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terça-feira, 19 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15991: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (11): Fotos de Miguel Pessoa - Parte II


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Os fotógrafos fotografados: Carlos Vinhal e a Maria João, esposa do Manuel Lema Santos


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Carlos Vinhal e Luís Graça


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Dois dos muitos fotógrafos: J. Casimiro Carvalho e Jorge Canhão


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Juvenal Amado, Moutinho Santos (régulo da Tabanca de Matosinhos) e Joaquim Peixoto


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Jorge Teixeira e António Tavares... Se não erramos, é primeira vez que o  Jorge Teixeira, (ex-fur mil art, CART 2412, Bigene -Guidage e Barro, 1968/70) vem ao encontro anual da Tabanca Grande... O António Tavares foi Fur mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72) e é nosso colaborador mais assíduo.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  Abel Santos, a esposa Júlia e a Dina Vinhal


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  O régulo da Magnífica Tabanca da Linha, Jorge Rosales


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  O Francisco Silva, que vai voltar à Guiné-Bissau, um dia destes, agora como cirurgião...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  António Martins de Matos, o nosso bravo tenente pilav (BA 12, Bissalanca, 1972/74), o olhar distante, pensando talvez em Kandiafara, na Guiné-Conacri, e nas "ameixas" que lá deixou em 18 de junho de 1973, depois de Spínola autorizar o bombardeamento daquela base do PAIGC, que ficou destruída... Tem um escrito para comemorar essa efeméride...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  Três homens de Bambadinca: António Fernando Marques, Luís R. Moreira e Luís Graça (e que, por coincidência, voaram os três sob duas minas A/C, à saída do reordenamento de Nhabijões, no fatídico dia 13 de janeiro de 1971).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 >  Idálio Reis, Rui Guerra Ribeiro e Manuel Joaquim (que desta vez não trouxe o seu "minino" Adilan, que estava a trabalhar)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Mais dois bambadinquenses, José Armando F. Almeida (Albergaria-a-Velha) e Luís R. Moreira (Lisboa). Ambos pertenceram ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).

Fotos: © Miguel Pessoa (2016). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:
Último poste da série > 19 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15990: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (10): Fotos de Miguel Pessoa - Parte I

quinta-feira, 17 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7954: Parabéns a você (228): José Armando F. Almeida, ex-Fur Mil Trms da CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72 (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

17 DE MARÇO DE 2011

JOSÉ ARMANDO ALMEIDA

Caro camarada José Armando Almeida, mais conhecido como o Zé Armando,  a Tabanca Grande solidariza-se contigo nesta data festiva.

Assim, vêm os Editores, em nome de toda a Tertúlia,  desejar-te um feliz dia de aniversário junto dos teus familiares e amigos.

Que esta data se festeje por muitos anos, repletos de saúde, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde e longevidade.

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Notas de CV:

(*) José Armando F. Almeida foi Fur Mil Trms na CCS do BART 2917, Bambadinca (1970-1972), tendo privado com vários membros da nossa Tabanca Grande, a começar pelo nosso Luís Graça e outros camaradas da CCAÇ 12, como o Humberto Reis, o Tony Levezinho, o António Marques, o Joaquim Fernandes, o Arlindo Roda, o José Vieira de Sousa, o Fernando Almeida (que também era Furriel de Trms),  o Abel Rodrigues,  o Gabriel Gonçalves... e outros de outras unidades adidas, para além dos seus camaradas da CCS, como Benjamim Durães, o Abílio Machado, o Luis Moreira, etc. 

Faz hoje 64 anos, está aposentado da PT, onde trabalhou na Direcção de Aveiro, na área da Gestão de Recursos Humanos. Casado, com uma filha (licenciada em Design), reside em Albergaria-A-Velha, e costuma aparecer nos encontros de convívio da malta de Bambadinca (e também da nossa Tabanca Grande).

Vd. último poste da série de 15 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7943: Parabéns a você (227): António da Silva Batista, ex-Soldado da CCAÇ 3490 (Saltinho, 1972/74), prisioneiro de guerra em Conacri (Tertúlia / Editores)

domingo, 30 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6499: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (3): Quando Mandinga já não quer dizer turra, mas quando ainda não se esquecem os desmandos feitos pelas NT no início da guerra (J Armando F. Almeida / Luís Graça)



Fonte: História do Batalhão de Artilharia nº 2917 - De 15 de Novembro de 1969 a 15 de Março de 1972. (Versão em texto processado por Benjamim Durães)



[Continuação da publicação de excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72, segundo versão policopiada gentilmente ao nosso blogue pelo ex-Fur Mil Trms Inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande] (*)

3. População > e. Aspecto político (...)

2 – OS ”MANDINGAS”

- Construtores de grandes impérios dos quais o maior foi o do Mali que durou do Século XI até ao Século XVII,  as suas relações com os Portugueses foram de tal modo intensas que o Rei D. João II, frente ao conflito ”Mandinga – Fula”,  enviou emissários ao Imperador do Mali e ao Chefe Fula Coli Tenguela, procurando servir como medianeiro nas disputas entre ambos.

Com o desmembramento do Império Mali,  inicia-se o enfraquecimento do poder Mandinga na Província em benefício do aumento de influência Fula, tendo a sua hegemonia política sido fortemente abalada a partir do Século XIX; a Batalha de Bere Colom (no ano 1850) em que os Mandingas são vencidos pelos Fulas,  atesta o seu declínio que se prolonga até 1866,  data da Batalha de Camsala Turubã,  em que os Mandingas foram totalmente desbaratados. 

Apesar de vencido,  a cultura deste povo impõe-se a quase todos os povos da Guiné e, difundindo o seu islamismo (do tipo africano,  revelando resíduos do antigo animismo),  criou, pelo contacto directo e contínuo com outras etnias, o fenómeno da aculturação destas, conhecido por “Mandinguização”.

Antes do terrorismo,  a etnia Mandinga mostrava-se em franca expansão por toda a Província invadindo áreas de outras etnias e competindo economicamente com elas sendo bem aceite por todos os povos da Guiné. 






"Era conhecida a separação entre fulas e mandingas. Estes pouco simpatizavam com as nossas tropas, eu tive essa ideia, os fulas, na generalidade, estavam do nosso lado. Esta rivalidade, e o não querer estar com os fulas, têm razões históricas: os mandingas tiveram um grande império no sudeste africano e foram senhores do reino do Gabú. Mas dum e doutro foram usupados pelos fulas...

"Nesta brochura, editada pela Editorial Cosmos (sem data) na sua colecção "Cadernos Coloniais" (é o N.º 13), António Carreira faz uma resenha histórica da islamização daquela zona de África e da lutas entre fulas e mandingas pelo seu domínio. São dados importantes para a história dos povos da Guiné e para a nossa commpreensão deles". [
António Barbosa Carreira nasceu em 1904, em São Filipe, Ilha do Figo, Cabo Verde. Morreu em 1988, em Lisboa].

Imagem e legenda: © A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados


Nos últimos anos que antecederam o terrorismo,  o poder económico de alguns dos seus membros e o domínio cultural que exerciam tornaram-no um dos mais progressivos da Guiné, surto do progresso que a subversão veio quebrar levando grande parte a aderir ao PAIGC ou a refugiar-se nos Países limítrofes, nomeadamente no Senegal e Gâmbia.

A sua atitude perante o terrorismo deve ser interpretada com todo o bom senso, eles viram no PAIGC a oportunidade de reaver a sua independência política, em face aos Fulas, e vingar um Século de prepotências a que estiveram sujeitos pelos Fulas; depois, nos primeiros anos de terrorismo, Mandingas era sinónimo de terrorista e temos de ter a coragem para admitir os erros de procedimento que as NT e Autoridades tiveram perante os indivíduos que eram rotulados de “terroristas”.

Hoje os Mandingas estão convictos de que não é mais possível, no Sector, ser-se acusado pelas Autoridades de “terrorista” apenas porque se pertence a esta etnia ou, se denunciam erros de indivíduos ligados às Autoridades, Militares ou Civis, Europeus ou Africanos (embora ainda existem no Sector alguns residentes Europeus a assimilados que, por convicção ou interesse, propalam, especialmente a quem chega de novo, que todos os Mandingas são “terroristas”).

Tal convicção,  associada ao seu desencantamento em relação ao PAIGC,  onde “calcinhas e oportunistas” ocupam lugares de mando que os Mandingas julgam deveriam ser concedidos aos seus Chefes, criou uma brecha que, a curto prazo, pode levar, se bem explorada pelas NT,  ao divórcio total desta etnia com o PAIGC.

- No SECTOR L-1 a actividade dos Mandingas vivendo sobre o nosso controlo difere de Regulado para Regulado.

ENXALÉ

- Sobre a designação de Mandingas estão agrupados na povoação do Enxalé, Beafadas e Mandingas sob o Comando efectivo do Beafada, Alferes de 2ª Linha Quemó Nanqui; fortemente hipotecados na defesa da sua povoação, colaboram activamente com as NT na procura e destruição do IN. 

Até à preparação do Congresso do Povo da Guiné de 1971, toda a população daquela povoação obedecia a Quemó Nanqui, e não se notavam quaisquer diferenças na forte determinação com todos, independentemente de raças a que pertenciam, colaboravam na defesa da povoação e perseguiram o IN. Deu-se então a separação dos Balantas, que passaram a ser dirigidos por Biaia Nadum,  dos restantes cujo Chefe se manteve Quemó Nanqui.Tal divisão consciencializou os “Mandingas puros” que passaram também por ali, embora colaborando com as NT, a dar indícios de um crescente neutralismo em relação ao conflito. 

A criação do GEMIL 309 e 310 (Grupo Especial de Milícias) e a sua consequente actuação acarretará decerto uma maior acção do IN sobre o Enxalé e,  com ela, acreditamos a destruição de tal neutralismo.

CUOR

- Encontram-se reordenadas nas Auto Defesas de Finete e Missirá, onde são protegidos por Pelotões de Milícia na sua quase totalidade formados por Fulas do Regulado Badora. Estão profundamente hipotecados na defesa das suas povoações e seguem a forte determinação do seu Régulo, Malan Soncó, de não abandonar o que resta do Cuor seja qual for a pressão do IN. Mas ao procurar-se fazer o recompletamento dos seus Pelotões de Milícias com elementos Mandingas, encontram-se grandes dificuldades no seu recrutamento. Também ao procuraram-se guias para as diversas operações no Cuor,  se encontra fortes reservas por parte dos Mandingas em colaborar com as NT.

BADORA

- Concentraram-se neste Regulado a maioria dos Mandingas do Sector. Muitos são daqui naturais mas há um importante núcleo constituído por “refugiados” de outros Regulados, especialmente do Regulado do Cuor e Oio.

- Os naturais do Regulado de Badora têm queixas das prepotências antigas fulas com conveniência ou nãos das Autoridades Administrativas, não esqueceram ainda os desmandos feitos pelas NT no início do terrorismo em que Mandingas e terroristas era considerado sinónimo, confiam bastante no Régulo de Badoera – Tenente de 2ª Linha Mamadú Bonco Sanhá, que dizem ser Beafada, porque nos seus ascendentes há uma mulher desta etnia, ser justo, ser valente e ter espírito Mandinga. Pelas razões apontadas, porque muitos deles têm família no mato, e talvez e especialmente por ser essa a orientação dos seus Chefes Religiosos, assumem uma atitude de neutralismo em relação ao actual conflito.

- Os refugiados neste Regulado pensam em cada momento nas suas árvores de fruto, nas suas terras, e muitos deles desejariam ocupar povoações de onde a guerra os expulsou.
- Desde que lhes seja garantida uma certa segurança,  estão disposto a ocupar as suas antigas povoações e cooperarem na sua defesa, desde que recuperadas.

- Na sua actual situação de refugiados procuram empenhar-se o menos possível tendendo para um neutralismo total.








Fonte: História do Batalhão de Artilharia nº 2917 - De 15 de Novembro de 1969 a 15 de Março de 1972. pp 53/74 (Versão em texto processado por Benjamim Durães)

[Fixação / revisão de texto / bold / título: L.G.]

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 20 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6437: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (2): O Fula, a sua lealdade,o seu preço (José Armando F. de Almeida / Luís Graça

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6437: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (2): O Fula, a sua lealdade,o seu preço (José Armando F. de Almeida / Luís Graça)





Infogravura: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010). Direitos reservados


[Continuação da publicação de excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72, segundo versão policopiada gentilmente ao nosso blogue pelo ex-Fur Mil Trms Inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande]


3. População (…)

c. Modo de vida

A população do Sector pratica na sua maioria uma agricultura de subsistência (arroz e milho) e “cava” a importa agricultando mancarra (Fulas e Mandingas) [,frase ininteligível].

Os Balantas produzem arroz para além das suas necessidades.

Como complemento desta actividade praticam ao longo do ano, e quando livres das culturas de subsistência, a exploração do coconote (Regulados do Corubal, Xime e Badora), artesanato (Regulados de Badora e Xime) e banana (Regulado do Xime), produtos que exportam para Bissau.

Dedicam-se também à caça e à pesca mas quase só em regime de subsistência.

É importante a quantidade de pessoal empregado na estiva dos Portos de Bambadinca e Xime.

É muito importante, especialmente respeitada entre os Fulas, a instituição Homem Grande, para quem a única ocupação digna é a meditação do Corão ou a guerra. Como o homem ascende à situação de Homem Grande na maior parte dos casos na plenitude das suas possibilidades físicas, passa a constituir um pesado encargo para o seu agregado social, obrigando as mulheres e as crianças a um trabalho intenso nas bolanhas para a sua subsistência.


d. Línguas e dialectos


Apenas uma pequena percentagem fala portguês; o idioma veicular mais comum é o crioulo, adoptando cada grupo étnico a sua língua. Sendo portanto predominante em cada área a língua do grupo Fula, Mandinga, Balanta, etc.


e. Aspecto político


(i) Fula


Sob esta designação incluimos todo o grupo Saheliano – Ramo Fula.

Constituindo o grupo étnico, dominante no Sector, o último invasor, ocupando antes do desencadeamento da subervsão quase exclusivamente todos os lugares do baixo funcionalismo (cipaios e intérpretes, etc. ), desenvolveu contra si o intenso ódio do Beafada, e a dissimulada aversão dos vencidos Mandingas.

Islamizados, despoticamente paternalistas, com o culto da velhice (Homens Grandes) e das posições de privilégio, considerando como únicas ocupações dignas do homem a meditação religiosa ou a guerra, desprezando os que trabalham ou que denunciam vontade de progresso, os Fulas alimentaram com o seu procedimento a aversão do Balanta, individualista e trabalhador, a quem o Fula explora como dono da terra.

Por sua vez, o Fula odeia o Caboverdiano que com ele compete na ocupação dos diversos lugares do funcionalismo.

Aproveitando-se dos ódios e aversões expostas pôde, o PAIGC, com facilidade desencadear a guerra racial contra os Fulas a quem identificou com os Portugueses. Tal circunstância impermeabilizou os Fulas contra o terroismo actual, e a sua necessidade de sobrevivência tornou-os nossos aliados, levando-os a um contacto íntimo e prolongado cujas consequências não podemos ignorar.

Praticando uma agricultura de subsistência e angariando recursos para as demais necessidades imediatas pela prestação de serviços às guarnições militares locais (soldados, milícias, lavadeiras, etc.) , as inúmeras necessidades que o maior contacto com o Europeu lhe foi criando e a quase nula existência de infraestruturas do Sector, agravada para mais pela situação da guerra, habituaram o Fula a pedir tudo às unidades militares: pede dinheiro, pede transportes, pede alimentação, pede materiais para a sua casa, pede assistência sanitária, pede água, pede luz, pede, etc., etc.

Em troca dá a sua lealdade à luta em que estamos envolvidos e não dá absolutamente mais nada, pois até recusa a mão de obra para o trabalho em seu único proveito.

Apesar de muitos procedimentos tradicionais chocarem e até ferirem a nossa sensibilidade [ poligamia ? fanado ?, infanticídio ?], temos que condescender com eles porque a manutenção da sua lealdade depende da colaboração dos seus chefes e a destes é função da nossa aceitação dos seus privilégios e da satisfação das necessidades imediatas do grupo.

As facilidades de transporte, o contacto íntimo com o militar europeu começa a desenvolver na juventude fula (os nossos milícias, os nossos soldados) uma certa atitude de contestação contra a sua situação de subalternidades no grupo social, apesar de constituir a principal fonte de recursos desse mesmo grupo social. E, na medida em que, por conveniência, apoiamos as suas estruturas, pode tal juventude de hoje, seus dirigentes de amanhã, acusar-nos de travar o seu progresso, apoiando o despotismo a que as estruturas a sujeitam, e criando assim uma brecha potencial por onde o PAIGC pode penetrar na lealdade Fula.


(Continua: b. Os Mandingas)

[Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.]

Fonte: BART 2917: História da Unidade. [Bambadinca, 1972]. XCap II, pp. 13/14.


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Nota de L.G.:

17 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6413: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (1): Populações controladas pelas NT e pelo PAIGC, ao tempo do BART 2917 (1970/72) (José Armando F. de Almeida / Luís Graça)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6003: Parabéns a você (88): José Armando F. Almeida, ex-Fur Mil TRMS da CCS/BART 2917 (Editores)

Hoje, dia 17 de Março de 2010 está de parabéns o nosso camarada José Armando F. Almeida (ex-Fur Mil TRMS da CCS/BART 2917, que andou por terras de Bambadinca entre 1970 e 1972, e que em tempo de paz montou a CCS ali para os lados de Albergaria-a-Velha.

A Tabanca em peso vem desejar ao nosso camarada um dia cheio de alegria junto dos que lhe são mais próximos.

Que a sua vida seja longa, plena de saúde e boa disposição, sempre rodeado da sua família e amigos. Nós, à distância, vamos aplaudindo e renovando os nossos votos ano a ano.

Marcando desde já encontro para 2011, deixamos-lhe um enorme abraço.

Pela tertúlia
Os editores

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Notas de CV:

Para consultar publicações sobre o BART 2917 neste Blogue, clicar aqui ou no marcador/descritor respectivo.

Vd. último poste da série de 15 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5998: Parabéns a você (87): Uma salva de palmas, de homenagem, para o António Baptista, que faz hoje 60 anos, teve uma vida sofrida e conheceu o inferno na terra (Os Editores)

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Guiné 63/74 - P1655: Tabanca Grande (6): José Armando F. Almeida, ex-Fur Mil Trms (Bambadinca, CCS/BART 2917, 1970/72)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCS do BART 2917 (1970/72) > O Furriel Miliciano de Transmissões Almeida, que acaba de pedir a sua adesão à nossa tertúlia. Privou com a malta da CCAÇ 12 desde meados de 1970 a Março de 1971.



Foto actual do José Armando Ferreira Almeida, o ex-Fur Mil Trms da CCS do BART 2917 (1970/72), 60 anos, aposentado da PT, onde trabalhou na Direcção de Aveiro, na área da Gestão de Recursos Humanos. Casado, com uma filha, reside em Albergaria-A-Velha (1).

Fotos: © José Armando (2007). Direitos reservados.


Mensagem do José Armando (Almeida), com data de 4 de Abril de 2007:


Amigo e Camarada Luís Graça (Henriques):

Desde há algum tempo, tenho vindo a seguir com profundo interesse e emoção o que vai sendo escrito e documentado neste espaço de opinião e partilha, num verdadeiro espírito de sã camaradagem e amizade.

Para ti, desde já, os meus agradecimentos e admiração pela iniciativa que em devido tempo felizmente promoveste e em que continuas esforçadamente empenhado, agora com a colaboração dos restantes tertulianos.

Pois também eu, ex-Fur Mil de Transmissões Almeida, da CCS/BART 2917 (1), que partilhei contigo, então Henriques, e com o Levezinho, o Reis, o Moreira, o Rodrigues, o Fernandes, o Branquinho, para só falar de alguns da CCAÇ 12, do mesmo espaço em Bambadinca, gostaria de ser admitido na Tertúlia, agora também com a certeza - e já não só uma esperança - de poder voltar a reencontrar, se não todos, pelo menos alguns dos velhos - de mais de 35 anos - camaradas e amigos.

Teremos, certamente, oportunidade noutras ocasiões para falar de alguns aspectos mais particulares. De qualquer modo, aí vão alguns, à laia de curriculum:

Já estou aposentado da PT, onde trabalhei na Direcção de Aveiro - é verdade, já fiz 60 anos !... fui responsável na área dos Recursos Humanos, sou casado e tenho uma filha, já licenciada em Design.

E por agora, fiquemos por aqui que a prosa já vai adiantada!

Até breve, e um abraço amigo para todos os camaradas tertulianos do

Zé Armando (Almeida)

Comentário de L.G.:

Almeida: Reconheci-te logo pela foto, apesar de tantos anos já passados. É uma alegria ver-se alargar o círculo de camaradas de Bambadinca. Da tua CCS só cá tínhamos, até agora, o Luís Moreira - o vosso alferes miliciano sapador, ferido em mina anticarro, à saída de Nhabijões, a 13 de Janeiro de 1971, e evacuado para Bissau - (2), o Benjamim Durães (3) e o Abílio Machado (4), para além do David Guimarães (que pertencia à CART 2716, sedeada no Xitole, e que é um dos camaradas mais antigos desta terúlia).

Pois muito bem, faz como dantes, na nossa saudosa messe e bar de sargentos em Bambadinca: entra, acomoda-te e... paga um copo à gente! O mesmo é dizer, que fico/ficamos à espera das tuas estórias.

Um grande abraço do... Henriques.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. posts de

15 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1527: Lista de ex-militares da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas (Benjamim Durães)

1 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1556: 1º Convívio da CCS do BART 2917: Setúbal, 9 de Junho de 2007 (Benjamim Durães)

(2) Vd. posts de:

23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCIX: Luís Moreira, de alferes sapador a professor de matemática

23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCV: 1 morto e 6 feridos graves aos 20 meses (CCAÇ 12, Janeiro de 1971)


(3) Vd. post de 21 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1618: Tertúlia: Benjamim Durães, ex-furriel mil da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)

(4) 29 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1635: Amigos, enquando vos escrevo, bebo um Porto velho à nossa saúde (Abílio Machado, CCS do BART 2917, Bambadinca, 1970/72)