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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20949: (De)Caras (159): O comerciante Mário Soares, de Pirada, quem foi, afinal? Um "agente duplo"? - Parte VIII: O último comerciante branco de Pirada?... Depoimento de Frutuoso Ferreira, ex-1º cabo at cav, 3ª C/BCAV 8323 (set 1973/ set 1974)


Frutuoso Ferreira, em 2009, ostentando na mão esquerda um exemplar da história da sua unidade, o BCAV 8323 (Pirada, set 1973/set 1974). Fonte: cortesia de Jornal das Caldas


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Setor L6 > Pirada > BCAV 8323 (1973/74) > 14 de Fevereiro de 1974, ten cor cav, cmdt do batalhão  Jorge Matias, à esquerda, de perfil, e ao centro, em primeiro plano, o célebre comerciante Mário Soares, até então uma verdadeira "eminência parda".  o seu papel de ligação das NT com o PAIGC, via autoridades senegaleses, ainda é pouco conhecido. (*)

O ten cor cav Jorge [Eduardo Rodrigues y Tenório Correia] Matias, cmdt do BCAV 8323/73, que estava sediado em Pirada (, o comando, a CCS e a 3ª C/BCAV 8323/73) faz aqui uma homenagem, emocionada aos bravos de Copá, o 4º pelotão, da 1ª C/BCAV 8323/73, comandado pelo alf mil at cav Manuel Joaquim Brás, e a que pertencia o nosso grã-tabanqueiro António Rodrigues (e que foi reforçada por uma secção do 1º pelotão, comandada pelo fur mil Carlos Eugénio A. P. Silva).(**)

Foto (e legenda): © António Rodrigues. (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Percorrendo a Net fui encontrar o depoimento de uma camarada da minha terra, Lourinhã, que esteve no TO da Guiné durante um ano (Set 73/Set 74) e que pertenceu ao BCAV 8323/73- Seu nome: Frutuoso João Ferreira. 

Esse depoimento está publicado no sítio do Jornal das Caldas (edição em linha),  um semanário da região do Oeste, que tem (ou tinha, em 2009), como diretor Jaime Costa e chefe de redação Francisco Gomes. Mantém também uma página no Facebook.

Por se revelar de grande interesse para os nossos camaradas que estiveram no leste da Guiné, no final da guerra, já tomámos em tempos a liberdade de reproduzir aqui, no nosso blogue, com a devida vénia, um excerto extenso do artigo, baseado numa longa entrevista. (***)

Na altura, tivemos ocasião de dar os parabéns ao autor do artigo, o Francisco Gomes  e ao seu jornal, bem como um alfabravo ao entrevistado, oosso camarada Frutuoso (e, no meu caso, conterrâneo). Bem gostaria que ele aceitasse, no caso de nos ler, o nosso convite para se juntar à nossa Tabanca Grande e de ter acesso à história da unidade.

Faltam-nos, infelizmente, no nosso blogue, mais depoimentos dos "últimos guerreiros do império". Por uma razão ou outra (pudor, medo de censura social, falta de tempo, de disponibilidade, de motivação, de oportunidade, etc.), muitos dos nossos camaradas que chegaram à Guiné nos último meses que antecederam o fim da guerra e o regresso a casa, ainda não passaram para o papel (ou  para o ecrã do computador) as suas memórias desse tempo, e os sentimentos contraditórios que muitos terão experimentado aquando da retração do nosso dispositivo militar, da "transferência da soberania" e, enfim,  do "regresso definitivo das naus"... Foram eles que arrearam, de vez, a bandeira portuguesa em terras da Guiné.

Por outro lado, os militares da CCS e da 3ª C/ BCAV 8323 (1973/74) foram a passar por Pirada. E sabemos que alguns dos seus oficiais foram visita da casa do comerciante Mário Soares (, que de resto só recebia oficiais...)

A crer na versão do Frutuoso Ferreira, o Mário Soares seria o único comerciante branco que restava em Pirada, onde vivia com a esposa e uma das filhas (, talvez a mais nova). Não sabemos exatamente o que lhe terá acontecido depois do 25 de Abril.

Temos a versão do ex-alf mil médico José Pratas, CCS/BCAV 3864 (Pirada, 1971/73):

(...) “Poucos dias depois, [o Mário Soares]  seria preso e enviado para Bissau. Ter-lhe-á valido a intervenção de Alpoim Calvão, que intercedendo a tempo junto do novo dono do Palácio do Governo [, Carlos Fabião], o terá arredado da mira das armas de um pelotão de fuzilamento. Deportado, chegou a Lisboa com a roupa suja que ainda trazia vestida, para ser detido de imediato no aeroporto da Portela pelo COPCON e arbitrariamente preso em Caxias sem culpa formada. Libertado sem julgamento, ultrapassou tranquilo todas as prepotências e perdoou com indiferença aos mandantes e funcionários do PREC”. (...) (****)

Também temos uma preciosa informação Domingos Pardal, chegada até nós, através do Manuel Luís Lomba, dois camaradas da CCAV 703... O Domingos, vou-o encontrando de tempos a tempos em Algés, na Tabanca da Linha... É um conceituado empresário, de Pero Pinheiro, a indústria de rochas ornamentais. Veja.se aqui o comentário do poste P20927 (*****):

(...) "O camarada Domingos Pardal, que se amesenda nas tainas da Tabanca da Linha, acaba de me dizer que o famigerado Mário Soares de Pirada veio parar a Aljezur, como retornado, o IARN financiou-lhe uma oficina de mármores nessa vila, que pouco tempo depois  entrou em falência" (...)

Isto significa que o Mário Soares não ficou na Guiné-Bissau, depois da independência, contrariamente à informação da historiadora Maria José Tríscar.


Tabanca da Linha > 35º convívio > Algés > 18 de janeiro de 2018 " Dois "homens grandes" de Buruntuma: da esquerda para a direita, o Jorge Ferreira e o Domingos Pardal, um de Oeiras, outro de Sintra.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Gabu > Pirada > CCS/ BCAV 8323 (Pirada, 1973/74) > "Residência do célebre sr. Mário Soares, um dos dois comerciantes instalados em Pirada em 1973. Três dos alferes do Batalhão: Transmissões, Tesoureiro e Médico (eu, à direita)"... De pé o criado Demba. Na parede, ao fundo, uma reprodução do célebre quadro do Picasso, "Guernica" (1937). A fotografia deve ter sido tirada pelo próprio Mário Soares.... [Quanto ao "tesoureiro", não seria antes o comandante da Companhia de Comando e Serviços (CCS), o tenente SGE Francisco Costa, de Coimbra ?]

Foto (e legenda): © Manuel Valente Fernandes (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Recorde-se aqui a ficha do BCAV 8323/73:

(i) foi mobilizado pelo RC 3 (Estremoz);

(ii)  partiu para o TO da Guiné em 22/9/1973 e regressou 10/9/1974;

(iii) esteve um mês em Bolama a fazer a IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional;

(iv) de regresso a Bissau em 31/10/1973, o batalhão é colocado  em Pirada, setor L6, região de Gabu. leste da Guiné;

(v) comandante: ten cor cav Jorge Eduardo Rodrigues y Tenório Correia Matias [, natural da Ericeira, Mafra];

(vi) unidades de quadrícula: 1ª C/BCAV 8323/73: Paunca, Bajocunda; 2ª C/BCAV 8323/73: Piche, Buruntuma, Piche; 3ª C/BCAV 8323/73: Pirada;

(vii)  o facto mais saliente dessa época foi a heroica defesa do destacamento de Copá (, seguida depois  da sua  retirada, em 12/13 de fevereiro de 1974, por ordem expressa de Bissau).

Temos quatro dezenas de referências, no nosso blogue, a este batalhão, a maior parte relacionadas relacionadas com os acontecimentos de Copá, e aos bravos de Copá. Como se sabe, este destacamento acabou por ser retirado pelas NT em 14/2/1974. Pertencia à 1ª C/BCAV 8323/3, sedidada em Bajocunda.

Alguns camaradas deste Batalhão ("Os cavaleiros do Gabu"),  que integram a nossa Tabanca Grande, e que referenciamos numa pesquisa rápida pelo blogue:

(i) Amílcar Ventura, ex-fur mil da 1.ª C/BCAV 8323/73, Bajocunda, 1973/74, natural de (e residente em) Silves, membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2009;

(ii) António Rodrigues, ex-soldado condutor auto 1.ª C/BCAV 8323/73 (Bolama, Pirada, Paunca, Sissaucunda, Bajocunda, Copá e Buruntuma); é o autor da notável série "Memórias de Copá" (de que se publicaram pelo menos 6 postes):

(iii) Fernando [Manuel de Oliveira] Belo, ex-soldado condutor da 3.ª CCAV/BCAV 8323/73, Pirada, 1973/74;

(iv) Manuel Valente Fernandes, ex-alf mil médico do BCAV 8323 (Pirada, 1973/74).


3. Excertos de  Memórias da Guerra na Guiné > Frutuoso Ferreira > Jornal das Caldas, 28 de Janeiro de 2009  (Texto de Francisco Gomes)

[Adaptação, fixação e revisão de texto, para efeitos de publicação nosso blogue: LG]

Frutuoso João Ferreira, ex-1º cabo atirador  acv da 3ª C / Batalhão de Cavalaria 8323/73 (Pirada. 1973/74)

(i) nasceu em Abelheira, Lourinhã, em 1952 ou 1953 
(, tinha  56 anos, quando deu a entrevista);
(ii) antes de ir para a tropa, foi pedreiro da construção civil;
(iii) em 22 de setembro de 1973, partiu para o TO da Guiné,
no T/T Niassa,  já casado e com um filho;
(iv) depois, regressar à vida civil,  continuou a trabalhar como pedreiro, 
na sua terra natal,  por mais quatro anos;
(v) em 1978, ingressou na guarda-fiscal;:
(vi) a partir de 2005, passou à situação de reserva 
da Brigada Fiscal da GNR, estando hoje aposentado.


(...) “Quando acabou a formação [, o IAO; em Bolama], regressámos no dia 31 de Outubro [de 1973], a Bissau e deslocámo-nos para Pirada, uma pequena povoação que ficava a poucos metros da fronteira do Senegal, onde o inimigo – os guerrilheiros do PAIGC – tinha algumas das suas bases”; (...)

(...) Em Pirada estava a CCS e a 3ª companhia: “A nossa missão era proteger [a sede do batalhão,] e as populações locais – os brancos que lá havia era só um casal de comerciantes e a filha [, referência ao comerciante Mário Soares];

(...) "O comandante da Companhia de Comando e Serviços (CCS) era o tenente Francisco Costa, de Coimbra. O capitão Ângelo Cruz, da Amadora, chefiava a 1ª Companhia, enquanto que o capitão Aníbal Tapadinhas, de Lisboa, comandava a 2ª. Integrava ainda o Batalhão a Companhia de Caçadores 11, que tinha à frente o capitão Nuno Sousa, de Lisboa." (,,,)

(...) "Eu estava no 4º pelotão da 3ª companhia, comandada pelo capitão Ernesto Brito, de Lisboa. O alferes Alípio Cunha, de Vila Nova de Famalicão, comandava o meu pelotão e havia três furriéis – o Sousa, o Simão e o Esteves. Os outros comandantes de pelotão eram os alferes Manuel Gonçalves, Rodrigo Coelho e António Pereira, respectivamente do Fundão, Pinhel e Amarante",(...)

(...) "Foi numa dessas alturas que passei o primeiro susto e momento aflitivo. Quando íamos para Bajocunda, a 13 de Dezembro [de 1973], foram detetadas várias minas anticarro. Toda a gente se protegeu, ficando só o sapador da CCS – o soldado Fernando Almeida – que as levantou. Repetiu a operação quatro vezes, só que a seguinte foi-lhe fatal”. (...)

(...) “Gritava ele [, o sapador Fernando Almeida,]  para o alferes Alípio Cunha, dizendo-lhe, satisfeito, que ao levantar a quinta mina já tinha dinheiro para ir à metrópole de férias (a passagem de avião custava cerca de quatro mil escudos) [,  cerca de 845 euros; a preços de hoje]" )...)

(...) Os sapadores recebiam do Estado mil escudos" [, cerca de 211 euros, a preços de hoje...]  "por cada mina anticarro que levantassem"...

(...) Mas a mina estava armadilhada com outra antipessoal e rebentou” (...)..

(...) “O corpo ficou todo desfeito aos bocados, espalhados pelo mato. Um pé foi cair à minha frente. Juntou-se o que se pôde e ficámos muito impressionados e desmoralizados. Não estávamos assim há tanto tempo na Guiné e já havia uma baixa. A partir daí sentimos que estávamos na guerra a sério”, (...)

(...) No dia 18 de Dezembro houve um ataque inimigo a Amedalai e a 7 de Janeiro [de 1974] houve em Bajocunda uma emboscada com armas ligeiras a uma coluna que ia abastecer um pelotão que estava em Copá. Morreram dois soldados – Sebastião Dias e José Correia, da 2ª Companhia, que ficaram em cima das duas Berliet destruídas. O pelotão a que pertencia  o Frutuoso Ferreira] foi escalado para ir lá buscar os corpos e tentar trazer o que restava das viaturas, operação difícil mas conseguida.

(...) Durante o mês de Fevereiro [de 1974] registaram-se várias investidas em Copá e Bajocunda. A 1ª companhia também sofreu ataques e morreram o 1º cabo António Ribeiro e os soldados Rui Patrício, Silvano Alves e José Oliveira.

(...) “Passados uns dias fomos fazer protecção a Sissaucunda, povoação a quinze quilómetros de distância de Pirada, com meia dúzia de palhotas. Cada pelotão permanecia naquele fim do mundo durante um mês. A nossa alimentação era ao almoço arroz com marmelada e ao jantar esparguete com atum. No dia seguinte era quase a mesma e só variava com arroz com salsicha” (...)

(...)  "No dia 13 de Abril [de 1974] brindou-os [. ao Frutuoso Ferreira e seus camaradas] om um ataque de mísseis lançados desde o Senegal. O destino era Pirada" (...)

(...)  “Vi os mísseis passarem por cima de Sissaucunda e começámos todos a correr para as valas escavadas no chão para nos protegermos. Sentia os mísseis a ‘assobiarem’ por cima de nós e poucos segundos depois a caírem em Pirada. O objectivo deles era atingir o quartel, mas caíram na povoação e mataram muitos civis” (...)

(...) No dia 25 de Abril [de 1974], o PAIGC voltou a atacar Pirada e mataram civis africanos, mas “da nossa parte não houve feridos nem baixas” (...)

(...) A partir de 25 de Abril de 1974, em virtude das modificações políticas ocorridas em Portugal, “não tivemos mais problemas na Guiné, porque iniciaram-se os contactos e conversações com os chefes da zona, entre as nossas tropas, o PAIGC e a população." (...)

(...) "Ainda bem que assim foi, porque a guerra estava tão acesa naquele setor, que se tem continuado mais tempo não sei se estaria cá para contar a história”. (...)

(...) “A primeira vez que encontrámos o inimigo já como amigo, na fronteira do Senegal, houve um sentimento estranho. Mas baixaram as armas e começámos a trocar tabaco e bonés” (...).

(....)  “Passámos o resto do tempo a recolher material bélico [, das NT,] e, na companhia do PAIGC a fazer propaganda política”.

(...) A 21 de Agosto procedeu-se à entrega de Paunca ao PAIGC. No dia seguinte foi a vez de Bajocunda e a 25 de Agosto seguiu-se Pirada, com a recolha da CCS e da 3ª Companhia a Bissau.

(...) O Frutuoso Ferreira ainda prestou serviço no quartel-general em Bissau a guardar o palácio do brigadeiro Carlos Fabião, comandante-chefe das Forças Armadas na Guiné.

(...)  No dia 4 de Setembro, na parada do BCP 12, em Bissalanca, cerca de 500 homens do [BCAV] 8323 uniram-se em formatura geral, “sentindo cada homem palpitar dentro do seu peito a dignidade do soldado português, que enfrentou os perigos de uma guerra dura” (, as palavras são do entrevistado)

(...) O regresso  a Portugal foi no dia 12 de Setembro de 1974.
__________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de novembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15323: Em busca de... (262): Pessoal de Pirada ao tempo do BCAV 8323/73... Quem ouvir falar do episódio em que o ten cor cav Jorge Matias terá recebido, em janeiro de 1974, por intermédio do comissário político do PAIGC, em Velingará, um tal Biai, um pedido de Luís Cabral para entabular conversações com as autoridades portuguesas? (José Matos, historiador)

(...) Olá, Luís

Precisava de uma pequena ajuda tua, no sentido de divulgares uma situação que se passou em Pirada em janeiro de 74.

Nessa altura, o comandante do Batalhão de Cavalaria 8323/73, o ten cor Jorge Matias, recebeu uma informação do delegado político do PAIGC, em Velingará, um tipo chamado Biai, de que Luís Cabral queria falar com as autoridades portuguesas.

Perguntava se algum dos camaradas que estava em Pirada nessa altura ouviu alguma coisa sobre isso e se pode contar...

Ab

José Matos (...) 


sábado, 22 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17611: (De) Caras (86): Gente da "Linha", gente "magnífica"... Nos bastidores da Tabanca da Linha, Carcavelos, 32º almoço-convívio, 20 de julho de 2017 - Parte I


Foto nº 1 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Quando o régulo tem um sorriso deste tamanho, é porque os "magníficos" estão bem e gostam de se encontrar, de dois em dois meses, às quintas-feiras, para "fazer a prova de vida", para conhecer novos "periquitos", para contar aquela história que ainda ninguém contara, ou para partilhar aquele segredo guardado há 50 anos, ou até para aprender (ou relembrar) como é que se referencia e indica um ponto na carta de 1/50 mil...


Foto nº 2 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 >  Dois homens que nunca se tinham encontrado na vida... têm um ponto em comum: Buruntuma, lá no cu de Judas" da Guiné... e ficaram todo o almoço a conversar animadamente à volta de um álbum de fotografias... Domingos Pardal, conhecido empresário de mármores em Pero Pinheiro, e o "periquito" Jorge Ferreira, o fotógrafo de Buruntuma (à direita)... que ficou encantado com a partilha de informação e conhecimento e com o ambiente da Tabanca da Linha...

O Pardal esteve em Cufar (que foi estrear) e depois em  Buruntuma (, aqui 11 meses)... Em Cufar foi contemporâneo do meu primo José António Canoa Nogueira (1942-1945 (, sold do Pel Mort 942, adido ao BCAÇ 619... Segundo a versão do João Sacôto, o Canoa Nogueira "não morreu em Ganjola, mas sim, em combate, numa das operações para a instalação das NT em Cufar, da qual também fez parte (CCaç 617),  numa altura em que, estando a municiar o morteiro, saiu do abrigo para ir buscar granadas, foi atingido na cabeça por um estilhaço de granada do IN."

O Domingos Pardal, que aceitou o meu convite expresso para integrar a Tabanca Grande, foi sold cond auto da CCAV 703 / BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66). A esta subunidade pertenceu também o nosso grã-tabanqueiro Manuel Luís Lomba.


Foto nº 3 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Juvenal Amado e Augusto Silva Santos: mais dois camaradas que se sentem bem à mesa dos "magníficos": o primeiro vem da linha de Sintra, mora atualmente na Reboleira, Amadora, mas tem boas recordações da "Linha", do seu tempo de juventude, e adora fazer o seu passeio (, "de carro"), do Guincho até ao Cais do Sodré; o segundo, tem de atravessar a ponte sobre o Tejo, mora em Almada. Já lhe disse que está na altura abrir mais uma tabanca (pode ser a de Almada ou da Margem Sul). Ficaríamos com duas tabancas à beira Tejo, uma na margem esquerda, outra na margem direita do rio... A tasca do Janes, o "Violas", podia ser o local ideal  para um dos nossos próximos encontros, da malta da Área Metropolitana de Lisboa, ou simplesmente da Grande Lisboa... Tasca, salvo seja... que ela já ganhou prémios gastronómicos do Município de Almada. Estou-me a referir à "Tasca do Reguengos" (sic), do Manuel José Janes, ex-1º cabo, da CCAÇ 1427 (Cabedu, 1965/67), que é também poeta e fadista, além de membro (recente) da nossa Tabanca Grande.


Foto nº 4 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 >  Um camarada que tem o dom da ubiquidade, é capaz de estar em duas ou mais tabancas ao mesmo tempo... O nosso mui querido amigo e camarada Hélder Sousa, indigitado régulo da Tabanca de Setúbal... Não sei o que será dele quando um dia a ASAE se lembrar de fechar todas as nossas tabancas... Espero, todavia,  que esse dia nunca chegue!... Porque então os senhores inspetores da ASAE tinham que ouvir o bom e o bonito: e então as nossas "cantinas" lá no mato, de Madina do Boé à Ponta do Inglês, de Mansambo a Gadamael, da ponte Caium à ponte do rio Udunduma? Onde é que os senhores inspetores estavam nessa altura ?!... A ver navios, carregados de carne para canhão, imprópria para consumo!...


Foto nº 5 >  Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 >  Todos somos camaradas, mas um tenente general é um senhor tenente general... Em 1968 era tenente pilav na BA 12, Bissalanca. "Periquito" nestas lides tabancais... Esperamos que tenha gostado. Já publicou no nosso blogue, tem meia dúzia de referências... Também já o convidámos a integrar a Tabanca Grande, por intermédio do Miguel Pessoa a quem incumbimos, em 9/12/2016,  desta delicada missão:

"Miguel, gostava muito que o Nico se juntasse à malta, aqui na Tabanca Grande... Ele é um dos bravos da FAP e da Guiné cujo nome nos honra a todos... Só nos faltam as 'chapas' [fotos]  da ordem, uma antiga e outra atual... E uma pequena apresentação do CV militar... Dás-lhe uma
palavra? Podes ser o 'padrinho' dele... já que na Tabanca Grande tu é que és o mais... 'strelado'. Ab, boa saúde. Luís"...

A resposta vem logo a seguir, a 13/12/2017, e com o seguinte teor, como o Miguel "previa": "Pessoa: Peço ao Luís Graça que não me leve a mal mas eu prefiro ficar um bocado na sombra. Gosto do 'site' e até já pedi para publicarem dois artigos, como sabes. Um abraço e parabéns ao Luís Graça pelo magnífico serviço do blogue a favor da nossa memória colectiva na guerra na Guiné. J. Nico."


Foto nº 6 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 >  Jorge Pinto, coçando a testa, e segredando para o Luís Graça: "Eh!, pá, vens cá poucas vezes, mas como representante máximo da Tabanca Grande, deixa-me dizer-te que já tens vindo mais bem ataviado: barba aparada, cabelo cortado, enfim, esses pequenos pormenores a que o RDM do nosso tempo nos obrigava e que continuam a ficar bem no seio desta rapaziada da 'Linha'... Olha-me só para o régulo, sempre bem apessoado!"...


Foto nº 7 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Gente da "Linha", pois claro: ao centro o Manuel Macias, e à sua esquerda o Manuel Resende e o Hélder Sousa...  O Manuel Macias, que vive em Algés, esteve comigo em Contuboel, cerca de dois meses, em junho/julho de 1969: ele era da CART 2479/CART 11, eu da CCAÇ 2590/CCAÇ 12... Estivemos a recordar alguns nomes de malta da sua subunidade, que integram a nossa Tabanca Grande: Valdemar Queiroz, Abílio Duarte, Renato Monteiro...


Foto nº 8 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > De professor para professor: da direita para a esquerda, o Manuel Joaquim e o António Graça de Abreu... Uma conversa necessariamente instrutiva que, segundo quem assistiu, não versou desta vez sobre o estafado debate "guerra ganha / guerra perdida"!... E, a propósito, coisas mais prosaicas: o António Graça de Abreu agradeceu-me a gentileza da publicação (em curso) das suas crónicas sobre a volta ao mundo em 100 dias, no navio de cruzeiros "Costa Luminosa" (set/dez 2016) e deu-me, em primeira mão, a notícia de que vai publicar um livro com esse material, naturalmente com fotos e textos mais elaborados... Parabéns!... A Tabanca Grande congratula-se sempre que um dos seus membros faz um filho, planta uma árvore e escreve um livro"


Foto nº 9 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Se não sereníssimo, pelo menos sereno o nosso Armando Pires... figura maior entre os seniores da Tabanca da Linha, magnífico entre os magníficos, mesmo quando é traído pela emoção de já não poder cantar o fado como cantava nas noites de glória de Bissorã...


Foto nº 10 > Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Uma família portuguesa, com certeza!.. Que coisa linda!.. É do Manuel Alves, que veio do Carregado, Alenquer. Da nossa base de dados, consta que pertenceu à CCAV 8351 Tigres de Cumbijã (Cumbijã, 1972/74, companhia que foi comandada pelo cap mil Vasco da Gama, membro da nossa Tabanca Grande, natural de Buarcos, Figueira da Foz).

Fotos: © Manuel Resende (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor: