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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25407: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (39): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Material apreendido ao PAIGC



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira



MATERIAL APREENDIDO AO PAIGC

1970/MAIO/14:

1 - Pistola metralhadora PPSH

1970/MAIO/27:

1 - Carabina SIMONOV

1 - Mochila

1 - Par de botas

1 - Marmita

1 - Granada de RPG-2

1970/JULHO/13:

4 - Carabinas MOSIN NAGANT

1970/NOVEMBRO/19:

1 - Pistola metralhadora PPSH

1970/DEZEMBRO/30:

1 - Espingarda MAUSER

1971/MARÇO/05:

1 - Carabina MOSIN NAGANT

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Nota do editor

Último post da série de 11 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/74 - P25371: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (38): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Batalhas com o PAIGC

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25371: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (38): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Batalhas com o PAIGC



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


BATALHAS COM O PAIGC

1970/MAIO/14 - EMBOSCADA NO TRILHO DO MAQUÉ
O 2.º grupo de combate a sul do Maqué emboscou 2 guerrilheiros.
Apanhou 1 elemento ferido e 1 arma PPSH
O outro guerrilheiro fugiu.

1970/MAIO/26 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
4.º grupo de combate em Bissancage.
Emboscamos 2 guerrilheiros.
Ferimos e apanhamos 1 guerrilheiro.
O outro foi ferido, mas fugiu.
Foi morto 1 soldado da milícia, por fogo da nossa tropa.

1970/MAIO/27 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
1.º grupo de combate em Bissancage.
Matou 1 IN.
3 carregadores fugiram, deixando rastos de sangue.
Foi capturada 1 espingarda SIMONOV.

1970/MAIO/31 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
2.º grupo de combate.
4.º grupo de combate.
Grupo de combate de milícias.
Trilho Morés/Madina Mandinga.
Às 06h30, 1 grupo de guerrilheiros accionou uma armadilha montada pelo 4.º grupo de combate, na véspera. Fizeram fogo com armas ligeiras, RPG e morteiro 61 para ver se denunciávamos a nossa presença. A nossa chefia caiu nesse logro, respondendo ao fogo deles e denunciando a nossa presença.
Às 10h00, quando esperávamos o reabastecimento de água, fomos atacados com morteiros, RPG e costureirinhas. Pelo poder de fogo deviam ser um grupo grande e bem armado.
Neste ataque tivemos vários feridos, entre eles:
- Capitão Moura Borges (Comandante da Companhia), com gravidade;
- Alferes Silva (comandante do meu 4.º grupo de combate), com estilhaços;
- Vários soldados e milícias com estilhaços.
- o capitão e o alferes foram evacuados por helicóptero para o Hospital Militar.

1970/JULHO/08 - PATRULHAMENTO A IRACUNDA E MANACA
1.º grupo de combate.
2.º grupo de combate.
2 secções de milícias.
Atacaram grupo IN que os perseguia.

1970/JULHO/13 - OPERAÇÃO BACARÁ
Golpe de mão a Amina Dala.
Helicanhão em alerta no Olossato.
1.º grupo de combate.
4.º grupo de combate.
2 secções de milícias.
Depois do 4.º grupo de combate fazer o golpe de mão, foi perseguido por um grupo de guerrilheiros.
Houve recontro com o IN, que vinha armado com RPG, armas automáticas e morteiros 61.
Pedida a presença do helicanhão o IN fugiu e deixou-nos chegar em paz ao Olossato.
Precisávamos bem desta protecção, porque o 4.º grupo de combate trazia cerca de 40 elementos recuperados.

1970/JULHO/17 - PATRULHAMENTO OFENSIVO A CANCUNCO
1.º grupo de combate.
? grupo de combate.
Atacou um grupo IN com 10 a 15 guerrilheiros, que ripostou com RPG e armas automáticas.
Sem consequências para as nossas tropas.

1970/DEZEMBRO/30 - GOLPE DE MÃO A CANJAJA
2 grupos de combate da CCAV 2721
2 grupos de combate da CCP 121
Confronto com 2 elementos da população armados.
Captura de 1 espingarda Mauser.
No regresso o IN bateu a zona com morteiro 61.

1971/MARÇO/29 - OPERAÇÃO URTIGA NEGRA (Patrulhamento ofensivo).
Às 07h30 as nossas tropas foram flageladas com armas pesadas e ligeiras.
Às 13h30 as NT detectaram e atacaram 1 grupo IN com 15 elementos.
Sem consequências para as nossas tropas.

1971/MAIO/?? - PATRULHAMENTO OFENSIVO A MARECUNDA
1 grupo de combate da CCAV 2721
2 grupos de combate da CCAV 3378
As nossas tropas foram flageladas com 2 granadas de morteiro 82, da região de Bancolene.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 4 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/74 - P25337: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (37): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Ataques ao Quartel do Olossato e Nhacra

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25337: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (37): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Ataques ao Quartel do Olossato e Nhacra



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


ATAQUES AO QUARTEL DO OLOSSATO

1970/MAIO/12 ÀS 19h05
Duração: 15 minutos
Armas usadas:
- Morteiro 82
- Canhão sem recuo
Local do ataque: Missirá e Fajonquito
Consequências:
1 mulher ferida. Morreu em consequência dos ferimentos.
OBS: - Eu estava de Sargento de Dia.


1970/AGOSTO/23 ÀS 17h00
Duração: 10 minutos
Armas usadas: Morteiro 82
Consequências:
- 1 ferido grave da população
- 1 ferido ligeiro da povoação
Tivemos o apoio de 2 FIATS
OBS: - Estava de férias na Metrópole


1970/OUTUBRO/28 ÀS 18h55
Armas usadas: - Morteiro 82
Local do ataque: Zona do Fajonquito?
Não teve consequências
OBS: - Estava no destacamento do Maqué


1970/DEZEMBRO/30 ÀS 20h00
Armas usadas: 4 foguetões de 122 mm
Local do ataque: Veio da direcção do Fajonquito? - Talvez Manaca ou Iarom
Sem consequências: 3 foguetões caíram antes da pista e o 4.º foguetão caiu além da tabanca
OBS:
- Estava no destacamento do Maqué
- Enganaram-se por um dia, a passagem de ano seria na noite seguinte.


1971/ABRIL/07 ÀS 20h00
Armas usadas:
- Morteiro 82
- Canhão sem recuo
- RPG - Lança granadas foguete
Força atacante: bigrupo com cerca de 45 elementos
Local do ataque: Missirá
OBS:
- Estava de Oficial de Dia por falta do alferes.
- Comandei o meu Grupo de Combate durante vários meses.


1971/MAIO/07 ÀS 17h00
(Hora do jogo de futebol)
Armas usadas: morteiro 82 (5 granadas)
Força atacante: 15 elementos, mais ou menos
Local do ataque: Cansambo
Sem consequências: As granadas não chegaram ao quartel.
OBS: - Não estava no quartel, tinha saído em patrulhamento.


ATAQUE AO QUARTEL DE NHACRA

1971/JUNHO/09 ÀS 20h00
Local do ataque: Estrada de Nhacra para Cumeré.
Armas usadas:
- Armas ligeiras
- LGF
- Morteiro
Sem consequências

(continua)

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Nota do editor

Último poste da série de 28 DE MARÇO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25313: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (36): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo III - Baixas sofridas, Punições, Louvores e Condecorações - Agosto de 1971 a Fevereiro de 1972

terça-feira, 12 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25266: Agenda cultural (850): Síntese da apresentação do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72), que esteve a cargo do Coronel António Rosado da Luz (Paulo Salgado)


1. Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), autor do livro, "Margens - Vivências De Uma Guerra, com data de 10 de Março de 2024:

Caro Luís Graça e Coeditores
Seria interessante que o comentário a este livro MARGENS – VIVÊNCIAS DE UMA GUERRA, cuja apresentação foi feita pelo capitão de Abril, Coronel António Rosado da Luz, fosse elaborado por um dos nossos editores que saberiam escolher os trechos para o Blogue.
Sei, ainda, que o Mário Beja Santos, sempre presente nestas andanças, e carregado dos seus valores, fará uma abordagem à sua maneira.

Transcrevo parte desta apresentação, que me pareceu relevante para o nosso Blogue. De um grande capitão de Abril, cidadão interventivo e activo. Já agora: Este livro é dedicado aos capitães de Abril. No cinquentenário do 25 de Abril.

Paulo Salgado



"Margens – Vivências de Guerra"
Autor - Paulo Cordeiro Salgado

Apresentação pelo capitão de Abril
Coronel António Rosado da Luz

"Foi a primeira vez que me convidaram para APRESENTAR UM LIVRO.
Seguindo a “palavra de ordem” fundamental de “um tropa”,… lá tive que me “desenrascar” …

Nos tempos presentes, por opção, por força das circunstâncias e também por prazer e autorrealização pessoal, a atividade que ocupa 90% do meu tempo é ler.
Ler, estudar, investigar e escrever. E, ler este livro, deu-me imenso prazer por três razões, que me fazem ficar imensamente grato, quer ao Mário Tomé que sugeriu, quer ao Paulo Cordeiro Salgado que aceitou, terem-me proporcionado o imenso prazer de ler, em primeira mão, este livro.

A primeira dessas razões foi a de me terem dado oportunidade para me “desviar” dos temas quase obsessivos que ocupam a minha mente, permitindo-me regressar, por algum tempo, àquilo que posso denominar de “leitura lúdica”.


A segunda, pelo facto dos vários “planos”, logo anunciados no “preâmbulo” do livro, em que o autor decidiu “dar forma” ao tema central desta sua obra, me terem ajudado a refrescar a minha própria abordagem dos tais temas obsessivos que me ocupam a mente.

A terceira e mais importante razão para lhes estar grato é o imenso prazer… e até alguma emoção, …que são proporcionados pela leitura deste livro. O autor escreve, não só com arte, aquela arte de domínio da palavra que nos encanta ler, como escreve com alma, pois consegue pôr – e transmitir - emoção naquilo que escreve.


Mas este não é APENAS, ou, SOBRETUDO, não é um livro de memórias.
É um livro onde as emoções e as reflexões em torno dos dramas e das violências da GUERRA, da VIDA e da MORTE, se espraiam pelo AMOR, pela AMIZADE e pela SOLIDARIEDADE, mas também pela HISTÓRIA, pela POLÍTICA e por essa entidade mítica que nos condiciona, que nos abriga e que “somos”, que é PORTUGAL.

Embora não seja essa a forma como o livro está estruturado, podemos dividir o OBJETIVO do AUTOR em três “tempos”.


O primeiro “tempo” decorre nos dois primeiros anos da década de setenta. O autor deste livro, Paulo Cordeiro Salgado, que era na altura o Alferes miliciano mais antigo de uma companhia sediada no Olossato, a 27 quilómetros da fronteira com o Senegal e situada numa das zonas de guerra mais acesa, do Teatro de Operações da Guiné-Bissau, vê-se de repente, investido nas funções Comandante dessa Companhia, por morte, em combate, do Capitão que a comandava. Até à chegada de um novo Capitão que irá comandar a Companhia (que aqui está hoje presente entre nós) é ele, jovem de vinte e poucos anos, sem qualquer formação ou experiência para tal, que vai passar a ser O SENHOR, quase absoluto, de vida e de morte, sobre uma enorme área geográfica e sobre centenas ou milhares de seres humanos que nela vivem, ou são obrigados a isso.

A missão que lhe impõem é fazer a guerra. Fora mobilizado para ir para aquela guerra pela força de uma Lei, feita por um regime ditatorial, com o qual ele não concordava, para ir combater numa guerra, com a qual ele discordava totalmente. E ali estava agora ele, para matar ou morrer, pessoas que ele naturalmente respeitava como seus irmãos e contra as quais ele não tinha quaisquer motivos para tal. E, a grande maioria das cerca de duas centenas de militares que ele agora comandava, estavam na mesmíssima situação.

Mas há neste livro um segundo “tempo”.

Vinte anos após o fim da sua comissão, a intensidade dos dramas nela vividos pelo Paulo Cordeiro Salgado colaram-se-lhe de tal maneira à pele que ele não conseguiu mais reprimir a necessidade de “ajustar contas com o passado” e regressou à Guiné. Mas desta vez regressou para fazer o oposto da guerra. Regressou como cooperante.
Regressou, não só pela necessidade de se reconciliar consigo próprio, fazendo a sua catarse, como por ter ficado a amar, para sempre, aqueles povos, aquelas paisagens, aquela África.

Como eu compreendo o autor.


Finalmente, o terceiro “tempo” passa-se, 54 anos depois da sua primeira chegada às matas, às bolanhas e aos enormes rios da Guiné que alargam e encolhem duas vezes por dia. Passa-se nos nossos dias. E é nesse terceiro “tempo” deste livro, que se entende com toda a clareza o OBJETIVO do autor, pois é nele que Paulo Salgado, com os pés assentes no presente, resolve olhar para o passado, para o presente e para o futuro, escrevendo este livro.

É agora, 54 anos depois, que ele volta a olhar para os dramas dos “tempos da guerra”, daquela guerra onde ele combateu e, duas décadas depois, para os “tempos da reconciliação”, da reconciliação consigo próprio, com África e com os povos, que ele combateu, mas amou desde o primeiro momento.

E é aí que as reflexões que o autor vai fazendo ao longo do livro ganham um “outro patamar” de interesse. É aí que este livro deixa de ser um “livro de memórias” virado para o passado, para ter uma atualidade dramática.
É que, nesta segunda década do século XXI a que alguns homens desse tempo conseguimos chegar, não só a guerra volta a ser, infelizmente, o tema central do futuro das nossas vidas, como as esperanças de Liberdade e de Democracia, de Fraternidade, de Solidariedade e de Igualdade, quer dos nossos povos irmãos, quer do mundo em geral, começam todos a ser postos em causa.


E é aí, que as reflexões que o autor vai hoje fazendo, ao olhar para as suas vivências de há 54 e 34 anos, ganham um terceiro e mais importante patamar de interesse.

É que este livro é publicado no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril».

António Rosado da Luz
10.03.2024

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Nota do editor

Vd. post de 21 DE FEVEREIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25195: Agenda cultural (849): Lançamento do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Guiné, 1970/72), dia 8 de Março de 2024, pelas 17h30, na sede da Associação 25 de Abril, Rua da Misericórdia, 95, Lisboa. Apresentação a cargo do Coronel António Rosado da Luz (Paulo Salgado)

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25227: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (32): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Janeiro e Fevereiro de 1972



"A MINHA IDA À GUERRA"

32 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO II - ACTIVIDADES NO TO DA GUINÉ

João Moreira


MÊSES DE JANEIRO E FEVEREIRO DE 1972



Furriel Moreira no portão de ligação do quartel de Nhacra com as instalações da Emissora Oficial da Guiné
Furriel Moreira junto a uma antiaérea quádrupla, para precaver ataques dos MIGS, que constava que o PAIGC tinha em Conacri.

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 22 DE FEVEREIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25198: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (31): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Novembro e Dezembro de 1971

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25198: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (31): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Novembro e Dezembro de 1971



"A MINHA IDA À GUERRA"

31 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO II - ACTIVIDADES NO TO DA GUINÉ

João Moreira


MÊSES DE NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 1971


MÊS DE NOVEMBRO DE 1971

a. SITUAÇÃO
1. TERRENO.
As chuvas terminaram. Os itinerários melhoraram.

2. NT
Sem alteração. Melhoraram as condições de trabalho, principalmente as emboscadas devido à paragem das chuvas.
Em 22NOV chegou a Nhacra o 1.º escalão da CCAÇ 3325 que vem render a CCAV 2721.

3. IN
Manifestou-se no CHUGUÉ com um roubo de vacas em 222100NOV, em que um grupo com cerca de 15 a 20 elementos, todos armados, cercou uma morança não reordenada em TITE 6A6.63.
Levou 6 vacas e raptou o dono e seu irmão que posteriormente fugiram, graças a uma flagelação de artilharia de MANSOA sobre a zona da retirada.

4. POPULAÇÃO CIVIL
Iniciada a construção de portas e janelas para os reordenamentos de JUGUDUL COM E CHANGUE VEDETA.

b. ACTIVIDADE
Com a colaboração de Gr. Comb. das CART 2673, CCAV 2765 e CCAÇ 2658, foram realizadas batidas em regiões de OCO GRANDE, RUCUTU DE BAIXO, CHUGUÉ, SAU, JUGUDUL COM, FANHE, CUNTANGA, CARAMACÓ, COM, CHOLUFE E NAGUE-RUCUTU.



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MÊS DE DEZEMBRO DE 1971

a. SITUAÇÃO
1. TERRENO
Em "bom" estado as picadas. As bolanhas estão cheias de arroz.

2. NT
Com a chegada do último escalão da CCAÇ 3325 o pessoal sente com mais força a proximidade do fim da comissão.
No entanto, o embarque só se prevê para meados ou fins de Fevereiro.
Em 18DEZ71 é criado o COP 8 com sede em Nhacra com a finalidade genérica de coordenar a actividade operacional das duas companhias e Pel AA para garantir além da missão já atribuída à CCAV 2721 a defesa eficaz do Posto Emissor de NHACRA.

3. IN
Manifestou-se num ataque, em 28DEZ71 ao destacamento do CHUGUÉ por um grupo de cerca de 40 elementos. Este grupo roubou 4 vacas no reordenamento, raptou 2 homens e efectuou o ataque cerca das 2130 horas, enquanto os elementos que roubaram as vacas retiravam. Como já tinha acontecido no roubo anterior, em 22NOV71, os homens raptados fugiram perto do mato de DANA ou BINDOURO.
Houve 1 milícia morto e 1 gravemente ferido. O IN teve baixa confirmada.

4. POPULAÇÃO CIVIL
Dedica-se totalmente à colheita do arroz e mancarra. A produção do arroz parece ser boa este ano, graças às condições climáticas favoráveis. Continua-se com o fabrico de portas e janelas em JUGUDUL COM e CHANGUE BEDETA, assim como o alinhamento de quintais. O rendimento é moderado dado a ​ permanência da população nas bolanhas.
Cria-se o Pel Mil 329 que fica instalado em OCO GRANDE. Este pelotão é constituído por homens de OCO GRANDE, RUCUTU, NAGUE E OCOZINHO.

b. ACTIVIDADE
Com as duas Companhias a actividade operacional e patrulhamentos de APSIC exerceu-se com uma muito maior densidade, podendo dizer-se que as acções duplicaram, depois daa sobreposição com a ​ CCAÇ 3325 em que o número de acções se manteve igual ao anterior mas com as forças constituídas por elementos das duas Companhias. Faz-se uma série de rusgas limitadas, com efectivos de secção com a finalidade de procurar material IN escondido nas tabancas. São rusgadas várias vezes CHUGUÉ, ​ RUCUTU BAIXO, RUCUTU, JUGUDUL COM E NAGUE.
Durante a primeira parte do mês, portanto como já acontecera na segunda quinzena de NOVEMBRO é especialmente orientada de forma a pôr a CCAÇ 3325 em condições de tomar conta da zona.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 17 DE FEVEREIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25180: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (30): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Outubro de 1971

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25195: Agenda cultural (849): Lançamento do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Guiné, 1970/72), dia 8 de Março de 2024, pelas 17h30, na sede da Associação 25 de Abril, Rua da Misericórdia, 95, Lisboa. Apresentação a cargo do Coronel António Rosado da Luz (Paulo Salgado)

1. Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), autor dos livros, "Milando ou Andanças por África""Guiné, Crónicas de Guerra e Amor" e "7 Histórias para o Xavier", com data de 21 de Fevereiro de 2024:

Caros Editor e Coeditores,
É isto, meus caros: será que a catarse foi completamente feita? Não me interessa. O que inquieta a minha escrita é saber do Outro, daquele que me acompanhou, cá e lá, nas andanças de uma guerra que foi imposta. Vivências. Sim, vivências do Outro em mim. Vivências de mim no Outro.

Porventura, será o meu último livro, substantivamente memorialista, sobre o modo como eu vivi a Guerra Colonial. Curiosamente: em guerra – na Guiné; em cooperação – na Guiné-Bissau. Já agora, passe a imodéstia: louvado em campanha e louvado pelo Ministério da Saúde da República da Guiné-Bissau...

Uma saudação bloguista.
Paulo Salgado


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C O N V I T E

Lançamento do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria do nosso camarada Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721, a ter lugar na sede da Associação 25 de Abril, no dia 8 de Março, pelas 17h30, com apresentação do Coronel António Rosado da Luz.

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Nota do editor

Último post da série de 11 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24942: Agenda cultural (848): dia 14, no Centro Científico e Cultural de Macau, o nosso camarada António Graça de Abreu vai apresentar o seu trabalho de tradução dos 170 poemas do poeta chinês 苏东坡 (Su Dongpo, 1037-1101), "um dos grandes génios da poesia universal"