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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14068: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (4): "É Natal, / De todos diferente, / Mais quente / Que os outros Natais. / Hoje, só tenho ais, / Quando no passado / Ria feliz, / Contigo a meu lado. / Natal de tristeza, / O Destino assim quis, / Natal que defino / Com uma só certeza: / - Nasceu o Menino" (Silvério Dias, 2º srgt art, CART 1802, Farim, dezembro de 1967)







Foto: © Silvério Dias (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem de hoje, do Silvério Dias [ ex-2º srft art,
CART 1802, Nova Sintra, 1967/69; 1º Srg Art, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG, 1969/74: civil, delegado de propaganda médica, 1974/76; 1º srgt art ref):


Caro "Homem Grande da Tabanca", manda tocar o clarim a reunir para que todos vejam o pragmático aerograma (para nós, bate-estradas), na emissão especial de Natal, este datado de Dezembro de 1967, altura em que eu, "periquito", passei as "festas" em Farim, local de "pouso" após desembarque no Cais de Pidjiguiti.

Silvério Dias
_______________

Nota do editor:

domingo, 19 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13761: Convívios (637): Convívio da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... 27 de Setembro, em Vila Velha de Rodão (Silvério Dias)

1. O nosso camarada Silvério Dias, ex-1º Srg Art Ref, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG (1967 a 1976), enviou-nos a seguinte mensagem. 

Camaradas,


Aqui se apresentam alguns dos "heróicos" defensores da camaradagem que uniu os "Pioneiros de Nova Sintra", ex-combatentes da Guiné no período de 1967/69.

Reunião "cultural" em Vila Velha de Ródão e almoço no Restaurante Quinta das Olelas (Retaxo), já no Concelho de Castelo Branco. Foi no dia 27 de Setembro p.p. ...Para mais tarde recordar...



2. Para afixar no "Jornal de Parede" recordamos estes interessantes versos do "senhor Pifas", hoje "poeta todos os dias", Silvério Dias... que “roubamos” no seu blogue: 


COMPANHIA DE ARTº. 1802

"Pioneiros de Nova Sintra"

Quem "houvera" de dizer'!
Na Guiné cumprimos missão.
Honrámos o nosso dever.
Dos tantos, hoje poucos são.

Aqui, com prazer nos juntámos
Para o convívio desejado.
"Pioneiros" nos tornámos,
Em Nova Sintra, o "baptizado"!

Vila Velha, de braços abertos
Nos acolhe e também a elas,
Nossas mulheres, talvez os netos...
Todos almoçaremos nas Olelas!

Bem-vindos companheiros
Que na Guiné foram "primeiros"!

VVR
27 Setembro, 2014
__________

Nota de M.R.:

Vd. Também o poste de:


Vd. último poste da série em:

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13704: Convívios (634): 22 ex-militares e 42 familiares da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... No passado dia 27, em Vila Velha de Rodão, terra natal do "nosso primeiro" Silvério Dias, o "poeta todos os dias", antigo locutor do PFA

1. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias, com data de hoje:



[ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné, esteve na CART 1802 (Nova Sintra, 1967/69) e depois no QG, como radialista do PFA - Programa das Forças Armadas (1969/74; e ainda como civil, delegado de proppaganda médica, em 1974/76;  poeta, é autor do blogue Poeta Todos Os Dias; é natural de Sarnadinha, Vila Velha de Ródão]



Reunião de antigos combatentes - Companhia de Artilhara 1802 (Guiné, 1967-69) 


Cada vez em menor número mas defensores do ideal, "Conviver é Reviver", os "Pioneiros de Nova Sintra" reencontraram-se em Vila Velha de Ródão, no passado dia 27 de Setembro, para o habitual almoço e convívio.

Recebidos "à boa maneira beirã", foram obsequiados com abundante e variada degustação de produtos regionais, gentileza da edilidade local que se agradeceu na pessoa do excelentíssimo Presidente, Snr. Luís Miguel Ferro Pereira.

Também, e da parte do Vereador da Cultura e Vice-Presidente, Snr. José Manuel Alves, a oferta de lembranças alusivas ao Concelho, calou fundo em todos nós.

Bem-hajam, foi o agradecimento que deixámos.

Cumpriu-se deste modo o desejo expresso pelo "nosso sargento" Silvério Dias, natural do Concelho de VVR, que,  como "Poeta de Sarnadinha", registou o evento para a posteridade:

ENCONTRO DA CART 1802

Nos quiseram "Pioneiros"
Por algo que não desejámos.
Em Nova Sintra, os primeiros,
E por mais lados andámos.
Alguns por lá ficaram,
Moram connosco em saudade.
Aos seus que os choraram,
A nossa sentida fraternidade.

Cada vez já somos menos
Nestes encontros anuais.
Por dificuldades nos perdemos.
Muitos, não virão jamais!
Valem as nossas gerações,
Filhos, alguns netos até, 
São as novas "comissões"
Dos "Pioneiros da Guiné".

Bem-vindos, todos os presentes.
Hoje, minh'alma se encanta.
Germinaram as boas sementes,
Pois nasce o fruto quando se planta.
Plantei a ideia e pegou,
De semente ou por estaca?
Não interessa, ela vingou,
Na criação desta nova etapa.

Eu, o Albino e também o Capela,
Vos encaminhámos a esta terra.
Me direis, não é bela?
Partilhai, pois, o que ela encerra.
Um minuto de silêncio, devido
Aos que já tenham partido.
E agora, em passo de corrida,
Vamos saborear, a boa comida!

Notas à margem:

A reunião fez-se no Cais Fluvial do Rio Tejo, Efectuaram-se passeios de barco às celebres Portas de Ródão, visitas ao Castelo do Rei Wamba e o almoço foi servido na Quinta das Olelas, Retaxo (Castelo Branco).

Há fotografias a divulgar. Esperamos que os fotógrafos as apresentem.
Presentes, 22 ex-militares e 42 familiares.

Para o próximo, Silvério Dias, "decano da Companhia", espera mais!




Página do posto de turismo de Vila Velha de Ródão,  uma região fascinante a exoplorar, com uma valioso património natural e cultural desconhecido de muitos portugueses...

________________

Nota do editor:

Último psote da série > 28 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13661: Convívios (632): Encontro de 4 magníficos Especialistas das Transmissões em Grilo, Baião (Manuel Dias Pinheiro Gomes)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12894: Tabanca Grande (430): Silvério Dias, 1º srgt art ref, o senhor PIFAS, e "poeta todos os dias!...Nove anos de permanência em terras guineenses, incluindo uma comissão na CART 1802 (Nova Sintra, 1967/69)... É agora o grã-tabanqueiro nº 651

1. Mensagem do nosso novo grã-tabanqueiro, Silvério Dias, o ex-1º srgt art, locutor do PFA;


Data: 23 de Março de 2014 às 18:51
Assunto: Alistamento no Regimento dos "Tabanqueiros"


 Assim seja, desejo alistar-me, voluntariamente, tomando a posição 651. Que me seja conservado o posto de 1º.Sargento de Artilaharia, bem assim, todos os louvores e condecorações, constantes na caderneta!

Brincadeira aparte, caro "Homem-Grande", Luís Graça (*), não se culpe. Se erro existe é apenas meu, ainda que desculpável.

Só muito recentemente e de modo ocasional, tive conhecimento da existência da "Tabanca Grande" e dos seus efeitos benéficos, reunindo à sombra de gigantesco poilão, grande parte daqueles que, da Guiné, guardam tantas boas e más recordações.

Para descrever as minhas, diria que só num livro de muitas páginas. Basta referir que "por lá andei", durante 9 (nove) anos, de 1967 a 1976. Granjeei amigos de todas as etnias e credos, admiradores ouvintes do PFA. e agradecimentos pelo bem-fazer, na minha condição de Delegado de Propaganda Médica, após abandono voluntário do Exército.

Sucintamente, apenas contrariado pelo clima adverso (que todos conhecemos), diria que me senti "em casa", embora bem longe dela.

Alguns utentes da "Tabanca Grande" já ouviram falar de mim, mercê da atitude louvável do Furriel Mil Garcez da Costa, que ao "Pifas" deu voz (considera que fui o seu paizinho) e deu a conhecer a minha existência. Lhe agradeço por isso e pela possibilidade futura de conviver convosco.

Na plenitude da minha velhice, estou dedicado à poesia. Prometo divulgar o que escrevo e relativo à "nossa Guiné". Para consulta, o blogue, Poeta Todos os Dias.

Não vos prometo maçar mais. Há manga de chuvas para podermos dialogar. Até lá e até sempre, firme e hirto, a minha continência à virtual bandeira da Tabanca Grande. na presença do seu "Comandante Luís Graça"!

Ex-camarada e presente amigo, Silvério Dias.


2. Comentário de L.G.:

Camarada, mandam as boas regras do blogue, tratarmo-nos por tu, como camaradas de armas que fomos!... Além disso, pertencemos à mesma geração, e recusamos desaparecer sem deixar rasto. Este é um blogue, como sabes, de partilha de memórias e de afetos, seja em prosa em verso.  És bem aparecido e bem vindo e serás seguramente acarinhado por todos os amigos e camaradas da Guiné.

Com nove anos de Guiné (que conheceste bem, antes e depois da independência, mais a Índia e a Moçambique), não te faltam histórias e fotos para publicar. Para já, instala-te e senta-te confortavelmente à somba do nosso mágico, fraterno, centenário e protetor poilão. Estás mais do que "arregimentado". És o grã-tabanqueiro nº 651 (**). Um alfabravo para ti e para a "senhora tenente". Muita saúde e longa vida, deseja-te o nosso bom irã, acocorado lá no alto do poilão!


PS1 - Silvério, devo arescentar que és o único representante, até à data, da CART 1802, "Pioneiros de Nova Sintra", que andou pela região de Quínara (Nova Sintra, Fulacunda, Jabadá, S.João, 1967/69). Julgo que na altura eras 2º srgt. E daí terás ido para o PFA - Programa das Forças Armadas, onde trabalhaste com, entre outros, o então cap inf António Ramalho Eanes. Confere ?

Da tua CART 1802, composta por rapaziada alentejana, fizeste um breve historial em verso. Tens fotos desse tempo ? Tens a história da unidade ? Vocês costumam reunir-se em convívio anual ?  O nosso crítico litérário, o Mário Beja Santos, já aqui em tempos fez a recensão de uma brochura. da autoria de  um camarada que esteve em Moçambique, Manuel Pedro Dias, que conta a história da tua companhia. Ora vê clica aqui (***)... Como vês, e como costumamos dizer, o Mundo É Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. E, a propósito, também também temos uma página, mais aberta e mais ligeira, no Facebook > Tabanca Grande Luís Graça,

PS2 - Sobre a CART 1802, independente: Mobilizada pelo RAL 3, partiu para o TO da Guiné em 28/10/1967 e regressou a 23/8/1969. Esteve em Farim, Bissau, S. João, Nova Sintra, Bissau, Teixeira Pinto, Pelundo e Bula. Comandantes: (i) cap mil art António Nunes Augusto;  cap art Luís Fernando Machadoo de Sousa Vicente;  e (iii) cap mil art  Emílio Moreira Franco.

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de março de 2014 >  Guiné 63/74 - P12870: Agenda cultural (295): O camarada "pifaniano" Silvério Dias, ex-1º srgt, locutor do PFA - Programa das Forças Armadas, e "poeta todos os dias", convida os poetas da Tabanca Grande para a sessão de hoje, "Há Poesia no CASO", ou seja, no Centro Acção Social de Oeiras, às 17h00

(...) Comentário de L.G.: (...) Silvério, agora me dei conta que o meu amigo e camarada ainda não tem lugar cativo, na Tabanca Grande, à sombra do nosso poilão!...

Mas isso imperdoável! E a falta só pode ser minha!.. Uma foto do tempo do PIFAS já temos, falta uma atual... E o resto é simples: é um paleio do género, a enviar por email:

(... "Apresenta-se o camarada tal que, deslumbrado com este ponto de encontro virtual dos amigos e camaradas da Guiné, também bate a pala e pede licença para entrar e contar, em prosa ou em verso, algumas das suas andanças e peripécias por aquela terra verde e rubra a que ainda hoje chamamos a nossa Guiné, sem falsos paternalismos nem muito menos com inconfessáveis intenções neocolonistas, enfim, de cara lavada e coração limpo" (...) Blá- blá, blá-blá...

Um alfabravo. Luís Graça

PS - Não se aceitam negas...O nº 651 está vago... mas por pouco tempo! (...) 


(...) Manuel Pedro Dias, que prestou serviço militar em Moçambique fez amizade com Manuel Balhau (proprietário da Gráfica 2000) e que prestou serviço militar na Guiné. Manuel Pedro Dias deitou mãos ao trabalho, consultou no Arquivo Histórico-Militar a história da CART 1802, e fez-se brochura.

É um exemplo para muitos. Temos aqui um documento sóbrio, destacando as principais andanças, não descurando o In Memoriam e mostrando até os guiões dos outros batalhões com quem os “Pioneiros da Nova Sintra” tiveram articulação. Coisa bonita.

A CART 1802 andou por Teixeira Pinto, Binar, Pelundo, Farim, S. João, Nova Sintra e Jabadá, ou seja percorreram o Sul, Centro e Norte. Tiveram ainda pelotões destacados em Enxudé e ilha de Jeta.

Foram mobilizados pelo Regimento de Artilharia 3 (Évora), a sua divisa era “Honra e Glória”. Uma comissão que se estendeu de Outubro de 1967 a Agosto de 1969. Mal desembarcados, seguiram para Farim; depois de treino operacional participaram numa operação na Ponta do Inglês e noutra em Binar, em ambas tiveram mortos e feridos.

Estavam de intervenção ao Comando-Chefe. Começaram o ano de 1968 numa operação em Binar e depois partiram para S. João, aqui construíram abrigos, patrulharam e limparam itinerários com vista à criação do subsector de Nova Sintra na zona de acção do BART 1914. 


É um período de intensa actividade operacional. Em Outubro vão para Jabadá dois pelotões, um outro fica em S. João e mais outro em Enxudé. Em Março, uma parte da companhia chega a Teixeira Pinto, vão para a ilha de Jeta e para o Pelundo. A partir daqui, apoiam trabalho de desmatação na estrada Teixeira Pinto – Bachile, bem como na estrada Pelundo – Có. 

Em Agosto de 1969, a 1802 recolhe a Bula, seguindo depois para Bissau. (...) 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12657: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (79): Notícias do nosso primeiro Silvério Dias e da "nossa tenente", rostos do Programa das Forças Armadas (ou PIFAS)

Silvério Dias
1. O nosso leitor Poeta Todos os Dias deixou, hoje, um comentário ao poste P10366  (*):

Olá amigos!
Que comoção! 
Ao fim de quase meio século, poder escrever:
"sempre ao vosso lado", 
quando "lá"
o dizia de viva e sentida voz.

Sou o "velho" 1º Sarg Silvério Dias,
vivo na Graça de Deus 
e tendo a meu lado a "senhora tenente" 
que me acompanha em 53 anos de matrimónio.

O que tenho para recordar? 
Um rol infinito de que procurarei ir dando conta. 
Para já, o reencontro!




Página principal do bogue do Silvério Dias, "Poeta Todos os Dias"... e onde se lê: "Sou beirão; ex-militar; Índia, Moçambique e Guiné. Na velhice, o vício da poesia, e o amor que me une às boas tradições beirãs"...


2. Comentário de L. G.:

Camarada, em nome da Tabanca Grande, os amigos e
camaradas da Guiné que já são mais do que um batalhão, damos as boas vindas ao nosso primeiro Dias e à "nossa tenente!" [, foto à direita,] que, durante alguns anos  foram o rosto do Programa das Forças Armadas (PFA), na Guiiné..

É caso para dizer, depois deste nosso reencontro, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... É Grande, no sentido de nela caberam sempre... mais dois!... Ficamos à espera de novas. O mail é o seguinte: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com

Descobrimos que o camarada Silvério Dias criou, em 2011, e mantém até agora um bogue que dá pelo nome de Poeta Todos os Dias... Já tem mais de 26 mil visualizações. Aqui, para ilustração, um poema que ele publicou em 30 de dezembro de 2011:

Heróis do meu País

São dez mil, identificados,
Na pedra fria do Bom Sucesso!
Todos eles foram chorados,
A quando da ida, sem regresso.

São os mártires do meu país,
Vítimas do chamado Ultramar.
Por lá andei e Deus quis
Conceder-me a Graça de voltar.

Perdi amigos; chorei a perda;
Hoje, quando a dúvida se instala,
Mando, mentalmente, "à merda",
"Ilustres" a quem "bati a pala".

Onde mora o brio, o amor à farda?
O juramento feito à Bandeira?
Será que uma geração bastarda
Se rendeu, à bandalheira?


3. Já agora, aqui vão, ao sabor dos (a)casos da Guiné, mais alguns versos, com a devida vénia a autor [, Silvério Dias,. foto à esquerda,] e reforçando o convite para se juntar à nossa Tabanca Grande:

Silvério,  "O nascido na selva"

Significado bem original
Do nome que me foi dado.
Corrijo, algo errado.
Foi na serra que fui gerado!
13/1/2014






P.F.A. Noturno

"2001 Uma Odisseia no Espaço"
É referência que agora faço.
Abertura, "Programa das Forças Armadas"
Que na Guiné de então,
Unia todos os camaradas
Em "encontros" ao serão.

...no espaço do tempo, já lá vai meio século!


Testemunho Público

Também eu, estive lá!...

O MEU TESTEMUNHO
Ao Ilustre, António Ramalho Eanes

Do Presidente e General, falará a História.
Daquele Capitão que "promovi" a Major, *
No meu raro momento de glória,
Me pronuncio eu, em tom maior!

Servi-lo, uma honra na circunstância.
Foi fácil obedecer, vindo o exemplo
De quem, esquecendo a importância,
Desceu até nós, face ao momento.

Momentos que na Guiné partilhámos,
Sabendo ambos qual era o Dever.
Cada um por si, bem o prestámos,
À Causa que se viria a perder.

Ficou o elo, bem firme em mim,
Da admiração pelo Homem-Militar
Para prosseguir, agora e sem fim,
Até que esta minha vida durar.

Na mente, guardo o conceito,
Reservado às figuras duma existência.
A saber: Deus, meu pai e "Este Eleito",
Pelos exemplos, associados à evidência.

* Na cerimónia, impôs que fosse eu, a
colocar um dos galões.
Era, ao tempo, 2º Sarg.do Exército.

25/11/2013


Ao Soldado Desconhecido

Da CART 1802, "Pioneiros da Nova Sintra"

O Alentejo os viu nascer.
Do mesmo, um dia partiram
Para certo destino, a saber,
Sem saberem, ao que iam...

Defender a Pátria, a mensagem.
E com espingardas vos armaram.
Bilhete, só de ida na bagagem,
Pois quantos foram e não voltaram!...

Teu número de condenado, 1802-
Como "fato de riscas", o camuflado-
Trabalhos forçados, te deram depois,
Desde esse dia, malfadado.

Do mesmo lugar de antanho,
Donde partiram as caravelas,
Eis que partem, sem arreganho.
No coração, mil mazelas.

Falar da viagem, a odisseia,
É o dizer, de agonia prolongada,
Feita de enjoos, à mão cheia,
Da novidade não programada.

A chegada a lugar estranho,
De calor tórrido, pegajoso,
Terra à vista, de mau amanho,
Sem vestígios de algo vistoso.

Nova viagem, novo atropelo,
Na barca cinza, de nome lancha.
Todos ao monte, como em novelo
Que desordenado se desmancha.

Pé firme em terras de Farim.
Aqui ficarás, nobre Zé soldado,
Até que um toque de clarim,
Te remeta, a qualquer outro lado.

E foste, como "um pau mandado"
Tropeçando aqui, levantado além,
Por vezes mal comandado,
Tu cumpriste, forte e bem!

Comendo o pão do diabo,
Por ele amassado e com teu suor,
"Temperaste"o que te era negado,
Por falhas, de vulgar superior.

Soubeste traduzir, "bolanha",
Num momento, todo ele sacrificado,
Quando em prova de esforço, tamanha,
Tiveste de passar, p'ró outro lado.

E foste, de novo "baptizado"
Na pia baptismal da picada.
Causou danos, mas bafejado,
Subtraíste o corpo à rajada.

Alguém ficou. Por ti chorado
Em dia fatídico de má desdita,
Sem honras devidas a um finado
Que, longe dos seus, já não palpita.

Quantas palpitações, tantos medos,
Sofridos, em constante desalento...
E os dias parecendo quedos,
Pois decorriam, de modo lento...

Do teu Mundo do Alentejo,
À terra que te viu nascer,
Juntaste nomes de sobejo
Que te obrigaram a conhecer:

Fulacunda, Jabadá, S.João...
São hoje recordações a rever.
Lá deixaste parte do coração,
Não por amor, mas p'lo sofrer.

Construíste, um lugar novo.
Nova Sintra, assim registado.
E, por seres homem do povo,
Como "pioneiro" serás recordado!

O regresso. Missão cumprida.
Dela esquece, a má memória.
Ao longo da tua vida,
Constarás, da nossa História,

Lembrando o Homem-soldado
Que obrigaram a lutar,
Por um ideal mal contado
Que o futuro veio revogar.

Porque tens a alma pura,
Perdoa a quem te fez mal.
Acabada a ditadura,
Temos um novo Portugal.

Embora, com outras sequelas.
Pois parece ser nosso Destino,
Viver sempre em más novelas,
Quando se é pequenino!

"Pioneiros de Nova Sintra"
Em comissão na Guiné, de 1967-69.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7654: Notas de leitura (192): A História da CART 1802 (Teixeira Pinto, Binar, Pelundo, Farim, São João. Nova Sintra e Jabadá, 1967/69) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Janeiro de 2011:

Queridos amigos,
Pesquisa Ponta do Inglês e chega-se ao autor da história da CART 1802, uma história muito bonita de alguém que fez uma comissão militar em Moçambique e que se tornou amigo de alguém que fez comissão militar na Guiné e que se rendeu ao seu entusiasmo. Para que conste, é uma brochura singela e estamos muito carentes de brochuras como estas.

Um abraço do
Mário


A história da Companhia de Artilharia 1802

Beja Santos

Às vezes, a intenção é tudo. Manuel Pedro Dias, que prestou serviço militar em Moçambique fez amizade com Manuel Balhau (proprietário da Gráfica 2000) e que prestou serviço militar na Guiné. Manuel Pedro Dias deitou mãos ao trabalho, consultou no Arquivo Histórico-Militar a história da CART 1802, e fez-se brochura.

É um exemplo para muitos. Temos aqui um documento sóbrio, destacando as principais andanças, não descurando o In Memoriam e mostrando até os guiões dos outros batalhões com quem os “Pioneiros da Nova Sintra” tiveram articulação. Coisa bonita.

A CART 1802 andou por Teixeira Pinto, Binar, Pelundo, Farim, S. João, Nova Sintra e Jabadá, ou seja percorreram o Sul, Centro e Norte. Tiveram ainda pelotões destacados em Enxudé e ilha de Jeta.

Foram mobilizados pelo Regimento de Artilharia 3 (Évora), a sua divisa era “Honra e Glória”. Uma comissão que se estendeu de Outubro de 1967 a Agosto de 1969. Mal desembarcados, seguiram para Farim; depois de treino operacional participaram numa operação na Ponta do Inglês e noutra em Binar, em ambas tiveram mortos e feridos.

Estavam de intervenção ao Comando-Chefe. Começaram o ano de 1968 numa operação em Binar e depois partiram para S. João, aqui construíram abrigos, patrulharam e limparam itinerários com vista à criação do subsector de Nova Sintra na zona de acção do BART 1914. É um período de intensa actividade operacional. Em Outubro vão para Jabadá dois pelotões, um outro fica em S. João e mais outro em Enxudé. Em Março, uma parte da companhia chega a Teixeira Pinto, vão para a ilha de Jeta e para o Pelundo. A partir daqui, apoiam trabalho de desmatação na estrada Teixeira Pinto – Bachile, bem como na estrada Pelundo – Có. Em Agosto de 1969, a 1802 recolhe a Bula, seguindo depois para Bissau.

Encontrei estes elementos enquanto pesquisava dados e factos referentes à Ponta do Inglês. Foi assim que cheguei ao conhecimento da brochura que Manuel Pedro Dias me emprestou. Bom seria que toda esta documentação aparecesse em linguagem de divulgação, ao alcance de todos.

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7640: Notas de leitura (191): Intervenção Rural Integrada, a experiência do norte da Guiné-Bissau, de Mamadu Jao (Mário Beja Santos)