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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14972: (De)caras (24); o meu retrato, pintado em 1970 pelo Leão Lopes, do BENG 447 (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Retrato do Humberto Reis (ex-fur mil, op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71), pintado por Leão Lopes (ex-fur mil, BENG 447, Bambadinca, 1970/72)




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1969/1970 >   Humberto Reis (ex-fur mil, op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71), vestido à civil.


Fotos: © Humberto Reis (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem do grã-tabanqueiro Humberto Reis, com data de ontem, 4 de agosto, 17h53  


Luís

Aqui vai a foto de um quadro que foi pintado em 1970, pelo Leão Lopes (ex-fur mil do BENG 446. quando esteve deslocado lá em Bambadinca, adiado à CCS/BART 2917, 1970/72).

Eu era muito fotogénico, não era?

Custou-me a brincadeira 500 escudos naquele tempo.

Julgo que o Leão Lopes chegou a ser ministro da República de Cabo Verde.

Curiosidades

Um abraço

Humberto

___________________

Nota do editor:

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14969: Tabanca Grande (471): Cláudio Brito, neto do falecido major art ref Fernando Brito (1932-2014)... Novo grã-tabanqueiro, nº 697


1. Mensagem, de omtem, 3 do corrente,  do nosso amigo Cláudio Brito, neto do major art ref Fernando Brito (1932-2014):


Saudações,
Antes de mais, um muito obrigado por este convite [, para integrar a Tabanca Grande,] que, alegremente, aceito, pesando-me, sem dúvida, e alegremente também, a responsabilidade de tal cargo. Porém, se depender de mim, esta Tabanca continuará a ser brindada com fontes históricas para a preservação da sua memória, da nossa memória.


Espero poder contribuir com as fontes selecionadas que trabalharei afincadamente para serem apresentadas ao blogue e quem o segue.

Envio uma fotografia recente minha e, ainda, envio o exemplo fotográfico usado para que o Leão Lopes tivesse podido pintar o quadro [, de meu pai,] que tão artisticamente concretizou.

De facto, podemos verificar uma linha histórica, apenas através da fotografia.

No verso da mesma está inscrito com a letra do meu pai: "Para o meu paizinho [, Fernando Brito,] com muitos beijos de parabéns do filho amigo, Fernando José". Brindado nos anos (a 30 de novembro) com uma fotografia do filho, [o meu avô] retribuiu o amor, mandando pintar um retrato mediante a mesma.

Vemos imediatamente as semelhanças, mas perguntamo-nos "a foto não é a preto e branco?". Sim, pelo que as cores foram imaginadas pelo próprio Leão Lopes ou feitas mediante informação fornecidas pelo meu avô. De qualquer das maneiras, o produto foi concretizado lindamente.

Assim me despeço, prometendo redobrar estas fontes de uma próxima vez.

Um grande abraço a todos, Cláudio Brito.




O pai do Cláudio Brito, Fernando José, em 1971,  aos 11 anos,  Foi com base nesta foto que o Leão Lopes pintou o seu retrato, em Bambadinca.




Dedicatória, no verso da fotografia, dp Fernando José ao pai, Fernando Brito, por ocasião do seu 39º aniversário (em 30 de novembro de 1971).



Retrato do Fernando José, pintado em Bambadinca por Leão Lopes, ex-fur mil, BENG 447 (1970/72)


Fotos: © Cláudio Brito (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

2. Mensagem de anteontem, 2 do corrente, do Cláudio Brito;


Saudações,  Sr. Luís Graça e Camaradas da Guiné,

Espero que esteja tudo bem.

Antes de mais, o meu mais profundo agradecimento por ter publicado este quadro e esta memória que, entretanto, passou a ser uma memória de todos (*). Não se pode perder apenas no meu arquivo pessoal e ficar a colecionar pó numa parede.

Com a graça de Deus e com alguma sorte à mistura, o meu avô falava muito comigo (também me demonstrei sempre interessado) e explicou-me a história ou estória de muitas das fotos, quadros, retratos e objetos que recuperei. A maior das sortes é ter alguém do "outro lado" para partilhar essa história e torná-la comentada e acessível e, por isso, perpetuada.

Relativamente ao quadro (*), ainda posso avançar algumas coisinhas:

(i) "folha de capim" é uma planta que cresce de uma forma comprida e alongada sendo suficientemente firme para, por exemplo, pintar; portanto, concluo que os materiais de pintura não eram de fácil acesso, mas a mão firme do pintor não falhou;

(ii) o meu pai tinha exatamente 11 anos nessa altura, foi em 1971; o meu pai nasceu no ano de 1960, a 18 de abril, sendo registado no dia 19 de março;

(iii) a fotografia, usada como modelo para pintar, detenho-a igualmente, e posso enviar para comparação do trabalho.

Quanto aos restantes materiais, a tecnologia tem-nos provido dos mais completos instrumentos, portanto não há desculpa da minha parte e, brevemente, farei uma escolha extensiva e, equipado com esses instrumentos, passarei os elementos do meu plano de visão para o "plano de todos", ou seja, "o plano da Tabanca", com especial enfoque para as fotografias que detenho. E quem diz fotografias, poderá dizer outras coisas. Coisas que poderão estar esquecidas no tempo aqui, mas que unidas a quem as "tocou", "viveu" e "usou" começam a fazer sentido e a montar um puzzle. Preenche a memória do meu avô e de outros tantos que estiveram lado a lado com ele.

Ficarei honrado com qualquer resposta dada pelo artista [, Leão Lopes,]  que pintou alguém tão querido por mim e fico ainda mais honrado por poder partilhar tudo isto [, no blogue dos amigos e camaradas da Guiné].

Um grande obrigado, abraço e até breve,

Cláudio Brito

 3. Comentário de LG:

Cláudio. obrigado pelas explicações adicionais e pela tua rápida aceitação do meu convite. Como prometido ficas desde já apresentado  à Tabanca Grande. Afinal, tu és, desde o princípio,  um dos nossos: os filho e netos dos nossos camaradas, nossos filhos e netos são...

És  o grã-tabanqueiro nº 697, o teu nome passa a figurar na lista alfabética dos grã-tabanqueiros, que consta da coluna do lado esquerdo da página de rosto do blogue (**)... O teu avô era (e continuará a  ser) o nº 641:  o seu nome está na lista dos camaradas e amigos (n=41) que da lei da morte já se foram libertando...

Contamos contigo  para podermos continuar a alimentar este blogue dos amigos e camaradas da Guiné. Sê bem vindo. Tens as regras de convívio na série O Nosso Livro de Estilo.

Um abraço grande. Luis



domingo, 2 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14962: O segredo de... (20): Fernando Brito (1932-2014), ex-1º srgt, CCS/BART 2917 (1970/72): quadro, em "folha de capim", do seu infortunado filho (, morto mais tarde num trágico acidente, em 2001), pintado pelo caboverdiano Leão Lopes, em Bambadinca, 1971 (Cláudio Brito, neto)



Ano de 1971, quadro pintado e assinado por Leão Lopes, em #folha de capim" (sic), com o retrato  de Fernando José Gonçalves de Brito, filho de Fernando Brito (1932-2014) e pai de Cláudio Brito, Detalhes.


1. Mensagem, com data de 28,  do corrente de Cláudio Brito,  neto de Fernando Brito (1932-2014) (foto de avô e neto, à esquerda) 
 


Olá, boa noite, Caro Sr. Luís Graça,

Saudações ao senhor e a toda a sua família e aos camaradas da Guiné.

Sem mais delongas passo a encadear o conteúdo deste mail.


Já passou quase 1 ano e meio desde que o meu avô faleceu (*).

Neste período de catarse, mas nunca de esquecimento, além do trabalho que, graças a Deus, é consistente e me tem comido os dias e as noites, penso bastante em toda a vida que o meu avô levou. Uma vida de aventuras e desventuras, de guerra, de tropa e de camaradagem, a lidar com tantos seres humanos que só os limites da razão e da paixão nos podem fazer equilibrar no ténue comportamento da sanidade (especialmente atendendo a circunstâncias beligerantes).

Por essas razões, assim que o meu avô faleceu, não fiquei de braços cruzados e a empresa de reunião dos materiais de uma vida não ficou por acabar. De facto, tenho-o feito. Lentamente, nos meus tempos livres e com ajuda da minha companheira.

Já tinha prometido a mim mesmo que partilharia fotografias com os vários amigos do meu avô que passaram com ele o tempo da guerra e da tropa e que, além de fotografias, esperaria, deliciado, que eles partilhassem comigo a história por detrás delas.

Porquê? Porque sim! Porque me interesso por isto. Porque os Homens não são nada sem a sua História, aliás, não são Homens. E não há que negá-la. Há, sim,  que fazer como uma casa depois de um desastre natural...  arrumá-la.

Pois bem, nas minhas arrumações, encontrei algo que quero partilhar, esperando que alguém do outro lado se possa rir ou talvez chorar, não sei. O objeto em questão é um quadro, um quadro enormíssimo feito pelo pintor/artista cabo-verdiano Leão Lopes. Corria o ano de 1971 e o meu avô pediu a Leão Lopes que pintasse, em folha de capim, o retrato do filho (o meu falecido pai), Fernando José Gonçalves de Brito.

Poderá ser porque sou filho (e serei sempre suspeito), mas acho o quadro lindíssimo. Tantos anos pendurado na parede, causando-me fascinação em criança, para, agora, reconhecer que tem que ser partilhado com o mundo. Tendo em conta as circunstâncias da sua criação, é para mim um dos mais belos exemplares da troca intercultural e da criação artística em cenário de guerra. Mas, para julgamentos, deixemos a História e os Homens ocuparem-se disso.

Que este artista possa rever uma obra que não sei se terá par, mas também que seja partilhada uma memória tão fascinante num tempo tão negro. Com certeza terá sido um momento bem passado.

E assim partilho uma história, prometendo mais e despedindo-me com um grande abraço para o Sr. Graça e todos os camaradas.

Aguardo notícias, esperando que todos se encontrem bem.

Cláudio Brito


2. Comentário de LG

Cláudio, é uma belíssima e comovente homenagem ao teu avô e ao teu pai... Como te disse por email, decidi rapidamente publicar este teu texto na série "O segredo de...", embora estando de férias...

Não sei exatamente em que o ano o teu pai nasceu, talvez por volta de 1960... Teria então cerca de 10/11 anos quando o Leão Lopes pintou o seu retrato, em Bambadinca, a partir de  uma fotografia cedida pelo teu avô...


Guiné > Zona Leste > Bafatá > "Foto tirada no dia 30 de Março de 1971 em Bafatá, onde o grupo foi jantar, para celeberar os meus 24 anos. Na foto, e da esquerda para a direita temos: Leão Lopes (fur mil, BENG 447, e ex-esposa Lucília; fur mil op esp Benjamim Durães, Fernando Cunha (Soldado condutor), Rogério Ribeiro (1º cabo aux enfermeiro), Braga Gonçalves (alf mil cav) e ex-esposa Cecília; Isabel e o marido José Coelho (furriel mil enfermeiro), e o 1º cabo condutor auto José Brás". O Benjamim Duraes diz que ele, o artista, tambem lhe pintou o seu retrato em 1971

Foto (e legenda): © Benjamim Durães (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: LG].

Recordo-me, mal, do  Leão Lopes... Era furriel do BENG [Batalhão de Engenharia] 447. Em contrapartida, recordo-me bem do Coelho e do Durães...  Julgo que o Durães. por ser casado, não comia connosco na messe de sargentos. Não tenho a certeza.

De qualquer modo, este quadro também vai um surpresa para ele. Hoje é uma figura pública (vd. aqui entrada na Wikipedia), conhecido como pintor e cineasta em Cabo Verde.  Já foi Ministro da Cultura e Comunicações de Cabo Verde, deputado, professor universitário de Assuntos Africanos em França e também fundador e animador da ONG AtelierMar,  em Cabo Verde... Enfim, não o vejo desde então, Bambadinca, 1970/71 (**), e para ele vai um grande alfabravo...

 Já aqui escrevi que a morte do teu avô. por ter sido inesperada, foi um duro golpe para ti. Tu eras o seu neto querido. Ele parecia gozar de excelente saúde, apesar dos seus 82 anos, e as suas várias comissões em África. Mas a vida foi lhe madrasta: há poucos anos tinha perdido a sua companheira de uma vida, a Natacha, tua avó, de que ele falava sempre com tanta ternura e orgulho em Bambadinca. E em 2001, perdera o filho, num trágico acidente de automóvel, o teu pai.

Como sabes, privei/privámos com ele (alguns de nós, grã-tabanqueiros), em Bambadinca, em 1970/71, como 1º srgt da CCS/BART 2917.

O Fernando Brito tinha entrado há pouco para o nosso blogue. Eu falara com ele há menos de um mês, ao telefone. Tinha ficado  entusiasmado com a hipótese de nos podermos reencontrar, ele e a malta da CCAÇ 12, com quem se dava particularmente bem (*), Falou-me, um pouco, dos tempos duros que passou na 2ª comissão, na Guiné, em Madina Mandinga, no setor de Nova Lamgo. E,  claro, pressenti a dor, nunca curada,  da grande perda que foi a morte do seu filho e da sua esposa.

Curiosamente, não sabia da existência deste quadro. Possivelmente foi um encomenda posterior à minha / nossa partida de Bambadinca, em março de 1971, depois de finda a minha /nossa comissão em rendição individual.

Obrigado, Cláudio, pela partilha.(***)

Quando quiseres e puderes, manda-me então fotos digitalizadas, com boa resolução, do álbum do teu avô e meu/nosso amigo e camarada Brito... È a melhor forma de o homenagearmos.

E, claro, que preenchas o vazio deixado pelo teu avô. O seu lugar, na Tabanca Grande, deve ser ocupado por ti. Abraço e coragem para ti. Luís Graça
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12747: In Memoriam (180): Fernando Brito (1932-2014), major art ref, ex-1º srgt, CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e 1ª C / BART 6523 (Madina Mandinga, 1972/74)
(**) Vd. poste de 22 de maio de  2009 > Guiné 63/74 - P4399: Em busca de... (74): O caboverdiano Leão Lopes, meu antigo camarada de Bambadinca, BENG 447, 1970/72 (Benjamim Durães)

[Resposta do Leão Lopes ao apelo do Benjamim Durães em maio de 2009:]

Caro Durães,

Ainda me visto de Leão Lopes, apenas isso. Mas o ex-camarada de Bambadinca envaidece-me e é uma grande honra responder por ele.

Não imaginas a emoção que ainda sinto por este reencontro. Já ninguém poderá duvidar que eu também lá estive. Vocês existem e a memória colectiva também. Eu próprio duvidei por vezes desta parte da minha história, quando alguns episódios vividos se confundiam com uma projecção ficcional não tendo por perto quem mos pudesse reavivar, corrigir, confirmar.

Imagina que eu me lembro sempre do nosso capelão Arsénio Puim, do dia em que a PIDE o levou, da minha / nossa revolta. E como eu gostaria de o reencontrar para lhe dar o abraço que não pude dar-lhe nesse dia. A PIDE tinha-me levado antes o Joãozinho e mais outros dos melhores operários nativos que eu tive no destacamento de engenharia. Destes nunca mais soube.

Há alguns anos estive em Bambadinca e, nas ruínas do que foi nosso quartel, encontrei Mariana, a nossa lavadeira, que me avivou na memória muita coisa difusa e talvez esquecida. Por exemplo, que eu pintei o retrato de um camarada. Quem seria?

Sim, lembro-me de alguns de vocês. De ti, do Braga Gonçalves, do Coelho, do Brás. Lembro-me do Vinagre, de Coruche (?) com quem fiz algumas traquinices inventando coisas para driblar o tempo. Chegamos a ser sócios numa moto e nunca contei a ninguém que por um triz teriam hoje que me juntar aos homenageados no minuto de silêncio dos vossos encontros. Sabem dele?

Ainda canto Zeca Afonso e as músicas popularizadas por Adriano Correia de Oliveira que nos ajudavam a resistir e a manter a moral acima de tudo.

As minhas condolências pelo Rebelo.

Parabéns a Luís Graça pelo blog. Um belíssima iniciativa, um belo slogan, um esforço de trabalho imenso.

Um dia destes, numa das minhas passagens por Portugal, tentarei abraçar-vos. Muito obrigado pela fotografia e por me teres procurado e achado.

Até breve,  Leão Lopes

(***) Último poste da série > 29 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14945: O segredo de... (19): António Medina (ex-fur mil, CART 527, 1963/65, natural de Cabo Verde, mais tarde empregado do BNU, e hoje cidadão norte-americano): Desenfiado em Bissau por três dias, por causa dos primos Marques da Silva, fundadores do conjunto musical "Ritmos Caboverdeanos"... Teve de se meter num táxi, até Teixeira Pinto, que lhe custou mil pesos, escapando de levar uma porrada por "deserção"!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Guiné 634/74 - P12198: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (24): Voando com o srgt mil pil Honório, no apoio a colunas logísticas para Beli e Madina do Boé (Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec, BA 12, Bissalanca, 1967/69)




Guiné > Bissau > c. 1968 > "O T6G [Harvard] 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca".


Foto (e legenda): © Vitor Oliveira (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. Mensagem do Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec
 (BA 12, Bissalanca, 1967/69)  [, Foto à direita: é membro da nossa Tabanca Grande  desde 13/5/2009]:


Data: 22 de Outubro de 2013 às 15:20
Assunto: Voos com Honório

Camarada Luís,  posso dizer que 70% das dezenas e dezenas de horas de voo na Guiné foram com o meu grande amigo Honório que infelizmente já não está entre nós. (*)

Foram voos em DO27 e T6G, Nestes andávamos entre 2h30 e 3h30,  sobre as colunas que iam para Béli e Madina de Boé, Começávamos a sobrevoálas ao nascer dia até ao sol se pôr.  Ele, o Honório,  queria sempre companhia porque dava para ele descansar, Estás a ver o que era andar estas horas todas às voltas sobre as colunas!... Levávamos no mínimo duas garrafas de água Perrier. (**)

A protecção a essas colunas era feita por 6 T6G e sempre dois,  que se iam revezando.

Já agora quero dizer que,  além do meu amigo Honório,  havia mais pilotos com os quais voei e  que eu admirava:  Cap Sarmento, Alf Pavão (Açoriano) e Furriel Gomes.

Aqui vai [, foto em cima,] o T6G 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca.

Sem mais um grande abraço.

Vitor Oliveira(Pichas)
1º Cabo Melec

[BA12, Bissalanca, 1967/69]

________________

Notas do editor:

(*) Dados biográficos:

(i) Honório Brito da Costa [Praia, Santiago, Cabo Verde, 28 de agosto de 1941; Praia, Santiago, Cabo Verde, (?]];

(ii) era filho de Honório Domingos da Costa [n. 1901; f. ?] e de Silvia Pinto de Brito [Santiago, 1914; Lisboa, 2004];

(iii) tem, pelo menos, uma filha, Tatiana Costa] [ Fonte: sítio GeneAll.,

(iv) entrou como actor, juntemente com o nosso camarada Leão Lopes, no filme "O Recado das Ilhas" (1989), de Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941;  Swakopmund, Namíbia, 2010)]

[São raras as fotos do Honório, srgt mil piloto da FAP, que na sua terra natal  também era conhecido por Honoriozinho. Sabemos que nasceu em 1941, na cidade da Praia, e já morreu, em data desconhecida., mas posterior a 1989. Depois de servir na FAP, na Guiné, onde terá feito duas comissões, regressou á sua terra. Foi piloto comercial nos TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde, onde terá chegado a comandante. Foto acima,  à direita, reproduzida com a devida vénia da página da família Barros Brito: Antepassados e parentes da família criada por Jorge e Garda Brito.]



Postes da série sobre (ou com referências a) o Honório:

13 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7121: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (22): Fotograma do Honório com o Cap Neto (Jorge Félix)

15 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6397: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (21): Fotogramas de um vídeo com o Honório (Jorge Félix)

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5935: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (20): O Honório e o 2º Sarg que dizia que se aguentava (Vítor Oliveira)

22 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6210: Os gloriosos malucos das máquinas voadoras (21): Meu tenente, eu e o Tomás Camará não vamos com o Honório! (Amadu Djaló)

28 de fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5912: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (19): O Honório e o major que lhe chamou maluco (Vítor Oliveira)

19 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5840: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (18): Mais uma história do Grande Honório (Vítor Oliveira)

29 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5559: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (17): Mais uma história do Sargento Pilav Honório (Rogério Cardoso)

21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4396: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (16): Uma história do Honório (Vítor Oliveira)

11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3604: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (15): Eu, o Duarte, o Coelho, o Nico... mais o Jubilé do Honório (Jorge Félix)

6 de novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3412: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (11): Ainda o Honório, o Jagudi... ou o puro gozo de voar (Jorge Félix)



26 de Setembro de 2008 Guiné 63/74 - P3245: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (4): Honório, o cow-boy dos ares (José Nunes)


terça-feira, 19 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4378: Arsénio Puim, o regresso do 'Nosso Capelão' (Benjamim Durães, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72)

Viana do Castelo, 16 de Maio de 2009 > Convívio do pessoal da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) > O antigo capelão do batalhão, o ex-Alf Mil Arsénio Chaves Puim, que seria preso pela PIDE/DGS no dia Mundial da Paz, 1 de Janeiro de 1971, levado para Bissau e expulso do Exército (1). Está reformado como enfermeiro do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma dos Açores. Vive na sua ilha natal, Santa Maria (2).

Ainda hoje me interrogo sobre quem, civil ou militar, o tramou... Dele escreveu o seu amigo, camarada e companheiro de quarto, o Abílio Machado, o Machadinho (como ele lhe chamava; Bilocas, para os amigos da CCAÇ 12): "A coragem de um padre que não abdicou de o ser lá onde era o seu sítio: o altar" (1)... Poucos de nós tiveram tomates para tomar as posições que ele tomou: refiro-me àqueles de nós, como eu, que eram, em consciência, contra a guerra mas que a fizeram (3)... (LG)

Foto: © Benjamim Durães (2009). Direitos reservados



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Março de 2007 > O interior da capela onde, entre outros, rezava missa o Alf Mil Capelão Puim (CCS / BART 2917, 1970/71) e, em 1 de Janeiro de 1971, rezou pela paz, antes de ser preso pela PIDE/DGS. Eu nunca lá entrava a não ser em caso de velório, quando funcionava como capela mortuária.

Convivi pouco (ou melhor, não o suficiente) com o capelão Puim, o angélico, frágil mas corajoso Puim, que era contudo mais velho dez anos do que nós. Já não ia missa nessa idade, e muito menos na Guiné, em Bambadinca. Além disso, a malta da CCAÇ 12 tinha uma intensa actividade operacional, ao serviço do façanhudo Comando do Batalhão, que nos explorou até ao tutano, sobrando pouco tempo para conviver com a malta da CCS (com algumas excepções...).

Bom, hoje estou sinceramente arrependido de nunca ter ouvido uma homilía do Puim, mesmo por simples curiosidade intelectual, por solidariedade humana, por camaradagem... Na altura, eu achava que todos os capelães militares eram escolhidos a dedo e estavam bem integrados no sistema. Não me dei conta que os efeitos devastadores da guerra colonial também afectavam os homens encarregues de zelar pelo conforto espiritual e a salvação das almas dos nossos combatentes. Além disso, o Concílio Vaticano II tinha mexido profundamente com a Igreja (ultraconservadora) que nós conhecíamos (e que alguns de nós já contestavam), desde o nosso tempo de meninos e moços (3)...

Espero poder compensar, de algum modo, esse tempo perdido com o nosso próximo convívio, ao vivo ou em linha, usando a nossa Tabanca Grande, aqui onde o mundo se torna um pouco pequeno, aconcjegado, amigável e até bonito... Tive imensa pena, Arsénio, de não ter podido ir a Viana dar-te um abraço de saudade e de camaradagem... Aceita, por isso, o nosso reiterado convite para figurares na lista dos Amigos & Camaradas da Guiné...Haveremos de ir a Viana, ou a Santa Maria, ou a outro sítio qualquer, para continuarmos uma conversa que ficou interrompida durante quase quatro décadas... É muito tempo, camarada! (LG)

Foto: © Carlos Silva (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Benjamin Durães:

Luís, sim, o Puim esteve presente em Viana do Castelo no dia 16 de Maio (4), e foi com muita alegria que o recebi, a ele, à irmã e ao cunhado na Fortaleza de Santiago da Barra.

Com algum espanto verifiquei que o Puim reconheceu uma grande maioria - em especial, os ex-oficiais e sargentos e muitas praças - dos camaradas que com ele conviveram na Guiné: Abílio Machado, Cabete, Beato, Félix Torres, Durães, David Guimarães, Rocha, Borges, Jorge Cabral Bernardo, Gancho, Moreira, Mário Teixeira (o Sacristão do BART), Brás, Cunha e muitos outros (5).

Está ainda com uma boa memória visual dos ex-camaradas. Também perguntou por muitos outros ex-Milicianos, tais como:

- o Dr. Gonçalves Ferreira;

- o José Coelho [,ex-Fur Mil Enfermeiro] e Isabel;

- o António Carlão [, ex-Alf Mil CCaç 12,] e Helena (o Carlão na 5ª Feira prometeu-me estar presente na tarde de sábado em Viana do Castelo, encontro a que faltou);

- o Leão Lopes e Cecílía (O Leão Lopes, ex-Furriel do BENG 447, é um reputado pintor e cineasta em Cabo Verde, ex-Ministro da Cultura e Comunicações de Cabo Verde, Professor Universitário de Assuntos Africanos em França e, ao que suponho, actualmente Presidente da ONG ATELIER MAR em Cabo Verde) (6);

- Ex-Capitães Silva Agordela, Amaro dos Santos e Espinha de Almeida.

Ao Puim foi dado o número do telemóvel do Henriques (o da encarnação de Bambadinca, hoje Luís Graça) e o contacto do Gonçalves Ferreira (em Oeiras e em Lisboa), como haviam pedido.

Só houve uma pequeno permenor, pois o nosso Puim nunca me perguntou pelo cantador do RIO QUE LAVAS NO RIO (7)

Um Abraço Luís

DURÃES

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. poste de 17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1763: Quando a PIDE/DGS levou o Padre Puim, por causa da homília da paz (Bambadinca, 1 de Janeiro de 1971) (Abílio Machado)

(2) Vd. poste de 16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2444: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/BART 2917, hoje enfermeiro reformado e um grande mariense (Luís Candeias)

(3) Vd. poste de 5 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1925: O meu reencontro com o Arsénio Puim, ex-capelão do BART 2917 (David Guimarães)

(4) Vd. poste de 18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4372: Convívios (131): CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), com o Arsénio Puim e os filhos do Carlos Rebelo (Benjamim Durães)

(5) Vd. poste de 15 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1527: Lista de ex-militares da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas (Benjamim Durães)

(6) Vd. excerto de notícia de O Liberal On Line, de 23 de Abril de 2009:

(...) LEÃO LOPES NOMEADO PARA O PRÉMIO ANDORINHA DIGITAL

Bitú, de Leão Lopes, uma longa metragem de 52 minutos, é um dos filmes nomeados pelo júri de selecção como candidato a melhor filme-documentário do Andorinha Digital, um dos prémios atribuídos no III CINEPORT, Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, que vai decorrer em João Pessoa, capital de Paraíba, Brasil, de 4 a 14 de Maio [de 2009]

(...) Leão Lopes, fundador da Mindelo – Escola Internacional de Arte, dinamizador cultural e fundador da ONG Atelier-Mar, é um polifacetado intelectual de S. Vicente, a um tempo artista plástico, fotógrafo, escritor (autor de A História de Blimundo e de Unine) e cineasta, realizador de Ilhéu de Contenda (1994). (...)


(7) Vd. postes de:

7 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3582: Cancioneiro de Bambadinca (2): Brito, que és militar... (Gabriel Gonçalves, ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)

14 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1525: Tertúlia: Durães, Vinagre & Cª Lda, do BART 2917 (Humberto Reis)