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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24986: Rescaldo da recepção d´O Movimento Pró-Dignidade pela 3.ª Comissão da Defesa Nacional, ocorrida no passado dia 12 de Dezembro de 2023, na Assembleia da República (José Maria Monteiro)


1. Mensagem de hoje, 21 de Dezembro de 2023, do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista (LFP Bellatrix, 1969/71 e Comando Naval da Guiné, 1971/73):

O MOVIMENTO PRÓ-DIGNIDADE foi recebido pela 3.ª Comissão da Defesa Nacional, no dia 12/12/2023, pelas 14h00, a quem entregámos o nosso caderno reivindicativo consubstanciado em 7 pontos:
- Uma Pensão de guerra Mensal;
- Gratuitidade dos transportes em todas as redes nacionais;
- Isenção de impostos sobre o SEP, CEP e AVP; Reestruturação da Rede Nacional de Apoio;
- Prioridade no acesso aos hospitais militares e aos hospitais e clinicas publicas;
- Prioridade e gratuitidade nos lares públicos para Antigos Combatentes e Prioridade aos Antigos Combatentes na situação de sem-abrigo, ao acesso e assistência médica e medicamentosa e na habitação.

A senhora presidente da 3.ª Comissão da Defesa Nacional deu-nos a oportunidade de informar quais os motivos que nos levaram à Assembleia da República, que aproveitamos para comunicar o nosso descontentamento à senhora presidente e às forças políticas ali presentes (Os 5 maiores partidos) e transmitir que continua a existir uma longa dívida de gratidão da Pátria para com os seus Antigos Combatentes que jamais será paga. Aproveitamos para afirmar e comprovar que o nosso Estatuto é o mais indigno e o mais pobre o Mundo. Desde logo, a Pátria esteve 46 anos em reconhecer a dignidade de Combatente aos seus Antigos Combatentes e quase decorridos 50 anos, do fim da guerra, o Estado português não garante a assistência médica aos seus Antigos Combatentes. Uma vergonha nacional. Todos os países do Mundo têm um tratamento especial e diferenciado para com os seus Antigos Combatentes menos Portugal.

Tanto a senhora Presidente como todas as forças políticas, ali presentes, teceram uma enorme gratidão aos Antigos Combatentes, mas isso é insuficiente porque esta profunda admiração (podem ver o vídeo no FACEBOOK), não enche barriga a ninguém.

Desejo a todos os Antigos Combatentes um Santo e Feliz Natal.

Vivam os Combatentes.

José Maria Monteiro...
um dos mais jovens combatentes do Mundo (c/16 anos)
Cascais 21/12/2023

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Nota do editor:

Vd. poste de 21 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24682: Convidam-se os Antigos Combatentes a assinarem esta Petição a enviar ao Presidente da Assembleia da República com as reivindicações justas e prementes que se enumeram. Iniciativa do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24894: Concentração Nacional de ANTIGOS COMBATENTES, amanhã, dia 29 de Novembro, a partir das 10h30, frente à escadaria da Assembleia da República (José Maria Monteiro)



CAMARADAS: Ilustres Combatentes

O MOVIMENTO PRÓ-DIGNIDADE, a favor do Estatuto do Antigo Combatente, constituído por COMBATENTES dos três ramos das Forças Armadas, agendou para o dia 29 de Novembro de 2023, a partir das 10h30m e até às 14h00, frente à escadaria da Assembleia da República, dia da aprovação do Orçamento do Estado para 2024, uma concentração nacional de COMBATENTES.

Esta concentração nacional de COMBATENTES, vai ser realizada por a senhora ministra da Defesa, na reunião com o MOVIMENTO PRÓ-DIGNIDADE, do passado dia 27/07/2023, ter prometido melhorar o Estatuto do Antigo Combatente, promessa que caiu em saco roto.

Somos o único país do Mundo em que os seus COMBATENTES não são reconhecidos, nem dignificados.

Assim, no dia 29/11/2023, a partir das 10h30m comparece, com a tua boina ou com o teu camuflado, para dar um grito de guerra contra uma Pátria que nos humilha, nos abandona e nos ostraciza.

Relativamente aos transportes, fui informado que vai sair um autocarro do Porto e outro de Vila Nova de Gaia, pelo que os interessados deverão falar com o nosso camarada Antônio Silva pelo telemóvel 910 880 002.

“PROPOSTA UNITÁRIA APROVADA EM ASSEMBLEIA GERAL DO CONGRESSO NACIONAL DE ANTIGOS COMBATENTES ”

- Considerando que existem diversas fragilidades económicas que afetam a vida da maioria dos Antigos Combatentes;

- Considerando que as carências evidentes são crónicas e privam os atingidos de poderem ter um resto de vida com alguma dignidade;

- Considerando que os princípios de atribuição de complementos ou suplementos de pensão aos Antigos Combatentes são exclusivamente para reparação dos efeitos nefastos da prestação de serviço militar em condições excecionais de dificuldade ou perigo;

- Considerando que a Rede Nacional de Apoio é restrita e não funciona, deixando milhares de Combatentes indiciados com stress pós-traumático sem o necessário rastreio e tratamento;

- Considerando que o Estatuto do Antigo Combatente, pouco contribuiu para a melhoria e qualidade de vida dos Antigos Combatentes:

A Comissão Organizadora, com o contributo de várias Associações e de vários Antigos Combatentes, propõe o seguinte:

a) Atribuição de uma pensão de guerra a todos os Antigos Combatentes, no valor equivalente ao que cada Antigo Combatente gasta em média por mês em medicamentos, no montante de €60,00;

b) Gratuitidade dos transportes públicos em todas as redes nacionais;

c) Isenção de impostos sobre o Suplemento Especial de Pensão (SEP), Complemento Especial de Pensão (CEP) e Acréscimo Vitalício de pensão (AVP);

d) Reestruturação da Rede Nacional de Apoio, com vista a tratar condignamente os indiciados com stress pós-traumático, devendo o Ministério da Defesa Nacional articular, a aludida rede, com os postos de saúde e com os Serviços Sociais das autarquias;

e) Prioridade no acesso aos hospitais militares e aos hospitais e clínicas públicas;

f) Prioridade e gratuitidade nos lares públicos para os Antigos Combatentes e viúvas com fracos recursos financeiros, confirmados junto da Segurança Social;

g) Que seja dada prioridade aos Antigos Combatentes, na situação de sem abrigo, no acesso à assistência médica e medicamentosa e na habitação.

Carcavelos 30/10/2021
Um por todos, todos por um
Vivam os COMBATENTES

José Maria Monteiro

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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24747: Convívios (974): Rescaldo do XXVIII Convívio dos Antigos Combatentes da Guiné, da freguesia de Guifões - Matosinhos, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro em Baião (Albano Costa)



1. Em mensagem do dia 10 de Outubro de 2023, o nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), enviou-nos o rescaldo do convívio dos combatentes da Guiné da freguesia de Guifões, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro, como acontece todos os anos.

Ao início da manhã (8h45) foi colocada uma coroa de flores no monumento, sito no centro de Guifões, homenageando todos os combatentes do Ultramar de Guifões.
De seguida rumámos em dois autocarros, a Loivos da Ribeira, em Baião, (com passagem por Amarante), para na Quinta das Susandas, todos juntos desfrutarmos de um saudável convívio que tem ano após ano sido apanágio dos combatentes na Guiné, de Guifões.

Aproveito para agradecer ao presidente da União de Freguesias de Guifões, Custóias e Leça do Balio, Sr. Eng.º Pedro Gnçalves, por todo o apoio prestado no nosso convívio.

Já na quinta, fomos recebidos em ambiente de festa pelas concertinas com que a Carla (gerente da Quinta das Susandas) nos recebeu, de seguida fomos todos acomodando nos respetivos lugares.

Como vem sendo habitual, no início foi cantada a música "Adeus Guiné". O resto do dia foi passado num ambiente salutar entre todos os combatentes.

Já para o final do dia foi oferecido a todas as senhoras uma flor e aos combatentes, que cumpriram a sua comissão na Guiné, uma lembrança para perpetuar a efeméride.
E para despedida foi o corte do bolo comemorativo do evento e também, como tem sido normal, o nosso combatente Joaquim Duarte Pinho, que celebra o seu aniversário neste dia, foi com a esposa partir a primeira fatia do bolo.

Para finalizar, foi cantado o Hino Nacional e novamente o "Adeus Guiné" para a despedida da Quinta das Susandas.

Por volta das 19h30 foi o regresso a Guifões com chegada por volta das 21h30.

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Nota do editor

Último poste da série de 19 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24673: Convívios (973): Rescaldo do 36.º Convívio do pessoal da CART 3494 / BART 3873 levado a efeito no passado dia 16 de Setembro, em Abade de Vermoim - Vila Nova de Famalicão (Sousa de Castro)

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24682: Convidam-se os Antigos Combatentes a assinarem esta Petição a enviar ao Presidente da Assembleia da República com as reivindicações justas e prementes que se enumeram. Iniciativa do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista

1. Mensagem do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista (LFP Bellatrix, 1969/71 e Comando Naval da Guiné, 1971/73), com data de 18 de Setembro de 2023:

Meu distinto camarada Carlos Vinhal
Junto cópia da PETIÇÃO, que pretendo enviar ao senhor presidente da Assembleia da República, pelo que solicito a sua publicidade no BLOGUE, se entenderes.

Solicito ainda que convides todos os camaradas (ANTIGOS COMBATENTES), para querendo, colaborar na assinatura da aludida PETIÇÃO, indicar o nome e o número do cartão de cidadão/B.I., elementos de identificação que deverão ser remetidos para o meu email josemaria51@outlook.pt, sendo certo que os A.C. agradecerão a tua colaboração.

Grande abraço
José Maria Monteiro


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Excelentíssimo Senhor
Presidente da Assembleia da República,
Prof. Dr. Augusto Santos Silva

“...PETIÇÃO…”


Nós, Antigos Combatentes da passada guerra colonial, estamos pelo presente a pedir a Vossa Excelência para que, na qualidade de Presidente da Assembleia da República e com as competências que lhe estão atribuídas, possa sensibilizar e fazer com que os partidos com assento parlamentar se atentem e deliberem sobre a petição que agora lhe dirigimos em exclusivo, pois não queremos de forma nenhuma partidarizar a nossa pretensão, que obviamente haverá Antigos Combatentes, partidários de todas as sensibilidades políticas.

Brevemente, o Orçamento Geral do Estado para 2024 será debatido na Assembleia da República e a oportunidade, de se atender a um mínimo de consideração e ajuda aos Antigos Combatentes, é agora.

A nossa justa pretensão é um complemento de outras iniciativas de Antigos Combatentes que se têm manifestado por várias formas, que de entre outras, fazemos notar a greve de fome do nosso camarada Fernando Rosa e o Congresso Nacional de Antigos Combatentes.

Destarte, o grupo de Antigos Combatentes que subscreve esta petição não tem dúvidas em ser intérprete, dos desejos e necessidades da maioria; combatentes sexagenários, septuagenários e octogenários que cumprindo um dever patriótico combateram nas ex colónias portuguesas, pelo que vem, com o devido respeito por melhor entendimento, apresentar as reivindicações a seguir indicadas.

Esta reivindicação que pedimos, exigimos e merecemos é inteiramente justificada por inúmeras razões.

Nós, Antigos Combatentes fomos submetidos a condições pouco conhecidas pela maioria do povo português e por isso realçamos as principais:
- O perigo dos combates e emboscadas
- Os mortos e os feridos que carregamos
- Os traumas físicos e psicológicos dos próprios e das famílias
- A fome e a sede que por lá passamos
- A água inquinada
- A insalubridade dos climas
- A alimentação de má qualidade e as abomináveis rações de combate
- Os locais inóspitos para dormir quantas vezes dentro de abrigos
improvisados e lamacentos
- As pragas dos mosquitos
- A falta de higiene
- A malária que quase todos sofreram
- O débil apoio médico e de enfermagem
- A ansiedade e o medo, feitos heroísmos - O exagero no consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas
- As perdas a nível profissional e remuneratório e muito, mas muito mais,
condições que contribuíram para a actual débil saúde dos antigos
combatentes, ainda vivos.

O que pretendemos?
Pretendemos, uma pensão de guerra mensal, vitalícia para todos os Combatentes na Guerra Colonial no valor mensal de 100€, cujo valor é para ajuda nas crescentes despesas de saúde, inerentes à idade dos Antigos Combatentes, cuja maioria tem pensões baixas.

É um subsídio razoável e mais que justo por uma razão comparativa com o reconhecimento nacional relativamente a presidentes da República, ministros, deputados, autarcas, juízes, embaixadores, oficiais superiores e muitas outras personalidades a que se achou por bem recompensar, os quais por certo o merecem e daí se releva também o nosso merecimento senão maior, pelo menos igual, atendendo às condições de guerra onde estivemos ao serviço da Pátria.

Numa consideração à parte e que é geral aos Antigos Combatentes, e nos parece pertinente, achamos por bem que Portugal esteja em diversas acções de paz, ajude a Ucrânia e os seus combatentes com os inerentes encargos e daí toda a legitimidade, legal, lógica, ética e moral entre outras, para sermos também nós, atendidos nas nossas necessidades.

Apelamos a todas as entidades para nos darem a atenção que merecemos e da qual somos credores da longa divida de gratidão da Pátria para com os seus heróis.

Assim e por isto solicitamos a Vossa Excelência, que dentro das atribuições e competências de que é detentor se empenhe em promover, o mais depressa possível esta justa reivindicação, que é tardia, com a agravante de o tempo de vida de todos nós se estar a esgotar devido à inevitável lei da morte.

Contamos com o seu apoio, a favor de todos os Antigos Combatentes que lutaram pela bandeira nacional.

Nós somos a voz dos Combatentes

Lisboa 18/09/2023

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Assinam esta petição:

Nome completo (………..) Identidade (Indicar o nº do Cartão de Cidadão ou B.I.)
Nome completo (………..) Identidade (Indicar o nº do Cartão de Cidadão ou B.I.)
Nome completo (………..) Identidade (Indicar o nº do Cartão de Cidadão ou B.I.)

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Nota do editor

Ver aqui: Exercício do Direito de Petição

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24624: Efemérides (407): Rescaldo da homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

São Cristóvão. Vista panorâmica


HOMENAGEM AOS ANTIGOS COMBATENTES DA GUERRA DO ULTRAMAR NATURAIS DA UNIÃO DAS FREGUESIAS DE FELGUEIRAS E FEIRÃO, CONCELHO DE RESENDE

No dia 2 de setembro de 2023, os combatentes naturais da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão do concelho de Resende e todos os seus amigos e familiares e demais pessoas conseguiram vivenciar um momento ímpar na valorização da coragem dos Homens que cumpriram missão no Ultramar.

O local que foi eleito para a cerimónia é irrepreensível. Nele o Céu, a Lua, as estrelas e demais elementos da Natureza se combinam e partilham as melhores confidencias que por vezes se fazem ouvir aqueles que o visitam e se deixam baloiçar pela beleza que o rodeia. Num só dia, o São Cristóvão pôde oferecer ao ser humano as quatro estações do ano e foi isso que aconteceu no dia em que os combatentes naturais dessas freguesias foram homenageados. Era por este local que os Combatentes passavam, a pé, quando se dirigiam para o Regimento de Infantaria 14, em Viseu ou para o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), atual Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), em Lamego.

O segundo momento da homenagem decorreu no recinto da Capela de S. Cristóvão e teve início às 15h00, com a celebração de uma missa em que se homenagearam os dois Combatentes de Feirão: Augusto Pereira Dias, soldado aplicador de metralhadora, que cumpriu comissão em Angola, integrando a Companhia de Caçadores 773 do Batalhão de Caçadores 774, tendo sido ferido em Combate e falecendo no dia 4 de agosto 1967, no Hospital Militar em Lisboa, após ter sido evacuado e Armando Pereira Coelho, 1.º Cabo Mecânico Auto que cumpriu comissão em Angola, integrando a Companhia de Caçadores 1311 do Batalhão de Caçadores 2855, falecendo no dia 25 de outubro de acidente e todos os restantes que ainda se encontram vivos e os que já faleceram durante a visa civil.

Também foram lidos pelos netos os testemunhos reais recolhidos, em vida, de dois combatentes: Albino Rodrigues Rocha, que cumpriu comissão de 1973- 1974 ,em Moçambique, pertencendo à CCS do Batalhão de Cavalaria 8421, tendo sido evacuado para a metrópole, após ter sido gravemente ferido e Manuel Fernando de Almeida Matos, 1.º Cabo, cumpriu comissão na Índia de 1960-1962, integrando a Companhia de Caçadores 12, onde foi feito prisioneiro em Goa.

No último momento do evento, todos aos presentes foram abrilhantados com um delicioso lanche, onde foram possíveis vários reencontros e partilha de experiências que perduram na memória dos combatentes.

Estiveram representadas várias instituições civis e militares, entidades autárquicas e Hugo Carvalho, deputado da Assembleia da República eleito pelo Distrito de Viseu.

Também se salienta a presença dos representantes do CTOE, Capitão Pereira; da GNR de Lamego, Capitão Luís Moreira e, ainda, um dos assessores do Sr. Presidente da República, coronel Pedro Leandro. Similarmente o Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes, esteve representado por elementos dos seus órgãos sociais, associados e respetivo Estandarte Heráldico.

Em suma, as emoções vividas e os afetos partilhados foram possíveis graças à colaboração de todos os combatentes, aos seus familiares e amigos, que com seriedade acreditaram, desde o primeiro momento, no objetivo de tal evento. Indiscutivelmente, foram colaboradores confiáveis e veículos de muito conhecimento.

Combatentes falecidos que foram homenageados
Quadro de fundo
Memorial. Placa evocativa
Memorial inaugurado no São Cristóvão
Autoras do projeto e Presidente da União das Freguesias
Capitão Pereira do CTOE de Lamego, Capitão Luís Moreira da GNR de Lamego e Coronel Pedro Leandro, Assessor do Gabinete da Casa Militar da Presidência da República
Cap Luís Moreira e Cor Pedro Leandro
Coronel Valdemar Lima, Presidente da Direcção do Núcleo de Lamego da LC; Nuno Pereira, Presidente da União das Freguesias e  Bruno Carvalho, Deputado da Assembleia da República.
Convívio
Lembranças oferecidas pelo senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão
Luciano Carneiro testemunhou a emboscada de que foi vítima Augusto Pereira Dias
O neto Bruno Pereira lendo o testemunho do avô Albino Rocha
O neto José Diogo Matos Silva lendo o testemunho do avô Manuel Fernando Almeida Matos
Os quatro irmãos Loureiro que foram ao Ultramar
Rafael Loureiro, Presidente da Assembleia das Freguesias; Jorge Duarte, Presidente da Junta e Vereadores
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao Presidente da Assembleia Municipal
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao senhor Coronel Pedro Leandro
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao senhor Coronel Valdemar Lima
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Fotos: © Foto Ideal (Editadas por CV)
Texto: Fátima Soledade e Fátima Silva

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Nota do editor

Vd. post de 10 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24545: Efemérides (406): Homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24545: Efemérides (406): Homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 9 de Agosto de 2023, com um convite para a cerimónia de homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023:

Caro amigo, Carlos Vinhal
Espero que se encontre bem e de boa saúde.
Mais uma vez, as Fátima`s solicitam a vossa colaboração, no sentido de dar a conhecer a próxima cerimónia que ocorrerá, no dia 2 de setembro, pelas 15h, no S. Cristóvão, em plena Serra de Montemuro de onde partiram muitos resendenses.

Serão homenageados todos os combatentes, onde se inclui dois mortos no cumprimento do seu dever em terras africanas - Augusto Pereira Dias, falecido no hospital militar em Lisboa, após ter sido gravemente ferido em Angola, no dia 4 de agosto de 1967, e Armando Pereira Coelho, falecido por motivo de acidente em Angola, no dia 25 de outubro de 1970.

Em anexo, enviamos o Convite de publicitação, ficando à Vossa Consideração.
Esperamos brevemente pela Vossa visita.
Recomendações sinceras para todos os responsáveis e colaboradores do blogue.

Muito gratas e com toda a estima,
Fátima Soledade e Fátima Silva (Fátima´s)

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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24543: Efemérides (405): No dia 8 de Agosto de 1970, zarpou de Lisboa o N/M Carvalho Araújo, levando a bordo a açoriana CCAÇ 2753, aportando em Bissau no dia 17 do mesmo mês (José Carvalho, ex-Alf Mil Inf)

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24382: Efemérides (394): 10 de junho de 2023: XXX Encontro Nacional de Combatentes, em Lisboa, Belém, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar



A Comissão Executiva para a Homenagem Nacional aos Combatentes 2023 promove no próximo dia 10 de Junho, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, o seu XXX Encontro Nacional. 

As cerimónias que ali terão lugar têm por objectivo reunir os Portugueses que queiram celebrar Portugal e prestar homenagem a todos aqueles que, ao longo da nossa História, chamados a servir o seu País, combateram em defesa dos valores e da perenidade da Nação Portuguesa.

Programa

10h30 – Missa por intenção de Portugal e de sufrágio pelos Combatentes que tombaram pela Pátria, celebrada por Sua Excelência D. Rui Manuel Sousa Valério, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, na Igreja de Santa Maria, Mosteiro dos Jerónimos;

12h15 – Abertura da Cerimónia junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, Forte do Bom Sucesso, em Belém;

12h16 – Palavras de abertura do Vice-Almirante António Carlos Rebelo Duarte, Presidente da Comissão Executiva;

12h19 – Leitura da mensagem de Sua Excelência o Presidente da República;

12h23 – Discurso alusivo à cerimónia pelo Prof. Dr. Rui Manuel Monteiro Lopes Ramos;

12h31 – Cerimónia inter-religiosa (Católica e muçulmana);

12h39 – Homenagem aos Mortos e deposição de flores;

13h02 – Hino Nacional pela Banda da GNR. Salva protocolar por navio da Armada;

13h10 – Passagem final pelas lápides;

Fim das cerimónias – Passagem de aeronaves da Força Aérea;

Almoço-convívio nos terrenos frente ao Monumento.

A Comissão Executiva para a Homenagem Nacional aos Combatentes 2023, convida os Portugueses a participarem, no Dia de Portugal, nas comemorações em memória dos seus Combatentes. As cerimónias decorrerão na Igreja de Santa Maria de Belém, nos Jerónimos, e junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém.

Fonte: Adapt de Correio de Lagos 30/05/2023 (com a devida vénia)
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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de junho de  2023 > Guiné 61/74 - P24378: Efemérides (395): Homenagem aos Combatentes da Freguesia de Cárquere, Concelho de Resende: ainda vivos, caídos em campanha, falecidos já na vida civil e um recruta falecido durante a instrução militar em 1962, a levar a efeito no próximo dia 17 de Junho pelas 16,00 horas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

terça-feira, 25 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24249: Efemérides (386): Homenagem aos combatentes do concelho da Lourinhã, no dia 25 de Abril de 2023


Foto nº 1

Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5

Lourinhã > 25 de Abril de 1974 > 10:00> Monumentos aos Combatentes do Ultramar > Homenagem aos combatentes do concelho que passaram pelos três teatros de operações da guerra do ultramar / guerra colonial, dos quais 20 faleceram em combate. Os seus nomes foram evocados pelo nosso camarada e amigo Jaime Bonifácio Marques da Silva (Foto nº 2). Um coroa de flores foi depositada na base do monumento. Usaram da palavra o presidente da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste o camarada Castro (fotos nº 3 e 5) e ainda o presidente do município, João Duarte (foto nº 4). Na foto nº 5, à esquerda, o ex-alf mil José Levy Soeiro, que pertencia à CCAÇ 3, em rendição individual, ao tempo da batalha de Guidage (já o convidei a integrar o nosso blogue; natural de Lisboa, vive no concelho da Lourinhã há mais de 20 anos; é amigo do nosso camarada A. Marques Lopes)

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2023. Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

Último poste da série> 23 de abril de  2023 > Guiné 61/74 - P24244: Efemérides (385): Convite para participação na homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue

domingo, 23 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24244: Efemérides (385): Convite para participação na homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, ambas filhas de antigos combatentes do ultramar, com data de 22 de Abril de 2023:

Boa noite, Carlos
Espero que se encontre bem.
Tal como lhe disse anteriormente e agradecendo todo o apoio prestado, envio o convite endereçado pela Senhora Presidente de Junta, Lurdes Ramos para a cerimónia de Homenagem aos Combatentes do Ultramar naturais da freguesia de Paus.(1)
A cerimónia é aberta à comunidade.

Serão homenageados todos os militares falecidos e vivos, naturais da freguesia de Paus, do concelho de Resende, mas em particular os três que faleceram em combate, são eles:
Amadeu de Oliveira (Angola)(2);
Joaquim Rodrigues (Guiné)(3) e
Lucídio Rasinhas (Guiné)(4).


Com muita estima e consideração,
Fátima Soledade e Fátima Silva


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Notas do editor:

(2) - Soldado Armas Pesadas da CCAÇ 390/BCAÇ 381. Falecido em combate em 29JAN63, em Úcua
(3) - Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2893. Falecido em combate em 15NOV70, em Nova Lamego
(4) - Soldado Atirador da CCAÇ 2405/BCAÇ 2852. Falecido em combate em 13JUL69, em Bafatá

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Notas do editor

(1) - Vd. poste de 18 DE MARÇO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24151: Efemérides (382): Homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue

Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24183: Efemérides (384): A tragédia do Quirafo foi há 51 anos, em 17 de abril de 1972... Em 2010 ainda havia vestígios da fatídica GMC... (Rogério Paupério / José António Sousa, membros da Tabanca de Matosinhos, ex-militares da CCAV 3404 / BCAV 3854, Cabuca, 1971/73)

sábado, 18 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24151: Efemérides (382): Homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue

1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, ambas filhas de antigos combatentes do ultramar, com data de 8 de Março de 2023:

Boa noite:
Venho mais uma vez solicitar colaboração.
Eu e outra colega estamos a preparar mais uma sentida homenagem aos antigos combatentes mortos e vivos. Vai constar também uma homenagem a três falecidos em combate e dois deles falecidos na Guiné, são:
- Joaquim Rodrigues, que nasceu no lugar do Vale, na freguesia de Paus. No dia 15 de novembro de 1969 embarcou para a Guiné, em Lisboa, no cais da Rocha Conde de Óbidos, no Uíge, integrado na 
Companhia de Comando e Serviços (CCS) do Batalhão de Caçadores 2893. Foi mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 10 de Chaves. Faleceu no dia 15.11.1970.
- Lucídio Rasinhas que nasceu no lugar de Fazamões, na freguesia de Paus. Foi integrado na Companhia de Caçadores 2405 (CCaç 2405) do Batalhão de Caçadores 2852 (BCaç 2852). Faleceu no dia 13.07.1969.

Gostaríamos, portanto, de acolher na nossa terra, no dia 29 de abril, para uma breve apresentação sobre a presença dos militares na Guiné, o Carlos Vinhal ou outro elemento do blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné".
Ficar-lhe-íamos muito gratas.

Com os melhores cumprimentos,
Fátima Soledade e Fátima Silva


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2. Comentário do editor:

Como o nosso Editor Luís Graça está, neste momento, a passar dias conturbados por causa de um problema de saúde grave num elemento da sua família, e eu tenho, no mesmo dia, no meu Concelho o Dia do Combatente de Matosinhos, convidei o nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro, a representar o nosso Blogue no evento de Resende. O Eduardo não só aceitou, como também se vai fazer acompanhar do nosso amigo e camarada Casimiro Carvalho.
O Casimiro Carvalho falará dos trágicos acontecimentos que viveu em 1973 no leste da Guiné e o Eduardo Magalhães dos últimos dias da presença portuguesa na Guiné-Bissau, que não sendo de violência, foram de grande tensão e emoção.
O nosso Blogue está seguramente bem representado.

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Nota do editor

Último poste da série de 8 DE FEVEREIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24046: Efemérides (381): Os 60 anos da formação dos primeiros Comandos, em Zemba, Angola... Convite para a sessão solene comemorativa do encerramento das Comemorações, no auditório do Instituto de Defesa Nacional, Lisboa, 15/2/2023, 17h00 (Associação de Comandos)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24056: Facebok...ando (72): Nós, os antigos combatentes, porque nos tornaram proscritos? (Angelino Santos Silva, ex-fur mil 'cmd', 26ª CCmds, Bula, Teixeira Pinto e Bissau, 1970/72)


Capa e contracapa de um dos romances históricos do nosso camarada Angelino Santos Silva, "Geração de 70: época das chuvas" (edição de autor, 2014). (*)


I. O Angelino  Santos Silva (foto atual à esquerda), publicou na sua página do Facebook (em 16 de janeiro último) e replicou, na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça, a reflexão, que a seguir reproduzimos (com a devida vénia), sobre a nossa geração de combatentes da guerra colonial, nascida nos anos 40. 

O Angelino aceitou o nosso convite para ingressar na Tabanca Grande, a comunidade virtual de amigos e camaradas da Guiné que se reune neste blogue. Iremos apresentá-lo brevemente à nossa tertúlia.

Para já aqui um breve apontamento biográfico do autor:

(i) nasceu em novembro de 1948, na aldeia de Recarei, concelho de Paredes;

(ii)  concluído o ensino básico, fez os seus estudos na cidade do Porto;

(iii) aos 17 anos entra na Efacec como estagiário escolar, situação que se manteve até ingressar no Serviço Militar Obrigatório;

(iv) como trabalhador-estudante faz o SPI para entrada no Instituto Industrial do Porto;

(v) em 1969 vai para o CIOE, em Lamego, para frequentar o Curso de Comandos, com vista à Guerra Colonial Portuguesa em África;

(vi) integrado na 26ª Companhia de Comandos, em março de 1970 embarca no navio Niassa para a Guiné, local onde esteve 22 meses (passando por  Bula, Teixeira Pinto e Bissau);

(vii)  em março de 71, sofre em combate um "acidente" provocado por mina anticarro que o projecta a cerca de 30 metros; porque ia dependurado no lado contrário ao rebentamento da mina, quis a sorte que ficasse apenas com algumas queimaduras nas costas, provocado pela água da bateria do camião cisterna, que ficou completamente destruído; sorte, que não tiveram os camaradas dentro do camião; esteve hospitalizado dois meses;
 
(viii) regressado à Efacec em 1972, inicia a carreira profissional como Técnico de Projetos de Engenharia de Equipamentos de Produção e Distribuição de Energia Elétrica, profissão que manteve até 1982;

(ix) em 1982 despede-se da Efacec e inicia uma nova carreira profissional como vendedor de Produtos Químicos de Manutenção Industrial; promovido a Chefe de Vendas ao fim de meio ano, foi promovido a Diretor Técnico/Comercial da zona Norte, ao fim de três anos, cargo que ocupou durante 20 anos na Quimivenda;

(x) o gosto pela escrita em prosa e poesia é de sempre, mas apenas em 2010 começou a publicar os seus textos; Pedaços de Vida foi o seu primeiro romance.(**)

(xi) sabemos que frequenta as Tabancas de Matosinhos e dos Melros;

(xii) contactos: Angelino Santos Silva > telem 912 998 600 | email: angelinosantossilva@gmail.com

 Fonte: Adapt. de Wook (com a devida vénia)


II. Facebok...ando  (***) > Nós, os combatentes: Porque nos tornaram  proscritos?

por Angelino Santos Silva

1. Para responder à questão, temos de recorrer à História, não só à que nos diz directamente respeito, mas também à dos nossos pais, ou seja, à história do país do séc. XX.

A vida é um somatório de passos por caminhos sinuosos com encruzilhadas à mistura. Por vezes temos dúvidas quanto ao caminho a tomar, porém, temos consciência de que temos de prosseguir por um. Noutros, alguém os escolhe por nós sem apelo nem agravo e poucas saídas nos restam para o evitar e sempre com custos elevados.

Nós, os Combatentes pertencemos a este último grupo: perante a maior encruzilhada que a vida nos reservou, alguém nos traçou o caminho e sem qualquer recurso, tivemos que o percorrer.

Vamos aos factos históricos.

A nossa Geração nasceu no período compreendido entre o início da II Guerra Mundial e poucos anos após o fim da mesma, ou seja, entre 1941 e 1953. Olhamos à distância de 70 ou 80 anos e sentimos um amor incomensurável pelos nossos pais, que nasceram no período compreendido entre o fim da Monarquia e os princípios da I República.
 
Enquanto miúdos, víamos o enorme sacrifício que faziam para nos subtrair a um estilo de vida de grande dificuldade que lhes era imposto pelo Estado Novo. Nessa época quase metade da população portuguesa era analfabeta, principalmente nas aldeias, sendo que – analfabeto  – significava apenas não saber ler e escrever com desenvoltura, porque da vida e do trabalho os nossos pais eram mestres: aos dez anos iniciavam uma profissão, aos vinte sabiam quase tudo sobre a mesma e aos trinta eram mestres na arte que escolheram para ofício. 

Para um país retrógrado como era o nosso, tal capacidade e empenho significava uma enorme riqueza, não aproveitada por um regime que mantinha pobre o seu povo e fazia da emigração, ou antes, dos dinheiros enviados pelos emigrantes, o seu pote de ouro. Porém, beneficiaram os países que acolheram a emigração, aproveitando a mão-de-obra barata depois do descalabro da II Guerra Mundial.

Por cá, o esforço e empenho dos nossos pais, também não foram aproveitados por quem tinha o dever de melhorar o nível social do país e acompanhar o desenvolvimento social da Europa do pós-guerra mundial. Aproveitamos nós - seus filhos - cada um por si e todos criamos condições para melhorar a vida de nossas famílias. 

E assim aconteceu: perante cada encruzilhada que nos foi surgindo após o Serviço Militar, não tivemos grandes dúvidas em escolher um caminho, sempre com os olhos postos no exemplo de nossos pais: os que continuaram a estudar após a 4ª classe (o ensino básico era obrigatório até aos 14 anos para quem reprovava) fizeram-no com o intuito de arranjar o melhor emprego possível e os que foram trabalhar legalmente após os 14 anos de idade, fizeram-no com o mesmo propósito. 

Todos melhoramos substancialmente as nossas vidas, criamos as bases para erradicar o analfabetismo e os nossos filhos têm hoje um razoável nível de vida. Parte significativa é licenciada e alguns já exibem um doutoramento. 

Porém, os seus filhos – nossos netos – estão nos antípodas das gerações de seus avós e pouco sabem sobre a nossa missão enquanto Combatentes na Guerra Colonial em África. Tudo é diferente nesta Nova Geração. Aparentemente, os miúdos do Séc. XXI – aos quais designo por Geração de Cristal – têm tudo ao seu alcance, mas na realidade, perante uma encruzilhada que lhes surja pela frente, já não têm tanta certeza, como a tiveram os seus pais e avós. 

É claro, que não é por culpa própria, mas sim pelas decisões políticas erradas tomadas pelas elites governantes, que a pretexto de salvar a “economia” criam dificuldades inultrapassáveis para a maioria das pessoas. 

Esta nova forma de “olhar o mundo“ e geri-lo sob um conceito estritamente económico, - o mesmo que dizer, proteger interesses dos mais ricos - está a transformar a vida dos jovens em uma “caixa de Pandora”. No ensino, parte dos cursos académicos estão desajustados às necessidades do tempo actual e de pouco servem aos licenciados, que se veem obrigados a aceitar um emprego para o qual não estudaram, precários e mal remunerados

Além da frustração que tal opção acarreta, os jovens tornam-se permeáveis aos problemas de foro psíquico e o recurso aos antidepressivos é cada vez mais frequente. Portugal é um dos países da Europa com maior prevalência do número de doenças psiquiátricas. 

No primeiro semestre de 2022 os portugueses compraram perto de 10,9 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos e antidepressivos, o que representou um encargo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de cerca de 32,5 milhões de euros. Em média, venderam-se mais de 59.732 embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos por dia, totalizando 10.871.282 nos primeiros seis meses do ano, o que representa um aumento de 4,1% face ao mesmo período de 2021 (10.439.500), segundo dados do Infarmed.

A pandemia veio acelerar este consumo, sendo que nos jovens se verificou o maior aumento.

Ao prosseguir nesta forma de “olhar o mundo”, ou seja, sob orientação puramente económica, chegaremos a 2030 com uma juventude sem perspectivas quanto ao futuro, com um curriculum académico puramente administrativo que pouco serve, sem emprego ou com emprego mal pago, insuficiente para fazer face à vida. 

Chegados aqui, teremos a Geração de Cristal transformada na “Geração dos Nem Nem” ou seja, Nem estudam, Nem trabalham, porque mais vale viver de subsídios. Se isto não for corrigido, a geração dos nossos netos será confrontada com um recuo civilizacional de um século e chegará ao tempo da Monarquia.

2. É muito importante que falemos aos nossos netos. É muito importante que lhes expliquemos, porque motivo existe, desde o 25 de Abril, um esforço da parte dos governantes em ignorar os Combatentes e se possível, fazer deles, cidadãos Proscritos ou seja, banidos da História de Portugal.
 
3. Este esforço tem sido feito por todos os governos com maior ou menor disfarce e todos comungam do mesmo objectivo: passar em branco as páginas da História da Guerra Colonial e nela, a dos Combatentes.

4. Cabe-nos, não permitir que tal objectivo tenha sucesso. Como fazer isso? Escrever. Escrever muito sobre nós, Combatentes.

5. Porque o tempo não pára e porque estamos confrontados com a verdade inquestionável da idade, deparamos com uma nova e derradeira encruzilhada: escrever sobre nós, utilizar as redes sociais falando sobre nós, porque no ensino escolar ninguém o faz.
 
6. Os nossos filhos também não, porque ao longo da vida familiar pouco falamos sobre a nossa presença em África, absorvidos que estávamos – tal como os nossos pais – a trabalhar para lhes dar um nível social melhor do que o nosso.
 
7. Entre nós falamos muito, facto que por vezes causava espanto aos nossos familiares, quando nos acompanhavam aos Encontros Anuais e encontros de ocasião.

8. Mas devemos falar mais, porque o tempo urge. Seremos hoje cerca de 250 mil, número com algum impacto, se unidos, coisa complicada num país que se uniu para derrubar o Estado Novo, mas logo se dividiu nas artimanhas dos políticos.
 
9. Porque, parte significativa de nós anda entre os 70 e 80 anos – os mais velhos já ultrapassaram este limite – daqui a 10 anos seremos talvez, menos de 50 mil, porque segundo as estatísticas é na idade dos 80 em diante que morre mais gente. Não fugiremos a esta realidade, até porque em cima de nós vieram algumas mazelas que nos causaram desgaste físico e psíquico.

10. De abril de 74 para cá, temos andado divididos entre religião, futebol e política. Tem sido este o desenho bem aproveitado pelos políticos, que sabem que quem não tem potencial para fazer lóbi, fica irremediavelmente para trás. E assim tem acontecido e acontece com os Antigos Combatentes, disfarçado com esmolas que “desarmam” alguns.
 
11. Se nos achamos injustiçados e entendemos fazer alguma coisa, está na hora de encontrar o caminho, porque o tempo urge e já não teremos outra encruzilhada pela frente. Esta será a última das nossas vidas.

• Quanto à pergunta, PORQUE NOS TORNARAM PROSCRITOS?

A resposta é fácil: depois de manipuladas e arregimentadas as gerações que fizeram a Guerra Colonial e, por consequência, a divisão do grupo de Capitães/Combatentes, que se tinham unido para derrubar o Estado Novo, nenhum dos governantes conheceu a guerra colonial portuguesa em África.

Um abraço a todos Combatentes.

Angelino dos Santos Silva
Combatente na Guerra Colonial Portuguesa na Guiné-Bissau

[Revisão e fixação de texto / Negritos, para efeitos de edição deste poste no nosso blogue: LG]
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de
14 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15486: Notas de leitura (788): “Geração de 70”, por A. Santos Silva, Euedito, 2014 (Mário Beja Santos)