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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22527: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XIV: Alfredo Guimarães (Guimarães, 1884 - França, CEP, 1918), cap cav

 

Alfredo Guimarães (1884-1918)


Nome: Alfredo Guimarães

Posto: Tenente de Cavalaria

Naturalidade: Guimarães

Data de nascimento: 22 de Abril de 1884

Incorporação: 1906 na Escola do Exército (nº 166 do Corpo de Alunos)

Unidade:  Serviço de Aviação, Regimento de Cavalaria n.º 2

Condecorações: Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada (a título póstumo) | Cruz de Guerra de 2ª classe | Promoção a Capitão, por distinção

TO da morte em combate;  França (CEP)

Data de Embarque: 4 de Agosto de 1917

Data da morte: 9 de Abril de 1918

Sepultura:  França, Cemitério de Richebourg l`Avoué

Circunstâncias da morte:  Comandando um pelotão da 3ª companhia do BI 29, combateu na 1ª linha dela retirando quando já não tendo homens para comandar e apresentou-se no comando do batalhão onde organizou, por duas vezes, uma força para contra-atacar e por último defender a Red House (posto de comando do batalhão) onde foi ferido. Ainda assim retirou para as linhas de resistência à retaguarda de Laventie, ocupadas por ingleses, onde combateu e foi atingido mortalmente por fogos alemães.

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António Carlos Morais da Silva, hoje e ontem


1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um oficiais oriundos da Escola do Exército e da Escola de Guerra que morreram em combate, na I Guerra Mundial, nos teatros de operações de Angola, Moçambique e França (*).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva, cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar e depois professor da AM, durante cerca de 3 décadas; é membro da nossa

Tabanca Grande, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.

Para saber mais sobre o "herói vimarense de La Lys", vd, aqui, no Blogue do Minho.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17280: Agenda cultural (555): No dia 29 de Abril de 2017, Conferência no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, intitulada "1817 - Uma Investigação Completa", a cargo do nosso camarada Coronel António José Pereira da Costa



No dia 29 de Abril, inserida na comemoração do Dia Internacional do Livro, iniciativa da Direcção da Sociedade Martins Sarmento, pelas 16h00 haverá uma Conferência no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, a cargo do nosso camarada Coronel António José Pereira da Costa, intitulada "1817 - Uma Investigação Completa".

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Notas do nosso camarada Pereira da Costa:

- Raul Brandão foi Cap. Inf.ª e reformou-se em 1912. 
- O livro de que vou falar foi terminado em 1913 e corresponde a uma fase de patriotismo que varreu a sociedade portuguesa após o 5 de Outubro de 1910.
- Raul Brandão escreveu, nesta fase: "El-Rei Junot", "1817 - A Conspiração de Gomes Freire" e um prefácio para o "Cerco do Porto" do coronel britânico Hugh Owen.
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17269: Agenda cultural (554): 500 fotos, algumas das quais para a História... Exposição de Alfredo Cunha, o nosso grande fotojornalista, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, até 3.ª feira, 25 de abril, entrada livre

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16184: Convívios (753): XII Encontro do pessoal da CART 1742 ("Os Panteras"), realizado no passado dia 28 de Maio, em Creixomil - Guimarães (Abel Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Abel Santos (ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), com data de 7 de Junho de 2016, a propósito do XII Convívio do pessoal da sua Unidade:



XII Encontro da CART 1742 (OS PANTERAS) 
Nova Lamego/Buruntuma 1967/1969

28 de Maio - Creixomil - Guimarães

Apesar da intempérie que se abateu no dia 28 de Maio último na parada do Pavilhão Multiusos de Guimarães, o pessoal da CART 1742 respondeu à chamada do oficial de dia, camarada José Ribeiro, para dar início ao 12.º convívio, cuja chama ao longo dos anos continua acesa com bastante intensidade.

Este ano tivemos a grata surpresa de voltar a rever um camarada Adão que nunca tinha participado, e que desta vez nos honrou com a sua presença. Também pela primeira vez "esteve presente" o furriel Nogueira, representado pelo seu filho, o que para nós foi motivo de uma grande satisfação e alegria, já que a malta nutria por ele um carinho especial. Que descanse em paz.

Em relação ao Adão, conhecido pelo "Valha-me Deus" por ser muito religioso, foi um dos muitos soldados Portugueses que ficaram estropiados, hoje usa uma prótese na perna direita por ter sido vítima da explosão de uma mina anti pessoal, incidente que ocorreu em Janeiro de 1969, durante um reconhecimento na zona de Buruntuma/Camajabá, da qual a CART 1742 era responsável, incluindo a Ponte Caium. O Adão desviou-se do trilho em que estava posicionado, depois de ouvir lá na frente o alerta de mina, acidente que ao ser ainda hoje recordado por este homem, faz correr lágrimas pelo rosto dos seus camaradas e amigos de então.

Depois da chamada da tropa pelo oficial de dia, a companhia deslocou-se em passo de corrida (viaturas) para a Igreja Paroquial de Creixomil, na qual foi celebrada missa pelo Pároco local em memória de todos os combatentes falecidos na guerra do Ultramar Português.

Dali o pessoal dirigiu-se-se para o local do repasto, que já se fazia tarde, onde fomos obsequiados com um lauto manjar minhoto.

Foi mais uma jornada de salutar convívio, e de afirmação castrense, entre camaradas que outrora, lá na terra longínqua da Guiné Portuguesa, se bateram pela sua Pátria, dignificando a sua Bandeira com sangue, suor e lágrimas, que ainda hoje, rebeldes, descem pelas faces como que recordando tempos idos, na qual ainda meninos e moços se transformaram em homens.

Abel, Rui e esposa, Hilário

Mendes, Correia e ao fundo o Peixoto

Olha que quatro, Abel, Maurício, Neto e Oliveira atrás

Alípio, Abel e Barbosa

 O eterno feminino

Foto de família

Hilário, Viola, Nogueira Filho, Adão, Lopes e Alves

Um aspecto da sala, com o Guilherme e esposa

Alferes Figueiredo sempre presente, com a filha

Filho do Furriel Nogueira

Bolo Comemorativo

De salientar ainda a presença das nossas esposas, mães dos nossos filhos, que também sofreram, connosco e em silêncio, as agruras da guerra. Para elas um beijinho de reconhecimento.

Para finalizar o encontro, já o fim do dia se aproximava, foi entregue a todos os camaradas o certificado de presença e uma peça do artesanato local, por sua vez a Junta de Creixomil associando-se ao acto, entregou um guião da sua Freguesia. Para estes autarcas o nosso bem-haja.

Certificado de presença no Encontro

Peça de artesanato

Guião da autarquia de Creixomil

Vivam os Combatentes de Portugal.

Abel Moreira dos Santos
Ex-Soldado At Art da CART 1742 - "Os Panteras" 
Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de junho de 2016 Guiné 63/74 - P16162: Convívios (752): 11º Convívio da CCaç 1426, 9 de Julho, no Seixal (Fernando Chapouto)

quarta-feira, 9 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15836: Outras memórias da minha guerra (José Ferreira da Silva) (22): O “Galã de Nhacra” e “Conquistador de Guimarães”


Quartel de Nhacra




1. Em mensagem do dia 23 de Fevereiro de 2016, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), mandou-nos mais uma das suas excelentes histórias para a sua série "Outras Memórias da Minha Guerra". Para quando o prometido livro?


Outras memórias da minha guerra

21 - O “Galã de Nhacra” e “Conquistador de Guimarães”

Entre os camaradas daquela Companhia, era voz corrente que o Furriel Martins era oriundo de família rica, muito ligada à indústria têxtil. Dizia o maqueiro Soares, de Guimarães, que se lembrava bem de ver um MG vermelho, descapotável, a passear pela cidade, e a acelerar por perto do Toural e, também, junto do Liceu de Guimarães.
Também quem se lembrava bem do Martins, era o Furriel Moura, que estava “sediado” em Mansoa. É que, além de o ter conhecido nas Caldas da Rainha, também o acompanhou em Tavira. Enquanto nas Caldas quase passou despercebido, já o mesmo não se pode dizer do tempo em que esteve em Tavira. Aqueles meses quentes de Junho e Julho proporcionaram-lhe várias exibições pelas praias mais próximas.

Tudo levava a crer que o Martins seria um conquistador nato, mas o certo é que poucos o viram acompanhado de miúdas, a não ser com a Marilu, uma jovem bastante conhecida, naquele ambiente castrense, por “Miss Punheta”. Por outro lado, pouco mais dele se sabia, já que o Martins não gostava de conviver com os demais camaradas.

Na Guiné, o Martins mantinha aquele ar petulante de superioridade, especialmente diante de subalternos. Aliás, esse complexo de superioridade provocou os seus custos: de gozo, por uns e de aversão, de outros.

Quem não podia com ele era o Moreira, o Cabo Cripto que, mercê de um certo à-vontade, de uma evidente popularidade e de uma boa aparência física, lhe causava alguma inveja e muita antipatia.
Por coincidência, um e outro optaram pelos serviços da mesma lavadeira, que, por sinal, era uma miúda bastante gira, corpo curvilíneo, mama firme, cabelos esticados e de feições arredondadas. Por experiência, sabemos que, com tais predicados nas lavadeiras, a roupa raramente regressa bem lavada e com a mesma cor de origem. Porém, os “galãs”, pareciam perdoar tudo para merecer as atenções da melhor miúda de Nhacra.

Aparentemente, o Moreira adiantou-se rapidamente, uma vez que, ao fim de pouco tempo, já ia para a tabanca da Sami, passar os serões.

Por sua vez, o Furriel Martins, julgando-se seguro da sua importância, quando soube que o Cabo Moreira estava na tabanca, foi lá para o deitar abaixo. E, logo que o viu junto da Sami, interpelou-o em voz alta:
- Ouça lá, ó nosso Cabo, que anda por aqui a fazer?
- Vim aqui à lavadeira, procurar uma camisa. - Justificou-se o Moreira.
- Qual camisa, qual caralho! Não sais de trás dela.

E continuou:
- Vieste incomodar a Sami, a esta hora? Deixa-a em paz e desaparece. Vai para o quartel, de onde não devias ter saído.
- Mas ainda não tocou a recolher. Posso estar cá fora. - Respondeu o Moreira.

Irritado, o Furriel Martins gritou:
- Podes, o caralho! Põe-te a andar! É uma ordem! Ouviste bem? É uma ordem!

Ferido no seu orgulho, o Moreira dirigiu-se directamente para a caserna do 1.º Pelotão. Como não tinha arma distribuída, agarrou numa G3 que estava pendurada pela bandoleira nos ferros de uma das primeiras camas. Rapidamente regressou à parada e aproximou-se da porta de armas.

O Furriel Martins acabava de entrar e o Moreira, que já o esperava, apontou-lhe a arma.
- Ouve lá, ó Galã de Merda, eu vou ficar cá mas tu, vais co caralho, seu grande filho da puta!!!! .

Puxou o gatilho e ouviu um estalido. Insistiu e o som repetiu-se. Nessa altura, já o sentinela gritava:
- Acudam! Acudam! Estes gajos estão malucos! Querem matar-se!


Quartel de Nhacra

Desesperado, o Cabo Moreira atirou-se ao Furriel a murro e a pontapé, até que chegou o Oficial Dia, Alferes Bastos e o levou para a Casa da Guarda. Não levou muito tempo para aparecer o Capitão Alves, que indicou o seu gabinete e logo perguntou:

- Então Bastos, que é que se passou?
- O Cabo Cripto puxou de G3 para matar o Furriel Martins. A sorte é que não havia bala na câmara. O Martins pensa que é tudo dele e ficou fodido de ver o Cabo Cripto na tabanca, junto da lavadeira, uma boazona que anda por aí.

O Capitão interrogou de novo:
- Não me diga que é a Sami? Olha o engatatão! Por sinal ela também me lava umas coisas.

E continuou:
- Realmente ela é jeitosa mas, como lavadeira é muito fraquinha. Esse Furriel é um merdas, parece que ninguém gosta dele.
- Pois é Capitão, mas agora estou fodido. É que já meti o rapaz na cadeia e agora nem sei como me safar. Ele é de lá, da Povoa, é vizinho da minha mulher, até andou a estudar com ela. E a mãe, que tanto me pediu que olhasse por ele!

E continuou:
- É educado e bom moço. Nunca se mete com ninguém, mas é um bocado casmurro e ficou pior desde que o pai morreu num acidente. Foi à inspecção, não deu as habilitações porque não queria responsabilidades de chefia. Agora acontece isto e tinha que ser eu a condená-lo.

O Capitão levantou-se, pousou a mão no ombro do Alferes e disse:
- Não faça qualquer participação. Deixe o Cabo passar lá a noite, mas deixe a porta aberta. Deixe-o sentir a responsabilidade do que fez e amanhã eu trato disso. Entretanto, mande avisar o Furriel, para que se apresente aqui às 9 horas.


Quartel de Nhacra

Numa das vezes que visitei o Cemitério de Nespereira, a dois quilómetros de Guimarães, quando estava a olhar a foto do Faria (Furriel Enfermeiro da nossa CART 1689), colocada sobre um jazigo, lá ao fundo, do lado direito, ao mesmo tempo que recordava, em catadupa, grandes momentos vividos juntos na Guiné, ouço uma voz:

- O senhor não é de cá, pois não? Conheceu o Domingos Faria?
- Fomos muito amigos, lá na Guiné. Devo-lhe muito do que de melhor lá passei. Quando chegámos, fomos uns para cada lado e mortos por esquecer aqueles dois anos de guerra. Só ao fim de cerca10 anos é que sentimos necessidade de nos revermos nesse primeiro encontro,que veio a ser realizado no Restaurante D. Sancho, em Anadia. Foi um choque muito grande quando, todo entusiasmado, o fui convidar para esse primeiro encontro da nossa Companhia, então, soube que ele havia falecido.

O senhor voltou a falar:
- Era muito bom rapaz, muito alegre e um grande técnico de debuxo. Trabalhei junto dele e sinto muito a sua falta.

E eu, acrescentei:
- Sim, era do melhor! Tinha um coração de oiro! Era Enfermeiro, mas até lhe chamavam doutor. Estava sempre disponível para ajudar. Ele fazia milagres. Por isso, para os civis, ele era considerado um santo.


Junto à Campa do Domingos Faria

O senhor, emocionado, limpou os olhos e voltou:
- O filho mais novo do meu ex-patrão Martins, também esteve na Guiné. Esse safou-se lá, mas aqui tem passado das dele. Imagine, um rapaz a quem não faltava nada. Podia escolher a melhor moça da região e acabou por casar com uma galdéria que lhe fugiu, para Lisboa e lhe deixou um filho deficiente. Ele não era grande coisa mas tenho pena dele.

O Jorge, então com 12 anos, era o irmão mais novo de uma família de bons artistas de tecelagem. Quando, nos finais dos anos 50, se aperceberam dessa importância, aliada aos ventos favoráveis daquela indústria, no Vale do Ave, resolveram estabelecer-se. Cada um dos 4 irmãos ocupou a chefia de um sector e em pouco tempo, a empresa deu um salto enorme. Seguiram-se anos de ouro para a empresa. Em poucos anos, já todos os irmãos casados tinham boas moradias, bons carros e bons apartamentos de férias.

Agora o Jorginho vivia nas nuvens com o seu descapotável. Ainda não tinha feito os 18 anos e já andava na Escola de Condução e como chumbou 2 vezes, foi comprar a carta à Ilha da Madeira. E se ia mal nos estudos, pior ficou, porque começou a sentir vergonha de se ver ultrapassado pelo seu sobrinho José, filho da Celeste, a irmã mais velha. Já não ia às aulas. Só se via a passear de descapotável pelas ruas movimentadas de Guimarães e à saída das miúdas do Liceu. Apesar do fracasso como estudante, ele vincava bem a sua superioridade económica, capaz de provocar desejos e invejas na generalidade da juventude.
Foi à inspecção militar e ficou apurado. A família ainda pensou livrá-lo, mesmo que ele tivesse que viver uns tempos lá fora. Porém, ele recusou e armou-se em patriota.

O Jorge Martins regressou da guerra em princípios de 1973. Com o estatuto de guerreiro e possuidor de grandes histórias de valentia. Agora, era mimado não só pelos familiares e amigos mas também por uma variedade de jovens casadoiras. Digamos que ele se tornou num partido bastante disputado.

Experimentou vários namoros mas nenhum lhe despertou a chama da paixão. Parecia que ainda não descobrira mulher que o merecesse. Até que um dia, por altura das festas Gualterianas (no início de Agosto), conheceu uma loiraça que lhe deu a volta à cabeça.

Sentado na esplanada do Largo da Oliveira, ali no coração da cidade berço da nossa nacionalidade, o Martins assistia desinteressadamente a mais uma discussão, sobre a verdadeira identidade do D. Afonso Henriques. Um garantia que Afonso era o filho enfezado da D. Teresa de Leão e de D. Henrique de Borgonha e o outro, alegava que o verdadeiro Afonso era filho de Egas Moniz, um rico fidalgo de Entre Douro e Minho, sediado em Cinfães, a quem incumbiram de cuidar e educar o príncipe, que logo ficou órfão de pai e afastado da mãe, que se relacionara amorosamente com o galego Conde Fernão Peres de Trava. No Mosteiro de Cárquere, na encosta norte da Serra de Montemuro, por cima das famosas Caldas de Aregos e ao lado do Rio Cabrum, bem conhecido pelas suas águas límpidas e pelas suas trutas, conta-se a história baseada num milagre.

Ali se mostra e se conta que o menino Afonso, deficiente das pernas, então com cerca de 5 anos de idade, entrou ao colo, por uma porta lateral da Igreja, directamente para uma sala de adoração. Poisado sobre uma pedra altar, foi rodeado de velas que acesas, se foram gastando enquanto se rezava pedindo um milagre. Os oradores acabaram por adormecer enquanto as velas se consumiram e atearam um incêndio. O menino Afonso, desesperado, levantou-se e saiu a fugir pela porta principal. Ora, ali pelas terras de Cinfães e de Resende também é voz corrente, reforçada e bem apoiada por documentos, a garantir que não houve milagre algum e houve sim, uma troca dos miúdos, sobressaindo desde então, o Afonso forte e robusto que se notabilizou pelas suas conquistas na fundação e expansão do Reino de Portugal.


Mosteiro de Cárquere

Sempre com os olhos atentos ao desfile de beldades que ali passeavam, o Martins fitou uma jovem loira bem atraente, quer pelas suas formas esbeltas, quer pelas suas vestes leves e insinuantes. Logo que ela se começou a afastar, parece que foi atingido por um relâmpago. Levantou-se de repelão e foi atrás dela. Por sinal, o carro dela estava perto do seu, e isso proporcionou o início de uma conversa baseada nas características desses bons carros. A loira, aquele monumento de mulher, deixou-o preso pelo beicinho. Deu-lhe o endereço de Lisboa, da casa onde vivia com um tio que a levara de Trancoso, para estudar em Lisboa e para o ajudar nas suas empresas ligadas ao ramo hoteleiro.

Pouco tempo depois, já ela o contactava pelo telefone. Ele, ansioso, lançou-se para Lisboa e acabou por dar largas à sua paixão. Com a abertura dela (Joana) e com as disponibilidades dele, rapidamente o namoro se desenvolveu. O Jorginho ficou doido com o ambiente lisboeta que ela lhe mostrou. Que grandes noitadas! Tudo era fácil e tudo parecia amor. A família Martins compreendeu esse namoro e tudo fez para que o Jorginho se enquadrasse rapidamente na gestão da empresa e trouxesse a Joana para o norte.


 Igreja e Largo da Nossa Senhora da Oliveira - Guimarães

Estava tudo bem encaminhado para casar. Somente se mantinha o tal problema: a Joana não tinha muita vontade de sair de Lisboa. Porém, como já engravidara, nada podia travar esse casamento, fosse o que fosse. Foi montada uma boa moradia nas encostas da Penha e a mãe do Jorginho cedeu-lhe a Margarida, uma empregada da casa. E fez-se um casamento em grande.

A Joana cultivava muito a sua beleza e tinha receio de a perder com a gravidez. Ainda chegou a falar em provocar um aborto. Porém, foi contrariada quer pelo Jorge, quer pelos seus familiares. O Carlinhos nasceu um bebé lindo e aparentava boa saúde. Veio na melhor altura. Veio preencher um certo vazio da Joana, que acusava bastante as suas saudades de Lisboa. Também ajudou a unir a família Martins, que vinha acusando algumas fissuras.

Enquanto o negócio da empresa foi prosperando, tudo parecia perfeito. Nem aquele período de greves e reivindicações do pós-25 de Abril, parecia ter alguma influência nociva na sua estabilidade. Mas, o pior estava para vir: as alterações políticas nas nossas Províncias Ultramarinas. Para além de serem os nossos grandes clientes (com a protecção do governo central), era deles que recebíamos o algodão. Este foi rareando de tal forma que implicou na redução drástica da produção (normalmente a trabalhar em três turnos), vindo a provocar a derrapagem no financiamento das máquinas, adquiridas com a previsão de elevados valores de produção. Por outro lado, os novos países africanos, a troco de alegados prejuízos com a colonização de Portugal, negavam-se a pagar os produtos já recebidos. Agora, libertos, passaram a comprar produtos oriundos directamente da Índia e Paquistão, a preços das matérias-primas. E, enquanto os portugueses esperavam soluções financeiras e políticas, os juros bancários acumulavam-se e estrangulavam essas empresas.

Os tempos seguintes foram aterradores. A empresa Martins veio a ter problemas de sustentabilidade financeira, entrando em situações litigiosas com bancos, Finanças e Segurança Social. E as acções judiciais começaram a confiscar os bens e os valores, comprometidos com a empresa. A dimensão da empresa estava agora reduzida a poucos encargos de laboração, mas com responsabilidades financeiras muito elevadas. Coube ao Jorge e ao Elísio, seu irmão mais próximo, agora com as quotas dos irmãos, lutarem até a exaustão. O sogro do Elísio ajudou-os financeiramente, mas segurou-se por forma a poder vir a beneficiar de qualquer descontrolo mais indesejável. O Carlinhos não se desenvolvia e veio a acusar uma doença degenerativa que o levaria em poucos anos. Valeu-lhe o carinho da avó, uma vez que a mãe se afastava cada vez mais. Agora, sem a folga financeira de outrora, sem segurança quanto ao futuro, a saúde do filho (já condenado) e sempre afastada da sua Lisboa, resolveu desaparecer.

O Jorge, que fizera constar que ela fora ver o tio doente, não aceitou a decisão e foi procurá-la a Lisboa. Quando se encontrou com o tio da Joana, foi esclarecido de que ela queria lá ficar e que, até, já estava a trabalhar. Abriu-se mais um pouco e confessou-lhe que ela regressara ao seu ambiente e à profissão que mais gostava. Além disso, justificou que ela ganhava bem nessa actividade, com futuro e que o casamento rico não passara de uma grande ilusão.

Passaram-se alguns meses. A empresa sobrecarregada de compromissos financeiros, continuava sem as encomendas e sem os pagamentos, necessários para a recuperação. A sua aparente sobrevivência devia-se ao apoio financeiro do sogro do irmão Elísio que, cada vez mais, parecia assumir-se como o principal credor dos haveres ainda disponíveis.

Em finais de Março de 2013, trinta anos depois da sua chegada, a Companhia reuniu na Mealhada para assinalar o evento. O Bastos (ex-Alferes) aproveitou a boleia do Moreira (ex-Cabo Cripto) e lá foram acompanhados das respectivas esposas. Durante a viagem, o Moreira indagou:
- Ouve lá, que será feito daquele Furriel engatatão, conhecido por “Galã de Nhacra”?
- Nunca mais o vi. Mas há uns 10 anos, encontrei o Sousa de Santo Tirso que me disse algumas merdas sobre ele. – Respondeu o Bastos.
- Creio que nunca veio aos encontros da Companhia. – Disse o Moreira, que continuou:
- Nunca me falaste disso, penso eu.

O Bastos esclareceu:
- Talvez tenha evitado mexer no assunto ou terei esquecido. Parece que a vida lhe correu mal, que ficou na miséria e que a mulher o deixou e foi lá para Lisboa. Ele até disse que ela era uma profissional da noite e que trabalhava nos bares de alterne.
- Foda-se, isso não pode ser verdade. Deve ser o desejo de alguns que o conheciam. – Disse o Moreira.

Chegados à Mealhada, foram directamente para o Restaurante dos Leitões. Tal como nos outros encontros, a malta dispersa-se em abraços e mais abraços, deixando as respectivas mulheres entregues à sua sorte, ou melhor, entregues umas às outras. No topo do salão, junto do balcão, entre alguns camaradas, sobressaía uma jovem senhora, bastante bela e de formas atraentes. Com gestos compassados, puxava do seu cigarro extralongo, enquanto intervalava com um scotch de aperitivo.
O Moreira, mal se apercebeu desse monumento, arregalou os olhos e encaminhou-se nessa direcção.

Valeu-lhe o Bastos que se intrometeu a tempo de o desviar e de lhe dizer:
- Ó meu caralho, olha que lá na Guiné, safei-te mas, aqui, nem a tua mulher te salva.

Nota final - Segundo o Sousa, de Santo Tirso, com quem conversámos, o Martins, depois de ter perdido mulher e filho e de ter falido, ficou a trabalhar, parcialmente, para o sogro do seu irmão Elísio. Perdeu os pais e ficou a viver com a empregada Margarida, que bem o conhecia desde miúdo e que sempre o acarinhou. Todavia, mantém ainda algum do orgulho que sempre o caracterizou. Por isso, sempre que pode, refugia-se em boites e, por vezes, aparece a exibir-se com alguma conquista de ocasião. Está na miséria, mas gosta de mostrar que ainda é um galã.

Silva da Cart 1689
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Nota do editor

Último poste da série de 27 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15678: Outras memórias da minha guerra (José Ferreira da Silva) (21): Amores e Desamores

terça-feira, 20 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13170: Convívios (598): Rescaldo do Encontro do pessoal da CCAÇ 816, realizado no passado dia 10 de Maio de 2014 nas Caldas das Taipas ( Rui Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Rui Silva (ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67), com data de 12 de Maio de 2014:

Caro e estimado amigo Vinhal:
Recebe um abração!

No passado sábado, e como é habitual fazer no segundo sábado de Maio, a Companhia de Caçadores n.º 816, que esteve na Guiné entre 1965 e 1967, realizou mais um Convívio anual e que, mais uma vez, teve, para grande satisfação da malta, uma boa presença.

Cerca de 60 (!) militares da Companhia conviveram alegre e fraternalmente durante praticamente todo o dia. Esposas, muitas, filhos e netos – não faltará muito para haver bisnetos- juntaram-se também à grande festa da 816.

O evento realizou-se desta feita nas Caldas das Taipas (Guimarães), terra do seu realizador, o grande amigo “Manel das Taipas”, um elemento da 816, claro está.

A festa começou com a concentração do pessoal no Largo da Feira junto aos bombeiros.
Seguiu-se a habitual missa por Ação de Graças dos que faleceram, os muito saudosos e queridos da Companhia, o Furriel Silva e o soldado Manso que deixaram a vida em combate, e outros que entretanto e ao longo do tempo nos foram deixando. A Missa teve lugar na bonita Igreja de Sande S. Martinho onde pontificavam bonitos altares em talha dourada e pinturas no teto adequadas à religião.
Um bonito Grupo Coral deu mais brilho à cerimónia.

No restaurante Albino, também na localidade de Sande S. Martinho, seguiu-se o almoço de confraternização.
Pelo meio da tarde, o momento solene da divisão do Bolo tradicional, sempre com o emblema da 816 destacado, e com o champanhe a acompanhar.

O Capitão, Comandante da Companhia (hoje Tenente Coronel reformado) Luís Riquito, fechou a cerimónia com a habitual e reconfortante alocução.

A despedida teve então lugar com abraços e mais abraços agora já com lágrima a aflorar nos olhos (sempre são quase 50 anos que partimos para a Guiné) de muitos, pois, como alguém disse, a vivência na guerra da Guiné tornou-nos muito, muito mais, que amigos.

Eu, com o amigo Jorge, figura incontornável da Companhia que veio com esta para Portugal. Viveu e cresceu com a família Marques (o Luís José Marques, Furriel da Companhia) que o acolheu e protegeu de forma insuperável

 A cerimónia litúrgica na bonita Igreja de Sande S. Martinho

 Na escadaria da Igreja houve lugar à foto de família (só os ex-militares)

A sala do restaurante preenchida com os militares da 816 e suas famílias

O bolo tradicional muito bem desenhado e confecionado

O Capitão Luís Riquito parte o bolo com a “ajuda” de um neto do “Manel das Taipas”
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13168: Convívios (597): Rescaldo do Convívio da CART 2679 e Pel Caç Nat 65, realizado nos passados dias 10 e 11 de Maio de 2014 em Tomar (José Manuel Matos Dinis)

domingo, 12 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6978: Convívios (270): Tabanca de Guilamilo, Polvoreira, Guimarães, 30 de Agosto de 2010,com o Joaquim e a Margarida Peixoto (Luís Graça)




A festa do carneirinho é uma tradição única no nosso país. Em Penafiel, o carneirinho é festejado na véspera o dia do Corpo de Deus. Em que consiste ? Nesse dia as crianças do 1º ciclo do ensino básico  (antiga 4ª classe) fazem um desfile,  ao longo das ruas de Penafiel. À frente seguem os bombos e os divertidos gigantones. Cada turma leva consigo um carneirinho, um anho,  enfeitado com flores de papel multicolores, oferenda ao seu(sua) professor(a)... Os miúdos vão vestidos com roupas tradicionais, levam bandeiras de papel e cartazes com frases alusivas aos professores. Desfilam entoando canções feitas por eles sobre o carneirinho, a escola e os professores. E no passado, a palmatória... Como recordam, aqui, os nossos amigos Joaquim e Margarida Peixoto, ambos professores, residentes em Penafiel. Ele, membro da nossa Tabanca Grande.

Esta tradição remonta a 1880, segundo Teresa Soeiro, autora do livro Penafiel. Nesse ano “um grupo de alunos da Casa Escolar do Sr. Henrique de Carvalho resolveram brindar o seu professor com um carneiro e fizeram-no por modo vistoso (…) indo na frente montado num jerico um aluno tocando corneta, e o carneiro muito enfeitado entre duas alas de pequenos estudantes vestidos a capricho. Todos acharam graça à lembrança.”

A nossa amiga Guida lembra-se, do seu tempo de menina e moça, das quadras que os  alunos cantavam durante o desfile, frente à casa da professora:

Viva o Carneirinho, / Viva a Professora, / Morra a palmatória, / Morra!

... No dia 30 de Agosto de 2010, nasceu mais uma Tabanca, a de Guilhomil, nome da quinta do Joaquim, sita na freguesia de Polvoreira, concelho de Guimarães. Fui lá, com familiares, almoçar, em resposta a um convite a este simpatiquíssimo casal de quem,  eu e a Alice,  já nos tornámos amigos.


 Vídeo (3' 38''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes




Guimarães, berço da nacionalidade, património mundial da humanidade... preparando-se para ser  a Capital da Cultura 2012...


Guimarães > Centro histórico, zona intra-muros (Classificada como património mundial da humanidade)  > Os antigos paços do concelho




Guimarães > Centro histórico > O célebre Largo da  Oliveira...



Guimarães > Centro histórica > Cada recanto, um encanto...



Guimarães < Polvoreira >  Quinta de Guilamilo, doravante Tabanca de Guilamilo ... A nobreza do granito esconde um antigo convento, de cuja história se sabe pouco... A casa está assombrada por vários fantasmas: o do Zé do Telhado, que a terá assaltado em emados do Séc. XIX; a de um frade que lá foi assassinado, possivelmente depois da extinção dos conventos em 1834... Mas foi lá que o Joaquim conheceu a Guida, numa festa que ele organizou depois do seu regresso da Guiné, creio que na passagem de ano de 1974...


Em casa é em U... Um pormenor do pátrio exterior, visto do 1º piso...


Vista para o pátio de entrada da quinta e da casa...


A belíssima cozinha do convento, que chegou a ter três fornos... Restam agora dois...


O oratório... e alguns dos livros que sobreviveram ao passar dos anos...


Fazendo as honras à casa: o Joaquim é exímio na arte de bem receber... O Joaquim e a Guida fazem, de resto,  uma belíssimo par.


Ainda em obras, a casa (o casarão) é um encanto... Da direita para a esquerda, o Joaquim (que a Guida trata por Carlos), a Alice, e os meus cunhados (e sócios de A Nossa Quinta de Candoz) Gusto e Nitas.


Vamos lá então ao cabritinho... com o estômado já bem composto pelas magníficas entradas confeccionadas pela Guida... Os vinhinhos eram verdes, monocastas, não da quinta (que produziu 40 pipas no tempo do pai do Joauqim) mas da  Região Demarcada dos Vinhos Verdes: um azal, outro avesso...À mesa estavam apenas, além dos anfitriões, a minha mulher Alice, e os meus cunhados, Ana Carneiro e Augusto Soares... Foi uma tarde de amena cavaqueira... Ainda iríamos depois à Penha (Guimarães) e ao Santuário de São Bento (Vizela)... Com esta história regressámos, eu e a Alice, a Candoz (e os meus cunhados ao Porto) já no dia seguinte...




A Guida, aliás Margarida... que na infância viveu em Angola.


Depois de uma magnífica refeição, ficámos os dois, eu e o Joaquim, a lembrar as coisas e as loisas da Guiné, com o Old Parr como digestivo...



 
A chave da nova Tabanca... de Guilamilo



O portal da casa do caseiro...



O velho brasão... A quinta foi herança do Joaquim, por via paterna... O pai foi nado e criado em Penafiel.




O senhor professor Joaquim Carlos Rocha Peixoto... ainda no activo...  A Guida já está reformada...

Recorde-se que era foi Fur Mil, da CCAÇ 3414, Sare Bacar, Cumeré, Brá, tendo estado no CTIG entre Julho de 1971 e Setembro de 1973.

A CCAÇ 3414 era uma companhia açoriana, comandada pelo Cap Inf Manuel José Marques Ribeiro de Faria... Unidade mobilizadora, BII 17. O Joaquim era amigo do Fernando Ribeiro, morto já no final da comissão...Falámos disto, das peripécias da Guiné, das (des)venturas dos nossos camaradas (alguns velhos, gastos, doentes, solitários, e com dificuldades financeiras, garante ele que é um homem atento, observador e sensível). Falámos das nossas Tabancas, a Grande e a Pequena (a de Matosinhos, de que o Joaquim é presença habitual nos almoços de 4ª feira)... O Joaquim fez o antigocurso do magistério primário já depois de regressar da Guiné... A ele e à Guida o meu muito especial Oscar Bravo (obrigado) pela hospitalidade e a amizade com que me honraram, a mim, à Alice e aos meus cunhados.





Vizela > Santuário de São Bento, a 410 acima do nível do mar, ao pôr do sol... Dois camaradas da Guiné, Joaquim Peixoto e Luís Graça, os dois primeiros inscritos na Tabanca de Guilamilo (e não Guilhomil...). Obrigado, Joaquim, por esta bela jornada...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados

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Nota de L.G.: