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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25404: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (30): Em Bolama, à espera do meu "periquito"... Embarquei nos TAM, em meados de maio, a expensas minhas (João Silva, ex-fur mil at inf, CCAV 3404, Cabuca; CCAÇ 12, Bambadinca e Xime; CIM, Bolama, 1972/74)



 a título póstumo, nº 866, desde 22 de outubro de 2022


1. Comentário de João Pedro Candeias da Silva (1950 - 2022), ex-Fur Mil At Inf, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (1973/74), ao poste P 13078 (*):

Estava em Bolama no dia 25 do quatro (**)... e dias seguintes, onde pude aperceber-me da confusão, isto é, da falta de informação que chegava pelo menos aos furriéis.

Assim ficamos durante largos dias, vivendo de boatos, alguns mais tarde confirmados como a prisão do Comandante-Chefe.

Recordo que uns dias mais tarde, não é para rir, fomos informados pelo major Lima, uma bela peça, que poderíamos, se o quiséssemos, participar numa manifestação do PAIGC. 

Que me recorde,  tal sugestão não teve aderência.

Depois a bagunça que veio afectar os que,  como eu, aguardavam a chegada do periquito. Acabou por não chegar. A muito custo e depois de alguma insubordinação, lá fui para Bissau onde aguardei alguns dias no QG o embarque nos TAM.

No dia aprazado eu e muitos outros militares fomos informados de que não tínhamos lugar no avião porque este estava ocupado pelo pessoal da DGS (Direç ão-Geral de Segurança) e família. 

Eu,  mais dois furriéis, um deles de nome Spínola, fomos ao QG, e obtivemos uma autorização escrita do Major Freitas, responsável pelas companhias africanas, para regressarmos a Lisboa a extensas próprias, documento que ainda hoje tenho.

Fomos à TAP,  comprámos o bilhete e, no dia seguinte, já em meados de maio de 1974, aterrámos em Lisboa.

Penso não haver muitos militares que fizeram a viagem de regresso a sua casa pagando do seu bolso.

Foi a primeira benesse que o 25 de Abril me ofereceu.

João Silva ex-furriel mil, Ccav 3404, Cabuca, Ccaç 12, Bambadinca e Xime, CIM, Bolama.

2 de maio de 2014 às 15:45 (*)


2. Fichas de unidade > CIM - Centro de Instrução Militar

Identificação; CIM
Cmdt: Cap Inf José Manuel Severiano Teixeira
Cap Inf António Lopes de Figueiredo
Cap Inf António Ferreira Rodrigues Areia
Cap Inf Laurénio Felipe de Sousa Alves
Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares
Cap Inf João José Louro Rodrigues de Passos
Cap Inf Alcino Fernando Veiga dos Santos
Cap Inf António de Matos
Cap Art Samuel Matias do Amaral
Cap Inf Carlos Alberto Antunes Ferreira da Silva
Maj Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme
Maj Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Maj Inf Fernando Jorge Belém Santana Guapo
Maj Cav José Luís Jordão de Ornelas Monteiro
TCor Inf Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel
TCor Cav Raúl Augusto Paixão Ribeiro
Cor Inf Carlos Emiliano Fernandes

Divisa:

Início: Anterior a 1Jan61 | Extinção: 14Set74

Síntese da Actividade Operacional

Era uma unidade da guarnição normal, tendo sido criada inicialmente em
Bissau no aquartelamento de Santa Luzia, a partir de 17Mar59, com a finalidade
de ministrar instrução militar ao pessoal residente na Guiné e já recenseado
e com documentos de identificação nacionais. 

Inicialmente, com a designação Centro de Instrução de Civilizados, passou, a partir de 24Nov59, a ter a designação de Centro de Instrução Militar, ministrando também instrução a praças I(ndígenas).

Em 20Mai61, foi transferido para Bolama, tendo assumido a responsabilidade
do subsector respectivo, o qual englobava ainda as ilhas de Bijagós.

Para além da instrução básica e especial ministrada aos militares do
recenseamento local para formação de diversas especialidades, efectuou ainda a
IAO de unidades e subunidades metropolitanas, esta instrução especialmente a
 partir de meados de 1970, e estágios de Oficiais e Sargentos para enquadramento
de unidades africanas da guarnição normal. 

Efectuou também acções de patrulhamento e de contacto com as populações, garantindo ainda a segurança, protecção e controlo dos itinerários, dos aldeamentos e das populações, contribuindo para o seu desenvolvimento social, económico e cultural e superintendendo no funcionamento do Centro de Licenças de Bolama.

Em 14Set74, na sequência do plano de retracção do dispositivo e após
entrega do aquartelamento de Bolama ao PAIGC, o Centro foi desactivado e extinto.

Observações - Tem História da Unidade, referente a lJan72 a 30Jun74 (Caixa n.º 117 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 683/684.
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13078: O golpe militar de 26 de abril de 1974 no TO da Guiné: memorando dos acontecimentos, pelo cor inf António Vaz Antunes (1923-1998) (Fernando Vaz Antunes / Luís Gonçalves Vaz): Parte I

(**) Último poste da série > 14 d abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25386: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (29): Bissau, Depósito de Adidos, era oficial de justiça, na Secção de Justiça... e a viver com a minha mulher, em "segunda lua de mel"...( Joaquim Luis Fernandes, ex- alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974)

terça-feira, 10 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20720: (De)Caras (147): O que é feito destes 'putos-soldados' da CART 11 e da CCAÇ 12 ? (Valdemar Queiroz)


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar > Março de 1969 > Recruta dos futuros soldados das futuras CART 11 e da CCAÇ 12 > Samba Baldé (Cimba), nº mec 82110969... Futuro Ap Metr Lig HK 21, 3º Gr Com 3º Gr Comb [Comandante: alf mil inf 01006868 Abel Maria Rodrigues [, bancário reformado, Miranda do Douro], 1ª secção [fur mil at inf Luciano Severo de Almeida, já falecido]...  De origem fula.


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar > Março de 1969 > Recruta dos futuros soldados das futuras  CART 11 e da CCAÇ 12 > Salu Camara, nº mec 82103469. Provavelmente de origem futa.fula. Integrou a CART 11.


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar > Narço de 1969 > Recruta dos futuros soldados das futuras  CART 11 e da CCAÇ 12 >  Sori Baldé, nº mec 82111069,  De origem futa. Integrou a CCAÇ 12, como sold at inf. Pertenceu O 4 º Gr Comb [, comandante: alf mil  at cav  10548668 José António G. Rodrigues, já falecido, vivia em Lisboa], 3º secção [1º Cabo 00520869 Virgilio S. A. Encarnação, vive em Barcarena]... [O Valdemar Queiroz identifica-o, erradamente, como sendo o Tijana Jaló, esse sim, devia pertencer à CART 11, mas com outro nº mecanográfico... Estou bem recordado do Sori Baldé, um dos meus soldados, quando estive no 4º Gr Comb.]


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar > Março de 1969 > Recruta dos futuros soldados das futuras CART 11 e da CCAÇ 12 > Mamadu Jaló, nº mec 821179669, De origem futa. Integrou a CCAÇ 12, como sold arvorado. . Pertenceu ao 1 º Gr Comb 3ª secção [, fur mil at inf 19904168 António Manuel Martins Branquinho, reformado da Segurança Social, Évora, já falecido]


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar > 1º trimestre de 1969 > Recruta dos futuros soldados das futuras CART 11 e da CCAÇ 12 > Alceine Jaló, nº mec 82114669, De origem futa ou futa-fula. Pertenceu à CART 11.

Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > CIM - Centro de Instrução Militar  > c. março / abril de 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > > O Valdemar Queiroz, com os recrutas Cherno Baldé, Sori Baldé e Umarau Baldé (que irão depois para a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12).

Estes mancebos aparentavam ter 16 ou menos anos de idade. Eram do recrutamento local. Os da CCAÇ 12 eram fulas, oriundos do chão fula e em especial dos regulados do Xime, Corubal, Badora e Cossé.

Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Valdemar Queiroz [ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]


Data: terça, 5/11/2019, 23:22

Assunto: O que será feito dos 'Putos-Soldados' do CIM de Contuboel

O que será feito dos 'Putos-Soldados'?

Passaram 50 anos que muitos 'putos' foram chamados prá tropa e receberam instrução militar em Contuboel-

Alguns apresentaram-se descalços, com as suas roupas usadas habituais e notava-se que eram muito jovens, mas diziam que tinham 18 anos.

Soube-se mais tarde que houve situações de recrutamento forçado, mas na maioria apareceram com vontade ser soldados. 'Manga de ronco' e 'manga de patacão' que lhes iria acontecer.

Não sabemos, eu não sei nem me lembro de contarem, como foram contactados e por quem (régulo/chefe de tabanca), e se lhes foi dito que iriam ser soldados para entrarem directamente na guerra, que eles já tão bem conheciam.

Não sei se vieram assentar praça, como um serviço militar obrigatório se tratasse, com a diferença de serem ainda menores, ou como uma espécie de voluntariado forçado (ideias de Spínola a fazer lembrar o recrutamento de crianças pelos nazis no final da guerra?).

E assim se formaram a CART.11 e a CCAÇ.12.

Também não soubemos se queriam ser soldados para fazerem guerra contra os 'bandidos' ou para ajudar (como já acontecera em séculos anteriores) os portugueses na guerra contra, neste caso, o PAIGC que queria a independência da Guiné.

Mas, a guerra acabou. Felizmente a guerra acabou.

Os 'putos-soldados' deixaram de ser soldados do Exército Português e passaram, automaticamente, à peluda da sua desgraça. Muitos houve que fugiram para não serem sumariamente executados, muitos outros não tiveram essa sorte e foram assassinados, os restantes resignaram-se voltando, já homens, às suas tabancas para serem o que já tinham sido. Foi sempre assim quando acabam as guerras.

E passados 50 anos o que será feito daqueles que conseguiram sobreviver?

Os que eram mais jovens devem ter, agora, 66/67 anos de idade. O que será feito deles?

Julgo que eram todos Fulas e maioritariamente eram das regiões de Gabu/Piche, os da CART.11, ou de Bambadinca/Xime, os da CCAÇ.12.

O Alceine Jaló era do meu Pelotão, casou-se muito novo com uma bajuda (Saco ou Taco?) e levou-a com ele para Guiro Iero Bocari. As mulheres e os filhos dos nossos soldados também dormiam connosco nas valas e aí aguentavam quando havia ataques à tabanca.

O que será feito deles?

Gostava muito de saber deles e peço um favor muito especial ao nosso grande amigo Cherno Baldé de tentar saber se eles ainda são vivos.

Como curiosidade com os 'putos', havia quatro soldados arvorados, e frequentavam a escola de cabos, em cada Pelotão sendo a escolha feita entre eles e um da nossa escolha. Dos quatro do meu Pelotão o da nossa escolha recaiu no Saliu Jau por ser impecável, mas deu algum recusa por parte dos restantes por o considerarem 'ser djubi mesmo pra cabo'.

Valdemar Queiroz

PS - Anexo fotos de alguns 'putos-soldados' , falta a do Umaru Baldé, talvez o 'puto mais puto', e que me foi oferecida quando estive com ele na Amadora.


2. Resposta do editor Luís Graça:

Valdemar, folgo em saber de ti... E obrigado pela tua "lembrança"... Reconheço estes putos ou pelo menos três, os que pertenceram à CCAÇ 12, e que fizeram a guerra comigo (*)...

Quanto ao Umaru Baldé [c. 1953-2004), o "menino de sua mãe", tens aqui uma foto dele, à direita... Ele tem mais de vinte referências no nosso blogue. 

Soldado do recrutamento local, nº 82115869, tirou a recruta e a especialidade no CIM de Contuboel. Foi exímio apontador de morteiro 60, soldado arvorado e depois 1º cabo at inf  da CCAÇ 12 (1969-1972), no 4º Gr Comb,  3ª secção [, comandada pelo fur mil 11941567 António Fernando R. Marques: DFA, vive em Cascais, empresário reformado, membro da nossa Tabanca Grande].

O Umaru Baldé [, que era de Dembatacpo ou Taibatá, tendo sido  recrutado em 12/3/1969], foi depois colocado,em 1972,  em Santa Luzia, Bissau, no quartel do Serviço de Transmissões, onde ficou até ao fim da guerra. Conheceu, em mais de metade da vida, a amargura e a solidão do exílio. Veio morrer a Portugal, no Hospital do Barro, Torres Vedras. Contou apenas com o apoio e a ajuda de alguns dos seus antigos camaradas de armas.

Valdemar: se me mandaste,  em tempos, este material que agora se publica , ficou para aí na "picada"... Vá temos falado sobre este tema, que nos é caro, a nós os dois (**).

Afinal, fomos instrutores destes putos, no CIM de Contuboel e eles estiveram sob as nossas ordens na guerra, tu na região de Gabu, setor de Nova Lamego, eu na  região de Bafatá, setor L1 (Bambadicna) Foram extraordinários soldados e grandes camaradas, estes "meninos-soldados" (***).

Vamos ver se alguém mais se recorda destes nossos putos, "meninos de sua mãe", parafraseando o título de um extraordinário, pungente, poema de Fernando Pessoa.

3. Aproveito para reproduzir aqui um comentário meu que já tem 14 anos, sobre  "a lista dos Baldés" da CCAÇ 12, e que volto a subscrever: eram 100 os "baldés", que foram integrados na CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, muitíssimos poucos estarão vivos hoje, talvez menos de 5%  (****):

(...) É também um pequeno, modestíssimo, gesto de elementar justiça para com aqueles guineenses que lutaram ao nosso lado, que fizeram parte da CCAÇ 12 e, portanto, da nova força africana com que sonhou Spínola e que tanto atemorizou o PAIGC. Infelizmente, uma parte deles (quantos, exactamente?) já não hoje estarão vivos. Uns foram fuzilados, como o Abibo Jau (...), outros terão morrido de morte natural, que a sua esperança de vida era muito menor que a nossa, em 1969...

Eu estou à vontade para publicar esta lista: sempre critiquei a africanização da guerra da Guiné, embora longe de imaginar que, no dia seguinte à nossa retirada, começasse a caça aos traidores, aos contra-revolucionários, aos mercenários, aos colaboracionistas... 


Em 1969, ainda estava vivo o Amílcar Cabral e eu admirava-o, intelectualmente... Achava que na Guiné, depois da independência, tudo seria diferente, e não aconteceriam os ajustes de contas que se verificaram noutras revoluções ou guerras civis, na Rússia, na China, na Espanha franquista, na França depois da libertação, etc. Pobre de mim, ingénuo...

Mas, por outro lado, também fui cúmplice da sua integração no nosso exército: mesmo sendo de da especialidade de armas pesadas, e não fazer parte formalmente de nenhum dos quatro grupos de combate da CCAÇ 12, participei em muitas das operações em que estes participaram, fui testemunha da sua coragem e do seu medo, dormi com eles nas mais diversas situações, incluindo nas suas tabancas... Foram meus camaradas, em suma.

Soldados ex-milícias, a maior parte com experiência de combate, os nossos camaradas guineenses da CCAÇ 12 (originalmente, CCAÇ 2590), eram oriundos do chão fula e em especial dos regulados do Xime, Corubal, Basora e Cossé, com excepção de um mancanhe, oriundo de Bissau.

“Todos falam português mas poucos sabem ler e escrever", lê-se na história da CCAÇ 12 (O que só verdade, 21 meses depois de os termos conhecido e instruído em Contuboel, em junho e julho de 1969). Foram incorporados no Exército como voluntários, acrescentou o escriba, para branquear a insustentável situação dos fulas, condenados a aliarem-se aos tugas. (...)

___________



(***) Último poste da série > 12 de fevereiro de  2020 > Guiné 63/74 – P20644: (De) Caras (119): Um pequeno texto, cuja essência teve o BLOGUE na sua concepção (António Matos)

terça-feira, 20 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18439: (D)outro lado do combate (22): "Plano de operações na Frente Sul" (Out-dez 1969) > Ataque a Bolama em 3 de novembro de 1969 - Parte I (Jorge Araújo)


Citação: (1963-1973), "Umaru Djaló e outros combatentes numa base do PAIGC", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43455 (2018-3-12)



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018



GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE > "PLANO DE OPERAÇÕES NA FRENTE SUL" [OUT-DEZ 1969] - ATAQUE A BOLAMA EM 3 DE NOVEMBRO DE 1969  (AO TEMPO DA CCAÇ 13 E CCAÇ 14)  (Parte I)




1. INTRODUÇÃO

Nove dias depois do ataque a Bedanda (25OUT'69 – o 2.º) e três semanas após terem realizado igual acção a Buba (12OUT'69 – o 1.º), as forças do PAIGC voltaram a concretizar nova flagelação prevista no seu "plano", a terceira, desta vez à cidade de Bolama, a 3 de Novembro de 1969, 2.ª feira, com recurso exclusivo a duas peças "GRAD", cada uma delas preparada para projectar dois foguetes 122 mm.

Recorda-se que este "plano de acções militares", num total de nove ataques, havia sido delineado para ser cumprido durante o último trimestre desse ano nas regiões de Quinara e de Tombali, situadas na zona Sul da Guiné, com recurso a uma logística considerável de equipamentos de artilharia pesada (morteiros 82 e 120; foguetes 122 "GRAD" e peças anti-aéreas "DCK") e a mobilização de um numeroso contingente de guerrilheiros, pertencentes ao "Corpo Especial do Exército", comandado por "Nino" Vieira (1939-2009).

No caso particular da cidade de Bolama, o efectivo destacado para esta missão era constituído por cerca de cento e vinte elementos comandados por Umaru Djaló, uma força menor do que as anteriores, uma vez que no "calendário" estavam programados outros ataques para os dias imediatos, como eram os casos de Cacine e Cabedú, por esta ordem, conforme se indica no quadro abaixo.




Para a elaboração da presente narrativa, como para todas as outras que fazem parte deste dossiê específico, já publicadas ou a publicar, continuaremos a utilizar o relatório "das operações militares na Frente Sul" [http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40082 (2018-1-20)], documento dactilografado em formato A/4, sem capa e sem referência ao seu autor [mas acreditamos ser possível identificá-lo no decurso desta pesquisa], localizado no Arquivo Amílcar Cabral, existente na Casa Comum – Fundação Mário Soares.



Para além deste facto histórico a que o comandante Umaru Djaló ficou ligado [primeiro ataque a Bolama com foguetes/foguetões 122 mm], outros actos ou acontecimentos haveriam, mais tarde, de constar no seu projecto de vida, como sejam:

No pós "25 de Abril de 1974", no contexto do processo negocial com os representantes do governo português, visando a independência da Guiné-Bissau, Umaro Djaló  fez parte da delegação do PAIGC que se deslocou a Londres para participar nas sessões de trabalho de 25 e 26 de Maio de 1974. A delegação do PAIGC era constituída por Pedro Pires (chefe da missão), Umaru Djaló, José Araújo, Lúcio Soares, Júlio Semedo e Gil Fernandes.

Três meses depois, a 26 de Agosto de 1974, o acordo era finalmente assinado em Argel, ficando definido o dia 10 de Setembro como o do reconhecimento da República da Guiné-Bissau. Neste acto participaram, então, como representantes do PAIGC: Pedro Pires (1934-), Umaru Djaló (1940-2014), José Araújo (1933-1992), Otto Schacht (-1980/ass.), Lúcio Soares (1942-) e Luís Oliveira Sanca.

Depois da Independência, tomou parte do I Governo da República da Guiné-Bissau, constituído por João Bernardo "Nino" Vieira (1939-2009, assassinado.), Umaru Djaló (1914-2014), Constantino Teixeira, Carlos Correia (1933-), Paulo Correia (?-1986, assassinado), Vítor Saúde Maria (1939-1999, assassinado), Filinto Vaz Martins (1937-), João da Costa e Fidelis Cabral d'Almada [da esquerda para a direita,  na imagem abaixo]. 

Era então Presidente da República Luís Cabral (1931-2009). Aquando do "golpe militar" de Novembro de 1980, que levou "Nino" Vieira ao poder, Umaru Djaló era chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.


Citação: (1974), "Tomada de posse do I Governo da República da Guiné-Bissau", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43933 (2018-3)


A 29 de Maio de 2014, Umaru Djaló travou o último combate da sua vida, vindo a falecer no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aos 74 anos, depois de aí lhe terem sido prestados, durante alguns meses, os cuidados e a intervenção clínica especializada em função do seu "problema" de saúde.


2. DESTINATÁRIOS DO ATAQUE A BOLAMA EM 3NOV1969:


A CCAÇ 13 (CCAÇ 2591), A CCAÇ 14 (CCAÇ 2592) E O CIM  DE BOLAMA


Certamente que a data escolhida para o ataque a Bolama [Ilha] não foi por acaso, pois é credível que a mesma tenha sido aprovada sobre informações recolhidas pela sua "secreta", aliás procedimento habitual em qualquer contexto de guerra, e mais natural seria, em função do método utilizado na guerra de guerrilha que tem no conceito "surpresa" o seu princípio estratégico.

Sendo Bolama a cidade do CIM (Centro de Intrução Militar) por excelência, onde muitas das unidades metropolitanas realizavam o seu IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional), visando a adaptação ao clima e às condições da guerra, como foi o caso da minha CART 3494 (Xime) e restante contingente do BART 3873 (1971-1974) – [Bambadinca (CCS), Mansambo (CART 3493) e Xitole (CART 3492)] –, um ataque bem sucedido seria visto como um "grande ronco" e, por consequência, poderia influenciar o comportamento prospectivo das NT.




Recordam-se, com vista aérea de Bolama e respectiva legenda, os espaços mais frequentados pelos militares durante a sua premanência na cidade. Imagem postada pelo camarada grã-tabanqueiro ex-Alf Mil Rui G. Santos, Bedanda e Bolama da 4.ª CCAÇ (1963/1965) – in: http://riodosbonssinais.blogspot.pt/search/label/bolama ou "Bolama… no meu tempo – Guerra do Ultramar", com a devida vénia.

Entretanto no CIM,  em finais de Outubro de 1969, estavam em fase de conclusão de formação/instrução mais duas Companhias de Caçadores,  designadas por CCAÇ 13 e CCAÇ 14, saídas da união entre praças africanas do Recrutamento Local e oficiais, sargentos e praças especialistas oriundos da Metrópole. Os quadros metropolitanos destas novas Unidades Independentes, mobilizados pelo Regimento de Infantaria 16, de Portalegre, pretenciam à CCAÇ 2591, que deu origem à CCAÇ 13, e a CCAÇ 2592 à CCAÇ 14, respectivamente.

Sobre as emoções, sensações e experiências gravadas por todos aqueles que, ao fim daquela tarde de2.ª feira, a primeira do mês de Novembro de 1969, assistiram à explosão dos foguetões de 122 mm, recupero os testemunhos dos camaradas ex-furriéis Carlos Fortunato (CCAÇ 13/CCAÇ 2591) e Eduardo Estrela (CCAÇ 14/CCAÇ 2592), ambos membros da nossa Tabanca Grande

Carlos Fortunato refere que "no dia 3/11/1969 quando a [companhia da etnia balanta] CCAÇ 13 [CCAÇ 2591 - "Os Leões Negros"] estava no cais de Bolama, preparando-se para embarcar numa LDG [rumo a BISSORÃ], ouviu-se um longínquo 'pof' vindo da parte continental (zona de Tite). Um dos africanos disse 'saída' sorrindo, mas logo a seguir passaram sobre as nossas cabeças 3 [no relatório constam quatro] foguetões de 122 mm. Um acertou numa das pequenas vivendas que corriam ao lado da rua principal, que ligava o porto ao largo principal da cidade, apenas a uns escassos 30m do local onde estávamos. Outro caiu no largo principal um pouco mais acima, e o terceiro mais longe, já fora da zona habitacional. Corremos de imediato para o local dos impactos para prestar assistência às eventuais vítimas, mas felizmente apenas houve ferimentos muito ligeiros entre a população". […] "Os morteiros 107 mm existentes no quartel de Bolama responderam ao fogo". […] [sítio: CCAÇ 13 – Os leões Negros: Memórias da Guerra na Guiné (1969/71)]. [P9337].

Por outro lado, Eduardo Estrela, da CCAÇ 14 [companhia das 
etnias mandinga e manjaca] - [CCAÇ 2592], acrescenta que "partimos em 3 de Novembro de 1969 para a zona operacional que nos tinha sido destinada, CUNTIMA, junto à linha de fronteira do Senegal. Ainda em Bolama (…) sofremos, à hora da saída da LDG, um ataque onde o PAIGC utilizou pela primeira vez foguetões terra-terra. Ninguém sabia que tipo de armamento o PAIGC utilizara e só em Bissau, no dia seguinte, nos foi comunicado o tipo de arma". [P11365].

Na linha desta investigação daremos conta, no ponto seguinte, do que consta no relatório elaborado a propósito deste ataque.


3. O ATAQUE A BOLAMA EM 3NOV1969… COM FOGUETES 122 MM "GRAD" LANÇADOS DA PONTA BAMBAIÃ

Objectivos da acção:

O objectivo definido para esta acção concretizou-se no dia 3 de Novembro de 1969, ao fim da tarde, com o bombardeamento da cidade de Bolama, através da utilização de quatro [testemunhas referem três] foguetes 122 mm lançados de duas peças "GRAD" colocadas na orla costeira da zona sudoeste da região de Quínara, mais precisamente na Ponta Bambaiã. Para esta missão foram mobilizadas forças de infantaria e artilharia, as primeiras só com funções de segurança e apoio ao desempenho das segundas.

Como elemento de comparação entre as logísticas dos ataques já divulgados, apresentamos o respectivo quadro.




Desenvolvimento da acção: (as forças do PAIGC)





As nossas forças estavam constituídas por 3 bi-grupos de infantaria e duas peças de GRAD sob a responsabilidade do camarada [cmdt] UMARO DJALÓ.

Saída de Botché Chance pelas 17 horas do dia 29 de Outubro [de 1969], 4.ª feira. 


A operação deveria realizar-se no dia 3 de Novembro, 2.ª feira, à caída da noite. 

Na noite de 29 para 30 de Outubro a coluna cruzou o rio em Botché Col, e na manhã do dia 30 atingiu as imediações de Gândua. 

Na noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro, a coluna cruzou o rio Tombali em Iangue, e na manhã do dia 1 de Novembro chegou a Bolanha Longe. 

A coluna deveria cruzar o rio na noite de 1 de Novembro, mas por falta de canoas só o pode fazer na noite de 2 de Novembro, domingo, tendo atingido Paiunco na manhã de 3 de Novembro, 2.ª feira. 

Chegada da coluna à Ponta de Bambaiã às 16 horas do dia 3 de Novembro (ponto escolhido de antemão para posição de fogo).



Na impossibilidade da elaboração de uma infogravura referente ao itinerário percorrido pelas forças do PAIGC mobilizadas para este ataque, por dificuldade em identificar os locais referidos no relatório, o que lamento, optei por utilizar a imagem de satélite abaixo.


Final da Parte I.

Na Parte II desta narrativa, serão abordados os seguintes pontos:

1 – O trabalho técnico da artilharia na posição de fogo – uso do GRAD.
2 – Reacção das NT.
3 – Resultados.
4 – Quadro de baixas da CCAÇ 13 (de 14Nov1969 a 23Abr1973).
5 – Quadro de baixas da CCAÇ 14 (de 11Nov1970 a 4Abr1974).

Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.
12MAR2018.
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Nota do editor:

Último poste ds série > 8 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18391: (D)o outro lado do combate (21): "Plano de operações na Frente Sul" (Out - dez 1969) > Ataque a Bedanda em 25 de outubro de 1969 (ao tempo da CCAÇ 6, 1967-1974) - II (e última) Parte (Jorge Araújo)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12107: Convívios (535): Magnífica Tabanca da Linha: almoço na Adega Camponesa, em Cabreiro, Alcabideche, Cascais, no próximo dia 17, 5ª feira... Convocatória do comandante Jorge Rosales (José Manuel Matos Dinis, secretário)


Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Bolama > Ilha das Cobras > Julho de 1966 > O comandante Jorge Rosales, no final da sua comissão, depois de ter passado 18 meses em Porto Gole... Recorde-se que ele, que era alf mil,  pertenceu  pertenceu à 1ª Companhia de Caçadores Indígena, com sede em Farim. (Havia mais duas, uma Bedanda, a 4ª, CCAÇ,  e outra em Nova Lamego, a 3ª CCAÇ). Ficou lá pouco tempo, em Farim, talvez uma semana. A companhia estava dispersa. Foi destacado para Porto Gole, com duas secções (da CCAÇ 556, do Enxalé) e outra secção, sua, de africanos. Tinha um guarda-costas bijagó. Ficou lá 18 meses. Passou os últimos tempos, em Bolama,  no CIM, a dar recruta a soldados africanos.

Foto: © Jorge Rosales (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Mensagem de José Manuel Matos Dinis [, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]


Data: 30 de Setembro de 2013 às 16:28

Assunto: A Magnífica Tabanca da Linha - Notícia feliz (*)


O tempo amainou dos calores que nos prostavam, que nos deixavam sem vontade para movimentos e andanças. O clima generoso deste País já permitiu ao Sr Comandante Rosales fazer a vindima no seu domínio lá prós limites ribatejanos, e tenho o maior prazer de informar o excelentíssimo público leitor, de que a pinga já ferve e cheira auspiciosamente, conforme comunicações detalhadas que cuidadosa e diariamente lhe são transmitidas pelo zeloso Eusébio, não o glorioso, mas o coucense que lhe cuida dos bens rústicos e, por inerência, do bom andamento da fervura.

Reproduzo o que o Sr. Comandante me transmite, com vaidade superior e a modos que suspeita, pois não posso confirmar de que o quinteiro lhe telefona diariamente, ou antes, se S.Exa. já anda com os pensamentos em processo repetitivo, em rodopio avassalador, quiçá numa manifestação desses subprodutos alzheimerianos, se é que não se trata do produto genuíno. É que está sempre a falar do mesmo com as bochechas largas a emoldurar o sorriso.

Pois bem, ou mal, S.Exa. convocou-me para lá ir fazer a mudança do vinho da cuba para os depósitos, que a produção é toda ela para ser falada no plural. Explorou-me como é fácil de perceber, tratando-se de um genuíno descendente feudal, com interesses ramificados na Galiza. Levou-me a almoçar a um restaurante local, mais ao rancho de trabalhadores afectados àquela tarefa, e obrigou-me a pagar a despesa, porque o multibanco distava para cima de dez metros de distância. Ainda me deve a massa, e o almoço nem foi grande coisa.

Como é natural entre portugueses mastigantes, que praticavam a mastigação em volta de uma feijoada dita à transmontana, e jaquinzinhos com arroz, estes mais adequados para a dieta do magnífico Comandante, empurrados para o "bolo alimentar" por uma sucessão de jarros de vinho, cuja qualidade já não me lembro se aprovei ou desaprovei, mas sei que no regresso deu-me a soneira, até ter levado uma cotovelada com a indicação de que estávamos no estabelecimento desejado da "rabo de cavalo", local pitoresco no meio da lezíria, onde fui obrigado a enfiar um café e a água efervescente de uma garrafa das pedras. Arrotei, e S.Exa. reprovou-me com um olhar implacável, quase a destinar-me às galés. Mas safei-me, voltei a ter lugar na magnífica viatura a diesel que também é sua propriedade, e reiniciàmos a viajem de regresso até à saída da autoestrada em S. Domingos de Rana, onde S. Exa. atracou a viatura a um bar que costuma frequentar, com o justíssimo fim de se dessedentar, para o que requisitou outro jarro, desta vez cheio de uma mistura de vinho e gasosa, servida fresca, que eu acho que era para disfarçar a espécie de vinho que emborcámos.

Visivelmente mais bem disposto, e depois de me evidenciar um outro circulo onde exerce influências, o Sr Comandante elogiou bastante o meu trabalho durante a transfega, e conduziu-me rapidamente aos arrabaldes do sítio onde moro, que tinha mais que fazer.

Enquanto eu do meio da rua correspondia ao seu chamamento, mandou-me informar os distintos membros da Magnífica Tabanca da Linha, mais quem os quiser acompanhar, ou aderir, que no dia 17 de Outubro, pelas 12h30, é que é!

É o quê, perguntei ainda atordoado em consequência da viajem, e obtive como resposta, o almoço, ó básico! E para não atrapalhar às mioleirinhas de V.Exas., já habituadas ao caminho, não vai realizar-se num hotel de luch(x)o, nem num restaurante com estrelinhas da good-year, michelin, ou lá o que é, mas na Adega Camponesa, no Cabreiro, em Alcabideche, por detrás do novo hospital, com o custo tradicional de quinze aéreos e vinte cêntimos. [Telefone: 214 690 328 ].

E terá como antecedentes, enchidos grelhados (que são mais saudáveis), patê de cheiro a marisco, salgados, pão e azeitonas. O prato de peixe será guarnecido com tranches de cherne, cogumelos e natas, enquanto o de carne será aviado com uma grelhada suculenta, batata-frita e salada. A culminar, se o Miguel Pessoa estiver enfastiado, pode ser que haja oportunidade para apreciarmos um buffet de sobremesas. A água, o vinho e o café estão incluídos no menú.

Por favor, não se esqueçam de confirmar a presença até ao meio-dia do dia 15, e façam, o favor suplementar de esquecerem o relato anterior sobre as actividades extra-militares de SEXA,  o nosso querido Comandante, nem façam elocubrações especulativas sobre os domínios e propriedades daquele insigne e próspero pançudo.

Para que conste, e possa servir ao altíssimo Luís como oportunidade para visitar as bases.

JD 

2. Comentário do editor (de servio, LG, já que o CV está de férias até 13 deste mês):

O comandante Jorge Rosales, aliás SEXA Comandante (vai fazer mais um aninho no dia 7, 70 + n, vamos lá ver se não se me esqueço de publicar o postalito da ordem, já  devidamente editado pelo CV, antes de sair de casa), entrou para a nossa Tabanca Grande na data hístórica de 9 de junho de 2009 (**).

É um camarada querido de todos nós. É seguramente um dos nossos "mais velhos" (, expressão que em África é ainda sinal de respeito). Como ele próprio se apresenta, ainda é do tempo do caqui amarelo!... Portanto, velhinho, como o caraças!... Mais velho do que ele só talvez mesmo o Diogo Gomes que chegou a Porto Gole, no canal do Geba, uns bons anos antes,  em... 1456!

Amigos, camaradas, correlegionários, admiradores, amantes, serventuários, bajuladores, fiéis e infiéis, mouros e morcões, tugas, guineenses, galegos, bajudas, mulheres e homens grandes que vivam num raio de uma, duas, três oui até mais  léguas com epicentro no Monte Estoril (onde o senhor tem sua morança) ...Vamos lá fazer um esforço para estarmos presentes no almoço-convívio do dia 17!!!... Nós, isto é, uma numerosa e condigna representação da Tabanca das Tabancas, a mãe de todas elas, a Tabanca Grande, pois claro!...

Sendo ele o régulo da Magnífica Tabanca da Linha, devidamente secretariado pelo sempre forte, leal e fero JD (leia-se: djuliet delta, segundo o Alfabético Fonético Internacional), o comandante Jorge Rosales tem, entre nós, um especial estatuto, como de resto os nossos demais régulos (da Tabanca do Centro, de Matosinhos, dos Melros, da Lapónia,   Ajuda Amiga, Guilomilo, etc.). Não confundir com outros como os sósias, ou impostores,  que se passam por comandantes Jorge Rosales. Por que este é que é o verdadeiro, e na Tabanca Grande...  Rosales só há um, é o Jorge e mais nenhum!

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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 9 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4488: Tabanca Grande (151): Jorge Rosales, ex-Alf Mil, Porto Gole, 1964/66, grande amigo do Cap 2ª linha Abna Na Onça