ 2912 que esteve em Galomaro nos anos de  1970 a 19772

Rogério Ferreira foi Fur Mil Inf Minas e Armadilhas na CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 que esteve em Nhamate e Galomaro nos anos de 1970 a 1971

Vd. último poste da série de 12 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8545: Parabéns a você (290): Agradecimento e convite à tertúlia de Joaquim Peixoto

terça-feira, 13 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6724: Parabéns a você (131): 13JUL2010 - Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Editores)


1. O nosso Camarada Rogério Ferreira, que foi Fur Mil Inf Minas e Armadilhas da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, completa hoje mais um aniversário.

2. É membro da nossa Tabanca Grande desde 30 de Setembro de 2008, praticou "turismo" em vários "ressorts" por quase toda a Guiné, cerrando fileiras junto de nós através do poste P3255, de que recordamos o seguinte trecho:

“Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona.

A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar.

Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.”
3. Independentemente das mensagens e comentários que os nossos Camaradas enviarem e colocarem, futuramente, no local reservado aos mesmos neste poste, em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais Camaradas da Grande Tabanca, que por vários motivos não puderem enviar-te as suas mensagens, queremos:

Desejar-te neste teu aniversário os nossos maiores e melhores votos, para que junto da tua querida família sejas muito feliz e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.
E mais te desejamos, que por longas e prósperas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos da Guiné te possa dedicar mensagens idênticas, às que hoje lerás neste teu poste e no cantinho reservado aos comentários.
Estes são os mais sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, que como tu, um dia, carregaram uma G3 & outras cargas de trabalhos por tarrafos, matas e bolanhas da Guiné.
Com montanhas de abraços fraternos.

Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
__________
Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
12 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6719: Parabéns a você (129): António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP (Editores)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4677: Parabéns a você (13): Dia 13 de Julho de 2009 - Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Editores)

Hoje, dia 13 de Julho de 2009, faz anos o nosso camarada Rogério Ferreira (*), ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné, 1970/71.

Deste modo vimos desejar a este nosso camarada uma longa vida junto dos seus familiares e amigos.

Recordemos a sua apresentação no poste 3255:
[...]
Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona. A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar. Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.

[...]
__________

Notas de CV:

(*) Vd. postes de:

19 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3483: Tabanca Grande (97): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné 1970/71

30 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)

18 de Novembro > Guiné 63/74 - P3476: Humor de caserna (6): Paiama, Paunca, Natal de 1970: o lapso do Caco Baldé (Rogério Ferreira)

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4659: Parabéns a você (12): Dia 9 de Julho de 2009 - Joaquim Peixoto, ex-Fur Mil da CCAÇ 3414 (Sare Bacar, Cumeré, Brá, 1971/73)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3483: Tabanca Grande (97): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné 1970/71




Rogério Ferreira (*)
ex-Fur Mil Inf MA
CCAÇ 2658/BCAÇ 2905
Guiné 1970/71



1. Mensagem do nosso novo camarada Rogério Ferreira, com data de 23 de Outubro de 2008:

Junto segue em anexo, a foto de furriel mliliciano pertencente a Rogério Felix Ferreira - Guiné 1970/71 C. CAÇ. 2658 - Bat. Caç. 2905.

Os meus melhores cumprimentos,
Rogério Ferreira

2. No dia 5 de Novembro foi enviada uma mensagem a este novo camarada, pedindo o envio de uma foto actualizada:

Caro Rogério
Os meus cumprimentos
Se tivesses por aí uma foto mais ou menos recente, era engraçado publicá-la junto com a antiga.

Desculpa a demora na resposta, mas há muita correspondência para pôr em dia.

Já agora se tiveres alguma coisa para contar sobre a tua estadia na Guiné, podes também mandar. Pode ser por exemplo a viagem de ida ou de volta, a ida para o mato, etc.

De que turno és das Caldas da Rainha e do Curso de Minas? Eu sou do segundo nas Caldas (Abril de 1969) e do XXXIII Curso de Minas em Tancos (Outubro a Dezembro de 1969). Somos quase contemporâneos. A minha Companhia era a 2732 que esteve na Guiné de ABR70 a MAR72

Um abraço
Carlos Vinhal

3. Comentário de CV

Caro camarada, até hoje não deste resposta à minha mensagem, mas já que tens colaborado no Blogue, ficas oficialmente apresentado.
Já agora, renovo o pedido para enviares a tua foto actual para alternarmos com a antiga.

Bem-vindo ao nosso Blogue. Pelo que sabemos da tua estadia na Guiné, correste Seca e Meca, logo terás muito para nos contar. Manda fotos, se tiveres, para ilustrar as tuas histórias.

Recebe um abraço da Tertúlia.
_____________

Nota de CV:

(*) Vd. postes de:

30 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)
e
18 de Novembro > Guiné 63/74 - P3476: Humor de caserna (6): Paiama, Paunca, Natal de 1970: o lapso do Caco Baldé (Rogério Ferreira)

Vd. último poste da série de 12 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3445: Tabanca Grande (96): Ten Cor José Francisco Robalo Borrego, ex-1.º Cabo do Gr Art 7 e Furriel QP do 9.º PELART (1970/72)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3476: Humor de caserna (6): Paiama, Paunca, Natal de 1970: o lapso do Caco Baldé (Rogério Ferreira)

1. Mensagem para o "amigo Vacas" e demais tertulianos... Enviada, em 1 de Outubro de 2008, pelo Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, e esperemos, em breve, novo membro da nossa Tabanca Grande (*):


Quando da minha passagem por Paunca, estive num destacamento chamado Paiama [, na margem esquerda do Geba Estreito, a noroeste de Paunca,] e alguns dias após o Natal de 70 tivemos a visita do heli..

Mandados os soldados de piquete para a orla da mata a fazer seguranço, o heli aterrou. Apareceu-nos então um sr. Capitão em passo de corrida, dizendo que era uma visita do nosso general (Caco Baldé), e que os soldados formassem como estavam nem que fosse em cuecas.

Logo instantes depois aparece o nosso General no seu camuflado de manga curta e seu monóculo. Olha em volta e, dando indícios de não conhecer o sítio, diz:
- Eu nunca aqui estive, isto quer dizer que não vos dei os votos de Boas Festas.

E virando-se para um dos nossos soldados, o José Jeremias - natural da torre da Gadanha e cuja mãe lhe enviava umas ricas Boias, ou seja, pedaços de lombo de porco em banha numas latas tipo Cerélac, o qual hoje é carteiro na zona da Amadora - disse:
- Isto foi um lapso... Sabes o que é um lapso?
- Sei sim, meu general, é uma coisa para escrever.

Grande risota geral, até do general.

Manga de mantenhas para todo o pessoal .

2. Comentário de L.G.:

Enquanto o Carlos Vinhal está a tratar da tua entrada para a nossa Tabanca Grande, eu aproveito para pôr em linha esta tua deliciosa história (**)... Vejo que tens sentido de humor e de observação. É um apontamento original sobre o nosso quotidiano, os nossos camaradas e sobre o nosso (meu e teu) Comandante-Chefe (***)... Só se contam anedotas de quem a gente gosta, aprecia, valoriza, respeita, teme, e às vezes ama e odeia ao mesmo tempo...

Havia, por parte da maior parte da malta do nosso tempo, do Zé Soldado, mas também dos milicianos, um sentimento algo ambivalente em relação ao Caco Baldé... Não sei se ele era adorado: mas respeitavam e admiravam a sua maneira de ser e de estar, de comandar, de aparecer onde menos se esperava, a sua coragem física, o seu paternalismo autoritário, o seu populismo, o seu carisma, o seu perfil prussiano, o monóculo, o pingalim, a sua demagogia... O Caco Baldé, como todos os grandes chefes militares, era secretamente amado por muita gente...

Espero, Rogério, que o teu exemplo seja seguido por outros camaradas. O anedotário da spinolândia é muito maior que os escassos textos que já aqui publicámos sobre o humor de caerna... No meu tempo, toda a gente contava anedotas do Spínola... Passados estes anos, parece que até as anedotas do Homem Grande de Bissau se nos varreram da memória...

O humor de caserna é um antídoto contra a crise, a depressão, o mau-estar, o azedume que a idade também traz consigo...

_________

Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 30 de Setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)


(**) Vd. postes anteriores desta série:

26 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2986: Humor de caserna (5): Siga a Marinha para Nhamate, mais abarracamento que aquartelamento (António José Pereira da Costa)

9 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2337: Humor de caserna (4): Cancioneiro do Niassa: O Turra das Minas (Luís Graça)

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)

26 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2304: Humor de caserna (2): Welcome to Mansambo, a melhor colónia de férias do ano de 1968 (Torcato Mendonça / Luís Graça)

23 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2205: Humor de caserna (1): A sopa nossa de cada dia nos dai hoje (Luís Graça / António Lobo Antunes)

(***) Vd. postes de:

30 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1132: Spínola e os seus 'Cães Grandes' na ponte do Rio Udunduma (Luís Graça)

4 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2239: Tugas - Quem é quem (2): António de Spínola, Governador e Comandante-Chefe (1968/73)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)

1. Mensagem do nosso camarada Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (*), com data de 27 de Setembro de 2008.

Em resposta ao Carlos Vinhal, aqui te mando mais alguma coisa do que não terá entrado na primeira mensagem.

Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona. A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar. Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.

Para o camarada Vacas de Carvalho, da Tertúlia, fico sem saber se será o Vacas de Carvalho que esteve em Santarém, na EPC, ou será irmão, pois penso que tinha vários.

Até um destes dias, com mais vagar que hoje estou com um pouco de pressa.

Um abraço a todos os camaradas que calcorrearam aquelas bolanhas e picadas, comeram muita mancarra, muita vianda com estilhaços de carne de vaca, que sofreram e padeceram na pele, até as picadas dos mosquitos, mas que concerteza continuam a gostar daquela terra, como eu, que ainda não perdi a esperança de lá voltar um dia.

Um abraço
Rogério Ferreira

Brasão do BCAÇ 2905 - Cacheu (1970/71)

2. Mensagem do nosso camarada Vacas de Carvalho, com data de 29 de Setembro.

Especialmente para o caríssimo Tertuliano Rogério Ferreira, esclarecendo:

Foi o meu irmão João Manuel que esteve na EPC em Santarém. Foi furriel dos Comandos em Moçambique. Vive hoje em Montemor-o-Novo.

Eu também estive na EPC, mas em Lisboa. Também nos devemos ter encontrado no Xime, pois era rara a semana que não iamos lá.

Um abraço
Zé Luis


3. Comentário de CV

Caro Rogério
Quando tiveres então vagar, manda as fotos da praxe para a Tabanca e começa a contar as tuas histórias, acompanhadas de fotos que tens por aí com toda a certeza.

Para já recebe um abraço da Tertúlia e cá te esperamos em breve.
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Nota de CV

(*) - Podem e devem ver o Blog do BCAÇ 2905, de autoria do nosso camarada Júlio César, em http://www.cacheu.blogspot.com/