Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 4544/73. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 4544/73. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25077: Convívios (976): A CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta, 1973/74) vai realizar o seu convívio comemorativo dos 50 anos do regresso a Portugal, em Setembro próximo, na zona de Coimbra (António Agreira, Fur Mil TRMS)


1. Mensagem do nosso camarada António Agreira (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal Balanta, 1973/74), com data de 15 de Janeiro de 2024:

A CCAÇ 4544/73, que esteve em Cafal Balanta, vai realizar o seu Convívio de 2024 na zona de Coimbra, que será levado a efeito depois do dia 8 de Setembro, data em que se completa os 50 anos da chegada da nossa Companhia a Portugal.

Os interessados deverão contactar-me  (ex-Fur Mil de Transmissões, António Pereira Agreira), para o telemóvel 913 899 360.

Cumprimentos
António Agreira

____________

Nota do editor

Último poste da série de 9 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24933: Convívios (975): Tabanca de Faro: 7.º almoço-convívio dos ex-combatentes do concelho de Faro na Guiné-Bissau, em 18/11/2023 (José Anónio Viegas)

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22285: Em busca de... (314): Camaradas da minha CCAÇ 4544/73 (Cafal, 1973/74), o Coelho (de Alcobaça), o Rosete (de Cantanhede), o alf mil Quintela (de Torres Vedras) (Eugénio Ferreira, ex-1º cabo, 2º pelotão)


Guiné > Região de Tombali > Carta de Cacine (1961) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Cafal, intinerário Cadique-Jemberém, e rios Cumbijã e Cacine. Sobre Cafal Balanta, temos mais de 3 dezenas de referências no blogue.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)


1. Comentário, de 13 de junho de 2021 às 21:32, assinado pelo Eugénio Ferreira, ao poste P12020 (*)

Boa tarde, caro camarada Sr. Luís Graça:

Sendo eu Combatente no Ultramar,  na Guiné,  em Cafal Balanta, pertencendo à companhia de Caçadores CCAÇ 4544/73,  desconhecia que afinal existe um grupo de combatentes que se reúnem em confraternização realizando alguns almoços para isso!!!

Eu que já tinha andado pelo Facebook,  procurando pessoal, companheiros desse tempo,  e de minha Companhia... Recordo o nome de guerra de alguns deles,  como o Coelho,  próximo de Alcobaça,  o Rosete,  próximo de  Cantanhede,  o alferes Quíntela...  (ainda tive convívio com ele aqui em Torres Vedras onde morava, é que eu moro também na região).

Eu que não me apresentei,  sou o 1.º Cabo Ferreira,  do 2.º pelotão,  enfim gostaria saber algo mais de como aderir a este grupo de convívio.

Meu email: ecoimbra52@gmail.com
Muito obrigado
Eugénio Ferreira

2. Comentário do editor Luís Graça:

Meu caro Ferreira:

Obrigado pelo teu comentário. Como camaradas de armas que fomos, aqui tratamo-nos por tu. Para mais, és meu vizinho, segundo percebi: eu vivo na Lourinhã, depois de há um ano e picos. Deixa-te, portanto, lá de tratamentoos cerimoniosos...

Respondendo ao teu apelo (**), tenho o grato prazer de te informar que há dois representantes da tua CCAÇ 4544/73, aqui no nossa Tabanca Grande (que reune até ao momento 840 camaradas e amigos da Guiné, entre vivos e mortos): 

(i) o António Agreira, ex-fur mil de transmissões: apresentou-se, aqui na "parada da Tabanca Grande", há dez anos atrás (***), e tem desempenhado o papel de dinamizador dos vossos convívios,; vou-te mandar, por email, o contacto do Agreira;

(ii) o outro camarada é o João Nunes açoriano, também ex-fur mil: vê aqui a sua foto e a sua apresentação à nossa Tabanca Grande (****);

O ex-alf mil António Alfredo Quintela, que de facto vive em Santa Cruz, Torres Vedras, também já passou por aqui (*****).

Quanto ao Coelho, de Molianos (ou Moleanos), Alcobaça, vê aqui o poste do nosso camarada António Eduardo Ferreira (******).

Como vês, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... 

Ficas convidado para te juntares à nossa malta, basta para o efeito mandares as duas fotos da praxe: uma do antigamente, e outra mais atual. Boa saúde, longa vida, e não percas o próximo convívio da tua CCAÇ 4544/73.


3. Ficha de unidades > Companhia de Caçadores n.º 4544/73 (tem 17 referências no nosso blogue)

Identificação:  CCaç 4544/73
Unidade Mob: RI 15 - Tomar
Crndt: Cap Inf Carlos Alberto Duarte Prata
Cap Art José Manuel Salgado Martins
 Partida: Embarque em 23Set73; desembarque em 23Set73 | Regresso: Embarque em 8Set74


Síntese da Actividade Operacional

Após realização da IAO, de 40ut73 a 1Nov73, no CMl, em Cumeré, seguiu em 4Nov73 para Cafal, no sul da Guiné, região de Tombali, Cantanhez (vd. infografia acima),  a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 3565.

Em 4Dez73, assumiu a responsabilidade do subsector de Cafal, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 4614/72 e depois do BArt 6520/73, com a missão de efectuar a reabertura do itinerário Cadique-Jemberém, de actuar sobre as linhas de infiltração inimigas e efectuar a segurança e protecção das populações e construção de aldeamentos.

Em 20Ago74, após desactivação e entrega do aquartelamento de Cafal ao PAIGC, recolheu temporariamente a Bolama, seguindo em 30Ago74 para Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 114 - 2.ª Div/4.ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro I (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014), p. 424.


(****) Vd. postes de:



terça-feira, 22 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15142: Convívios (710): XVII Encontro do pessoal da CCAÇ 4544, levado a efeito no passado dia 13 de Setembro de 2015, em Alcobaça (António Agreira)



1. Mensagem do nosso camarada António Agreira (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 18 de Setembro de 2015:

Caros Camaradas
Mais uma vez os ex-combatentes da CCaç 4544 se reuniram em convívio. Desta vez o repasto foi na Quinta das Carrascas, restaurante Zé da Génia em Alcobaça.
Graças ao trabalho de alguns camaradas conseguimos reunir este ano dez camaradas que se juntaram a nós pela primeira vez. Esperamos que no próximo ano o número de participantes volte a aumentar.

Com os meus cumprimentos fica a informação.
Em anexo a foto do grupo dos ex-combatentes presentes.

Forte Abraço
António Agreira
____________

Nota do editor

Último poste da série de 20 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15130: Convívios (709): XX Encontro de ex-Combatentes na Guiné, da Vila de Guifões, dia 11 de Outubro de 2015, em Baião (Albano Costa)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13636: Convívios (630): Almoço de confraternização e comemoração do 40.º aniversário do regresso da CCAÇ 4544/73, levado a efeito no dia 14 de Setembro de 2014, no Marco de Canaveses (António Agreira)




1. Mensagem do nosso camarada António Agreira (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 20 de Setembro de 2014:

Mais uma vez a CCAÇ 4544 reuniu para o almoço de confraternização e comemoração dos 40 ANOS do regresso.

O local escolhido foi Marco de Canaveses, e este ano tivemos a presença de 4 camaradas de armas que se juntaram a nós pela primeira vez nestas andanças.

Foi um dia esplêndido na companhia de alguns familiares que nos acompanharam.

Mais uma vez a organização esteve a cargo do Oliveira (o reguila)

Cordiais cumprimentos
António Agreira
____________

Nota do editor

Último poste da série de 18 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13621: Convívios (629): I Encontro de paraquedistas do Oeste... Lourinhã, 6 de setembro de 2014... Parte V: Discurso do Jaime Bonifácio Marques da Silva > 1ª Parte: o elogio dos Boinas Verdes, e a homenagem aos nossos bravos, caídos na campo da honra (I Grande Guerra, 1914/18, França, Angola e Moçambique; e guerra colonial, 1961/74)

domingo, 3 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13458: Blogues da nossa blogosfera (67): Jovens da Aldeia de Molianos na Guerra da Guiné, no Blogue Molianos, viajando no tempo (António Eduardo Ferreira)

1. Transcrição de uma publicação do Blogue Molianos, viajando no tempo, do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74), dedicada aos seus conterrâneos que prestaram serviço no TO da Guiné:


JOVENS DA ALDEIA DE MOLIANOS NA GUERRA DA GUINÉ

Durante os últimos 13 anos de domínio colonial português, cerca de 40 jovens naturais da aldeia de Molianos foram mobilizados para a guerra que se desenrolava nas colónias portuguesas, Angola, Guiné e Moçambique. Três, com um pouco mais de “sorte” foram mobilizados para Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor.

Este trabalho  procura dar a conhecer, ainda que resumidamente, o que foi a passagem pela Guiné dos 14 jovens de então, que, naquela que poderia ter sido a melhor fase da sua vida, tiveram de deixar tudo e partir para um local onde a única certeza era a de ir para um cenário de guerra.
Todos caminhámos por aquelas picadas de terra vermelha, muitos rios, bolanhas, matas que nos tempos de hoje certamente são lindas de ver, mas naquele tempo, para quem tinha de as percorrer debaixo de um sol tórrido ou de chuvas torrenciais, correndo o risco de pisar uma mina, ser atravessado por uma bala, ou crivado de estilhaços, as coisas eram bem diferentes.

mira


gustavo

O José Gustavo da Silva assentou praça em julho de 1963, foi o primeiro  militar da nossa aldeia a ser mobilizado para a Guiné, foi com o posto de soldado e especialidade de armas pesadas.
Na foto podemos ver a sua companheira inseparável nos momentos de maior incerteza, a bazuca.
Embarcou no navio Quanza no dia 8 de janeiro de 1964.
Pertenceu à CCAÇ 618, que esteve em S. Domingos, Varela e Binar. Tiveram seis baixas na companhia, duas por acidente, afogamento no rio… e quatro em combate.
Regressou à metrópole no navio Uíge a 2 de fevereiro de 1966.

geirinhas

Manuel da Silva Ferreira, foi mobilizado com o posto de soldado e especialidade de corneteiro, pertenceu à CCAÇ 1426, que esteve em Geba, Camacudo, Banjara e Catacunda.
Embarcou com destino à Guiné em 18 de agosto de 1965 chegando seis dias depois a Bissau.
Na foto está junto a uns bidons, que depois de vazios de combustível, não raramente, eram cheios de terra e utilizados em abrigos para proteção de fogo inimigo.
No regresso à metrópole embarcou a 3 de maio de 1967.
Chegou no dia 9 a Lisboa.(*)


silva


José da Silva assentou praça a 25 de outubro de 1975.
Embarcou para a Guiné a 20 de abril de 1966, com o posto de soldado. Pertenceu à CCAÇ 1549, que esteve em Tite, Fulacunda e Quinhamel.
Na foto vêm-se alguns troncos que podem ser apenas árvores derrubadas, ou, a cobertura de  algum abrigo subterrâneo.
Embarcou de regresso à metrópole a 26 de dezembro de 1977.(*)



Peralta

Alberto Pedro Ferreira Peralta, 1.º cabo com a especialidade de atirador, embarcou para a Guiné no navio Uíge a 14 de julho de 1967.
Pertenceu à CCAV 1749, que esteve em Mansoa e Mansabá. Durante alguns meses desempenhou as funções de cabo de rancho.
O acontecimento que mais o marcou durante a comissão, foi quando sofreram uma emboscada em que as nossas tropas sofreram duas baixas. A companhia teve oito baixas todas em combate.
Regressou à metrópole no navio Niassa a 13 de junho de 1969.



Atalivio


Atalívio Alexandre Ferreira,  1.º cabo, foi mobilizado com a especialidade de cozinheiro, da nossa aldeia para aquela província foi o único, embarcou para a Guiné em Lisboa no dia 28 de Outubro de 1967 no navio Uíge. Chegou a Bissau a 2 de novembro.
Integrou a companhia 1787 que esteve em Empada.
No regresso à metrópole, embarcou a 23 de agosto de 1969.
Desembarcou em Lisboa a 28 do mesmo mês.



carreira
José Fernando Carreira Coelho assentou praça no mês de novembro de 1967, soldado com a especialidade de condutor auto, embarcou para a Guiné no navio Uíge no dia 11 de agosto de 1968.
Pertenceu à CART 2410, “Os Dráculas” que esteve em Bissau, Cacheu, Bachil, Gadamael Porto, Ganturé e Guileje. Tiveram três baixas na companhia, uma das muitas ocorrências que apesar do tempo que passou  não mais esqueceu, foi a mina que os picadores levantaram na picada à frente da viatura que conduzia.
Regressou à metrópole no navio Ana Mafalda a 18 de abril de 1970.
Viajem atribulada na maior parte do trajeto, só porque era o regresso a casa  a amenizou um pouco, mas ainda recorda o desconforto por que passaram.


escriturario

António Reis Pavoeiro assentou praça em julho de 1969.
Foi mobilizado em rendição individual para a Guiné com o posto de 1.º Cabo e especialidade de escriturário, viajou no navio Alfredo da Silva, um dos vários que fazia transporte de pessoal e mercadorias entre a metrópole e aquela província.
Passou toda a comissão em Bolama, local, em que durante o tempo que lá esteve foi flagelado apenas duas vezes, à distância, com foguetões, sem consequências.
Regressou à metrópole em avião no dia 3 de agosto de 1972.




faust
José Fernando Pimenta Faustino, assentou praça em agosto, soldado condutor auto embarcou para a Guiné em 12 de março de 1971 no navio Uíge. Foi em rendição individual.
Esteve seis meses em Teixeira Pinto, CAOP 1, o resto da comissão foi passado em Bissau. Veio uma vez de férias à metrópole.
Regressou por via aérea a 8 de fevereiro de 1973.
Ainda tem em seu poder os recibos do ordenado que recebia, 1.157 escudos, dos quais, 150 correspondiam ao chamado prémio de viatura.





Francisco Pereira Louro, embarcou para a província da Guiné em 12 de março de 1971, foi em rendição individual, esteve no Pelundo

Única informação disponível. (*)

Berna

José dos Reis Pavoeiro foi mobilizado para a Guiné com a especialidade de corneteiro, para onde embarcou a 16 de setembro de 1971.
Esteve em Teixeira Pinto.
Foi juntar-se ao irmão, António, que já lá se encontrava há cerca de 13 meses.
Durante o tempo que durou a guerra colonial nas várias frentes, da nossa aldeia foram os únicos irmãos a estarem ao mesmo tempo e na mesma província, um em Teixeira Pinto e o outro em Bolama, mas poucas vezes se encontraram.




António Ferreira da Silva Inácio, pertenceu à polícia militar, o único da nossa aldeia que passou todo o tempo de comissão em Bissau.

canalha

Foto tirada na esplanada do café Bento, local de encontro não só para quem prestava serviço na cidade, mas  também para  muitos que pelas mais variadas razões passavam por Bissau. Os três que estão trajados à civil não eram da nossa aldeia, com o posto de primeiro sargento enfermeiro prestavam serviço no hospital militar de Bissau. O que está com o copo na mão era nosso vizinho, de Alcobaça, primeiro Canha. Dos que estávamos com farda militar, o do centro era eu Jerónimo a primeira vez que vim de férias, o que está sinalizado com a seta era o Inácio, e o último da direita era o Faustino. Era cerca de meia noite quando a foto foi tirada, estávamos todos muito animados…


mamadu António Eduardo Jerónimo Ferreira assentou praça no dia 25 de janeiro de 1971.
1.º Cabo condutor auto viajou em avião rumo à Guiné na madrugada do dia 24 de janeiro de 1972, com escala em Cabo Verde. Chegou ao fim do dia ao destino.
Esteve cerca de um mês em Bissau antes de chegar à companhia, a CART 3493, depois de treze meses em Mansambo, breve passagem por Fá Mandinga, Cobumba Ver aqui  e Bissau.
Veio de férias à metrópole duas vezes.
A companhia teve três baixas, duas vítimas de explosão de uma mina que rebentou na arrecadação para onde tinha sido levada depois de detetada e levantada na picada (eu estava de serviço de condutor nesse dia …) e uma por acidente com uma viatura já em Bissau, vários feridos graves todos em consequência do rebentamento de engenhos explosivos.
A companhia durante a comissão teve cinco viaturas destruídas por minas anticarro, das quais quatro em Cobumba.
Regressou à metrópole por via aérea no dia 2 de abril de 1974.


cafalo José Bértolo Coelho assentou praça no mês de maio de 1973. 1.º Cabo, apontador de bazuca, viajou para a Guiné em avião no dia 23 de Setembro do mesmo ano.
Pertenceu à CCAÇ 4544/73, que esteve no Cumeré e Cafal Balanta.
Foram muitos os momentos difíceis por que passou, mas aquele que recorda como tendo sido o pior, aconteceu no dia 30 de novembro de 1973, o primeiro ataque ao arame que durou cerca de duas horas, ainda na companhia dos “velhinhos”.
A CCAÇ 4544/73 teve cerca de seis dezenas de feridos, alguns graves, todos em consequência do rebentamento de minas, desses, vários já depois da revolução de abril.
Regressou à metrópole de avião no dia 8 de setembro de 1974.



vila
Carlos Alberto Ferreira Pavoeiro, dos que passámos pela Guiné, foi o único da nossa aldeia que não prestou serviço no exército, assentou praça no quartel da marinha em Vila Franca de Xira, foi mobilizado para a Guiné com o posto de grumete eletricista, passou todo o tempo de comissão integrado na guarnição do NRP Sagitário, onde era conhecido por o Lisboa, nome da cidade para onde ainda criança foi viver com os pais.
Esteve na Guiné nos anos de 1968 a 1969.

Nota: (*) já falecidos.

Este trabalho foi elaborado, graças à colaboração prestada pelos ex-militares da nossa aldeia que passaram pela então província portuguesa da Guiné a quem agradeço.
Um obrigado muito especial aos familiares dos que já não estão connosco, pois só assim foi possível que informação referente a todo o grupo ficasse para memória futura.
Foram anos muito difíceis, não só para os que tivemos de ir para a guerra, mas também para familiares, vizinhos e amigos. Os anos iam passando e, mesmo aqueles que eram ainda crianças quando a guerra começou, quase todos lá foram parar.
Apesar das dificuldades por que passámos, tendo em conta os perigos que nos acompanhavam a cada momento, podemos dizer que tivemos alguma “sorte,” regressámos todos.
Mas, a pátria (naquele tempo) não estava preparada para receber aqueles que tinham sido forçados a ir para a guerra. Quando regressaram queriam trabalhar e estar juntos dos seus, mas metade dos que vieram, passado pouco tempo, tiveram que emigrar à procura de uma vida diferente, que lhe permitisse encarar o futuro para si e para os seus, com mais esperança.

António Eduardo Jerónimo Ferreira
____________

Nota do editor

Último poste da série de 24 de Abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13035: Blogues da nossa blogosfera (66): Coisas da Vida - A Vida como ela é - A Bochecha de Boi (Jorge Teixeira - Portojo)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13043: No 25 de abril eu estava em... (22): Cafal Balanta, Cantanhez... (António A. Quintela, ex-alf mil, CCAÇ 4544/73, 1973/74)




Lisboa > Av Berna > Muro da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH / NOVA)> Destaque para a figura do cap cav Salgueiro Maia (comandante da CCAV 3420, Bula, 1971/73), nosso camarada da Guiné e que eu conheci pessoalmente no ano letivo de 1975/76 no então ISCPS - Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais, na Rua da Junqueira, onde fomos colegas, por um ano, no curso de licenciatura em Ciências Sociais e Políticas, embora sem qualquer relacionamento pessoal [, tendo eu seguido depois, em 1976/77 para o ISEG e, no ano seguinte, para o ISCTE, onde terminei o cruso de Sociologia, em 1980; o Salgueiro Maia tinha duas licenciaturas pelo ISCSP, Ciências Políticas e Sociais (1979) e Ciências Antropológicas e Etnológicas (1980)]. Tamto quanto me recordo dele, as vezes que nos cruzámos, era um típico militar, distante, reservado, e equidistante dos diferentes grupos estudantis de esquerda e extrema-esquerda que imperavam no ISCSP.



"Cinco artistas mostram a sua visão sobre o passado, o presente e o futuro da Revolução de 74 através da pintura do muro da FCSH. A iniciativa enquadra-se no 40.º aniversário do 25 de Abril. Vhils, co-fundador da plataforma Underdogs, respondeu ao desafio lançado pelo Instituto de História Contemporânea (IHC), unidade de investigação da FCSH/NOVA, e convidou Miguel Januário, Frederico Draw, Diogo Machado e Gonçalo Ribeiro para, em conjunto, pintarem o muro da Faculdade. O objectivo é “mostrar como esta nova geração de artistas interpreta o 25 de Abril e como esta data influenciou as suas vidas”, afirma Vhils, também conhecido por Alexandre Farto. " 

(Fonte: FCSH/UNL Vd. mais fotos na página do Facebook).


Fotos: © Luís Graça  (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) António A Quintela cm data de hoje:

Assunto: Uma estória do 25 de Abril na Guiné

Caro Amigo


Ainda não me associei à Tabanca Grande mas em breve irei formalizar essa situação.

Fui alferes de infantaria da CCAÇ 4544 em Cafal Balanta desde outubro 73.

Lá passei o 25 de Abril e lembrei-me de contar uma estória talvez curiosa mas que relata o sentimento então já vivido sobre a queda iminente do regime de então.

Esta estória antecede o relato já feito pelo António Agreira sobre a maneira como soube do que se passava em Lisboa.

Um abraço para ti e para todos os camaradas da Tabanca Grande.

António Quintela



2. Uma pequena estória do 25 de Abril de 74 em terras da Guiné

por António Quintela


Antes de mais ressalvo desde já alguns lapsos de memória que a 40 anos de distância se entenderão.

Estava então em Cafal Balanta na CCAÇ 4544 desde Outubro de 1973.

Poucos dias antes do 25 de Abril e após termos ouvido, como era hábito, o noticiário em português da BBC, o comandante da companhia, Cap Salgado Martins e os alferes ficamos a conversar sobre a situação que, pelo menos desde o 16 de março.  estava instável, situação de instabilidade essa que a BBC retratara.

A conversa desenvolveu-se e de repente estávamos a planear uma tomada do poder em Lisboa com as tropas estacionadas na Guiné.

Definiram-se objectivos estratégicos e foi necessário mandar manter o gerador em funcionamento mais horas para que o "planeamento" fosse concluído.

No dia 25 logo de manhã soubemos o que se passava em Lisboa,  graças ao [fur mil António] Agreira das transmissões (**) que tinha apanhado a informação via rádio, nomeadamente, da "Maria Turra", que a partir desse momento passou a transmitir música portuguesa do Zeca e de outros oposicionistas ao regime até então vigente, pese embora referir a necessidade de se confirmar a orientação política da acção revolucionária. Temia-se de facto que pudesse ser a facção Kaulza [de Arriaga] a actuar.

O Capitão Salgado Martins que se tinha deslocado à sede do batalhão em Cadique, não acreditou de imediato na informação que lhe foi transmitida, referindo depois que pensara ser gozo na sequência da noite do "planeamento" da acção. Só regressado ao aquartelamento pôde confirmar a verdade e o sentido político do golpe de Lisboa.

Nessa noite contudo e ao contrário de todas as anteriores, não se ouviu um único disparo de armamento pesado do PAIGC.

António A Quintela

3. Comentário de L.G.:

António, camarada, és bem vindo à Tabanca Grande. Manda as duas fotos da ordem, que a história, essa,  já contaste. Depois do Carlos Prata,  do António Agreira e do João Nunes, passarás a ser o quarto  representante dos bravos da CCAÇ 4544/73. Julgo que vivas nos Açores, não ? Um alfabravo. Luís Graça

__________

Notas do editor:

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12653: Memória dos lugares (262): Cafal Balanta, Cantanhez: recordando a malta da minha secção do 3º grupo de combate, CCAÇ 4544/73, 1973/74 (João Nunes)



Guiné > Região de Tombali > Cafal Balanta > CCAÇ 4544 (Cafal Balanta, 1973/74) > Foto do álbum do João Nunes, de Angra do Heroísmo. Trata-se da secção do João Nunes, 3º grupo de combate (que era comandado pelo alf mil Moura, natural do Porto). O João foi capaz de identificar, 40 anos depois, a maioria dos seus camaradas de secção, incluindo o cão que era o "Cigano".

Foto: © João Nunes (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem, com data de hoje, de João Nunes [, ex-fur mil, CCAÇ 4544, Cafal Balanta e Bolama, 1973/74],  membro nº  599 da nossa Tabanca Grande, residente em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Região Autónoma dos Açores:

Assunto: foto alterada da CCAÇ 4544/73

Amigo Luís Graça, envio-te  esta foto com mais 2 nomes que me lembrei agora, que são o Cardoso e o Teixeira. Se quiseres atualizar no blog, esta foto está mais completa.

Cumprimentos,
João Nunes (ex-furriel)
____________

Nota do editor:

Último poste da série >  22 de janeiro de 2014 >  Guiné 63/74 - P12620: Memória dos lugares (261): Bachile, 1973/74 (Duarte Cunha)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12020: Convívios (528): 15.º Encontro do pessoal da CCAÇ 4544/73, levado a efeito no passado dia 8 de Setembro de 2013 em Miranda do Corvo (António Agreira)



1. Mensagem do nosso camarada António Agreira (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 9 de Setembro de 2013:

Realizou no dia 8 de Setembro mais um encontro dos militares da Companhia de Caçadores 4544,

O 15º convívio que se realizou no Restaurante O Careca em Casais de S. Clemente, Miranda do Corvo.

Este convívio revestiu se de um significado especial, fez neste dia precisamente 39 anos que estes "jovens" regressaram das terras da Guiné, mais concretamente de Cafal Balanta.

A outra questão que entendo digna de registo é o facto de termos contado com a presença pela primeira vez de mais 5 camaradas de armas entre os quais o Sr. Coronel Carlos Pratas.

Neste convívio não foram esquecidos os que por algum motivo não estavam presentes, tendo-se prestado uma pequena homenagem aos falecidos.

Não posso deixar de ter uma palavra de agradecimento a todos os presentes de um modo geral e em particular aos que marcaram presença pela primeira vez.

Cabe aqui também uma palavra a gerência do restaurante (O Careca) que nos recebeu com muita dignidade e profissionalismo.


A todos o meu muito obrigado

António Agreira
____________

Nota do editor

Último poste da série de 3 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12003: Convívios (527): III Convívio da CCAÇ 3414, realizado nos passados dias 9; 10; 11 e 12 de Agosto de 2013 na Ilha do Pico (Joaquim Carlos Peixoto)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11921: Convívios (523): Comemoração do 39.º aniversário do regresso da CCAÇ 4544/73, dia 8 de Setembro de 2013 (António Agreira)

1. Mensagem do nosso camarada António Agreira (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 8 de Agosto de 2013:

Camarada, Carlos Esteves Vinhal 
Em primeiro lugar os meus cumprimentos, para si e de um modo geral a todos os camaradas residentes ou não na tabanca grande.

Passadas que são algumas Luas volto a contactá-lo no sentido de que dentro da medida do possível seja publicada a seguinte informação:


A CCAÇ 4544/73 vai comemorar o 39.º Aniversário do seu regresso no próximo dia 8 de Setembro.

O programa é muito simples, consta a concentração dos participantes junto ao mercado Municipal de Condeixa-a-Nova (visita ao museu de Conímbriga facultativa) e partida para o restaurante (O Careca) por volta das 12H30.

Sendo certo que todas as presenças carecem de confirmação prévia, seria bom contarmos com o maior número de camaradas possível.
Nesta ordem de ideias, agradeço que esta informação seja passada a todos os residentes na tabanca grande, e em particular ao Sr. Coronel Pratas, a quem desde já envio um grande abraço, e com pena minha não envio o convite directamente por não ter o contacto. 
Este convite é claramente extensivo a todos os camaradas residentes na Tabanca Grande.

Para algum contacto mais directo pode ser utilizado o telemóvel 912 550 634.

A todos os camaradas um forte abraço
António Agreira
____________

Nota do editor

Último poste da série de 1 DE AGOSTO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11895: Convívios (522): 5.º Almoço do pessoal da CART 6254/72 - "Os Presentes do Olossato", dia 14 de Setembro de 2013 em Paramos-Espinho (Manuel Castro)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10934: Tabanca Grande (380): João Nunes, açoriano, grã-tabanqueiro nº 599, ex-fur mil, CCAÇ 4544 (Cafal Balanta e Bolama, 1973/74)

1. Mensagem,  de ontem, do nosso novo membro da Tabanca Grande, nº 599, João Nunes, que nos escreve de Angra do Heroísmo (*):

Data: 12 de Janeiro de 2013 à59 16:54
Assunto: foto atual

Camarada Luís Graça,  foi com satisfação que vi publicadas as fotos que lhe enviei, sim são todas de Cafal Balanta.

Na altura em que lá estive, já havia as tabancas feitas pela companhia anterior, a primeira a ocupar esse espaço.

Junto envio a foto identificada com alguns nomes de camaradas que me recordo, pois passaram-se 40 anos, não me lembro de todos. Sei que o cão se chamava "Cigano".

Sim,  esta era a minha secção do 3º grupo de combate,  comandado pelo alferes Moura, natural do Porto.

Claro que aceito ser membro da Tabanca Grande. 


Despeço-me com um grande abraço, sempre ao vosso dispor.
João Nunes
Ex-furriel, CCAÇ 4544,
Cafal Balanta, 1973/74.



Guiné > Região de Tombali > Cafal Balanta > CCAÇ 4544 (Cafal Balanta, 1973/74) > Foto do álbum do João Nunes, de Angra do Heroísmo.  Trata-se da  secção do João Nunes,  3º grupo de combate (que era comandado pelo alf mil Moura, natural do Porto). O João foi capaz de identificar, 40 anos depois, a maioria dos seus camaradas de secção.

 Fotos: © João Nunes (2013). Todos os direitos reservados


2. Comentário de L.G.:

João, obrigado pela tua rápida resposta. Ficas apresentado à Tabanca Grande (**), de que passas a ser o membro nº 599. A seguir ao Carlos Prata e ao António Agreira, és o terceiro representante dos bravos da CCAÇ 4544 que hastearam a bandeira verde-rubra em Cafal Balanta. Fico duplamente feliz pela tua entrada na Tabanca Grande, pelo facto de seres um lídimo representante da liberalíssima e bela Angra do Heroísmo e, ao mesmo tempo, irmão do meu antigo aluno e amigo de longa data, o dr. Jorge Nunes, ilustre médico especialista em saúde pública, autoridade de saúde do concelho das Caldas da Rainha.

João, mandam as nossas regras tabancais que nos tratemos por tu. Aqui somos todos iguais e não há mais alguns mais iguais do que outros. A princípio não dá jeito, a gente estranha, mas depois... a coisa - o tu cá, tu lá - entranha-se. Dá cumprimentos ao mano e conta-nos mais coisas do teu tempo de Cafal Balanta e de Bolama. Foram tempos duros, mas todos fizemos o nosso melhor. Espero que tragas mais camaradas açorianos até ao nosso blogue. LG

______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 9 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10917: O nosso livro de visitas (156): João Nunes, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, ex-fur mil, CCAÇ 4544,/73 (Cafal Balanta e Bolama, 1973/74)

(**) Último poste da série > 9 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10914: Tabanca Grande (379): José Augusto Miranda Ribeiro, ex-Fur Mil da CART 566 (Cabo Verde e Guiné, 1963/65)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10917: O nosso livro de visitas (156): João Nunes, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, ex-fur mil, CCAÇ 4544,/73 (Cafal Balanta e Bolama, 1973/74)




















Guiné > Região de Tombali > Cafal Balanta > CCAÇ 4544 (Cafal Balanta, 1973/74) > Fotos do áçbum do João Nunes, de Angra do Heroísmo. Sem legendas. Recorde-se que a CCAÇ 4544/73 foi mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 23/9/73 e regressou a 8/9/74. Esteve em Cafal Balanta e em Bolama. Teve dois comandantes:  Cap Inf Carlos Alberto Duarte Prata e  Cap Art José Manuel Salgado Martins. Era uma companhia independente. 

Fotos: © João Nunes (2013). Todos os direitos reservados


1. Mensagem do nosso leitor e camarada João Nunes, enviado em 20712/2012,. para o mail profissional do nosso editor L.G.

Assunto: Guiné

Camarada Luís Graça, fala aqui o ex-furriel João Nunes, da Cçac 4544/73, de Cafal Balanta]. a sul de Cadique, vd. carta de Cacine].

À semelhança do ex-furriel de transmissões António Agreira (`), gostaria que publicasse as seguinte fotografias, que anexo, respeitantes a Cafal Balanta.

Informo que estou de saúde e que resido em Angra do Heroísmo. Ilyha Terceira, Região Autónoma dos Açores.

Contacto > Telem 965272710 / E-mail - j.sousanunes@hotmail.com

Um grande abraço para si e as todos os ex-camaradas de Cafal Balanta.
João Nunes


2. Comentário do editor:

Camarada Nunes: Sê bem aparecido!...



Da tua companhia lá fazem parte do nosso blogue o Carlos Prata (vosso antigo comandante) e o António Agreira, fur mil trms. Também o Manuel Santos Antunes nos procurou através da filha, Catarina., mas ainda não nos mandou as fotos da praxe.

Espero que a tua visita(**) seja também um pedido implícito para integrares esta grande família, que é a nossa Tabanca Grande. Manda-nos uma foto, tua, atual, para os teus camaradas te poderem reconhecer quando passarem pela bela terra, Angra do Heroísmo, a última cidade do Velho Mundo e a primeira cidade do Novo Mundo. Ao entrares no nosso blogue, reforças a presença dos camaradas açorianos, muitos deles dispersos pela diáspora.

Tenho gratas recordações da tua ilha e da tua cidade, onde já passei férias há largos anos. Já agora, completa as legendas das tuas fotos. Vê se te lembras quem são estes camaradas que aparecem contigo (em princípio, é malta da tua secção, não ?)...



Outra coisa: as fotos são todas tiradas em Cafal Balanta ? Havia então estruturas edificadas no teu tempo, contrariamente ao que se passava no tempo do Manuel Maia.


___________________

Notas do editor:

(*) Vd. postes do António Agreira:

15 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8672: O Nosso Livro de Visitas (115): António Agreira (ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 4544, Cafal Balanta, 1973/74)

(...) Camaradas, tive conhecimento da existência deste blogue pelo Manuel Moreira da CART 1746. Claro que na primeira oportunidade fiz uma visita!

Foi sem dúvida com alguma emoção que revivi alguns momentos passados em Cafal Balanta. Aproveito desde já para enviar um forte abraço ao Coronel Prata e ao Manuel Antunes, assim como a todos os camaradas da CCAÇ 4544.

Fui incorporado no Exército em Outubro de 1972 e fiz o Curso de Sargentos Milicianos. Fui Furriel de Infantaria com a Especialidade de Transmissões. Depois de passar por Caldas da Rainha, Tavira, Coimbra e Lisboa, em Outubro de 1973 juntei-me à CCAÇ 4544 em Tomar, e em Setembro lá abalamos.

Recordo algumas situações mais complicadas durante a estadia em terras de Cafal Balanta, onde rendemos a CCAÇ 3565. Aproveito para enviar aos camarada da 3365 um forte abraço.

No dia em que nos deixaram entregues a nossa sorte partiram-nos logo o bico, e foi forte! Já mais para o fim da guerra não esqueço que a noticia da Revolta dos Capitães chegou à CCAÇ 4544 através dos meus serviços, às primeiras horas do dia 25 de Abril de 1974. (...)

 23 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8699: Tabanca Grande (299): António Agreira, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73 (Cafal, 1973/74)

(...) Então o Manuel Maia esteve em Cafal Balanta.... Os dias que passei em Cafal não teriam sido muito diferentes. Para além das rotinas diárias, surgiam as visitas nada desejadas, que causavam sempre grande confusão. O período de maior agitação foi no NATAL de 1973 com a reconstrução da estrada entre Cadique e Jemberem, mas isso fica para depois.

Em Cafine estava uma força de Fuzileiros Especiais. Nós passávamos por lá uma vez por dia porque o nosso porto estava minado e com tal inoperacional. (...)

2 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8726: Os últimos dias da CCAÇ 4544/73 em Cafal Balanta (António Agreira)

(...) Satisfazendo o pedido do Carlos Vinhal, devo dizer-te que foi uma experiência singular, a entrega de Cafal Balanta. Tudo começou num dia igual a tantos outros, em que um grupo de elementos do PAIGC entrou pacificamente em Cafal Balanta.

Passearam à vontade pelo tabancal e também pela zona militar. Não houve incidentes, para além de uma tentativa de visitar o Posto de Rádio, à qual eu me opus, mantendo o acesso interdito à área das Transmissões, pois ainda não tinha recebido ordem para destruir componentes confidenciais. Esta visita estava a ser acompanhada pelo Segundo Comandante da Companhia. (..:)




(...) Este homens que fazem parte destas fotos eram de Transmissões e Enfermeiros, todos os dias faziam patrulhamentos na mata do Cantanhez, com excepção de dois que eram Operadores Cripto.
Sendo patrulhas de rotina eram sempre motivo de conversa nestas reuniões, que como é evidente não ocorriam todos os dias.

Diariamente se fazia a picagem da estrada ao longo da bolanha até Cafine, mesmo que não ocorresse qualquer ida a Cufar ou Catió, cuja deslocação era sempre feita em barcos semi-rígidos pelo rio Combijã, no mínimo duas embarcações.

Voltando às fotos, o local destes convívios era sempre a tabanca das Transmissões, não era uma tabanca diferente das outras, a única coisa que tinha de diferente era o posto de rádio que se situava num abrigo localizado nas traseiras da tabanca, 7 ou 8 metros de profundidade, diga-se de passagem muito seguro.

Era no posto de rádio que se sabiam as noticias do exterior, e até dos familiares. Era o local que nos ligava ao Mundo e onde organizávamos a nossa defesa quando éramos atacados pelo PAIGC. Era também de lá que apoiávamos os camaradas das outras Companhias, pelo menos nos ataques com armas pesadas, em que utilizávamos o sistema de cruzamento de linhas para detectar as coordenadas dos pontos de saídas do fogo. Estas informações eram enviadas via rádio para: Jemberem, Bedanda, Catió e Bissau (BA 12). (...).


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8848: Parabéns a você (320): Carlos Alberto Prata, Coronel de Infantaria, na situação de Reforma, ex-Cap CMDT das CCAÇ 4544/73 e CCAÇ 13 (Guiné, 1973/74) e Hélder Sousa, ex-Fur Mil TRMS TSF (Guiné, 1970/72)


O nosso camarada Carlos Alberto Prata apresentou-se à Tabanca Grande, em 24 de Maio último, nestes termos:

"A convite do amigo Manuel Reis, sabedor que eu fora combatente na Guiné, acompanhei-o já a 2 almoços de confraternização na Tabanca do Centro, onde me foi dado o privilégio de, além de contactar com antigos combatentes naquela antiga província e recordar locais e acontecimentos aí decorridos, ficar com uma pequena ideia desta louvável agremiação (chamemos-lhe assim) dos antigos combatentes na Guiné.

"O objectivo deste mail é apresentar-me e solicitar os vossos ofícios para que me seja dada a honra de também fazer parte da família da Tabanca Grande, o que, antecipadamente, agradeço!

"Chamo-me Carlos Alberto Duarte Prata, natural do Porto, casado, com dois filhos já homens, e sou Coronel de Infantaria, na situação de Reforma.

"Frequentei a Academia Militar, curso de 1961/65. Promovido a Capitão fui mobilizado para Angola onde cumpri uma comissão de serviço entre Maio de 1969 a Julho de 1971.  Em Maio de 1973 fui mobilizado pelo RI15 (Tomar) onde formei a CCaç 4544 que seguiu para a Guiné em Setembro de 1973, tendo como destino Cafal Balanta, na região do Cantanhês. Por determinação do General Comandante do CTIG, em Março de 1974 fui comandar a CCaç 13, em Bissorã, onde me encontrava em 25 de Abril de 1974. Regressei a Portugal em 30 de Setembro de 1974, após a entrega da Guiné às tropas do PAIGC.

"Apenas para informação devo acrescentar que em 1995 regressei à Guiné, durante 6 meses, em missão de Cooperação Militar. Aqui está pois o motivo da minha ligação aquela antiga província, as saudades dos bons e menos bons momentos lá vividos e a vontade firme de conviver com quem viveu experiências análogas." (...)


********************

HÉLDER SOUSA

Ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72



1. Mensagem de Juvenal Amado para o nosso aniversariante Hélder Sousa:

O Hélder vai-me perdoar esta brincadeira não tenho dúvida nenhuma. Homem de consensos, conhecedor, de conversa fácil e não menos atenta . São sempre de recordar os momentos que passei com ele, tanto nos almoços do Blogue como nos da Tabanca do Centro, onde a sua participação é sempre esperada e ansiada.

Atrevo-me a dizer que o Hélder é uma das traves mestras do bom relacionamento, moderando conflitos e não poucas vezes minorando o desgaste que certas questões provocam em nós todos.

Certo que a sua amizade faz de mim um homem melhor, não posso deixar passar esta data sem lhe mandar um forte abraço.
O único defeito é ser do Benfica mas que se pode fazer? Ninguém é perfeito.

Neste dia desejo-te muitas felicidades junto de quem mais amas.


O camarada e amigo
Juvenal Amado


2. Postal do nosso camarada Miguel Pessoa



3. Mensagem dos Editores:

Fazemos nossas as palavras do camarada Juvenal Amado (com sua licença), porque, caro Hélder, estamos reconhecidos pela tua disponibilidade, sempre atento aos problemas internos do Blogue, enviando-nos mensagens com oportuníssimas achegas, tentando, e conseguindo, ajudar-nos nesta espinhosa missão de, não agradando a todos, pelo menos agradar à maioria.

Na qualidade de "conselheiro", ou outra, contamos sempre contigo.

Caro Hélder, recebe um enorme abraço em nome da tertúlia e dos editores muito em particular.

Pelos editores
Carlos Vinhal
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8833: Parabéns a você (319): António Bastos, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Guiné, 1964/66) e Manuel Moreira, ex-1.º Cabo Mec Auto da CART 1746 (Guiné, 1967/69)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8807: Um apontamento sobre a CCAÇ 4544/73 em Cafal Balanta (António Agreira)

1. Mensagem do nosso camarada António Agreira* (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 19 de Setembro de 2011:

Amigo Carlos Vinhal!
Em primeiro lugar forte abraço extensivo a todos os camarada e amigos da tabanca grande.
No decorrer do fim de semana (caseiro) dei por mim a remexer no baú das memórias, e lá apareceram algumas fotografias, das quais destaco duas que gostava de partilhar com todos os camaradas.

Para além de relatarem a forma como foram passados alguns momentos em Cafal, dão testemunho da fraternidade e união com que vivemos durante esse tempo.

Este homens que fazem parte destas fotos eram de Transmissões e Enfermeiros, todos os dias faziam patrulhamentos na mata do Cantanhez, com excepção de dois que eram Operadores Cripto.
Sendo patrulhas de rotina eram sempre motivo de conversa nestas reuniões, que como é evidente não ocorriam todos os dias.

Diariamente se fazia a picagem da estrada ao longo da bolanha até Cafine, mesmo que não ocorresse qualquer ida a Cufar ou Catió, cuja deslocação era sempre feita em barcos semi-rígidos pelo rio Combijã, no mínimo duas embarcações.

Voltando às fotos, o local destes convívios era sempre a tabanca das Transmissões, não era uma tabanca diferente das outras, a única coisa que tinha de diferente era o posto de rádio que se situava num abrigo localizado nas traseiras da tabanca, 7 ou 8 metros de profundidade, diga-se de passagem muito seguro.

Era no posto de rádio que se sabiam as noticias do exterior, e até dos familiares. Era o local que nos ligava ao Mundo e onde organizávamos a nossa defesa quando éramos atacados pelo PAIGC. Era também de lá que apoiávamos os camaradas das outras Companhias, pelo menos nos ataques com armas pesadas, em que utilizávamos o sistema de cruzamento de linhas para detectar as coordenadas dos pontos de saídas do fogo. Estas informações eram enviadas via rádio para: Jemberem, Bedanda, Catió e Bissau (BA 12).

Por hoje é tudo. Despeço me com amizade e gratidão pela atenção dispensada.
Se entretanto entenderes que este desabafo merece ser publicado, estás a vontade. Em anexo seguem as fotos da rapaziada.

Cumprimentos
António Agreira

____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8726: Os últimos dias da CCAÇ 4544/73 em Cafal Balanta (António Agreira)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8726: Os últimos dias da CCAÇ 4544/73 em Cafal Balanta (António Agreira)

1. Mensagem do nosso camarada António Agreira* (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73, Cafal, 1973/74), com data de 23 de Agosto de 2011:

Caros amigos, Camaradas! Saudações amigas.
Antes de mais um Oscar Bravo pela recepção de que fui alvo na Tabanca Grande.

Satisfazendo o pedido do Carlos Vinhal, devo dizer-te que foi uma experiência singular, a entrega de Cafal Balanta.

Tudo começou num dia igual a tantos outros, em que um grupo de elementos do PAIGC entrou pacificamente em Cafal Balanta.

Passearam à vontade pelo tabancal e também pela zona militar. Não houve incidentes, para além de uma tentativa de visitar o Posto de Rádio, à qual eu me opus, mantendo o acesso interdito à área das Transmissões, pois ainda não tinha recebido ordem para destruir componentes confidenciais. Esta visita estava a ser acompanhada pelo Segundo Comandante da Companhia.

Resolvida a questão, começou uma amena cavaqueira, em que fundamentalmente se trocaram impressões sobre a guerra. Nesta conversa, recordo duas questões: os elementos do PAIGC conheciam ao pormenor cada um de nós, patentes, Especialidades, e até sabiam qual era o melhor jogador de futebol entre nós. Enquanto nós jogávamos futebol, eles estudavam o nosso comportamento. A outra questão, foi a afirmação de que a tropa do PAIGC não tinha pressa, ao contrario da tropa portuguesa que estava desejosa de regressar a casa, e por isso estava estrategicamente mal preparada.

Um dos outros temas de conversa foi marcação da data para a entrega definitiva, que ocorreu passado alguns dias, não sei quantos.

Outra questão a realçar é que eles falavam tão bem português como nós. Não sei agora precisar se houve alguma cerimónia oficial no acto da nossa saída de Cafal, mas presumo que não porque no dia em que chegou a LDG, já tínhamos a viola no saco e foi um até a vista dado, que a ansiedade de regressar era enorme.

Na chegada a Bissau recordo uma passagem com alguma nostalgia, na messe de Sargentos em Santa Luzia a refeição era ração de combate. Claro que não comi. Fui para Bissau, e desde Zé da Amura até ao Ronda, corri os restaurantes todos, e a única coisa que consegui comer foi um ovo estrelado com ervilhas fritas. Nesta altura deviam estar em Bissau para cima de 20.000 militares.

Respondendo agora ao camarada José Marcelino Martins, efectivamente eu fui a primeira pessoa em Cafal Balanta a ter conhecimento do que se estava a passar em Lisboa.

Há alguns dias já que tinha informações muito secretas de que algo iria acontecer. Por outro lado o meu Posto de Rádio funcionava 24 horas sobre 24 horas. Através de ondas curtas eu tinha escuta de várias estações de rádio, quer amadoras quer profissionais, nomeadamente de África e de Portugal.

Curiosamente a primeira informação a chegar veio através da Maria Turra: (a ditadura de Salazar caiu) foram estas palavras que aceleraram o batimento do coração. A partir daí foi uma maratona de sintonizar rádio para aqui, rádio para ali, até ao romper do dia, quando finalmente começaram a chegar informações mais credíveis, que todavia não tinham ainda confirmação militar.

Quando Cafal começou a despertar, fui falar com o nosso Capitão Salgado Martins (forte abraço para ele) e transmiti-lhe os factos que conhecia no momento. A emoção era indescritível, mas por outro lado havia um forte sentimento de incerteza e até talvez de insegurança.
O sentimento de união ficou ainda mais forte. Estávamos no Cantanhez cada vez mais entregues a nós próprios. Tudo se resolveu em bem

Aproveito para enviar foto do Posto de Rádio sempre em operação

Forte Alfa Bravo a todos
António Agreira

Cafal > Posto de Rádio no tempo da CCAÇ 4544/73 > Fur Mil TRMS António Agreira com os seus camaradas
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8699: Tabanca Grande (299): António Agreira, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73 (Cafal, 1973/74)