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sábado, 13 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19099: Tabanca Grande (468): Gertrudes da Silva (1943-2018), ex-cmdt da CCAÇ 2781 (Bissum, 1970/72)...Senta-se, a título póstumo, à sombra do nosso mágico e fraterno poilão, sob o nº 779.



Amadora > Academia Militar > 1963 > Caderes do curso de Gertrudes da Silva

Foto (e legenda): © Vrigínio Briote (2008). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Gertrudes da Silva (19943-2018), 
nosso grã-tabanqueiro nº 779, a título póstumo. Foto Lusa / DR
(com  a devida vénia)



O Capitão Gertrudes da Silva, Cmdt da CÇAÇ 2781. (Guiné, 1970/72).

Foto: © Gertrudes da Silva (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso coeditor, jubilado, Virgínio Briote, com data de 11 do corrente, respondendo a uma mensagem do nosso editor LG:


Data: quinta, 11/10/2018 à(s) 21:46

Assunto:  Gertrudes da Silva (1943-2018)

Era um tipo fora da corrente dos cadetes do princípio dos anos 60. 

Entrou para a Academia em 1963, um ano depois de mim. Com formação católica, julgo que frequentou um seminário na zona de Viseu, era um jovem de hábitos sóbrios, com carácter, estudioso e atento aos tempos que se viviam. 

Não foi surpresa saber que tinha tido participação activa no 25 de Abril. Comandou a companhia que saiu de Viseu,  e com as forças de Aveiro e Figueira da Foz,. assenhoreou-se do Forte de Peniche. 

Além do papel que desempenhou em 1974, Diamantino Gertrudes da Silva dedicou-se à escrita, publicando, entre outros, "Deus, Pátria e... A Vida", "A Pátria ou a Vida" e "Quatro Estações em Abril". 

A sombra da Guerra [, esteve em Angola e na Guiné, ] pairou numa boa parte das obras que escreveu.

Abraço, Luís.

V.Briote


2. Testemunho do Carlos Matos Gomes (*):

(...) O Diamantino morreu ontem. Nasceu em 1943, na Beira Alta, em Moimenta da Beira. Filho de gente humilde – não se trata de neo-realismo – frequentou o seminário e depois a Academia Militar, onde entrou em 1963. Conheci-o ainda de missal, expressão séria, a sair da caserna para ir à missa. Eu, três anos mais novo, já agnóstico. Nunca falámos de religião, de deuses, de salvação. Respeito. Ele infundia respeito, mesmo quando acreditava no que me merecia radicais oposições: eu dispensava a ideia de Deus, ele ainda a respeitava, não como amparo pessoal, mas como instância de justiça, julgo.

(...) O Diamantino formou-se em História, em Coimbra. Ele, e um outro destes capitães, também já desaparecido, o Monteiro Valente. Conheci-os, relacionei-me com eles como mais um privilégio que a vida me concedeu. O Monteiro Valente foi o único (julgo) capitão que teve de disparar a sua arma para impor o 25 de Abril numa unidade militar! (...)


\
Lisboa >Sociedade de Geografia > 6 de março de 2008 > O João Parreira e o Artur Conceição, do BArt 733 (Mansoa, Bissorã, Farim, Cuntima, Jumbembem, Canjambari, 1964/66), em primeiro plano na cerimónia de apresentação do Diário da Guiné, do M. Beja Santos. Na 2ª fila, o coronel Diamantino Gertrudes da Silva (sorridente).

Foto: © Mário Fitas (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e comentário: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


3.  Comentário o editor LG:

Escrevi, logo no dia 11, ao Virgínio Briote:

(...) Virgínio: lamento a morte de mais um camarada e amigo teu, dos tempos da Academia... Não o conheci pessoalmente, mas há postes teus e dele no nosso blogue...  Que achas se o integrarmos na Tabanca Grande, a título póstumo ? (...) Ele teve alguma interação connosco (...), e comandou a CCAÇ 2781 (Bissum, 1970/72) (...)

O Gertrudes da Silva tem 8 referências no nosso blogue. Infelizmente não tínhamos, até à data,  nenhum representante desta companhia no nosso blogue. 

Ora ele foi (e é) antes de mais um camarada nosso, comandante operacional no TO da Guiné... E mais: tem, pelo menos, duas intervenções no nosso blogue. Apresentou o livro do Beja Santos, "Diário da Guiné", em 6 de março de 2008, na Sociedade de Geografia.  (**). Perdi então a oportunidade de o conhecer pessoalmente: nessa semana eu estava na Guiné-Bissau.

O Gertrudes da Silva considerava, aliás, de pleno direito, este blogue como o "nosso blogue" (***). Certamentr por lapso, não foi convidado nessa altura para integrar a nossa Tabanca Grande. Entra, agora,  a título póstumo, com o nº 779 (****).

Vivia em Viseu. Publicou quatro obras, editados Palimage, a últma, em 2011, "Tempos sem Renissão". Esta última aparece após a publicação, entre 2003 e 2007,  de uma trilogia que percorre a Guerra Colonial portuguesa e a Revolução do 25 de Abril de 74, com os títulos: "Deus, Pátria e... a Vida" (2007);  "A Pátria ou a Vida" (2005); "Quatro Estações em Abril" (2003).

Entre outras condecorações, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1/10/1985,  pela sua participação no Movimento do 25 de Abril de 1974.
___________


(**) Vd. poste de 13 de março de 2008 > Guiné 63/74 - P2632: Coronel Gertrudes da Silva: A Guiné, a guerra colonial e o 25 de Abril (Virgínio Briote)

(...) Texto base da intervenção do Coronel Diamantino Gertrudes da Silva na apresentação do Diário da Guiné, do Mário Beja Santos.

O Coronel D. Gertrudes da Silva, ele próprio escritor de crónicas de Guerra, teve a ambilidade e deu-nos o gosto não só de estar presente mas também de responder à solicitação que lhe foi feita para enquadrar a Guerra da Guiné no contexto da Guerra Colonial. (...)

A Guiné no Contexto da Guerra colonial e do Regime do Estado Novo 

por Gertrudes da Silva, coronel reformado

(...) Profissionais ou não, voluntários ou obrigados, nós, os militares, cumprimos a parte que nos cabia, que era a de dar tempo e margem de manobra aos políticos para que resolvessem a Questão Colonial.

(...) Com um Regime orgulhosamente só (lá fora e cá dentro), com 40% do Orçamento afectado aos encargos da defesa, com milhares de mortos, milhares de feridos e muitos estropiados, com um esforço militar cinco vezes maior, em termos proporcionais ao dos EUA no Vietname, com a sangria das melhores energias da Nação na Guerra Colonial e na emigração, com a privação de todas as mais elementares liberdades, com um povo profundamente triste por tanta ausência e tanta perda era absolutamente necessária e, mesmo, inevitável qualquer coisa como foi o 25 de Abril, levado a cabo pelos militares, porventura porque sentiam melhor que ninguém a inutilidade da tragédia da Guerra Colonial, porque lhe preparavam uma saída ultrajante como a da Índia, porque talvez só eles estariam em efectivas condições de o fazer.

De resto, como dizia o mestre Kierkgaard, “A vida só pode ser vivida para a frente e explicada para trás”. (...)

Viseu, 8 de Março de 2008
Gertrudes da Silva
Cor Ref (...)

[Texto para intervenção no encontro do Blogue “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, que teve lugar em Lisboa, em 06Mar2008.] (**)
.
(***) 15 de março de 2008 > Guiné 63/74 - P2646: A Guiné, a Guerra Colonial e o 25 de Abril. Comentários e Nota do Coronel Gertrudes da Silva (Virgínio Briote)

(...) A UM ANÓNIMO [que comentou o poste P2632]

Se não se apresentasse sem dizer o nome, já que mais não fosse por razões de pertença, dirigir-me-ia a si como caro ou até como amigo ou camarada (da tropa, naturalmente). Mas aí vai.
Eu não omiti nada no escrito (*) que alguém com esse direito tratou de publicar no, já agora, nosso blogue. Não me propunha aí falar propriamente do 25 de Abril, e tão só no enquadramento desse facto (marco) histórico no contexto da Guerra Colonial.

(****) Último poste da série > 4 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19070: Tabanca Grande (467): José Ramos, ex-1º cabo cav, condutor Panhard AML, EREC 3432 (Bula, 1972/74)... Novo grã-tabanqueiro, nº 778.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19089: In Memoriam (330): Diamantino Gertrudes da Silva (1943-2018), ex-comandante da CCAÇ 2781 / BCAÇ 2927 (Bissum, 1970/72), "capitão de Abril", escritor (Carlos Matos Gomes)

O capitão de Abril Gertrudes da Silva;~
comandou a CCAÇ 2781
(Bissum, 1970/72)
1. Poste do Carlos Matos Gomes na sua página do Facebook, partilhada pela nossa, a Tabanca Grande Luís Graça, com data de ontem, às 20h00:

 ·
Os portugueses não conhecem o Diamantino

por Carlos Matos Gomes


As portuguesas e os portugueses não conhecem o Diamantino. Antes do Diamantino também não conheceram o Corvacho, nem o Tomaz Ferreira, nem o Vila Lobos, nem o Ramiro, nem o Ernesto, o Melo Antunes, nem o Varela, o Gomes, nem o Victor, o Crespo, os portugueses não conhecem os portugueses que estiveram no dia 25 de Abril de 1974 no comando das operações na Pontinha, nem nas unidades que tomaram o poder

Nem dos que estiveram em Bissau, em Luanda, ou em Nampula a assumir a responsabilidade histórica de resolver um problema colonial que se arrastava desde a Conferência de Berlim (1884), que fora causa da queda da monarquia, da implantação da República, da entrada de Portugal na I Grande Guerra, da instauração da ditadura em 1926 e de uma guerra colonial de 13 anos.
O desconhecimento desses nomes e o conhecimento de outros, de futebolistas e comentadores de TV, de cantores e de apresentadores de TV, de cabeleireiros e cozinheiros, de alfaiates e famosos das relações públicas representa a glória dos anónimos militares como o Diamantino.

O Diamantino morreu hoje (**). O Diamantino teve um papel decisivo no 25 de Abril, comandando a coluna militar que controlou o centro do país. Os portugueses não conhecem o Diamantino, nem os camaradas que o acompanharam nesse dia e nessa acção. O desconhecimento do Diamantino é a sua maior condecoração. O Diamantino e os seus camaradas fizeram o que fizeram para que os comentadores comentassem, os cantores cantassem, os famosos se exibissem. O Diamantino e os seus camaradas são anónimos para que os portugueses tenham nome e possam tê-lo. O Diamantino e os seus camaradas fizeram o que fizeram para que os portugueses tivessem um serviço nacional de saúde e também um multibanco. 

O Diamantino morreu ontem. Nasceu em 1943, na Beira Alta, em Moimenta da Beira. Filho de gente humilde – não se trata de neo-realismo – frequentou o seminário e depois a Academia Militar, onde entrou em 1963. Conheci-o ainda de missal, expressão séria, a sair da caserna para ir à missa. Eu, três anos mais novo, já agnóstico. Nunca falámos de religião, de deuses, de salvação. Respeito. Ele infundia respeito, mesmo quando acreditava no que me merecia radicais oposições: eu dispensava a ideia de Deus, ele ainda a respeitava, não como amparo pessoal, mas como instância de justiça, julgo.

Ao longo da minha vida conheci pessoas extraordinárias. Sorte a minha. O mais extraordinário de
todos, se me perguntarem, Samora Machel. Mas, falando apenas dos que já morreram, conheci também Aquino de Bragança (informem-se sobre a personagem), e Spínola (escrevi sobre ele no Expresso na data da sua morte), e Costa Gomes, e Varela Gomes, e Fernando Salgueiro Maia, e o comissário político da brigada Lister na guerra civil de Espanha, e Santos e Castro, fundador dos comandos e comandante de mercenários, fui amigo do Jaime Neves… e apoiante da Maria de Lurdes Pintassilgo. Fui amigo do Diamantino…

Quando, como é da história, nas revoluções se separam águas entre os que a fizeram, eu e o Diamantino ficámos na mesma margem. Foi depois do 25 de Novembro de 1975. Numa tarde, ou noite clandestina, encontrámo-nos em Viseu, a sua base, a conversar sobre o que era possível salvar, não da esperança, mas da parte do poder que devia caber aos que, sujeitos a séculos de dependências, iniciavam a descoberta da liberdade de decidirem o seu presente e o seu futuro. Poder popular, se não for descoberta outra designação aos sans culottes que, aqui em Portugal, viviam a sua revolução francesa no Portugal rural e eclesiástico após o 25 de abril. O “Comunismo” nos sermões dos padres lúbricos e guardadores de rebanhos.

O Diamantino formou-se em História, em Coimbra. Ele, e um outro destes capitães, também já desaparecido, o Monteiro Valente. Conheci-os, relacionei-me com eles como mais um privilégio que a vida me concedeu. O Monteiro Valente foi o único (julgo) capitão que teve de disparar a sua arma para impor o 25 de Abril numa unidade militar!

A História concedeu a Portugal, aos portugueses que não sabem quem eles foram, o privilégio de ter os capitães dos seus exércitos de terra, mar e ar no local certo, no tempo certo, para realizarem a 25 de Abril de 1974 aquilo que era necessário fazer e foi feito da forma exemplar que a História reconhece como a “revolução dos cravos”. 

O Diamantino pertenceu a essa gesta de anónimos capitães que Portugal e os portugueses tiveram a sorte histórica de encontrar generosamente disponíveis e culturalmente preparados para assumirem os riscos de lhes traduzirem os anseios de liberdade e de paz. Ele escreveria ensaios e fições sobre a sua geração.(**)

A morte do Diamantino, capitão de Abril, ocorre no tempo em que emerge do lado de lá do Atlântico, no Brasil a quem tanto nos une, um capitão de negrume, de nome Bolsanaro…um fantasma da História. Figura recorrente de abutre militar…

O capitão Diamantino, que morreu em Viseu, era a face luminosa dos militares de qualquer parte do mundo que estão do lado da História e dos seus povos…

Será enterrado singelamente. Como um militar digno. Com as “sem honras” que a sua vida merece.
Que a semente do seu exemplo frutifique…

[O ex-comandante da CCAÇ 2781, Bissum, 1970/72, capitão de Abril e escritor, Gertrudes da Silva, tem 8 referências no nosso blogue. Infelizmente não temos nenhum representante desta companhia no nosso blogue; a minha sugestão é que este nosso camarada, que foi comandante operacional no TO  da Guiné, entre para a Tabanca Grande, a título póstumo.]
____________

Notas do editor:


(**) 13 de março de 2008 > Guiné 63/74 - P2632: Coronel Gertrudes da Silva: A Guiné, a guerra colonial e o 25 de Abril (Virgínio Briote)

(...) Nota de Virgínio Briote:

O Coronel Diamantino Gertrudes da Silva foi admitido na Academia Militar em Outubro de 1962. Nº 1 do Curso de Infantaria, com o posto de Alferes foi mobilizado para Angola (região de Bessa Monteiro), integrado na CCaç 1642.

Em 1970, comandou a CÇAÇ 2781 na Guiné, que esteve destacada em Bissum, permanecendo no território até 1972, data em que a Companhia regressou à Metrópole. Colocado nesse ano em Viseu, no RI 14, aí permaneceu até à véspera do 25 de Abril de 1974. À frente das tropas que conseguiu reunir, deslocou-se para Lisboa e Peniche onde teve acção preponderante no desenrolar dos acontecimentos que se seguiram ao movimento militar.


É autor de várias obras (...)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10427: Blogues da nossa blogosfera (55): Memórias de Bissum-Naga, no blogue de Quim Santos (CCAÇ 2781, 1970/72)











Guiné > Região do Oio > CCAÇ 2465 (1969/70) > De cima para baixo: (i)  lavadeira, (i) ajudantes de cozinha descascando batas; (iii) crianças á espera das sobras do rancho; (iv) milícias; (v) tabanca, reordenada.

Fotos: Aníbal Magalhães (2009). Cortesia de Quim Santos







"Este Blog foca memórias sobre a guerra colonial, destina-se ao público em geral e aos ex-combatentes em particular", aos militares do BCAÇ 2927 e especificamente à CCAÇ 2781 /(Bissum, 1970/72)...

"Vamos recordar aquele período das nossas vidas passado na Guiné, em particula na zona de Bissau, Bissalanca, Cumeré, Bissorã e Bissum, onde estivemos destacados. Qim"..
.

Fonte: Guiné Bissau - Memórias, blogue de Quim Santos



 1. O Quim Santos - pseudónimo, Verdegaio - vive na Póvoa do Varzim, tem 12 blogues, está no Blogger desde 2007. O nosso grã-tabanqueiro Armando Pires já em tempos se tinha referido ao Quim Santos e a este blogue, tendo inclusive cedido uma série de fotos relativas à chegada dos "piras" do BCAÇ 2927 a Bissorã. E antes do Armando, já o Quim Santos tinha aparecido por aqui a informar-nos da existência do seu blogue e da sua estadia em Bissum, entre finais de 1970 e finais de 1972, como homem das transmissões da CCAÇ 2781.


Em resumo, já anteriormente estava assinalada a existência deste blogue, representando mais um ponte entre o nosso presente e o nosso passado. Metaforicamente falando, um blogue de um camarada nosso deve ser saudado como mais uma estrela no firmamento das nossas memórias. Mas, o que acontece à maior parte deles, é que têm uma vida curta, um trajeto meteórico pela blogosfera. Deixam de ser atualizados, em geral por falta de "matéria-prima" para alimentá-los...Ou então acabam por ser "destronados" pelo Facebook, hoje mais populae que os blogues...

É o que parece ter acontecido a este blogue do Quim Santos. Deixou de ser atualizado a partir de 25 de abril de 2011. Mas, no caso do Quim Santos, o problema pode ser outro: com doze blogues, mais o Facebook, o nosso camarada não tem mãos a medir... Em novembro de 2010 criou um grupo no Facebook sobre o BCAÇ 2927 (que já tem 228 membros): 

(...) Vamos tentar reunir aqui o maior número de combatentes nas ex-colónias, com saliência para a Guiné e em particular a malta do Batalhão de Caçadores 2927, que partiu em missão para a Guiné em Setembro de 1970 no Uíge e era constituído pelas companhias - CCS, 2780, 2781, 2782 e lá ainda com Caçadores 13.

Seria interessante a publicação das nossas vivências e memórias ilustradas com documentos fotos e tudo o mais relacionado com esta campanha na Guiné Bissau, que apesar de ter acontecido nos anos 70, está ainda bem presente nos ex-combatentes que a integraram.

Amigos, interessados nesta temática e ainda familiares dos ex-combatentes serão bem recebidos aqui com os seus depoimentos e tudo o mais que acharem por bem publicar. 

O meu blogue sobre as minhas memórias ao serviço da Companhia de Caçadores 2781 que se fixou em BISSUM NAGA após passagem por Bissau, Cumeré e Bissorã, pode ser visitado aqui. www.guine-bissum.blogspot.com, Abraço a todos os ex-combatentes. Pinto (TRMS da CCaç 2781). (...)


3. Entretanto do blogue sobre a CCAÇ 2781 e sobre Bissum, tomamos a liberdade de selecionar, editar e reproduzir algumas fotos, com a devida vénia. Está também na altura de convidar o nosso camarada Quim Santos para integrar a Tabanca Grande. Sabemso que ele segue o nosso blogue. LG.




Guiné > Região do Oio > Bissum-Naga > CCAÇ 2465 (1969/70) > A velha GMC, "aquela máquina"!...



Foto: Aníbal Magalhães (2009). Cortesia de Quim Santos.


4. PS - Em comentário a este poste, há a seguinte informação, oportunísssima, do nosso grã-tabanqueiro Aníbal Magalhães, ex-alf mil CCaç 2465/BCaç 2861 [, foto à esquerda]:


"Amigo Luís Graça: Quero esclarecer que as fotos apresentadas no P10427 foram tiradas no tempo da CCaç. 2465/B.Caç.2861 (Bissum-Naga, 1969/70).

 "De maneira nenhuma quero reprovar a apresentação destas fotos, até por contrário. Dizem respeito a todos nós, principalmente aos amigos que passaram por Bissum-Naga em várias épocas.

"Um abraço, Aníbal Magalhães, CCaç 2465".



Resposta do editor:

Camarada Magalhães: O seu a seu dono!... Este é um dos nossos princípios sagrados: respeitar os "direitos de autor". Já corrigi o poste. Os créditos fotográficos são, portanto, teus. Fico-te grato pela generosidade e franqueza. No blogue do Quim Santos, é difícil de apurar de quem são os créditos fotográficos. Foram estas as fotos que me sensibilizaram mais, que eu editei e procurei valorizar, fazendo-as chegar a um público mais vasto do que aquele que acede ao blogue do Quim. Tomo boa nota da tua informação, segundo a qual estiveste em Bissum-Naga, de 14/05/1969 a 14/12/1970. 

 Já agora, vou mais longe e peço-te que comentes estas fotos, que são de excelente qualidade. Se bem recordo, a maioria da população civil era de etnia balanta. 

Um alfa bravo, extensivo a todos os camaradas que passaram por Bissum-Naga. LG
_____________


Nota do editor:

Último poste da série > 16 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10392: Blogues da nossa blogosfera (54): A Página do nosso camarada Carlos Silva "Guerra na Guiné 63/74" atingiu o milhão de visitas

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5224: Blogues da Nossa Blogosfera (25): Guiné Bissau - Memórias (CCAÇ 2781 do BCAÇ 2927 - Bissum, 1970/72)


1. Camaradas, no poste P4925, de 9 de Setembro de 2009, dedicado à “Memória dos lugares, com fotos do Bura… ko de Bissum - Naga, 1968, que nos foram enviadas pelo José Nunes (ex-1º Cabo, BENG 447, Brá, 1968/70), recebemos a seguinte mensagem:

Encontrei aqui alguns desterrados de Bissum. Estive lá de finais de 1970, a finais de 1972, nas transmissões da CCaç 2781.

Para quem quiser visitar o meu Blogue sobre esta temática aqui fica o endereço:


www.guine-bissum.blogspot.com

Um grande abraço.
Quim



Vista do Quartel de Bissum

2. No blogue do Quim [Santos], encontra-se um apelo que deixamos aqui reproduzido:

“Pedido. Se algum dos ex-combatentes de BISSUM tiver algo relacionado com a nossa guerra naquelas paragens e que queira partilhar, foto, documento, etc., não hesite e envie para verdegaio@gmail.com, que eu terei todo o prazer em publicar aqui.”



Foto de Bissum e emblema: © Blogue "Guiné Bissau - Memórias" (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

5 de Novembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5217: Blogues da Nossa Blogosfera (24): Do Tejo ao Rovuma (Cabo Delgado, 1971/73), de Carlos Vardasca

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1797: Bibliografia (7): Homenagem ao Rui Ferreira e apresentação do último livro do Gertrurdes da Silva (Paulo Santiago)

Capa do livro do Cor Gerturdes da Silva, Quatro Estações em Abril, editado em 2007 pela Palimage.


1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 27 de Maio de 2007

Hoje, também estavas convidado, fui a Viseu onde o Rui, mais uma vez, reuniu alguns dos seus camaradas da CCAÇ 1420 (que esteve em Fulacunda, entre outros locais), da CCAÇ 18, a qual formou e comandou e ainda ainda militares de outras Companhias que ele comandou após o 25 de Abril.

Estavam também, era o meu caso, ex-militares amigos do Ruizinho. Cheguei atrasado ao RIV [Regimento de Infantaria de Viseu], onde começava o encontro, com uma Missa pelos militares já falecidos. Encaminharam-me para o auditório do Instituto Politécnico, fica frente ao RIV, onde decorria um Colóquio, estando no uso da palavra, quando entrei, o Cor Gertrudes da Silva, que falou segundo me apercebi - incovenientes de chegar atrasado - da problemática da Guerra Colonial, aparecimento do Movimento dos Capitães, desembocando no 25 de Abril. Tudo muito bem exposto, outra coisa não seria de esperar de um Capitão de Abril com uma licenciatura em História tirada nos inícios dos anos 80.

Falou de seguida um ex-militar, Dr. José Moreira, que fez a Guerra na [CCAÇ] 1420. Notável exposição. Falou outro, também ex-comandado do Rui, que já não fez a Guerra, entrou para o COM em 76. O Comandante do RIV também proferiu algumas palavras, antes de nos encaminharmos para aquele Regimento, onde houve um almoço volante bem servido e bem acompanhado com vinhos da adega cooperativa de Silgueiros.

Às 15,30 voltámos ao auditório do Politécnico, onde se ia proceder à apresentação do último livro do Cor Gertrudes da Silva intitulado Quatro Estações em Abril, último da trilogia iniciada com Deus, Pátria e... A Vida, a que se seguiu A Pátria ou A Vida... (à presentação deste último também assisti, em Viseu, no mesmo local, convidado pelo Rui, feita de forma brilhante pelo
Major-General Pezarat Correia, oficial de operações em Aldeia Formosa, quando o Cap
Rui Alexandrino comandava a CCAÇ 18).

A apresentação do livro de hoje foi feita, dizem-me, com grande sapiência e clareza (estava um pouco estourado e passei pelas brasas) pela Prof Dr Margarida Sofia, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

O Cor Gertrudes da Silva (1) terminou agradecendo a presença dos presentes, com uma palavra especial para o Ruizinho, afirmando que, possivelmente sem o seu apoio, esta trilogia nunca teria aparecido.

Também outro momento, marcante, foi quando tirou um envelope do bolso, endereçado à sua esposa com um remetente de uma Gervásia Romão, moradora em Algés, vindo dentro deste envelope um outro, mais pequeno fechado, em que vinha escrito Cap Gertrudes da Silva, trazendo uma carta, com a data de 5 de Maio de 1974, que (cito de cabeça) alterava uma data/hora já programada, falava da adesão da Companhia de Comandos de Lamego, inquirindo também sobre a adesão do Regimento da Guarda que seria necessário para bloquear a fronteira em Vilar Formoso e informando que a nova data/hora seria marcada por estafeta. Assinava a carta: Otelo... Isto é história!



Viseu > 2001 > O Rui Alexandrino Ferreira, hoje coronel de infantaria na reforma, faz a apresentação do seu livro de memórias Rumo a Fulacunda, editado pela Palimage(2)

Foto: © Rui Ferreira (2007). Direitos reservados.


Deste terceiro livro, não posso dizer nada, ainda não o comecei a ler, os outros dois anteriores, são ficção, mas ficção vivida pelo autor na dureza do mato em Angola e na Guiné, havendo uma certa continuação do primeiro para o segundo e, nas palavras do Editor, existirá.a também um fio condutor entre o segundo e este último.

Aconselho a ler, são livros que nos dizem muito. Passe a publicidade, a editora é a Palimage (1), a mesma que editou Rumo a Fulacunda, do Rui Alexandrino Ferreira (2).

Mesmo para quem passou pelas brasas, a mensagem já vai longa.

Paulo Santiago

PS 1- O Cor Gertrudes da Silva escreve alguns textos na Avenida da Liberdade, página da Associação 25 de Abril, editada pelo Pedro Lauret.

PS2 - O coronel Gertrudes da Silva no dia 25 de Abril de 1974, prestando serviço no RI 14 de Viseu, comandou uma força de mais de 500 homens que se dirigiu do Norte sobre a capital. Ficou conhecido por Agrupamento Norte.

Pormenores em http://www.25abril.org/index.php?content=1&hora=1&unidade=10&tema=
(Mensagem de Pedro Lauret).
____________

Notas de L.G.:

(1) Nota curricular fornecida pela editora:

Gertrudes da Silva, de seu nome completo Diamantino Gertrudes da Silva, nasceu em Alvite, concelho de Moimenta da Beira, a 20 de Fevereiro de 1943.

Em 1963 ingressou na Academia Militar, seguindo depois a carreira de Oficial do Exército, na Arma de Infantaria, até ao posto de coronel, encontrando-se agora na situação de reforma.

No tempo próprio cumpriu duas comissões por imposição na Guerra Colonial – a 1.ª em Angola e a 2.ª na Guiné [, CCAÇ 2781, Bissum, 1970/72). À margem das suas ocupações profissionais militares, em 1980 concluiu a Licenciatura em História na Universidade de Coimbra.

Para além de outras condecorações, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pela sua participação no Movimento do 25 de Abril de 1974.

Publicações:

Deus, Pátria e... a Vida

A Pátria ou A Vida

Quatro Estações em ABRIL

As imagens aqui utilizadas estão disponíveis no sítio da editora Palimage. São por nós utilizadas, com a devida vénia.

(2) Vd. post de 17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)