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domingo, 14 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23525: Guidaje, Guileje, Gadamael, maio/junho de 1973: foi há meio século... Alguém ainda se lembra? (11): "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém", poema de Luís Jales de Oliveira (ex-fur mil trms, CCAÇ 20, 1972/74)


Capa do livro de poemas, do Luís Jales de Oliveira, "Corre-me um Rio no Peito", Mondim de Basto, ed. autor, 2010, 72 pp. ilustrado. Capa de Samara (João Campos). Prefácio de José Alberto Faria, Depósito Legal n.º 307277/10.


Mondim de Basto > 29 de agosto de 2019 > Junto ao monumento aos combatentes do ultramar > Da esquerda para a direita, a Nitas (Ana Carneiro Pinto Soares), o Luís Graça, o "Ginho" [o escritor e poeta Luís Jales de Oliveira] e Alice Carneiro.(*)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






In: Luís Jales de Oliveira - Corre-me um Rio no Peito. Mondim de Basto, ed. autor, 2010, 72 pp. ilustrado. Capa de Samara (João Campos). Prefácio de José Alberto Faria, Depósito Legal nº 307277/10-


1. O Luís Jales de Oliveira, carinhosamente tratado por "Ginho", na sua terra  natal, Mondim de Basto, é nosso camarada, membro da nossa Tabanca Grande desde 21 de janeiro de 2008 (*), tendo sido fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74).
 

É, sem favor, o autor de um dos mais belos poemas, que eu tenho lido, sobre a a Guiné e a guerra do ultramar / guerra colonial, de ressonância bíblica: "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)" (**).

Lembrei-me dele, hoje, que a 83ª Volta a Portugal Continente chega à mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto (Paredes - Mondim de Basto - Senhora da Graça), atravessando também a não menos mítica EN 304, uma das mais belas estradas da  Europa. 

E telefonei-lhe: com felicidade, apanhei-o em casa. E, em 5 minutos, pusemos a conversa em dia. Problemas de saúde de um lado e do outro, não nos irão impedir de, ainda um belo dia destes, a gente se voltar a encontrar na sua terra e, desta vez, "subir" à N.ª Sra. da Graça. E eu lá, já sem as canadianas, quero  "rezar com ele"  o seu poema:

GRAÇA

No cimo do monte há uma capela,
E cada vez que olho para ela,
Apetece-me voar…
E humilde peregrino,
Vou em ânsias de menino,
Lá rezar.

No cimo do monte há uma capela,
E cada vez que entro nela,
Vivo um mistério profundo:
Senhora,
Que feitiço derramais,
Que o mais comum dos mortais
A teus pés é Rei do Mundo?

Fonte: Luís Jales Oliveira – Basto (poemas). [Mondim de Basto], edição de autor, 1995 [Obra, de 49 pp.,  subsidiada pela programa LEADER Probasto], pág. 43

Pelo telefone soube dos seus novos projetos, um livro que está pronto para ser lançado dentro em breve (ficando nós, aqui no blogue, a aguardar notícias para o poder divulgar) e outro, para o ano, sobre Gadamael. Lembre-se que foi em 7 de julho de 1973, que a sua CCAÇ 20, comandada pelo então ten grad 'comand0' Tomás Camará, acabada a instrução no CIM de Bolama, foi colocada em Gadamael e lá ficou até ao fim, até sua extinção em agosto de 1974, perfazendo pouco mais de um ano de existência (****). 
 

2. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores n.º 20

Identificação; CCaç 20
Cmdt: Ten Grad Cmd Tomás Camará | Alf Grad Cmd Malan Baldé | 1.° Sarg Grad Cmd Quebá Debá
Início: 05Jun73 | Extinção: princípios de Ago74

Síntese da Actividade Operacional

Foi organizada, de 5 a 9jun73, no CIM, em Bolama, e foi constituída por pessoal natural da Guiné, de diversas etnias, na sua grande maioria já integrante de companhias de milícias, tendo realizado a sua instrucção de 11Jun73 a 7Jul73.

Seguidamente, foi colocada em Gadamael, como subunidade de intervenção e reserva do sector do COP 5, tendo realizado diversas acções ofensivas, patrulhamentos e emboscadas nas regiões de Cacoca, Lamoi, Madina e Sangonhá, entre outras.

Em princípios de Ago74, foi desactivada e extinta.

Observações: Não tem História da Unidade.

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 641
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de agosto de  2019 > Guiné 61/74 - P20110: Os nossos seres, saberes e lazeres (350): a mítica estrada nacional, EN 304, em pleno Parque Natural do Alvão, entre Mondim de Basto e Vila Real... E finalmente conheci o "Ginho", "ao vivo e a cores", na sua terra natal, em terras de Basto, na "Casa do Lago"...(Luís Graça)

(**) Vd. poste de 21 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2467: Tabanca Grande (54): Luís Jales, ex-Fur Mil Trms (Agr Trms Bissau e CCAÇ 20, Gadamael Porto, 1973/74)


(****) Último poste da série > 3 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23487: Guidaje, Guileje, Gadamael, maio/junho de 1973: foi há meio século... Alguém ainda se lembra? (10): o massacre do alf mil Artur José de Sousa Branco e do seu pequeno grupo, nas imediações de Gadamael, em 4/6/1973 (J. Casimiro Carvalho / Manuel Reis / Carmo Vicente / Manuel Peredo / Jorge Araújo)

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Guiné 61/74 - P20110: Os nossos seres, saberes e lazeres (350): a mítica estrada nacional, EN 304, em pleno Parque Natural do Alvão, entre Mondim de Basto e Vila Real... E finalmente conheci o "Ginho", "ao vivo e a cores", na sua terra natal, em terras de Basto, na "Casa do Lago"...(Luís Graça)












Parque Natural do Alvão > A mítica EN 304, já hoje considerada como uma das mais belas da Europa, e o miradouro das Fisgas do Ermelho, uma das maiores cascatas europeias(, fora da Escandinávia e dos Alpes),  no rio Olo, afluente do


Vídeo (30'') Luís Graça (2019) > Miradouro das Figas do Ermelo, 
Parque Natural do Alvão,  Mondim de Basto


1. Obrigado, Luís Jales de Oliveira. Acabaste por ser tu a localizar-me, pelo telemóvel, estava eu no Castelo de Arnoia, no vizinho concelho de Celorico de Basto. O teu número de telemóvel, antigo, já não estava atribuído.

Tiveste depois a gentileza de ir ter comigo (e o meu grupo, a Alice, minha esposa, a Nitas e o Gusto, os meus cunhados e sócios da Quinta de Candoz)... Encontrámo-nos no Restaurante Esplanada Caso do Lago, em pleno centro de  Mondim de Basto. Tomámos o café juntos e selámos o nosso encontro, "ao vivo e a cores", com uma aguardente DOC Lourinhã!...

Ora, eu, de passagem pela tua terra, Mondim de Basto, queria apenas dar.te um "alfabravo" e "partir mantenhas"... 

Voltei, ontem, 5ª feira à noite, à Tabanca de Candoz, no Marco de Canaveses, depois de uma breve mas memorável viagem por terras de Basto, do Parque Natural do Alvão, e pela mítica estrada nacional nº 304... Viemos todos extasiados com a magia das tuas paisagens... incluindo as Fisgas de Ermelo (que revisitámos)... 

Agora percebo melhor donde te vem a inspiração poética... Mas Mondim de Basto é para se conhecer com tempo e vagar,segundo o teu sábio conselho... Prometo voltar... Afinal de contas, somos vizinhos. A tua generosidade e hospitalidade foram excessivas, dignas de um príncipe. E, como amor com amor se paga, espero por ti um dia deste, aqui, em Candoz, ou mais abaixo na Lourinhã, na Estremadura...

O tempo foi curto. Fiquei feliz por te conhecer pessoalmente, para mais na terra que tanto amas e que cantas como ninguém. A Alice e os meus cunhados não sabem, também,  como agradecer-te os teus mimos. Mas eles também são do Norte e sabem como receber, como as gentes de Basto. Afinal, vocês todos filhos do vale do Tâmega.

Fico feliz também por saber que ajudaste a travar o crime lesa-Tãmega, o nosso vale do Tâmega que, com o vale do Sousa, foi o berço deste terrunho  a que chamamos Portugal, crime esse que se perfilava, como uma espada de Dâmocles,  com a planeada construção da barragem de Fridão... 

Saúde e, longa vida para ti e os teus ... Tens aqui algumas das muitas  fotos que tirei.

PS - Força para o teu livro sobre a Guiné!...Haveremos de encontrar editor!...


2. Nota do editor:

Já em tempos aqui escrevemos, soltas as amarras de editor (*): há terras do Portugal profundo que tem a sorte de ter o seu poeta, o seu cantor, o seu músico, o seu pintor, o seu fotógrafo... Mondim de Basto, ou melhor, as Terras de Basto, têm o privilégio de, a par da beleza telúrica, da tradição histórica, do património cultural e da riqueza gastronómica,  poderem orgulhar-se da voz que as canta. Se uma imagem vale mil palavras, um poema é um caleidoscópio. Não há fotografia que substitua um poema.

Luís Jales de Oliveira,  carinhosamente tratado por "Ginho",  filho de Mondim de Basto, nosso camarada, membro da nossa Tabanca Grande, foi fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74).  E é, sem favor, o  autor  de um dos mais belos poemas, que eu tenho lido, sobre a a Guiné e a guerra colonial, der ressonância bíblica:  "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)" (*).

Destaque igualmente para o seu livro de poemas, mais recente,  "Corre-me um Rio no Peito" [ed. de autor, 2010, Mondim de Basto, 72 pp. ], que merece uma leitura, pausada e saboreada,  à beira do rio Tâmega, em Momdim de Basto, ou em Amarante ou em Canavezes... Tem um outro mais antigo,  Basto (poemas). [Mondim de Basto], edição de autor, 1995, 49 pp.], de que já reproduzimos alguns excertos (**).

Faltava-me, entretanto, conhecer o "Ginho", em carne e osso, ou seja, ao vivo e a cores... Por sorte, e quase por acaso, proporcionou-se, ontem, quinta feira, dia 29, esse tão desejado encontro... Estando eu na Tabanca de Candoz,  a 60 km de distância, fomos dar um dos nossos passeios de um dia a terras de Basto, eu, a Alice e os meus cunhados e sócios da Quinta de Candoz.  Sen programa rígido, a ideia era dar um passeio pela parte antiga de Mondim de Basto, almoçar por ali e visitar as Fisgas de Ermelo... Por razões de saúde, não nos convinha fazer grandes caminhadas...

Lá localizei o "Ginho" (ou melhor, foi ele que deu conta da minha presença nas terras de Basto de que ele é o "príncipe")...Ora não se entra impunemente aqui... Porquê ?... Porque, apesar do "túnel", o nosso "príncipe" avisa,  em tom intimista: “Para cá do Marão mandam cá os que cá estão,/ Que até aqui Basto eu!” (Luís Jales Oliveira, In Basto (poemas), 1995, p. 15).

Embora ele me tratasse, principescamente, como "comandante", eu tive que baixar a bolinha... E,  à despedida,  lá bebemos um "Lourinhã ( a "Casa do Lago" tem uma fantástica garrafeira!...e o dono é confrade da Alice, ou seja, irmão da Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã).

Bebemos um "Lourinhã" à vida, à saúde, à camaradagem à Guiné, a Mondim de Basto, a Candoz, à Lourinhã... E com a promessa de voltarmos, se possível na Noite de Romeiros de Santiago, em 24 de julho, hoje  o principal cartaz das Festas do Concelho de Mondim de Basto. O "Ginho" muito contribuir, enquanto antigo assessor cultural da presidência da câmara municipal, para a reabilitação e dinamização desta tradição ancestral. (***)


Mondim de Basto > Restaurante Esplanada Casa do Lago > 29 de agosto de 2019 >  Luís Jales de Oliveira, o representante da Tabanca Grande em terras de Basto...


Mondim de Basto > Restaurante Esplanda Casa do Lago > 29 de agosto de 2019 > A Alice e o Luís Jales Oliveira, carinhosamente tratado por toda a gente como "Ginho".


Mondim de Basto > 29 de agosto de 2019 > Junto ao monumento aos combatentes do ultramar >  Da esquerda para a direita, Nitas, Luís Graça, "Ginho" [Luís Jales de Oliveira] e Alice



Mondim de Basto > 29 de agosto de 2019 > Junto ao monumento aos combatentes do ultramar >  Da esquerda para a direita, Nitas, Guisto, "Ginho" [Luís Jales de Oliveira] e Alice

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:


sábado, 10 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16472: Os nossos passatempos de verão (13): "Amarante, princesa do Tâmega" - Parte III: "Não passarão!"... uma lição de história, e de amor pátrios: evocando a heróica defesa da ponte do Rio Tâmega, de 18 de abril a 2 de maio de 1809


Foto nº 1  > A ponte  sobre o Rio Tâmega, em Amarante, com a igreja e o convento de São Gonçalo ao fundo, já na margem direita... 



Foto nº 2 > Lápide comemorativa do 1º centenário da defesa da ponte de Amarante (1809-1909). Reza assim: "As diminutas tropas que sob o comando do general Silveira foram, dispostas em defesa d'esta ponte, resistiram heroicamente durante 14 dias aos sucessivos ataques de fortes colunas francesas, até que, destruído o entrincheiramento principal por um singular estratagema, houveram de retirar-se em 2 de maio de 1808, indo continuar a luta em Trás-os-Montes. Em honra do notável feito e mandada colocar esta lápide comemorativa".


Foto nº 3 > Outra vista da ponte e do centro histórico de Amarante 


Foto nº 4 > Placa a meio da ponte




Foto nº 5 > Marcas dos combates de 18 de abril a 2 de maio de 1809 na parede exterior da igreja do convento de São Gonçalo


Foto nº 6  >  Igreja do convento de São Gonçalo: detalhe exterior


Foto nº 7 > Ponte sobre o Tâmega, visto da margem direita



Foto nº 8 > Relógio da igreja do convento de São Gonçalo


Foto nº 9 > Ponte e igreja do convento de São Gonçalo, vistos da margem esquerda


Foto nº 10 > A ponte vista da margem direita



Foto nº 11 > Rio e ponte, vistos da margem direita (1)


Foto nº 12  Rio e ponte, vistos da margem direita (2)




Foto nº 13 > Rio e árvores seculares


Foto nº 14 > Hotel da Casa da Calçada


Foto nº 15 > Ruínas do solar dos Magalhães, a primeira casa nobre a ser incendiada pelos franceses como retaliação à resistência dos portugueses


Foto nº 16 > Historial do solar dos Magalhães



Amarante > Agosto de 2016 > 


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Terceira (e última parte) dos apontamentos de uma visita,  de um dia de verão, a Amarante... O Rio Tâmega e as suas pontes... Aqui uma pessoa (e não precisa de ser poeta) dá-se conta da importância e da beleza de uma ponte... Física (como a ponte de Amarante) ou simbólica (como o nosso humilde blogue)...

Aqui, em Amarante,  nasceu o convento de São Gonçalo e à sua sombra dele,  desenvolveu-se um  importante local de religiosidade popular e de peregrinação... Aliás, primeiro apareceu o santo, que era minhoto (séc. XIII).

Mas esta bonita terra  (que eu conheci em 1975) só é sede de concelho depois da reforma administrativa de 1855.

O concelho de Amarante tem mais de 300 km2 e a sua população ultrapassa os 56 mil, segundo o último censo (2011). É um território charneira, sendo o  município limitado a norte pelo concelho de  Celorico de Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a leste por Vila Real e por Santa Marta de Penaguião... A sul, é ladeado  por Baião, Marco de Canaveses e Penafiel, a oeste por Lousada e a noroeste por Felgueiras.

Pela reforma administrativa de 1855, Amarante agregou   a maioria das  freguesias dos extintos municípios de Gouveia, Gestaçô e Santa Cruz de Ribatâmega, e ainda algumas de Celorico de Basto.

A cidade reclama-se o título de "princesa do Tâmega"... (O nosso poeta e grã-tabanqueiro Luís Jales de Oliveira é capaz de "ranger os dentes" quando ler este poste; mas não... sei que é também um apaixonado por Amarante...).

A célebre ponte de São Gonçalo (que foi reconstruída em finais do séc. XVIII), é uma das mais célebres de Portugal e um verdadeiro ícone da cidade,  por ter sido  palco, durante 14 dias, de 18 de abril a 2 de maio de 1809, de encarniçada e heróica luta das populações e tropas portuguesas contra as tropas napoleónicas em retirada para Trás-os-Montes, na sequência da Segunda Invasão Francesa a Portugal (Guerra Peninsular, 1807-1814).

O gen Silveira (mais tarde nobilitado com o título de "conde de Amarante") e as suas tropas (incluindo milícias e civis mal armados) entrincheiravam-se na margem esquerda (fotos nº 3, 9 e 14), barrando a saída dos franceses em fuga, em direção à fronteira...

A resistência durou 14 dias... O  comando luso-britânico esteve alojado na antiga Casa da Calçada (foto nº 14), entretanto bombardeada e incendiada pelos franceses que acabam por  conseguiram romper as defesas portuguesas, em 2 de maio.

O gen Silveira reconquistou a ponte de Amarante a 12.

Ainda hoje há  marcas da violência dos combates (foto nºs 5, 15, 16). Os portugueses terão perdidos mais de 200 homens e 10 peças de artilharia. Das baixas francesas não rezam as crónicas.

Recorde-se que a II Invasão Francesa, sob o comando do gen Sout, começa com a conquista de Chaves (6 de março de 1809), a que se seguiu Braga (20 de março) e depois Porto (29 de março),.. É nesta ocasião a tragédia da ponte das barcas...

A segunda tentativa de Napoleão conquistar e ocupar o nosso país durou apenas 4 meses... A resistência popular foi heróica...

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Nota do editor;

Vd. Últimos postes da série > 


7 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16460: Os nossos passatempos de verão (12): "Amarante, princesa do Tâmega" - Parte II... Uma terra onde a natureza, a cultura, a história, a religiosidade e a gastronomia se continuam a casar com perfeição...

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16354: Manuscrito(s) (Luís Graça) (88): “Para cá do Marão mandam os que cá estão,/ Que até aqui Basto eu!” (Luís Jales Oliveira)


“Para cá do Marão mandam cá os que cá estão,/ Que até aqui Basto eu!” (Luís Jales Oliveira, In Basto (poemas), 1995, p. 15)


É costume dizer-se que Basto não é Minho nem Trás-os-Montes, é ambas as coisas. De facto, as Terras de Basto estão divididas administrativamente por dois distritos, localizadas numa zona de transição entre o Litoral Norte e o Interior de Trás-os-Montes. Contudo, os concelhos que as constituem (Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena) representam uma zona contínua e homogénea centrada sobre o Rio Tâmega, considerado, por si só, um elemento tradicionalmente aglutinador. Aliás, a água é o elemento sempre presente em Basto, quer pela sua qualidade e importância nas actividades rurais tradicionais, desde os vinhedos aos lameiros, quer pela beleza que confere à paisagem.As paisagens de Terras de Basto encontram-se dispostas em anfiteatro sobre o Tâmega e limitadas por um conjunto de formações montanhosas o que, em termos físicos, lhe confere uma grande coesão interna. Com vias de comunicação deficientes, tanto com o exterior como a nível interno, até há bem pouco tempo, constituem, hoje, com as novas acessibilidades, um “concentrado” de ruralidade de fácil acesso para uma partida à descoberta do Portugal genuíno – onde a terra ainda é medida em “carros de pão”, “pipas de vinho” e “cabeças de gado” que alimentam.”

In Terras de Basto, sítio da Probasto


1. Há terras do Portugal profundo que tem a sorte de ter o seu poeta, cantor ou músico... Mondim de Basto, ou melhor, as Terras de Basto, têm o privilégio de, a par da beleza telúrica, da tradição histórica e do património cultural, poderem orgulhar-se da voz que as canta. Se uma imagem vale mil palavras, um poema é um caleidoscópio. Não há fotografia que substitua um poema.

Luís Jales de Oliveira é filho de Mondim de Basto, nosso camarada, membro da nossa Tabanca Grande. Recorde-se que foi fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74).  É autor  de um dos mais belos poemas, que eu tenho lido, sobre a a Guiné e a guerra colonial: Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)" (*).

Já aqui fizemos referência ao seu livro "Corre-me um Rio no Peito" [ed. de autor, 2010, Mondim de Basto, 72 pp. ], que merece uma leitura mais atenta e saboreada, numa esplanada à beira mar, nestas tardes quentes de agosto.

Hoje trago, com notas rápidas, manuscritas, salpicadas de areia e maresia (**),  um outro livrinho, mais antigo, onde o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração", a par do Monte da Senhora da Graça, antigo vulcão,  continuam a ser dois pontes cardeais, balizas ou âncoras do poeta.  O livrino, de 49 páginas, foi editado em 1995. 

Dele tomo a liberdade de escolher e reproduzir, com a devida vénia quatro ou cinco poemas, que evocam com magia  e emoção aquelas terras de que eu também sou vizinho (pelo lado da Alice), mas conheço mal, ou seja, como turista apressado, isto é, como "estúpido em férias", motorizado... Lido a esta distância (física e temporal), o livro do Luís Jales é um apelo a um visita, mais demorada e sentida, às "terras de Basto", numa próxima oportunidade.

Num exemplar autografado que o autor teve a gentileza de me remeter pelo correio, escreveu como dedicatória:

"Aqui vai um 'cheirinho' do nosso Basto, para o Luís Graça, com um enorme e reconhecido abraço".

Fonte: Luís Jales Oliveira – Basto (poemas). [Mondim de Basto], edição de autor, 1995, 49 pp. [Obra subsidiada pela programa LEADER Probasto]


GRAÇA

No cimo do monte há uma capela,
E cada veza que olho para ela,
Apetece-me voar…
E humilde peregrino,
Vou em ânsias de menino,
Lá rezar.

No cimo do monte há uma capela,
E cada veza que entro nela,
Vivo um mistério profundi:
Senhora,
Que feitiço derramais,
Que o mais comum dos mortais
A teus pés é Rei do Mundo ?

p. 43

CAMILO

Pairando em redor como fantasma,
Da mais bela de Friúme,
Camilo viverá, segundo o plasma,
Do amor, da loucura e do ciúme.
E aqui, “por entre fragas,
Onde nascem flores que são mulheres”,
Cumpre-se a sina:
O estro de Camilo ri-se das chagas,
Colhendo, apaixonado, malmequeres,
Para o túmulo de Joaquina!

p. 40

BASTO

Somos Minho e Trás-os-Montes,
Somos sequeiros e fontes,
Dualidade assumida!..
Somos ânsia de arado,
Somos vinha de enforcado,
A enroscar-se na vida!

p. 26

TERRAS DE BASTO

A Norte,
Quadrilátero esqueratelado,
Que o sagrado Tâmega escancara,
E franqueia,
Entre Douro e Minho lhe fadou a sorte,
Avara,
Por entre  fragas de epopeia.

Quinhão,
Que a coluna vertebral do mundo,
No cilo ardente dos castos,
Emprenha,
Lameira e Alvão, Cabreira e Marão,
Padastros,
Da Rainha montanha.

E feitiço dos feitiços,por olhado ou condição,
O tempo gerou o reino que o pr+óprio tempo escondeu:
Para cá do Marão mandam cá os que cá estão,
Que até aqui  Basto eu!

p. 15


VISÃO

Desta meteórica fraga altaneira,
Partem sedentos os olhos quando te chamo:
Bendita sejas, ó terra, na terra inteira;
Este é o ditoso Basto que eu tanto amo!

p. 17

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16208: Blogpoesia (453): "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)", de Luís Jales de Oliveira: um dos mais belos poemas da guerra colonial, inspirado pelo Rio Cacine, mas com o Rio Tâmega no coração, quando o poeta, vindo de Bolama, estava a caminho de Gadamel onde foi colocado com a sua CCAÇ 20

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16208: Blogpoesia (453): "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)", de Luís Jales de Oliveira: um dos mais belos poemas da guerra colonial, inspirado pelo Rio Cacine, mas com o Rio Tâmega no coração, quando o poeta, vindo de Bolama, estava a caminho de Gadamel onde foi colocado com a sua CCAÇ 20


Capa do livro "Corre-me um Rio no Peito", de Luís Jales de Oliveira, ed. de autor, 2010, Mondim de Basto, 72 pp. Capa de Samara (João Campos). Dedicatória do poeta,  manuscrita, em baixo, ao nosso editor Luís Graça.



Oluveira (2010). p. 7


1. O Luís [Manuel] Jales de Oliveira, mais conhecido por "Ginho", em Mondim de Basto, sua terra natal, por onde corre o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração",  a par do Monte da Senhora da Graça, antigo vulcão [, rio e monte referidos no poema abaixo] [, foto à esquerda]:

foi  fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74).

O poema qie a seguir se reproduz, com a devida autorização do autor, é um dos mais belos que eu tenho lido. relacionados com a Guiné e a guerra colonial.

Descortino-lhe uma dupla fonte de inspiração:  (i) a biblíca, a do Salmo 137, Livro dos Salmos Antigo Testamento;  e (ii) as não menos célebres redondilhas de Babel e Sião, de Luís de Camões: Sôbolos rios que vão / Por Babilónia, me achei,« / Onde sentado chorei / As lembranças de Sião / E quanto nela passei. (...)

O Luís Jales disse-me que este poema foi "inspirado pelo Rio Cacine", mas com o Rio Tâmego no coração, quando, vindo de Bolama, estava a caminho de Gadamel onde foi colocada a sua CCAÇ 20:

(...) Na Ccaç 20 servi às ordens do Tenente Tomás Camará, dos comandos, que foi ferido em combate e, depois, às ordens do Capitão Sisseco, também dos comandos, que o veio substituir. Já não conheci o Saiegh, que, suponho, terá sido nomeado já depois de eu deixar a Companhia. 


"Não participei na 'batalha de Gadamael' pois coincidiu com a nossa partida de Bolama e com a chegada a Cacine, onde fiquei acampado, na praia, vários dias a guardar os equipamentos da  Ccaç 20. 

"Vivi a fase posterior de incontáveis bombardeamentos e contactos de cada vez que se punha o nariz de fora do arame farpado. Prometo que hei-de desfiar, na nossa Tabanca, as estórias e aventuras relacionadas com o incrível Gadamael". (...)


Disse-lhe,  a ele, ao Albano de Matos e ao Valdemar Rocha, companheiros de aventura do "Poilão" (Bissau, dezembro de 1973 / fevereiro de 1974):

(...)" Foi pena a Margarida Calafate Ribeiro e o Roberto Vecchi,  'olheiros' dos poetas da guerra colonial,   não vos terem 'apanhado', desconhecendo muito provavelmenet a existência do 'Popilão' (que nem sequer consta da PorBase - Base Nacional de Dados Bibliográficos)... Eles organizaram uma extensa (e de qualidade desigual) antologia de textos poéticos sobre a nossa guerra" (Afrontamento, 2011)" (...).

Aqui fica o meu convite para os nossos leitores lerem  este poema em voz alta, pausadamente, num fim de tarde, à sombra de um choupo, na margem do rio da vossa aldeia. Ao poeta, tiro o quico, o chapéu, e rogo às musas dos rios Tâmega e Cacine que o protejam e que o continuem a inspirar!,,,  (Pequeníssimos detalhes como o "chão manjaco" posto pelo poeta na região de Tombali ou o míssil Strela mal grafado não rmancham em nada este poema quase perfeito, obrigatório numa futura antologia da poesia da guerra colonial, a  organizar um dia pela Tabanca Grande, se Deus, Alá e os bons irãs nos derem tempo de vida e saúde)... (LG)




(Oliveira, 2010, pp. 25/26)
Oliveira (2010). pp. 25-26


In: Luís Jales de Oliveira - Corre-me um Rio no Peito. Mondim de Basto, ed. autor, 2010,  72 pp. ilustrado. Capa de Samara (João Campos). Prefácio de José Alberto Faria, Depósito  Legal nº 307277/10-

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Nota do editor:


Último poste da série > 12 de junho 2016 > .Guiné 63/74 - P16195: Blogpoesia (452): E, se de repente..." e "Minhas articulações...", por J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 63/74 - P16205: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (103): O Paul McCartney do Grupo Coral do CISMI... Afinal, o Luís Jales de Oliveira, poeta, músico, ex-fur mil trms, Agr Trms Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael, 1972/74)



Tavira > CISMI > Igreja de São Francisco > Grupo coral do CISMI > c. 1972 > "Não foi assim tão mau [, o CISMI,] e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro. Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto" .(*)

O guitarrista Jales [, à direita], com aquela guedelha e bigode (!), de repente pareceu-nos mesmo um sósia do Paul McCartney, um dos famosos Beatles que incendiaram o imaginário da nossa geração e ajudaram o mundo a pular e a avançar... (LG)

Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  Comentário. de  9 de outubro de 2014 , do Luís Jales de Oliveira ao poste  P12784, do Henrique Cerqueira, publicado em 1/3/2014 (*):


[Foto à esquerda: o Luís Manuel Jales de Oliveira, mais conhecido por "Ginho", em Mondim de Basto, sua terra natal, por onde corre o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração",  a par do Monte da Senhora da Graça, um antigo vulcão  foi  fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74), companhia africana onde serviu  às ordens do tenente comando graduadoTomás Camará,  que foi ferido em combate e, depois, às ordens do capitão comando graduado Sisseco (ambos oriundos da 1ª companhia  do batalhão de comandos africanos); poeta e escritor, tem já obra vasta, e é membro da Academia Luso-Brasileira de Letras]

 
Meu caro Henrique Cerqueira:

Só hoje descobri esta tua publicação [, com data de 1/3/2014] e confesso que fiquei emocionado. Por várias razões: porque revivi, recordei e evoquei momentos adormecidos nas catacumbas da memória, porque confirmei que já tive uma profusa e escurecida cabeleira (hoje completamente esbranquiçada para mal dos meus pecados) e, também, um pujante bigode, coisa rara e provocatória, à época, aqui no teatro militar metropolitano; e, por fim e principalmente, porque passados 42 anos ainda conseguiste, no meio daquela angelical composição de "querubin"  fardados, identificar-me e arriscar que eu me chamaria "Jales". 

Pois foi na mouche, sim senhor. Notável, meu caro Henrique, a tua pontaria evocatória!

Direi, respondendo também à pergunta do nosso caro "comandante" Luís Graça, que comentou, com muita graça, que eu, de repente, até parecia ser o sósia de um dos Beatles, que sou o Luís Jales de Oliveira, mais conhecido, na tropa, como Luís Jales e que publiquei o P2467 na “Tabanca Grande (54)”, em 21 de Janeiro de 2008.  (*)

Como deves calcular arranjei uma caterva de “imbróglios" por ostentar aquela trunfa exuberante durante todo o meu serviço militar. Em Tavira aconteceu uma coisa muito engraçada: Era forçoso que quando eu estivesse na formatura de revista para sair, e por mais que tentasse esconder, com a boina, o raio daquele excesso capilar, o oficial de dia parava, irremediavelmente, nas minhas costas, batia-me no ombro e mandava-me, em passo de corrida, para a caserna. Mas, naquele dia, depois de me mandar às malvas, voltou para trás e perguntou, pelo sim, pelo não 
–Por acaso o menino não toca no conjunto do senhor abade, pois não?

Eu respondi:
– Toco, toco, meu alferes – e ele imediatamente: 
– Pois então faça o favor de regressar à formatura. A porta d’armas, para si, está escancarada.

Isto serve bem para demonstrar o poder que tinha o nosso capelão de Tavira. Coitado daquele oficial que retivesse um de nós, nos dias marcados para os ensaios da Missa Dominical…

Resta-me dizer que não sou Açoriano, mas genuíno Transmontano de Mondim de Basto, a cerca de 100 km do Porto e que faço questão de te abraçar um dia destes.

Ao nosso caro Luís Graça prometo, agora que sempre consegui a reforma, que começarei a enviar montes de textos com lembranças e evocações:

(i) sobre a revista “ZOE”,  do Agrupamento  de Transmissões  de Bissau onde fui “correspondente de guerra”;

(ii)  sobre “Os Reactores” e “Os gloriosos malucos da aparelhagem electrónica”, onde tocava e que, para além doutras actuações, animavam os fins de semana do Clube de Sargentos de Santa Luzia; 
e, com muito mais interesse julgo eu,

(iii) sobre a “realidade” de Gadamael Porto que sorvi, bomba a bomba, durante 365 intermináveis dias.

Obrigado pelas emoções que me provocaste. O meu contacto é luis.jales.oliveira@gmail.com.
Grande e reconhecido abraço.


2. Comentário do editor LG:

Ao Jales (, afinal "meu vizinho", já que também tenho casa por ali perto, Marco de Canaveses, que integra a bela e nobre região do Vale do Tâmega,  berço da Nação,com o Vale deo Sousa ...), já pedi desculpa, por mail,  por na altura não me ter apercebido do seu comentário (de 9/10/2014) ao poste do Cerqueira (de 1/3/2014)... Não me apercebi ou já não me lembro...

De facto, ninguém tem a pedalada dos 20 anos para acompanhar tudo, fazer tudo, alinhar em tudo... É até por falta de tempo. Houve um desfasamento de vários meses, entre o poste e o comentário,  não conseguindo os editores ir com a devida regularidade à nossa caixa de comentários (que já vai em cerca de 64 mil comentários, alguns extensos e, muitos, interessantes).

Tínhamos prometido recuperar este, integrando-o num poste autónomo e justamente para provar, mais uma vez, a propriedade e a justeza da nossa máxima: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!" (***)...

Os pedidos desculpa são extensivos ao Henrique Cerqueira, sempre leal e generoso greã-tabanqueiro... Ao Jales desejo boa continuação da merecida reforma e das pescarias no rio Tâmega e no mar das letras!.. Quanto às prometidas colaborações, elas serão sempre bem vindas, em prosa ou em verso...

Um abraço do tamanho do Tâmega e do Cacine... 

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12784: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (18): Tavira, o CISMI e o meu "santo sacrifício da missa dominical"... Fazia parte do coro [da Igreja de São Francisco] para ter direito a uns "desenfianços" (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)

(**) Vd. poste de 21 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2467: Tabanca Grande (54): Luís Jales, ex-Fur Mil Trms (Agr Trms Bissau e CCAÇ 20, Gadamael Porto, 1973/74)

(***) Último poste da série >  8 de junho de 2016 >  Guiné 63/74 - P16175: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (101): no convívio deste ano, do pessoal do BCAÇ 3872, quem é que eu vou reencontrar? O meu antecessor, o hoje ilustre prof Pereira Coelho, bem como o Ussumane Baldé que estagiou comigo quando eu era subdelegado de saúde da zona de Galomaro-Cossé (Rui Vieira Coelho, ex-alf mil médico, BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518, Galomaro, 1973/74)

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16202: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (16): "The last but the least", o último mas não o menor dos poetas desta primeira antologia da poesia guineense... Luís Sales de Oliveira (pp. 34/35), natural de Mondim de Basto, encerra com chave de ouro este livrinho que reuniu 24 poemas de 11 poetas, 4 da Guiné-Bissau, 3 de Cabo Verde e 4 de Portugal...



Tavira > CISMI > Igreja de São Francisco > Grupo coral do CISMI > c. 1972 >  "Não foi assim tão mau [, o CISMI,] e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro. Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto" .(*)

O Henrique Cerqueira é o da terceira fila de óculos escuros, assinalado a vermelho... O guitarrista Jales [, Luís Jales, assinalado a amarelo ], com aquela guedelha e bigode (!), de repente pareceu-nos mesmo um sósia do Paul McCartney, um dos Beatles... (LG)

Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luísn Graça % Camaradas da Guiné]]








O Luís Manuel Jales de Oliveira, mais conhecido por "Ginho", em Mondim de Basto, sua terra natal, por onde corre o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração"... No dia do lançamento [, 28 de maio último,] do seu último livro "Mondim de Basto" (edição de autor, 2016), rodeado de duas fãs, nada mais nada menos do que as suas duas filhas. Margarida e Ana Luisa...

O "Ginho", surpresa das surpresas, é o poeta Jales de Oliveira,  "estudante, natural do Porto", que encerra com chave de ouro o 1º (e único) número, o "Poilão"" da coleção "caderno de poesias", . editado por iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural (GDC) dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), em Bissau, a escassos meses do "fim do império"...


Foto; Cortesia do autor cuja página no Facebook viemos a descobrir (e, com ela,  o paradeiro do poeta do Tâmega... e do Cacine!)...





Detalhe da capa da brochura Caderno de Poesias "Poilão", edição limitada a cerca de 700 exemplares, policopiados, distribuídos em dezembro de 1973 e fevereiro de 1974, em Bissau. (*)







Indice da antologia que reuniu  24 poemas de 11 poetas (4 guineenses,  3 caboverdianos e 4 metropolitanos, neste último caso militares em serviço no TO da Guiné, em 1973-74).  

Os guineenses são: Pascoal d' Artagnan,  Atanásio Miranda, Tavares Moreira, António Baticã Ferreira. Nascidos em Cabo Verde temos Mário Lima,  Manuel Ribeiro  e Eunice Borges... Os de Portugal: Albano de Matos,  Valdemar Rocha, Armando Lopes e Jales de Oliveira.


E considerada pelos estudiosos da literatura dos países lusófonos,  a primeira antologia da poesia guineense. Trata-se de uma  edição rara,  dada a sua reduzida tiragem na época, e o facto de a pequena brochura ter sido policopiada a stencil.

É da mais elementar justiça recordar, mais uma vez aqui, que esta pequena aventura editorial só foi possível graças à cooperação e boa vontade de um civil e de um militar, que viviam em finais de 1973 e princípios de 1974 em Bissau:


(i) o Aguinaldo de Almeida, caboverdiano, funcionário do BNU, infelizmente já falecido; era o coordenador da secção cultural do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU - Banco Nacional Ultramarino, Bissau [, foto à esquerda];

e (ii) o nosso camarada Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império". natural de Castelo Branco, vive hoje no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo)   [foto à direita].

O Aguinaldo de Almeida foi colega e amigo do nosso António Medina [ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, foi funcionário do BNU, Bissau, de 1967 a 1974; vive hoje nos EUA].

O poeta que publicamos hoje. o último da antologia (**), mas não o menos importante, é o nosso grande tabanqueiro, Luís Jales de Oliveira, que se senta à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande desde 21/1/2008 (!) (**),... e em 9/10/2014 dei-nos notícias de um extenso comentário ao poste P12784 (*) em que vem confirmar que o "beatle" do coro do CISMI era mesmo ele... Lu´+is Jales, como era conhecido na tropa, transmontano dos quatro costados, e não açoriano (, como pensava o Henrique Cerqueira).

O [Luís] Jales de Oliveira era fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74), companhia africana. Diosse-nos ele que "na Ccaç 20 servi às ordens do Tenente Tomás Camará, dos comandos, que foi ferido em combate e, depois, às ordens do Capitão Sisseco, também dos comandos, que o veio substituir", já não tendo conhecido o Saiegh, que, suponho, terá sido nomeado já depois de eu deixar a Companhia".

Continua a escrever e a publicar. Dentro em breve voltaremos a dar notícias dele e  dos seus livros.








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Notas do editor:


(*) Vd. poste de 1 de março de  2014 >  Guiné 63/74 - P12784: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (18): Tavira, o CISMI e o meu "santo sacrifício da missa dominical"... Fazia parte do coro [da Igreja de São Francisco] para ter direito a uns "desenfianços" (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)


(**) Vd. postes anteriores da série (que começou a publicar-se em 23/9/2014):

13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12974: Memórias dos últimos soldados do império (1): “Bate estradas” histórico, escrito à minha filha em 1973, e uma redacção da minha neta, vinte anos depois (Albano Mendes de Matos)

13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12975: Memórias dos últimos soldados do império (2): A aventura do "Caderno de Poesia Poilão", de que se fizeram 700 exemplares, a stencil, em fevereiro de 1974, em edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU (Albano Mendes de Matos)

23 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13641: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (1): Pássaro tecelão, de Albano de Matos, p. 5
25 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13647: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (2): "Párti um peso" e "Canção de Mamã Negra", de Albano de Matos, pp. 6/7

27 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13657: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (3): "Mãos", "Balantão" e "Cachimbêro", três poemas do poeta maior desta antologia, natural de Farim, Pascoal d' Artagnan [Aurigema] (1938-1991), pp. 9/11

3 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13683: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (4): "Vem à minha tabanca" e "Música que foi cantada", dois poemas de Atanásio Miranda, guineense, à época funcionário das alfândegas, pp. 12/14

7 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13703: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (5): dois poemas do caboverdiano Mário Lima, "Retrato de Maria Caela" e "Menina Santomense"....Quem teria sido essa mulher fatal, caboverdiana, Maria Caela, que um dia saltou no cais do Pidjiguiti ?

9 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13713: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (6): Homenagem a Mário Lima e Aguinaldo de Almeida, já falecidos, meus colegas do BNU, em Bissau (António Medina, ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, vive hoje nos EUA)

20 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13771: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (7): Quem seria a Maria Caela, cuja ascensão e queda o poeta Mário Lima cantou ? (António Medina / Amadeu Lopes da Silva)

24 de outubro de DE 2014 > Guiné 63/74 - P13796: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (8): Respondo a algumas perguntas: (i) o poeta Pascoal D' Artagnan, que era filho de mãe balanta e pai italiano; e (ii) o 'making of' do livrinho (Parte I)

25 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13798: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (9): o 'making of' do livrinho (Parte II)


15 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16092: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (13): três poemas de Valdemar Rocha, militar de transmissões em Santa Luzia, premiado nos Jogos Florais da UDIB (1972)