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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24774: As nossas geografias emocionais (8): Aldeia Formosa, ao tempo da 3ª C/BCAÇ 4513/72 (1973/74) (José da Mota Vieira, ex-fur mil at inf)


Foto nº 1 >  Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1973 > Vista aérea de Aldeia Formosa, no 1º plano; a  seguir, o quartel do comando, CCS e 3ª C/ BCAÇ 4513/72; e ao fundo a pista de aviação.  
 

Foto nº 2 >  Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1974 > BCAÇ 4513/72 (1973/74) > Aterragem do avião militar, o Nord Atlas, na pista de Aldeia Formosa. 


Foto nº 3 >  Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1974 > BCAÇ 4513/72 (1973/74) >   O Nord Atlas na pista de Aldeia Formosa. 


Foto nº 4 > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1973 > BCAÇ 4513/72 (1973/74) >  Capela da povoação 


Foto nº 5 > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1973 > BCAÇ 4513/72 (1973/74) > O fur mil at inf, José da Mota Veiga, da 3ª Companhia, sentado num bidão da Sacor, na horta e pocilga do batalhão.


Foto nº 6 >  Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1973  > BCAÇ 4513/72 (1973/74) > Os fur mil Vicente e Mota Vieira
    

Foto nº 7 > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > 1973 > BCAÇ 4513/72 (1973/74) >
O fur mil José da Mota Vieira, "na companhia do Mamadú Djaló, um grande amigo: o que  será feito dele?"

Fotos (e legendas): © José da Mota Vieira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Originalmente estas imagens estavam alojadas no portal Prof2000, que foi decontinuado: tinha uma excelente galeria de fotos, enviadas por antigos combatentes da região de Aveiro ; era "um projecto com serviços de suporte à formação de professores a distância e de apoio às TIC nas escolas", tendo como público-alvo "Escolas, Centros de Formação, Centros Novas Oportunidades, professores, projectos de escola e comunidade educativa em geral". A página estava alojada no Agrupamento de Escolas José Estêvao (AEJE) > Aveiro e Cultura > Arquivo Digital.(*)

Ficámos a saber que uma decisão tomada em Lisboa, na Av 5 de Outubro (?), teve um efeito sísmica neste portal, como nos conta o coordenador do projeto (email: henriquejcoliveira@gmail.com ).

"Os responsáveis pela manutenção dos servidores do Ministério da Educação e Cultura, ao fim de 18 anos de compilação de documentos, eliminaram todo o espólio cultural do projecto comunitário AVEIRO E CULTURA. Todas as hiperligações tiveram de ser refeitas para o novo alojamento, pelo que, eventualmente, algumas poderão não funcionar. Por isso, agradecemos a informação, para podermos corrigir o erro. Obrigado."

O O ARQUIVO DIGITAL tem "como objectivo a constituição de uma base colectiva de imagens, de livre utilização, abrangendo todas as áreas temáticas. As imagens podem ser obtidas de diferentes suportes: fotografias antigas, postais, diapositivos, etc.".


2. Informação adicional: 

Ver o blogue do BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Buba e Nhala, 1973/74). Contactos: E-mail: batcac4513@gmail.com | Editores (ex-fur mil, 3ª companhia): Adalberto Costa Silva (telem: 965 816 315) | Jaime Joaquim dos Santos Ramos (telem: 917 221 437).

O BCAÇ 4513/72  tem igualmente uma página no Facebook, mais dinâmica. Julgo que seja mantida pelo Jaime Ramos (que vive em Avintes, Vila Nova de Gaia). Não há nenhuma referência ao nosso blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné) nem à nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça).

Mas já temos vários camaradas do BCAÇ 4513 como membros da Tabanca Grande. Fica aqui mais um poste da série "As nossas geografias emocionais" (**). Fica também aqui o convite ao José da Mota Vieira para integrar a integrar a Tabanca Grande, formalizando o sua resposta através de um dos emails dos editores, por exemplo; luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23492: Convívios (938): Almoço de confraternização do pessoal da 2.ª CART/BART 6521 (Có, 1972/74), dia 24 de Setembro de 2022 em Cacia - Aveiro (José Morgado)

1. Mensagem do nosso camarada José Morgado, com data de 3 de Agosto de 2022, dando notícia do almoço/convívio da 2.ª CART/BART 6521, (Có, 1972/74), em Cacia - Aveiro, no dia 24 de Setembro próximo:

2ª CART do BART 6521

Na procura de alguns tresmalhados da minha Companhia - "Os Có Boys", (Có, 72/74) - 2ª CART do BART 6521, e porque fazemos 50 anos que chegamos à Guiné, zona de Có, vamos reunir as tropas num almoço de confraternização em Cacia, Aveiro, no Restaurante Solar das Estátuas, no dia 24 de setembro.

Para membros que não tenham conhecimento,
Contacto: 934 755 427

Saudações a todos Ex-Combatentes.

Cumprimentos,
José Morgado

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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23407: Convívios (937): 37º encontro nacional do BENG 447, Caldas da Rainha, 25/6/2022, com 181 participantes (João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt, PTE, Brá, 1967/71)

domingo, 26 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23385: Convívios (935): Rescaldo do 50.º Almoço dos militares e famílias da CCAÇ 414, levado a efeito no passado dia 29 de Maio em Aveiro (Manuel Barros Castro)

Aveiro, 29 de Maio de 2022 > Foto de família dos militares da 414 presentes no 50.º Convívio


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enfermeiro da CCAÇ 414, Catió (1963/64) e Cabo Verde (1964/65), com data de 23 de Junho de 2022, com o pedido de publicação das fotos alusivas ao convívio dos militares da sua 414, que se realizou no passado dia 29 de Maio em Aveiro:

Bom dia caro camarada,
Para o nosso blog aqui vai o pedido da seguinte publicação:

A Companhia de Caçadores 414, celebrou no passado dia 29 de Maio o seu 50.º Convívio, desta feita em Aveiro, sob a batuta do ex-furriel miliciano Daniel.
A frequência, sendo embora parca devido, uns à idade que já não permite deslocações, outros porque não tiveram quem os levasse e ainda outros covidados ou com receio disso.
Os abraços e a alegria que sempre primaram os esses convívios não arrefeceram o ambiente e reforçaram a amizade de longos anos.
Junto algumas fotografias para memória.

Um grande abraço
Manuel Castro


Aveiro, 29 de Maio de 2022 > Os participantes, militares e famílias que estiveram presentes no 50.º almoço/convívio da CCAÇ 414
Na foto: Castro, Pimenta e Dr. Costa Lobo
Na foto: Castro, Farreca, Pimenta, Dr. Costa Lobo
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23381: Convívios (934): 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): Caldas da Rainha, 28/5/2022: Fotos - Parte I (José Fernando Almeida)

domingo, 8 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23246: Convívios (925): 50.º Convívio do pessoal da CCAÇ 414 (Cabo Verde, 1963/64 e Guiné, 1964/65), a levar a efeito no próximo dia 29 de Maio em Aveiro (Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enfermeiro)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enfermeiro da CCAÇ 414, Catió (1963/64) e Cabo Verde (1964/65), com data de 7 de Maio de 2022 anunciando mais um convívio dos Combatentes da sua 414, que se vai realizar no próximo dia 29 de Maio:

Camarada e amigo,
No próximo dia 29 a Companhia de Caçadores 414 recomeçará os convívios anuais que o COVID 19 suspendeu.
Junto o repectivo convite para que, se assim entenderem, conste no nosso blogue.

Reconhcido, um grande abraço para todos os bloquistas
Manuel Barros Castro

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Nota do editor

Último poste da série de 8 de Maio de 2022 > Guiné 61/74 - P23243: Convívios (924): A Tabanca de Matosinhos, que tem um historial de convívio entre combatentes, está vivinha da costa como a sardinha. Está a comemorar 17 anos de vida (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

sábado, 8 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19267: Agenda cultural (662): lançamento do Livro "Família Regalla: Hora da Verdade!", de Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto, 5 de janeiro de 2019, pelas 18h30, no Hotel Aveiro Center, Aveiro




1. Mensagem do nosso leitor Ricardo Dias-Pinto (*):

Data: quarta, 5/12/2018 à(s) 20:43

Assunto: Lançamento do Livro "Família Regalla: Hora da Verdade!"


Exmos(as). Senhores(as),

Venho por este meio convidar V. Exa. a estar presente no lançamento do meu livro que decorrerá no Hotel Aveiro Center,  no próximo dia 5 de Janeiro de 2019 pelas 18.30 horas.

Aproveito para informar que o Hotel Aveiro Center fez um acordo para que todos possam beneficiar de melhores condições caso pretendam permanecer, bastando para isso reservar quartos o quanto antes através do número de telefone: 234380390 e mencionando a vossa presença no evento. (**)

Melhores cumprimentos,

Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto
___________


(...) Estou a escrever um livro sobre a minha família.

O meu bisavô Francisco Augusto Regalla, combateu em 1915 na Coluna de Operações em Bissau pelo que gostava muito de pedir autorização para colocar uma vossa fotografia, mais propriamente a nº 3 da Fortaleza de Amura de cuja guarnição o meu bisavô fez parte durante algum tempo.

Naturalmente que, caso autorizem, terei o maior prazer em nomear o vosso blogue nos agradecimentos do referido livro que terá o título: Família Regalla: A Hora da Verdade!" (...) 


(**) Último poste da série > 4 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19257: Agenda cultural (661): "Voando sobre um ninho de Strelas", livro de memórias de António Martins de Matos, ten gen pilav ref. Sessão de apresentação: 11 de dezembro, 3ª feira, 18 horas, no Hotel Travel Park, na Av. Almirante Reis 64, Lisboa (metro Anjos). Estamos todos convidados.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18051: Consultório militar do José Martins (27): Memórias de Guerra (2): Distritos de Coimbra, Aveiro e Porto


1. Segundo poste do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), composto por sete postes, sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), espalhadas pelo país e estrangeiro, trabalho este que pode ser corrigido ou actualizado pelos nossos leitores. 




(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18049: Consultório militar do José Martins (26): Memórias de Guerra (1): Distrito de Leiria

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17372: Convívios (803): XXXVIII Encontro do pessoal da CCAV 2639, dia 10 de Junho de 2017, em Oiã - Aveiro (Mário Lourenço)



1. Pede-nos o nosso camarada Mário Lourenço (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CCAV 2639 Binar, Pete, Bula, Ponta Consolação e Capunga, 1969/71), que anunciemos o 38.º Convívio da sua Unidade, a levar a efeito no próximo dia 10 de Junho de 2017, em Oiã - Aveiro.


XXXVIII CONVÍVIO DO PESSOAL DA 
COMPANHIA DE CAVALARIA 2639
DIA 10 DE JUNHO DE 2017
OIÃ - AVEIRO
 
Amigos,
Gostaria que fosse divulgado no blogue, o encontro anual (que já vai no 38.º) da CCAV 2639, que este ano será em OIÃ-AVEIRO, no dia 10 de junho 2017, organizado pelo MORETO e cujo contacto é o seguinte:
Tel. 234 722 891 ou 935 542 125. 

Confirmar presença até 31 maio. 

Desde já agradeço, com forte abraço a todos os camaradas destas andanças. 
Mário Lourenço
tabanqueiro 662
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17367: Convívios (802): XXXII Encontro do pessoal da CART 3494/BART 3873, a realizar-se no próximo dia 11 de Junho, em Tondela, Viseu (Sousa de Castro)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16837: Blogues da nossa blogosfera (75): rumo ao norte, de Luanda a Pangala, "sinais de civilização": uma velha placa com o sinal de aproximação de estrada sem prioridade e os dizeres “Gasolina Sphinx” e por baixo “Vacuum Company”... [Ângelo Ribau Teixeira (1937-2012), ex fur mill, op esp, CCE 306 / BCE 357, Angola, 1962/64]


Aveiro e Cultura > Arquivo Digital > Prof2000 > Ângelo Ribau Teixeira > Retalhos das Memórias de um ex-Combatente > Rumo ao Norte

Ângelo Ribau Teixeira (1937- 2012) foi fur mil at inf, op esp, Companhia de Caçadores Especiais 306 (CCE306) / Batalhão de Caçadores Especiais 357 (Angola, 12/5/962- 22/6/964). Deixou um notável conjunto de textos, em formato digital, sob o título "Retalhos das Memórias de um ex-Combatente", alojados no portal Prof2000 que é descrito como "um projecto com serviços de suporte a formação de professores a distância e de apoio às TIC [tecnologias de informação e comunicação] nas escolas".

Um dos sítios alojados nesta plataforma, e que eu gosto de consultar,  é "Aveiro e Cultura - Arquivo Digital", superiormente coordenado por Henrique J. C. Oliveira, a quem mando os meus parabéns, em nome da Tabanca Grande. Foi aqui que encontrei, entre outros antigos  combatentes da guerra colonial,  as memórias do Ângelo Ribau Teixeira, natural da Gafanha da Nazaré, filho de marnoto e já casodo e com filhos, quando foi  mobilizado, em 1962,  para a "guerra do ultramar" .

Na sua ida para  o Norte de Angola,  em maio de 1962, a caminho de Pangala, uma  sanzala perdida no mato, a companhia sofre uma primeira flagelação, sem consequências, e antes de chegar ao seu desolador destino, o fur mil Ribau Teixeira encontra um "indício de civilização"...

Vale a pena transcrever,  com a devida vénia, este bocado de prosa... e ler o resto: é um testemunho valioso de um camarada que pertenceu à geração do início da guerra no norte de Angola... E que infelizmente não teve tempo nem oportunidade, em vida,  de editar em livro,  as suas memórias de ex-combatente. 

Pode ser entretanto que o nosso camarada e amigo António Rosinha, um dos nossos "mais velhos", queira acrescentar, na caixa de comentários, algo mais da sua própria experiência como operacional em Angola, nesse tempo(**)... 

Este percurso de Luanda até São Salvador, passando por Carmona, foi feito por milhares e milhares de camaradas nossos. [Ver aqui mais  fotos do Ângelo Ribau Teixeira em Pangala, que ficava "a poucos quilómetros de Cuimba e Buela, na zona de S. Salvador". Pangala era o nome de "uma sanzala que ficava no desvio da 'estrada' de Cuimba a S. Salvador do Congo e ia até à Buela", sendo o sector em S. Salvador do Congo, e a sede do BCE 357 em Cuimba... (LG)


"Um sinal de civilização" (foto e legenda de Ângelo Ribau Teixeira. com a devida vénia)


(Excerto, com a devida vénia)

(...) O primeiro ataque do IN

Sem o menor aviso, começaram a ouvir-se rajadas de metralhadora do outro lado do riacho. A mata que ficava à nossa direita!

Cornos no chão, foi o que fizemos sem esperar qualquer ordem. Eu tive azar porque a minha aliança ficou presa num dos ganchos que seguram o toldo da viatura. Aflito lá consegui desenrascar-me. Ainda não tinha chegado ao chão quando uma bala cantou – segundo mais tarde observei – exactamente no gancho onde eu tinha ficado preso. Tive sorte...

Respondemos àquela metralha durante algum tempo, até que da frente veio a ordem de parar o fogo. Ficou um silêncio de morte. Ninguém se mexia.
– Embarcar e avançar – foi a ordem ouvida.

Assim fizemos. Um de cada vez tomou cautelosamente o seu lugar no Unimog, com a arma apontada, pronta a fazer fogo. As viaturas avançaram e continuámos viagem. Quando o nosso carro passou pelo riacho, uma fresquidão saborosa assaltou os nossos corpos suados. Aqui as árvores eram altas e frondosas. Havia canas da Índia com seis ou sete metros de altura, e um diâmetro igual ao da minha coxa. Neste sítio a natureza foi pródiga, talvez por a zona ser pouco habitada. Faltavam aqui os maiores destruidores da natureza, os homens!

Prosseguimos o nosso caminho. Sempre a mesma paisagem: mata, capim, capim, mata. Hei! O que é aquilo?! Finalmente um indício de civilização. Um sinal de aproximação de estrada sem prioridade e os dizeres: “Gasolina Sphinx” e por baixo “Vacuun Company”, isto no meio de uma imensidão de terreno, onde já tínhamos desistido de encontrar qualquer sinal da dita “civilização”. Era impensável. Aproximação de estrada sem prioridade!

Provavelmente seria aqui o desvio para Pangala, onde iríamos ficar aquartelados. Mas aproximação de estrada no país onde nos encontrávamos não nos dizia muita coisa. De maneira que o melhor era ir andando e esperando.

Pangala, finalmente...

Fomos avançando às cegas e, às tantas, lá apareceu um desvio para a direita, por onde seguimos até ao nosso destino. Um pouco antes de chegarmos a uma sanzala chamada Pangala, encontrámos uma casa comercial abandonada que em tempos pertencera a um branco. Era nessa casa que iria ficar instalado o Comando da nossa Companhia.

Tínhamos chegado ao local onde se dizia que iríamos ficar mais ou menos um ano. Que tristeza! Que desconforto! Havia outras Companhias que, destacadas em fazendas, tinham instalações que comparadas com o nada que encontrámos, eram um luxo. Era preciso construir de raiz as instalações que nos iriam acolher. O capim era alto, quase da altura de um homem. Tivemos que começar logo a descapinar a zona para arranjar espaço para montar as tendas já nessa noite. (...)
_____________

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16266: Blogpoesia (457): Dois poemas sobre Aveiro (Francisco Gamelas, autor de "Outro olhar - Guiné 1971-1973", Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp.)



Ria de Aveiro > Ílhavo > 25 de agosto de 2010 > Um velho moliceiro que morreu na praia



Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Francisco Gamelas,com data de 3 do corrente


[Foto à direita: Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73), adido ao BCAÇ 3863 (1971/73). Engenheiro eletrotécnico de formação quadro superior da PT Inovação reformado, vive em Aveiro, e publicou recentemente "Outro olhar - Guiné 1971-1973". Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust. Preço de capa 12,50 €].

Bom dia Luís.


Também para partilhar contigo as emoções fortes e um tanto   indefinidas, após a releitura do poema que publicaste no blogue [O Relim não é um poema] (*). Poema  forte, como não podia deixar de ser,  como um grito de revolta, como um  dedo apontado ao absurdo, ao estupor, ao poder absoluto que esquece as  pessoas, usando-as como peças descartáveis nos seus jugos de poder e  afirmação. Contudo, evidenciando toda a mediocridade de que eram  feitos, toda a inconsequente impulsividade de quem pode e manda sem  correr qualquer risco.

Estou completamente solidário com tudo o que  escreves, apesar de nunca ter estado na situação que descreves, mas  que compreendo, quanto mais não seja, por proximidade. O meu grito,
engrossa o teu.

Junto reenvio os dois poemas sobre Aveiro, já corrigidos. (**)


Um grande abraço e obrigado pela partilha.

FG


Dois poemas sobre Aveiro
(depois de ler Entre sono e abandono, de Luís Serrano)


por Francisco Gamelas


I


Neblina
Água
Algas
Barco

Muito lentamente
uma forma de onda a quebrar
emerge da surpresa.

Traz no mastro
o quadrilátero duma vela
bamba.

Abriu-se uma cortina
para o moliceiro passar.

Pressente-se o respirar do silêncio.

Ao rés das águas
o verde saturado das algas
desliza
pairando nos braços etéreos
da neblina.

No espelho de água
nascem riscos em vê
ondulantes
que se alongam.

E a miragem vai passando
fantasmática
com um braço a acenar

até que a neblina
a volta a engolir
repondo a quietude da madrugada.

Os pássaros ainda dormem.

Junho de 2016



II



Água
Sol
Vento
Safra


Já só moram
nas memórias dos velhos


os inúmeros alvos seios
cristalizados
oferecendo ao céu
a sua nudez
dum puro branco alucinado
que as mãos do vento
acariciavam
gemendo baixinho


na dinâmica geometria
dos espelhos
morava o mistério
do parir das águas
fecundadas pelo sol
e assistidas pelo vento


é um cada vez
mais frio manto
de neblina
que vai cobrindo
o sono senil
do abandono
do esquecimento
em que dissolveram
o génio
a vontade
a persistência
do marnoto


resta
o crocitar agudo
de ave
a rasgar o silêncio
da recordação
enamorada
magoada
esvaecente


as sombras
espreitando o desistir
da luz
vão estendendo
sobre o esquife da memória
um lençol
de penumbra
até que a noite
caia
e cubra tudo de breu.


Junho de 2016

______________

Notas do editor:


(*) Vd. poste de 2 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16259: Manuscritos(s) (Luís Graça) (86): O Relim Não é um Poema (à memoria do médico Joaquim Vidal Saraiva 1936-2015)

(**) Último poste da série > 3 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16262: Blogpoesia (456): "Mais uma vez..." e "Nova moeda de troca geral", por J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16107: Tabanca Grande (487): Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt Pel Red Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73): vive em Aveiro e é o nosso grã-tabanqueiro nº 716


 Foto nº 1 


Foto nº 1 A 


Fopto nº 1 B

Foto nº 1 > Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Da esquerda para a direita, (i)  cap mil Lema (CAOP1); (ii) alf mil médico  Mário Bravo; (iii) comandante do Batalhão [BCAÇ 4615/73] que rendeu o BCAÇ 3863, cujo nome desconheço [ten cor inf Nuno Cordeiro Simões]; (v) ten cor Joaquim Correia, comandante do BCAÇ 3863; (vi) alf mil médico Viana Pinheiro,: (vii) alf mil  Francisco Gamelas (comandante do Pel Rec Daimler 3089);  (viii) major Pires (2º comandante do BCAÇ 3863); (ix) alf mil Correia Pinto;  e  (x) Maria de Jesus, mulher do alf mil médico Albino Silva (que não aparece nesta fotografia).

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados



1. Mensagem de Franscisco Gamela, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto,1971/73) [, foto atual à direita]:

Bom dia Luís (c/c Manuel Reis e Jorge Picado);

Peço desculpa, mas não tinha percebido a necessidade, afinal óbvia, de "autorizar" e requerer a minha adesão à Tabanca Grande. É com imenso prazer que o faço, pois, pelo que me vou apercebendo, representa uma iniciativa a todos os títulos meritória, com "dez mandamentos" que subscrevo por inteiro e, desde já, prometo cumprir fielmente.

Junto envio duas fotografias, uma dos velhos tempos da Guerra Colonial - é assim que a designo - assim como outra recente. Não ponho qualquer reserva na publicação da minha foto actual. A questão da privacidade, prende-se mais comigo mesmo, ou seja, conheço as regras do jogo, agora sou eu que decido casuísticamente o que devo ou não devo intervir e o como. 

Sobre a foto, ela está no livro (Outro Olhar - Guiné    ), pelo que a questão não passava por aí. De
qualquer modo, o sítio onde ela aparece, também terá a sua importância. Na Tabanca Grande estou muito bem acompanhado. Desde o soldado ao general, todos vivemos uma experiência única, que podemos partilhar com todos, mas que só os que lá estiveram podem entender de forma mais completa e abrangente, seja qual for a janela de participação que experienciou. Todas, sem excepção foram (são) importantes.

Sobre o meu livro, o preço de capa é de 12,50€ e pode ser encomendado através do meu mail - franciscogamelas@sapo.pt. Como pagamento sugiro a transferência bancária, cuja conta facultarei a cada encomenda.

Muito abrigado ao Luís, que tem sido inexcedível.

Um abraço.
Francisco Gamelas

Capa do livro de Francisco Gamelas ("Outro olhar - Guiné 1971-1973. Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust, preço de capa 12,50 €. A encomendar ao autor através do seu email pessoal). O design é da arquiteta Beatriz Ribau Pimenta. Tiragem: 150 exemplares.  Impressão e acabamento: Grafigamelas, Lda, Esgueira, Aveiro.

2. Nota curricular >  Francisco [António da Costa Vieira] Gamelas: 

(i) nasceu em Aveiro (1949);

(ii) formou-se em eletrotecnia (Instituto Superior de Engenharia do Porto, 1969);

(iii) esteve na Guiné, em Teixeira Pinto, em 1971/73, como alf mil cav, a comandar o Pel Rec Daimler 3089;

(iv) fez a sua carreira profissional na PT Inovação como quadro superior de telecomunicações;

(v) está reformado;

(vi) tem-se dedicado à escrita, à poesia e ao ensaio histórico-sociológico: "O apelido Gamelas: um património histórico e sociológico de Aveiro" (2009); "Lavradores do Vilar ou o casamento inter-pares como estratégia de sobrevivência" (2014), ambos publicados pela ADERAV - Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro;

(vii) "Outro olhar - Guiné 1971-1971", publicado em 2016, é a sua "primeira incursão nas áreas da poesia e da crónica";

(vii) vive em Aveiro.


3. Comentário do editor:

Tinha feito o convite ao Francisco para formalmente passar  a integrar a nossa Tabanca Grande. Tinha-lhe dito o seguinte (importante para se perceber a sua resposta):

(...) A Tabanca Grande não é o Clube dos Poetas Mortos... Não temos nenhum estatuto jurídico, apenas 10 regras de bom (con)viver... É tão só a "comunidade virtual" dos amigos e camaradas da Guiné, a Tabanca Grande, que tem um poilão ao meio, e onde todos nos sentamos, à sua volta, porque todos nela cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa (...política, religião, futebol). 

Só preciso de uma foto tua "antiga", em relação à atual, dou-te o direito de "reserva da intimidade", no caso de não quereres "dar a cara"... O próximo nº de grã-tabanqueiro disponível é o 716...

Diz-me qual é o preço de capa do teu livro e como pode ser adquirido pelo correio... Faremos a devida promoção da tua obra." (...)
 

O Francisco passa, a partir de hoje,  a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 716, o que muito nos honra. Já lhe tinha dito que fazia questão de o apresentar pessoalmente à Tabanca Grande, aos vivos (670) e aos mortos (45):

(...) "Somos alguns dos melhores da nossa geração, é só por isso que eu quero que estejas aqui ao nosso lado, ao lado do Jorge Picado, do Manuel Reis, do Mário Bravo, do Graça de Abreu, e de mais 711, incluindo o Luís Graça, o Carlos Vinhal, o Magalhães Ribeiro e o Virgínio Briote. Este blogue não é contra ninguém, e a ter uma bandeira é a da camaradagem,  forjada na situação-limite de uma guerra e numa terra que nos "tocou" a muitos títulos... 

(...) Francisco, nós fizemos a História, e outros vão-na escrevendo... Mas temos uma palavra a dizer a esse respeito... Para que os nossos filhos, netos e bisnetos, não digam um dia: "Guiné? Canchungo? Ponta do Inglês? Madina do Boé? Cheche? Chinchim Dari? Guileje? Guidaje? Gadamael? Bambadinca? Xime? Mansabá? Olossato?... Não, nunca ouvi falar"...

A "inscrição" na Tabanca Grande não é obrigatória, mas sinto-me honrado com a tua presença, ainda para mais sendo tu um homem da cavalaria e da bela região de Aveiro. (...)


Temos já bastantes referências a diversos Pel Rec Daimler e Pel Rec Fox, mas não ao Pel Rec Damler 3089. Esta será a estreia desta subunidade. 

Já tive ocasião de, por mail, dar as boas vindas ao nosso novo camarada, de sentá-lo "à sombra do nosso poilão", no lugar nº 716 e pedir, para ele e para todos  nós, a proteção dos nossos bons irãs...
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Nota do editor:

terça-feira, 10 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16073: Agenda cultural (480): lançado, no passado dia 23 de abril, em Aveiro, o livro do nosso camarada Francisco Gamelas, "Outro olhar - Guiné 1971-1973"... Era alf mil cav, cdmt do Pel Rec Daimler, em Canchungo (Teixeira Pinto), ao tempo do BCAÇ 3863, e do CAOP1, quando por lá passaram os nossos camaradas António Graça de Abreu e Mário Bravo





1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Francisco Gamelas

Data: 20 de abril de 2016 às 22:28

Assunto: lançamento do livro "Outro olhar - Guiné 1971-1973"


Boa noite companheiro e camarada Luís Graça.

Sou o "Alferes Gamelas" que aparece mencionado no livro "Diário da Guiné"[, do António Graça de Abreu,] por duas [ou três] ocasiões.

Só hoje tive conhecimento da existência do teu blogue onde concentras informação sobre o período colonial, que achei interessante. Ali encontrei o teu contacto, razão porque te estou a enviar este mail. 

Por coincidência, no próximo sábado, dia 23 [, de abril], vou lançar o livro mencionado em epígrafe, cujo convite envio em anexo, para o divulgares, se achares adequado. Trata-se de uma edição de autor, pelo que, se alguém se interessar, estará disponível através do meu e-mail.
Enviá-lo-ei pelo correio para o endereço que me indicarem.

Gostaria de ser informado de eventuais encontros que venham a organizar.

Um abraço.

Francisco Gamelas

2. Comentário do editor LG:

Meu caro Franciso, obrigado pelo teu contacto e pelo teu convite. Infelizmente, passou a data e  não tivemos  oportundidade  de anunciar, a tempo, com o destaque que tu mereces, enquanto camarada da Guiné,  a sessão do lançamento do teu livro, realizada na biblioteca municipal de Aveiro, no passado dia 23 de abril.

Mas não é tarde. Aqui fica a notícia e os teu contacto [email e página do Facebook]

Não encontrámos referências a este evento, a não ser numa página criada, para o efeito, pela Biblioteca Municipal de Aveiro, onde se diz:

(...) Este livro pretende ser um testemunho assente nas memórias do tempo da guerra colonial, revisitadas mais de quarenta anos depois de terem ocorrido os factos, episódios, emoções e sentimentos correspondentes. Aqui e acolá, algumas reflexões acompanham o seu reviver. O fio condutor da sua recuperação segue o acervo fotográfico do autor, que funciona como pretexto dominante.(...)

Quanto ao "Diário da Guiné"... tem, por subtítulo: "Lama, Sangue e Água Pura". Não é da minha autoria, mas  da autoria do António Graça de Abreu, escritor, poeta, sinólogo, professor universitário, nosso camarada, teu camarada em Canchungo (Teixeira Pinto) em 1972...



O Graça de Abreu foi alf mil, CAOP 1, tendo passado por Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, entre 1972 e 1974, é membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com mais de 170 referências... Vou te pôr em contacto com ele.

No seu "Diário da Guiné", ele de facto tem pelo menos três referências à tua pessoa, o alferes Gamelas,  alf mil em Canchungo (Teixeira Pinto) em 1972,...  Pelo que  depreendo da leitura do diário do nosso camarda António Graça de Abreu, tu eras de cavalaria, comandante do Pel Rec Daimler, estavas adido à CCS/BCAÇ 3863 (1971/73) e tinhas lá contigo a tua esposa Helena... Verdade ?

O BCAÇ 3863 foi mobilizado pelo RI 1, partiu para o TO da Guiné em 16/9/1971 e regressou a 16/12/1973. O comando e a CCS estavam em Teixeira Pinto. Era comandado pelo pel ten cor  inf António Joaquim Correia. Companhias operacionais: CCAÇ 3459 (Bassarel); CCAÇ 3460 (Cacheu); e CCAÇ 3461 (Carenque e Teixeira Pinto). [Por lapso, no "Diário da Guiné" diz-se que tu pertencias à "companhia 3863", que não existe; o Graça de Abreu queria dizer "BCAÇ 3863"].

Desse tempo, 1972, era também o alf mil médico Mário Bravo,  que vive no Porto: é igualmente nosso grã-tabanqueiro,  [, isto é, membro da nossa Tabanca Grande, para a qual ficas de imediato convidado; só preciso que nos mandes duas fotos tuas, uma atual e outra do tempo da Guiné]. Como sabes, depois de Teixeira Pinto, onde esteve com o Bagulho, foi para o sul, Bedanda e pro fim para o Hospital Militar. Tens aqui quase meia centena de referências sobre ele, no nosso blogue.

Já agora vê aqui uma foto de grupo, tirada em Teixeira Pinto, em  setembro de 1972... e em que apareces, com o António Graça de Abreu e o Mário Bravo, entre outros oficiais que, ao que parece, estavam á espera da chegada do gen Spínola. Vais gostar...Infelizmente estás de perfil, mas o Graça de Abreu identificou-te. Um alfabravo (ABraço) do editor LG.

PS - Precismos que nos mandes também um exemplar do teu livro (que é edição de autor), para se fazer a competente nota de leitura / recensão bibliográfica.



Guiné > Região do Cacheu > CAOP 1 > Teixeira Pinto > Setembro de 1972 > O alf  mil médico Mário Bravo - o quarto a contar da esquerda, de óculos - no meio de um grupo de oficiais, ao tempo do BCAÇ 3863 [4], comandado pelo ten cor inf  António Joaquim Correia

O António Graça de Abreu - alferes miliciano (CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74) - é o primeiro da esquerda [1]. O Abreu veio depois completar a legenda: 

"O Mário Bravo lembrou-se de mim em Teixeira Pinto e mandou essa fotografia onde apareço jovem, quase menino, na ponta esquerda da foto. Na ponta direita está, de camuflado, o meu amigo capitão miliciano António Andrade [5], comandante da 35ª Companhia de Comandos, também amplamente referido no meu livro. Entre mim [1] e o Bravo [4] estão o alferes Gamelas [2], [do BCAÇ] 3863, e o alferes Cravinho (de calções) [3], do nosso CAOP 1 e meu companheiro de quarto". 

Foto: © Mário Bravo (2007). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

sexta-feira, 20 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14390: Agenda cultural (384): Apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", dia 26 de Março de 2015, pelas 18h00, no Auditório do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, Cais da Fonte Nova, Aveiro (Miguel Pessoa)

1. Mensagem do nosso camarada Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Ref), com data de 19 de Março de 2015:

Informámos aqui anteriormente que estão previstas para já duas apresentações deste livro editado pela "Fronteira do Caos Editores", a primeira em Aveiro, a segunda no Porto.

Da primeira apresentação deixamos-vos aqui o respectivo convite. A sessão decorrerá no auditório do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, pelas 18H00 do próximo dia 26 de Março. Uma oportunidade para o pessoal daquela região (e arredores...) estar presente.

Refira-se que esta sessão conta com a presença, para além de várias das co-autoras (enfermeiras paraquedistas), do Professor Adriano Moreira (autor do prefácio do livro) e do TCor. Aparício, que já tinha igualmente feito a apresentação da obra no Estado Maior da Força Aérea, no final de Novembro do ano passado.


Quanto à segunda apresentação, prevista para a Messe de Oficiais da Batalha, no Porto, aguardamos ainda a confirmação da data inicialmente programada, 9 de Abril. Aqui daremos informação logo que possível.
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14340: Agenda cultural (387): Conversas na Lua com... António Graça de Abreu, dia 13 de Março, às 19h00, na Livraria Lua de Marfim, Amadora

domingo, 15 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14368: Libertando-me (Tony Borié) (8): Retire da Terra o que é necessário para viver e nada mais

Oitavo episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.



Gostávamos muito de Aveiro, talvez fosse normal, pois creio que era a única cidade que pensávamos que conhecíamos, ou talvez fosse daquela camioneta verde e amarela, com assentos forrados a cabedal, que esperava pelo comboio na estação e, nos levava à praia da Costa Nova.

O comboio, “o nosso comboio”, num dia de verão levou-nos de novo à cidade de Aveiro, nessa altura usámos um bilhete pago pelo Governo de Portugal, íamos “para a tropa”, mais propriamente para o “Quartel de Sá”, que por acaso até ficava perto da estação ferroviária. Aqui começámos aquele treino fatigante, tanto física como mentalmente, os instrutores, alguns até eram pessoas preparadas, que utilizavam linguagem e maneiras, que seguíamos, fazendo com que aqueles exercícios e aulas de mentalização, fossem executadas com alguma facilidade.

Para nós, tudo ia sendo normal até aos exercícios finais, tirando claro, aquele instrutor que tinha vindo de uma comissão de serviço em Angola, que nos exemplificava na aula de combate como se devia matar, para uma morte lenta, rápida ou assim-assim, em que nos colocava uma faca no pescoço, com os olhos “vidrados de raiva” e dizia: “tens que matar aqueles filhos da puta assim”, passando adiante, veio “uma semana de campo”, onde nos faltou as instalações do “Quartel de Sá”, que embora as nossas casernas fossem umas antigas “cavalariças”, pelo menos tinham paredes e telhado.


Fomos para as “Gafanhas”, que era para o lado sul da cidade de Aveiro, havia aquelas senhoras que com um açafate à cabeça, andavam por ali vendendo “sandes e pirolitos” aos militares, nós no segundo ou terceiro dia, com algum apetite, queríamos comprar duas ou três sandes, para comer e guardar e, a senhora disse-nos, com uma expressão que demonstrava alguma repreensão: “leva só o que precisas neste momento, deixa alguma coisa para os outros”.

Aquela senhora parecia-nos uma pessoa simples, “do povo” e, que grande lição nos estava a dar. Anos mais tarde, lemos algures “The 10 Indian Commandments”, onde um desses mandamentos diz precisamente o que essa simples pessoa nos disse, que é, mais ou menos, “Retire da Terra, o que é necessário para viver, e nada mais”.

Havia muitas “Gafanhas”, era a da “Encarnação”, da “Ria”, do “Juncal”, de “Mira”, de “Áquem” ou de “Além”, mas nós éramos um dos militares em treino, que estão naquela fotografia onde também lá estavam muitos, que não nos lembra o nome, mas eram irmãos e companheiros, onde alguns já devem de estar algures, talvez no “Além”. Já agora, a título de curiosidade, aqui vai a tradução, também mais ou menos, dos “The 10 Indian Commandments”, que nós tentamos seguir, mas não é fácil, neste mundo, além de outras coisas, muito controverso.


1 - A Terra é a nossa Mãe, cuide dela.
2 - Honrar todas as nossas relações.
3 - Abra o seu coração e alma para o Grande Espírito.
4 - Toda a vida é sagrada, trate todos os seres com respeito.
5 - Retire da Terra o que é necessário para viver, e nada mais.
6 - Faça o que precisa ser feito para o bem de todos.
7 - Dê constantes graças ao Grande Espírito para cada dia.
8 - Fale a verdade, mas apenas para o bem nos outros.
9 - Siga os ritmos da natureza.
10 - Aproveite a viagem da vida, mas não deixe pistas.

Tony Borie, Março de 2015
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14334: Libertando-me (Tony Borié) (7): Temos que lá voltar