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terça-feira, 7 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19757: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (13): Felizmente, estou vivo; infelizmente, não poderei ir a Monte Real, no dia 25... De qualquer modo, aqui deixo as minhas saudações a todos os participantes (Antero Lopes, Alcides Silva, Anselmo Reis, António Duarte, António Murta, António Ramalho, António Santos, Carlos Baptista, Durval Faria, Eduardo Santos)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > A família António Santos: António Santos, Graciela, Sandra, Catarina e Raquel (Caneças / Odivelas)... Só falta, na foto, o Rui, que é o genro, mas que também veio.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Duas famílias com direito a mesa reservada: o António Santos (à esquerda, 6 pessoas) (Caneças / Odivelas) e o António Osório (à direita, 3 pessoas) (Vila Nova de Gaia)..  Este ano o António Santos não ve, (tem nesse dia em Paredes o encontro do seu Pelotão de Morteiro 4574/72, e o Antóni Osório ainda não se inscreveu...

Fotos: © Manuel Resende (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís GRaça & Camaradas da Guiné]


Foram enviados convites aos amigos e camaradas da Guiné que constam da nossa base de dados.  Pedíamos também que fizessem "prova da vida"... 

Publicamos hoje as dez primeiras respostas daqueles que infelizmente não poderão estar connosco, por esta ou aquela razão, em Monte Real, no dia 25. 

Cerca de 3 dezenas de camaradas e amigos já nos disseram, pessoalmente ou por escrito, que não podiam vir este ano.  Alguns têm, no mesmo dia, o convívio anual da sua unidade ou subunidade.  É o caso, por exemplo,  do pessoal de Bambadinca de 1968/71, incluindo os meus camaradas da CCAÇ 12 (que vão estar no Porto, comemorando os 50 anos da nossa partida para o "degredo", em 24 de maio de 1969).

A todos os que tiveram a gentileza de nos responder, o nosso obrigado. E esperemos que haja ainda oportunidade, motivação, saúde e coragem para fazer mais algum(uns) encontro(s). 



1. Antero Lopes, quinta, 2/05/2019, 00h17

Caro Luís Graça,

Obrigado pela mensagem e parabéns pela excelente iniciativa. Farei o possível para ir, se me conseguir libertar das tarefas que tenho na ONU... em Bissau.

Forte abraço,

Antero Lopes
(WhatsApp +245...)

2. Alcides Silva, 2 de maio de 2019, 10h54

[membro da nossa Tabanca Grande desde 15/5/2010; foi 1.º cabo estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69]

Bom dia,  Amigo Luís Graça, recebi o convite, mas informo que não estarei presente, as viagens distantes para mim chegaram ao fim, não aguento as viagens por problemas de coluna e provoca uma dor nas pernas que não aguento, mas também nesse dia, 25 de Maio de 2019, é o aniversário do Batalhão, que vai ser celebrado em Vila Nova de Gaia, no Quartel de Artilharia por onde fomos mobilizados, que também não vou lá estar, os problemas de saúde já são alguns, tenho os rins a trabalhar a 42%, de forma que tenho de evitar muita coisa para ir levando a vida com calma enquanto não chegar a hora da ultima viagem.

Obrigado pelo convite, um abraço, Alcides.

3. António Santos, 2 de maio de 2019, 17h03:

[ex-sol trms, Pelotão de Morteiros 4574/72, Nova Lamego, 1972/74; o último encontro que veio, com a família em peso, foi o de 2016]

Caro camarada Luís

Eu, e os meus, estamos bem de saúde.  Não tenho ido ao almoço da Tabanca, porque o do meu pelotão tem coincidido na mesma data, e, como deves calcular, primeiro avanço para o meu pelotão (quase 2 esquadras).

Portanto no dia 25 de maio, passo perto, pela A-8, mas direito a Paredes. Entretanto estou a contar de ir ao próximo almoço da [Tabanca da] Linha. (...)

Um alfa bravo do António Santos

Noprodigital, Lda.
Tel.: +351 219 809 880
Fax: +351 219 809 889
www.noprodigital.pt



[Anselmo Garvoa (ex-Fur Mil, CCAÇ 2315 / BCAÇ 2835, Mansoa, de Janeiro de 1968 até ser ferido em combate em 30/9/1968, e evacuado para o HMP; entrou para a Tabanca Grande em 22/12/2010]

Estou vivo, gostaria de poder ir mas não posso,
5. António Murta  quinta, 2/05/2019, 22:42

[ex-alf mil linf, MA, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74; tem mais de 75 referências no nosso blogue; vive em Buarcos, Figueira da Foz, nunca veio a nenhum dos nossos encontros]

Amigo e camarada Luís Graça. Estou vivo, sim, mas não vou a Monte Real. Grande abraço do António Murta

6. António Duarte, 3 de maio de 2019, 06h10

[ex-fur mil da CART 3493,  a Companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972-1974; foi transferido para a CCAC 12 (em novembro de 1972, e onde esteve em rendição individual até março de 1974); economista, bancário reformado, formador, com larga experiência em Angola; tem meia centena de referências no nosso blogue]
Infelizmente este ano não vamos, pois até Setembro estarei em Macau, associado a um projeto num banco.

Desejo que tudo corra muito bem e que sejamos todos felizes

Abraço, António Duarte (Cart 3493 e Ccaç 12)

7. Carlos Baptista, 3 de maio de 2019, 22h46

[ Carlos Manuel Baptista Nunes, Marinheiro Fuzileiro Especial do DFE 8, Ganturé (Begene), Cacheu e Gampará, 1971/73; entrou para a Tabanca Grande em 11/7/2015]

Gostaria de poder ir,  mas, atendendo a que se trata de um convívio - e não, de um casamento - penso (salvo melhor opinião) que as [35]  morteiradas bem que podiam ser de 60 ou 80 mm, em vez de 120 mm.

Aquele abraço, Carlos Baptista

8. António Ramalho, 4 de maiode 2019, 09h37

[ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue]



Caro Luís Graça, bom dia!

Ainda não será este ano que irei conviver convosco e conhecer-te pessoalmente.

Sou voluntário do BACF de Lisboa  [, Banco Alimentar contra a Fome,] e é nesse fim de semana precisamente que fazemos a recolha bianual de bens alimentares para aqueles que mais necessitam, junto das grandes superfícies comerciais.

Tenho uma vasta zona fora de Lisboa que não me permite "desenfiar-me" ao compromisso assumido.
Vou-me contentando com os Almoços em Algés [ Tabanca da Linha,] que não têm essa dimensão!

Mais uma vez te elogio pelo blogue que criaste pois todos os temas nele inseridos são de uma qualidade extraordinária, contam-me situações que eu desconhecia e avivam-me a memória de outras!

Desejo-vos um excelente convívio, irei contentar-me em ver a reportagem fotográfica.
Um forte abraço para ti extensivo a todos os que comparecerem.

António Fernando Rouqueiro Ramalho (membro da Tabanca Grande nº 757)

9. Durval [Carlos Simas] Faria, 4 de maio de 2019, 13h33

[ O nosso camarada açoriano,  de Lagoa, São MIguel, ex-fur mil Durval Faria, um dos primeiros de nós, a partir para a Guiné, logo em 1962... Pertenceu à CCAÇ 274 / BCAÇ 356 (1962/64)... O Durval Faria chama-lhe Companhia de Caçadores Especiais nº 274, constituída por militares das lhas de São Miguel e Santa Maria]
Infelizmente não posso estar presente. Grande abraço. Durval Faria
10. Eduardo Santos, 4 de maio de 2019, 12h18

[ex-1.º Cabo Cripto, CCS/BCAV 1915 (Nova Lamego e Bula, 1967/69)]

Boa tarde, amigos. Quanto ao encontro de Monte Real, agradeço o contacto, mas infelizmente não poderei estar presente. Faço votos que surja nova oportunidade. Tudo de bom para todos, excelente convívio, obrigado.
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Nota do editor:

Último poste da série > 6  de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19753: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Nós vamos a Monte Real, sábado, dia 25 de maio, e já nos inscrevemos antecipadamente... (Ernestino Caniço / Tomar, José Barros Rocha / Penafiel, José Manuel Cancela e Carminda / Penafiel, Manuel Resende / Cascais, Manuel Gonçalves e Tucha / Cascais, Manuel Reis / Aveiro)

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16179: Facebook...ando (39): O crocodilo do Rio Ganjola (Alcides Silva, ex- 1.º cabo estofador, CCS / BART 1913, Catió, 1967/69)


´Guiné > Região de Tombali > Catió > Ganjola > c. 1967/69 > Um crocodilo apanhado por militares no rio de Ganjola. O zebro parece ser dos fuzileiros. Amigos e camaradas, não confundam crocodilo e jacaré. Na Guiné não há, nem havia no nosso tempo, jacararés...

Foto: © Alcides Silva (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legenda: LG]




1. Alcides Silva é membro da nossa Tabanca Grande desde  15/5/2010; foi 1.º cabo estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69); e faz anos amanhã, 10 de junho (*)


Há tempos o  Alcides Silva (que tem página no Facebook) postou a foto acima, na nossa página da Tabanca Grande. Perguntámos-lhe a data e o local exatos onde tinha ocorrido esta "pescaria" ou "caçaada"... E se a foto era dele.

Ele, ponta e honestamente esclareceu: 

"Não, essa foto alguém, ma deu,  dos que andaram em Catió, já não faço ideia quem são os pescadores. Há dias a mexer nas minhas memórias encontrei essa e resolvi postá-la. Sei que o crocodilo foi pescado no rio,  em Ganjola, onde estava  um pelotão da companhia operacional, para proteger um comerciante que lá existia [, o sr. Brandão]. Quando o  Spinola foi para governador da Guiné, acabou com essa brincadeira de estar a tropa a proteger um civil. Houve uma ocasião em que  esteve em risco a vida de todos que lá estavam". (**)

Sobre o BART 1913 (Catió, 1967/69) temos  mais de 70 referências no nosso blogue.
_____________

Notas do editor:

(*) 15 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6394: Tabanca Grande (219): Alcides Silva, ex-1º Cabo Estofador (e não ex-Sold Cond Auto...), CCS / BART 1913, Catió, 1967/69

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15633: Inquérito 'on line' (29): "A tropa fez de mim um homem"... Em 100 respostas, 34 dizem Sim, 21 dizem Não, 42 dizem Nim... Comentários de A. Sousa de Castro, António Carvalho [de Mampatá], Leão Varela, Alcides Silva, Juvenal Amado e Hélder Sousa...

Motoqueiros de Alcobaça > 1965, Foto: © Juvenal Amado (2016). 
Todos os direitos reservados
A. Mais alguns comentários de camaradas  nossos, relativamente ao tema que está a serobjeto de inquérito de opinião, no nosso blogue, esta semana (*):



Sousa de Castro:

Não sei se a tropa fez de mim um homem!... A educação que me deram fez de mim uma pessoa responsável, no entanto admito que na tropa me tornei mais maduro, acho também que no tempo de hoje a tropa obrigatória seria muito bom para muita juventude dos 20, tornavam-nos mais responsáveis, mais calmos...

Hoje rapaziada não valoriza aqueles que obrigatoriamente tiveram que ir à tropa. Recordo-me aquando da minha inspecção ainda se valorizava ser ou não apurado, era... como dizer, sinónimo de pessoa saudável, prestável. 

Para mim a minha maior preocupação era não ir para a Guiné, Angola ou Moçambique tudo bem. No final senti-me satisfeito com a minha prestação e nunca me arrependi de ter participado na guerra colonial. Naquele tempo muitos mancebos pensavam que era obrigação um dever de todos servir e defender a Pátria, nomeadamente os menos informados, como eu por exemplo.

Carvalho de Mampatá:

Fez de mim um homem?

Como posso saber o homem que seria se por lá não tivesse passado ! Sim, se não tivesse passado pela Guiné, hoje, eu seria uma outra pessoa. De facto a Guiné mudou-me, mas o mesmo não direi da simples incorporação e permanência nos quarteis de cá, que pouco me marcou. 

Motoqueiros de Alcobaça > 1965
Foto: © Juvenal Amado (2016).
Todos os direitos reservados.  
Na Guiné, no confronto com culturas distintas da minha, durante mais de dois anos no meio de um conflito sem fim, ao serviço de uma causa cada vez mais notavelmente perdida, assistindo a mortes na Primavera da vida, longe do afecto da família, abandonado no meio de uma selva traiçoeira... esta Guiné mudou-me, se não fez de mim um homem, fez de mim um homem diferente,fez-me mal.


Leão Varela:

Já respondi ao Inquérito com um "Falso",  pois, para mim, quem me ajudou a ser um homem foi o meu saudoso pai.

Contudo, acrescentei que a tropa no seu todo me beneficiou em alguns aspetos que ainda hoje completam o meu "eu":

- Sentido de responsabilidade;
- Capacidade de organização pessoal;
- Capacidade de comando na minha vida profissional;
- Espírito de solidariedade e de camaradagem.


Alcides Silva

Camaradas, para mim a tropa só atrapalhou a minha vida mas adquiri alguns ensinamentos, por exemplo, não confiar tanto no outro.

Eu, com 15/16 anos,  sabia bem a minha posição na sociedade, com 14 anos passei a trabalhar com o meu pai, ele era bastante rígido no trabalho, comecei a programar sair para outro lado, com 16 anos fui trabalhar para uma empresa em trabalho diferente. 

Sempre me adaptei as situações, desde jovem sempre soube gerir a minha vida, apesar de entregar sempre o meu ordenado em casa. Trabalhando horas extras,  esse valor ficava para mim, fui juntando o possível para quando chegasse o tempo de tropa não pedir nada ao meu pai.

Andei 41 meses na tropa, fui para a Guiné, já tinha cumprido cá 18 meses, estava na Guiné hà 7 meses recebia a noticia de que o meu pai tinha falecido, resultante de um cancro, que era desconhecido e, assim fui ultrapassando as dificuldades, nunca fiz gastos desnecessários, hoje estou reformado como bancário, oportunidade que surgiu depois de chegar do Ultramar e assim se vai vivendo.

Cavaleiros de Sabugal em dia de ir às sortes, 1968
Foto © José Corceiro (2011).
Todos os direitos reservados. 
Juvenal Amado:

Se não foi à tropa será menos homem?

Penso que não.
Na minha família todos os homens foram militares, eu fui o terceiro a participar na guerra colonial. o meu irmão foi em 1966 para Moçambique, o meu primo Mário um ano mais tarde para Angola (um dos motoqueiros da fotografia; penso que é o único de óculos). 

Mas conheço muitos homens bons que não foram há tropa e são homens de corpo inteiro na cidadania e profissionais exemplares. Dito isto, penso que a tropa não faz de ninguém um homem, até porque hoje também há milhares de mulheres fazem serviço militar por este Mundo, fora o que não faz delas homens ou mulheres .

No caso dos homens que participaram na guerra colonial, alguma coisa mudou neles obrigatoriamente, mas não foi isso que fez deles uns homens.


Hélder Sousa:

Não me parece haver uma resposta simples para esta questão.

Que ela é pertinente, disso não tenho dúvidas. Aliás,  essa era uma frase muitas vezes ouvida: uma vezes soava como ameaça, outras como premonitória, outras esperançosa.
E, afinal, a 'tropa' faria ou não de nós uns 'homens'?
Sim. E não!
Dependo do ponto de vista e do que se estiver a referir.
Não falo do 'crescimento' físico, pois isso seria resultado natural da evolução humana. Nem é a esse aspecto que a frase [que o Juvenal colocou muito bem como título do seu livro, que vai ser lançado no dia 23, sábado, às 16h30, em Lisboa] se refere.  A(s) intenção(ões) da frase dizem mais respeito ao 'crescimento' interior, ao amadurecimento, portanto à maturidade.
Claro que não é obrigatório que tal só possa ser conseguido através da 'tropa', mas que, no 'nosso tempo' isso contribuiu para muitas coisas boas, sou da opinião que sim.

Disciplina alimentar, regras básicas de higiene, procura de autonomia e autosuficiência, etc. foram coisas que, no 'nosso tempo', repito, muito contribuíram para um maior e melhor conhecimento do País e suas realidades gerais, com jovens do interior a terem a visão do litoral e vice-versa e com isso a tomarem consciência.

Se a isso se acrescer o que se veio a revelar como a entreajuda, a solidariedade, a partilha, etc. temos, por aí, uma pista para se poder dizer que "se não nos fez ser 'um homem' contribuiu bastante para um 'crescimento' mais acelerado".


2. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "SIM, A TROPA FEZ DE MIM UM HOMEM"


1. Totalmente verdadeiro  > 6 (6%)

2. Verdadeiro  > 28 (28%)

3. Nem verdadeiro nem falso  > 42 (42%)

4. Falso  > 14 (14%)

5. Totalmente falso  > 7 (7%)

6. Não sei responder  > 3 (3%)

Total de respostas: 100 (100,0%)

Prazo para responder: 21 de janeiro de 2016, 10h06
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 16 de janeiro de  2016 > Guiné 63/74 - P15622: Inquérito 'on line' (28): "A tropa fez de mim um homem"?... Nem sim nem não, metade da malta (12 em 24) responde "nim", "nem verdadeiro nem falso"... Inquérito em curso até 5ª feira...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15594: Inquérito 'on line' (26): "Em 2016 prometo enviar mais fotos e/ou textos para o blogue"... Amigo/a, camarada, até domingo, às 18h44, promete que sim... Precisamos DESESPERADAMENTE de mais fotos e textos em 2016...


Foto nº1


Foto nº 1 A

Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > Vista aérea de Bajocunda, que ficava a 11 km de Pirada, sede do batalhão.  Vê-se,  ao fundo, a pista de aviação. Foto (editada), proveniente do álbum do nosso camarada, de Silves, Amílcar Ventura.

Foto: © Amílcar Ventura (2009). Todos os direitos reservados. com a devida vénia

A. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "EM 2016 PROMETO ENVIAR MAIS FOTOS E/OU TEXTOS PARA O BLOGUE"

1. Sim, vou enviar mais fotos  > 14 (36%)



2. Sim, vou enviar mais textos  > 9 (23%)



3. Talvez mande alguma coisa  > 13 (34%)


4. Não, não tenciono mandar mais fotos  > 3 (7%)


5. Não, não tenciono mandar mais textos  > 1 (2%)



6. Não sei  > 5 (13%)

Votos apurados: 38
Fim da consulta:  domingo, dia 10, 18h44


B. Comentário do editor:

Amigo/as, camaradas: mais uma consulta... Termina domingo, dia 10, às 18h44... Desta vez, todos/as podem responder:

Há ou não mais textos e/ou fotos para mandar, este ano, para o blogue ?

Para já temos 38 respostas... Mas precisamos de mais... Acreditamos que o "filão da Guiné" está longe de se esgotar... É preciso "rapar o fundo ao tacho", camaradas... Precisamos DESESPERADAMENTE de mais textos e fotos para alimentar o "bicho insaciável" do nosso blogue... Por enquanto, isso ainda não paga IVA...

Apelamos sobretudo aos "periquitos" que ainda têm muito para dar ao nosso blogue... E aos "velhinhos", para que que tragam pela mão um filho, um neto, um bisneto...

Um dia ainda haveremos de orgulharmo-nos do nosso blogue e da Tabanca Grande que construímos juntos, tijolo a tijolo, morança a morança, poilão a poilão, irã a irã...

Alguns camaradas, poucos, já tiveram a gentileza de responder ao nosso convite, desafio, apelo,  provocação, grito, SOS... Aqui ficam os seus nomes e respostas (que são também uma forma de "prova de vida"):

José Rodrigues Firmino: 
"Bom ano, tenciono enviar algumas fotos, aquele abraço".

Rui Santos: 
"É claro que serão fotos do tempo de tropa, 
pois outras não fariam sentido, 
vou tentar descobrir algumas que ainda não foram publicadas. 
Prometo !!!"

Alcides Silva:
 "De momento não tenho nada presente ou em memória para enviar, 
com o tempo a passar poderá surgir alguma coisa,
Bom Ano para todos."

Armando Costa: 
"É para já, vou enviar mais fotos, 
é só algum tempo para digitalizar o álbum. 
Um abraço e 2016 em grande".

Silvério Dias: 
"Prometo enviar mais textos, palavra do 651! 
Abraço de tabanqueiro!"

______________

Nota do editor:

Último poste da série > 6 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15586: Inquérito 'on line' (25): Num total de 73 respondentes, há 31 (42,5%) que garante que o "fiel amigo", o bacalhau nunca faltou no Natal, no tempo da guerra"... Mas 1 em casa 4 não sabe ou não se lembra, o que é natural, depois de tantos Natais passados e de tantos fardos de bacalhau comidos...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15147: Inquérito online: resultados preliminares, num total de 110 votos, 1 em cada 5 nunca teve férias; 3 em cada 4 veio à metrópole, uma ou mais vezes... Encerramento das "urnas": 2ª feira, 28/9/2015, 14h05


Guiné > Bissau > Bissalanca > Transportes Aéreos Portugueses  > Avião Super Constellation. Foto do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO), o primeiro à direita... Cortesia do seu blogue JERO > 10 de dezembro de 2009 > Lisboa-Bissau em nove horas. (Foto editada e reproduzida por LG, com a devida vénia).

A. Resultados preliminares da nossa sondagem desta semana, quando faltam 4 dias para fechar as "urnas"... Nº de votos apurados (até às 14h00): 110


SONDAGEM: "DURANTE A COMISSÃO, NUNCA VIM DE FÉRIAS À METRÓPOLE"


1. Vim uma vez  > 37 (33,6%)


2. Vim duas vezes  > 39 (35,5%)



3. Vim três vezes  > 6 (5,4%)



4. Fiz férias em Bissau  > 6 (5,4%)


5. Fiz férias nos Bijagós > 0 (0%)

6. Fiz férias no interior > 0 (0%)

7. Nunca tive férias  > 22 (20,0%)



Votos apurados: 110
Dias que restam para votar: 4 (até 28/9/2015, às 14h05)

Comentário do editor: mais uma vez se comprova que os leitores deste blogue (ou, pelo menos, os que votam neste tipo de sondagem digital) não representam (nem têm a veleidade de representar) o universo dos nossos combatentes que passaram pelo TO da Guiné, entre 1961 e 1974...

Os resultados finais deste tipo de  "sondagem" dependem sempre da oportunidade e vontade do leitor (ou visitante) em responder... Por outro lado, nunca sabemos quem responde (e quem não responde): por exemplo, posto, arma, especialidade, ano em que foi mobilizado, etc.   Nem podemos garantir que não haja duplicações, ou até votações feitas com má fé (por ex., leitores ou visitantes que não foram combatentes no TO da Guiné, durante a guerra colonial).

No caso da licença de férias, no TO da Guiné, podemos partir de uma hipótese (meramente teórica): só 1 em cada 5 muito provavelmente estava em condições (nomeadamente financeiras) de ir passar férias à metrópole... Não esquecer que as passagens áereas custavam, na época, 4 contos, o que era o pré de 4 meses para os nossos soldados...

Numa companhia (grosso modo, 150 homens), estamos a falar de um máximo de  20% de elegíveis (ou sejam, 30, incluindo 1 capitão, 4 alferes, 15 furrieis e sargentos, e mais uns tantos cabos)... Ora esta sondagem sugere um resultado inverso: 3 em cada 4 de nós (75%) fomos de férias à metrópole... A explicação só pode ser esta: a amostra dos "graduados" (oficiais e sargentos) está sobrerrepresentada em relação às "praças" (soldados e cabos)...

Posso estar a "ver mal" o problema,. já que a minha companhia (CCAÇ 2590/ CCAÇ 12) só tinha um máximo de 60 quadros e especialistas metropolitanos, sendo os restantes (uma centena) soldados do recrutamento local,,, Não sei se a totalidade (ou a grande maioria) dos meus camaradas metropolitanos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 vieram de férias à metrópole em 1970...

Desafiamos os nossos leitores a comentar os resultados preliminares desta "sondaem" que, à partida, estarão "enviesados"...  LG


B. Comentários dos nossos camaradas (*):



21 set 2015 14:44 

Nunca tive férias e nunca pensei vir à Metrópole.
Mas tive conhecimento de camaradas que vieram cá e já não voltaram à Guiné.

21 set 2015 16:16

Lamentando muito, sinceramente, quem não pôde vir e,
como já contei numa das minhas estórias no blogue (P4675),
vim à metrópole 3 vezes (30 + 5 dias cada).

21 set 2015 16:24

Fui para a Guiné em fins de Outubro de 1971 e vim de férias à Metrópole no dia dos meus anos, 21 de Maio de 72. Em Fevereiro de 73 voltei novamente de férias, na altura do carnaval. Sabendo o que me esperava na Guiné, foi preciso ter alguma coragem para voltar ao "local do crime", mas nunca me passou pela cabeça em dar à sola. Vim duas vezes de férias em avião da força aérea, beneficiando do facto de ser furriel paraquedista. Os soldados mais valorosos geralmente vinham uma vez de férias pela força aérea. Neste aspecto éramos uns privilegiados,mas também se pode dizer que éramos os mais sacrificados, não acham?

21 set 21015 16:26

Camaradas, esta pergunta para mim torna-se amarga, vim cá à metrópole uma vez, por morte do meu pai, faleceu em Novembro de 1967. Estava eu há sete meses na Guiné, como tinha direito à viagem gratuita pela força aérea, concorri e foi abrangido para vir cá em Março de 1968, estive cá um mês, de formas que foram uma férias amargas que nunca mais esquecem.

21 set 2015 16:29
Vim de Férias Em Outubro de 1971 para o casamento do meu irmão de quem fui padrinho.
Foi na TAP num Boeing 727 que vim e que regressei.
Penso que já existiam ou estarei enganado?
De Bafatá para Bissau vim nessa altura num JU.

21 set 2015 16:34

Vim 2 vezes, em Janeiro de 1970 e Janeiro de 1971.
O curioso é que, só agora me lembrei,
me falta pagar metade da segunda viagem...  

21 set 2015 19:23 

Não vim nenhuma vez, por motivos de ter sido ferido
e também por não ter disponibilidade financeira.

Carlos Vinhal
 21 set 2015 19:56 

Não sei se era norma oficial, mas na minha Companhia só se podia vir de férias após completados 6 meses de comissão, uma vez em cada ano civil, e toda a gente tinha que estar presente na época do Natal e Ano Novo.  Como chegamos à Guiné em 17 Abr 70, só depois de 17 de Outubro é que a malta pôde começar a vir à Metrópole. Como eu era o furriel mais novo (NM 19551569) só me tocavam 15 dias em Dezembro. Optei por vir só em Fev 71 (mais ou menos a meio da comissão), não tendo possibilidade de vir mais vezes, já que a nossa comissão acabava oficialmente em 17 Jan 72. Regressámos a 19 Mar 72.

Luís Graça
21 set 2015 21:45

Dá para perceber, pela tendência de voto, ao fim de quase meia centena de votações, que passar férias no interior (na tabanca, no quartel, no destacamento onde se estava colocado...) é uma hipótese meramente teórica... Mesmo Bubaque, nos Bijagós, devia ser um luxo, já nessa época...
Mas também havia, sim, senhor, quem fizesse férias [, de páscoa, por exemplo, ] em Bubaque...
A malta que estava em Bissau, podia tirar uns dias e dar um salto aos Bijagós...
Quem estava no mato, queria mas era ir a casa..

21 set 2015 23:19 

Vim duas vezes de férias.

22 set 2015 00:56

Vim uma vez, no mês de Maio de 1962,
um ano após a minha chegada.


Luís Graça
22 set 2015 06:02

Vim de férias em meados de 1970, uma ano depois do início da comissão, se a memória me não falha... Lembro-me de o avião da TAP fazer escala na ilha do Sal... Uma a duas horas... A TAP não podia, por razões "políticas", sobrevoar o continente africano...  O avião ia por "nossa" conta... Ver as pernas às hospedeiras de bordo estava "incluído" no preço... E tenho ideia que o consumo de bebidas a bordo era "generoso"... Começávamos as férias na "desbunda"... De Lisboa até casa (70 km) fui de táxi... Vir de férias, da guerra, era um luxo que não tinha preço!...

Carlos Silva
carlospintazevedo@gmail.com
22 set 2015 07:43

Férias,  nunca as tive ! ... Mas passei bons momentos em Bedanda, e outros menos bons como tudo na vida, nunca me arrependi do tempo que passei lá,  conheci nova gente com outra maneira de vida. Gente Humilde e tambem com sabedoria, sempre aprendi algo . Direi sempre não à guerra.

Vasco Pires [Brasil]
22 set 2015 13:13  

Vim duas vezes de férias. No GAC 7 permitiam um mês de férias por ano.  Lembrei-me que nas primeiras férias encontrei [ o ...], aliás, ele me procurou. A companhia dele embarcou, ele conseguiu uma licença pois havia o nascimento iminente de um filho; como soube que eu conhecia o quartel onde estava a companhia dele, queria saber como eram as coisas por lá.  Procurei fazer um relato realista,  não sei se foi pelo meu relato, mas ele resolveu cumprir a comissão
nas "bolanhas"... de Paris. 

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 21 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15137: Sondagem: "Durante a comissão nunca vim de férias à metrópole"... A responder até ao dia 28

Vd. também:

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11843: Os nossos médicos (65): Fui uma vez ao HM 241, em Bissau, por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa, o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes... (Alcides Silva, CCS / BART 1913, Catió, 1967/69)

1. Resposta de Alcides Silva  (ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69), ao questionário sobre os nossos médicos (*)

a) Quantos médicos seguiram com o teu batalhão, no barco ?

 R- No nosso  Batalhão, o BART 1913 (Catió, 1967/69) seguiram  2 médicos.

(b) Quantos médicos é que o teu batalhão teve e por quanto tempo ? 

 R- Um ficou na sede do Batalhão, em Catió,  o outro creio que andou pelas companhias operacionais que estavam em outras zonas

(c) Lembras-te  dos nomes de alguns ? E lembras-te se já eram especialistas na vida civil ? Lembras-te da idade ? 

R- Quanto à idade, creio que teriam já cerca de 40 anos se a memória não me atraiçoa. Um deles chamava-se Montenegro, creio que trabalhava no Hospital de Santo António no Porto, cheguei a cruzar-me  algumas vezes com ele na rua.

(d) Precisaste alguma vez de alguma consulta médica ? 

R- Sim precisei algumas vezes (poucas).

(e) Estiveste  alguma vez internados na enfermaria do aquartelamento (se é que existia) ? 

R- Não

(f) Foste  a alguma consuta de especialidade no HM 241 ? 

R- Fui ao Hospital em Bissau por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa,  o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes, de forma que pedi para não mexer mais nos meus dentes, Receitou uns medicamentos e ficou por aí.

(g) Foste (ou tiveste algum conhecido teu) evacuado para a metrópole, para o HMP ? 

R- Houve um colega da minha companhia que foi evacuado, talvez com o medo dos ataques constantes que sofríamos ao quartel, ele passou-se dos carretos e tornou-se perigoso.

(h) Tiveste alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação ? 

R- Sim, pequenas coisas

(i) O vosso posto sanitário também atendia a população local (se sim, como é mais do que provável,  há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?)...

R- Atendiam bastantes residentes, tanto em consultas como no posto, que parecia mais um galinheiro. Não gosto muito de recordar certas situações desse tempo, prefiro recordar as mais favoráveis.

 Um abraço, Alcides Silva

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11824: Os nossos médicos (64): A propósito do nosso anedotário médico militar... (Rui Silva)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11519: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (40): Respostas (nº 78/79/80): Carlos Pedreño Ferreira, ex- Fur Mil Inf Op COMBIS e COP 8 (Bissau e Nhacra, 1971/73); Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador, BART 1913 (Catió, 1967/69) e Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil da CCAV 703 (Cufar e Buruntuma, 1964/66)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Pedreño Ferreira (ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS, Bissau e COP 8, Nhacra, 1971/73) com as suas respostas ao questionário enviado à tertúlia: 

Boa tarde!
O blogue e os editores continuam de parabéns por este "TO" de camaradagem e de recordações, por vezes com algumas efabulações e picardias à mistura.

Somos humanos e ainda bem.
Mas vamos ao inquérito:

(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Descobri o blogue em 2011.

(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Farto de "ver" os sucessivos acontecimentos da Guiné pós independência resolvi pesquisar no Google a Guiné dos meus tempos.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?
R - Sou membro da Tabanca Grande desde Mar/Abr 2012

(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Diariamente e logo ao pequeno almoço o blogue serve de "entrada" para o dia.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?
R - Ainda não enviei nada. Tenho tentado alinhavar aquilo que me recordo, por vezes confronto algumas recordações com depoimentos que encontro no blogue mas, é difícil acertar uma vez que sendo de rendição individual não criei raízes de camaradagem e depois do retorno nunca mais falei com alguém sobre o período da Guiné. No entanto irei concerteza enviar as minhas recordações "abertas" à correção de todos.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?
R - Conheço a pagina do Facebook

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Prefiro o blogue.

(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - Todas as descrições de experiências vividas na primeira pessoa bem como os elementos históricos que nos dão uma visão da situação no TO a cada momento.

(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - Tudo o que envolve picardias pessoais. Somos humanos e... cada cabeça sua sentença, já diziam os antigos. Devemos procurar exprimir a opinião de cada um sem ofender ninguém. Quem não o conseguir fazer deve abster-se de fazer "esse" comentário. Poderá participar noutros assuntos.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - Não

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - Reviver o passado e sentir a camaradagem de quem teve vivências muito fortes na estadia na Guiné

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Não

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Não

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Penso que tem pernas para andar, desde que haja contributos

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - Tenho pouco tempo de permanência no blogue para poder fazer uma apreciação fundamentada, no entanto penso que tudo o que não diz respeito à Guiné é capaz de estar a mais. Gostava de ver mais trabalhos do tipo do que está a ser feito para Gadamael e penso que já vi qualquer coisa sobre Guilege. A hipótese de se pensar na publicação em livro(s) de parte dos depoimentos agrada-me. Penso que seria interessante um apanhado de todos os livros que tenham sido publicados sobre a Guiné nomeadamente as edições de autor.

Carlos Pedreño Ferreira

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2. Respostas ao questionário do nosso camarada Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69:

1 - Há cerca de 6 anos

2 - Por informação de um colega que fazia parte da Direção da LCNOAZ, António Almeida.

3 - Só da Tabanca Grande, por dificuldades em deslocações longas não faço parte das tertúlias

4 - Semanalmente sensivelmente.

5 - Nos últimos tempos não tenho enviado nada.

6 - Sim,  conheço e vejo com maior regularidade.

7 - Vou mais vezes ao Facebook.

8 - Tudo que tenho observado tenho gostado.

9 - Não me apresenta qualquer de ideia de critica.

10 - N/R

11 - Penso que é uma mais valia, permite recordar o passado e como recordar é viver!

12/13 - Não,  pela razão apontada

14 - Penso que enquanto existir os ex-Combatentes deverá existir força anímica para continuar.

15 - Penso que está bem organizado, graças aos seus fundadores e a todos que trabalham para o manter vivo 

Um bem haja para todos e um grande abraço.
Alcides Silva

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3. Respostas do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, BissauCufar e Buruntuma, 1964/66): 

1 - Em princípios de 2012 

2 - Por um acaso, decorrente da minha desastrada relação com as novas tecnologias

3 - Sim

4 - Diariamente 

5 - Algum; recebo muito mais do que envio

6 - Não

7 - Apenas ao blogue 

8 - Lentidão no acesso, frequentemente 

9 - Aprecio a diversidade e a pluralidade de opiniões e comentários 

10 - Não propriamente, salvo a referida em 8), talvez devido à minha aselhice como utilizador

11 - O blogue constituiu a ferramenta do registo vivo das memórias dos factos acontecimentais, de vida e de morte, do Povo em Armas e da sua hierarquia (os do QP), interveniente na Guerra da Guiné, narrados na primeira pessoa. Presta um "serviço público" de grande dimensão, inestimável, - excepção de contraditório à tendência dos políticos da lavagem para a história da verdade dos mesmos factos. Para os políticos, na sua generalidade, conta o que acreditam e não o acontecido de verdade. A pureza do patriotismo, subjacente às manifestações da generalidade dos bloguistas é admirável. A nossa geração foi a última a carregar os 500 anos de sonhos de engrandecimento de Portugal, legado por gerações e gerações de antepassados; reivindicamos ter vestido as fardas das nossas Forças Armadas como soldados, no cumprimento dos nossos deveres geracionais e não admitimos que nos tratem como espantalhos. 

12 - Não

13 - Ante a vossa vontade e determinação, só a lei da morte, que vai libertando os ex-combatentes, poderá reservar a solução de continuidade ao Blogue

14 - Admiro a iniciativa e a tenacidade do fundador e editores. Na esteira do sugerido pelo camarada João Rebola, sugiro que se junte à preocupação de preservar os seus registos informatizados a preocupação de os tratar e passar a suporte de papel, a livros, perspectivando um trabalho de equipa, para o qual poderei disponibilizar os modestos dons da minha pessoa. 

Despeço-me com amizade.
Vou retomar os meus desabafos com a garrafa do "Pera Manca", a cumprir a tradição deste meu dia.
Dizem que foi o vinho que Nuno Tristão terá levado para a descoberta da Guiné. Talvez o seu espírito tenha inspirado aquela malta a descobrir a constelação do Cruzeiro do Sul, que virá a orientar-nos para descoberta do Brasil...
Manuel Luís Lomba
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Nota do editor:

Último poste da série de 2 de Maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11518: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (39): Respostas (nº 75/76/77): Constantino (ou Tino) Neves (CCS / BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71); João Melo ( CCAV 8351, Tigres de Cumbijã, Cumbijã, 1972/74); e Fernado Costa (CCS / BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10851: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (6): Mensagens de Natal dos nossos tertulianos (1)

MENSAGENS DE NATAL DOS NOSSOS TERTULIANOS






António Barbosa foi Alf Mil Op Esp/RANGER na 2.ª CART/BART 6523, em terras de Cabuca, nos anos de 1973 e 1974


Votos de Boas Festas



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Carlos Rios, Ex-Fur Mil da CCAÇ 1420/BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66


O natal é sempre que um homem/mulher quer!
Saudações amigas



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Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69


Feliz Natal 2012 





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Fernando Súcio, ex-Soldado Condutor do Pel Mort 4275, Bula, 1972/74

Boas Festas





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Tabanca Pequena (ONGD) - Feliz Natal

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Tabanca do Centro - Festas Felizes

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Alberto Nascimento, ex-Sold Cond Auto da CCAÇ 84 Bambadinca, 1961/63

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Maria Arminda Santos (ex-Ten Enf.ª Paraquedista, 1961-1970)

Feliz Natal. 
Abraço, 
Mª Arminda



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Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67

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Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil  da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70

Caros amigos
É mesmo com muita amizade que a Natércia e eu fazemos votos de que vivam um Santo Natal e tenham um Ano Novo de 2013 com muita saude e muita Felicidade juntamente com todos os vossos familiares e amigos.
Apesar de ser uma mensagem colectiva, ao percorrer a lista de endereços pensámos em cada um de vós.
Natércia e Hilário

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 23 de Dezembro de 2012 < Guiné 63/74 - P10850: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (5): Quem procura sempre alcança! Uma inusitada peça a tinta da China, a minha lembrança de Natal para todos os tertulianos (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10083: Inquérito online: "Um blogue de veteranos nostálgicos da sua juventude ?" (Parte I) (A. Pinto / A. Silva / H. Cerqueira / J, Martins / M. Beja Santos / P. Raposo / R. Figueiredo)


1. Registei com apreço que o historiador francês René Pélissier (que não é um tipo qualquer...) tenha reparado no livrinho do nosso amigo e camarada Fernando Gouveia, Na Kontra Ka Kontra (Edição de autor, Porto, 2011, 160 pp.), orginalmente publicado no nosso blogue em 49 episódios....


René Pélissier [, foto à direita, cortesia do semanário Expresso, na sua edição 'on line',] é conhecido como um leitor compulsivo, tendo em sua casa uma biblioteca de 12 mil volumes... 

 Em entrevista ao semanário Expresso, conduzida pelo jornalista José Luís Castanheira (vd. Expresso, edição de 31 de julho de 2010, Caderno Atual, pp. 38-40), respondeu do seguinte modo à pergunta "O que é, para si, um bom livro?":


(...) "Se um livro me traz coisas novas, considero-o bom; se me traz muitas coisas novas, é excelente, qualquer que seja a tendência política do autor. Como não tenho nenhuma opção política, se fizer bem o seu trabalho, não tem nenhuma importância que seja de esquerda ou de direita. Desde que faça bem o seu trabalho" (...).


Por outro lado, tomei também boa nota do que ele disse sobre nós, de maneira algo condescendente e paternalista: "um blogue de veteranos nostálgicos da sua juventude" (sic)..

É um elogio ? É uma crítica ? É uma lisonja ? É uma simples constatação de um facto ?...


A pensar nisso, lancei numa sondagem de opinião, glozando o tema: Somos um blogue de veteranos nostálgicos da sua juventude (perdida) ? É verdade ? É isso ou só isso ? Ou também isso e muito mais do que isso ?

O homem, que é historiador, e é gaulês, e é um reputado especialista sobre a colonização portuguesa, e sabe português, e visita-nos com alguma regularidade, lá terá as suas razões para nos catalogar como "veteranos nostálgicos da sua juventude" (sic)... Razões que não explicitou, nem tem que o fazer...

Bom, gostava que os amigos e camaradas da Guiné que nos leem e/ou se reconhecem neste blogue, ou conhecem minimamente este blogue, se pronunciassem, dando a sua opinião... Vamos ter seis dias para responder à sondagem (coluna do lado esquerdo, ao alto)...

Por outro lado, estamos a entrar no verão, o que significa sempre - ou pelo menos de acordo com a experiência dos anos anteriores - uma quebra nas estatísticas sobre a visita e a leitura do nosso blogue...

Registe-se, todavia, o facto de termos atingido, há dias, em 25 de junho passado os 3,8 milhões de visitas... E temos a expectativa de chegar aos 4 milhões, lá para finais de agosto, sem perder de vista a meta dos 600 membros da Tabanca Grande, a atingir no final do ano em curso...

Nota-se, também, alguma quebra na produção e entrega de novos textos, fotos, etc... Sabemos que o blogue é um animal voraz: tem de ser alimentado todos os dias...

As opiniões dos nossos leitores são importantes, mais: são essenciais para nós. Amigo e camarada da Guiné, além de votares ("on line"), dando a tua opinião sincera sobre a pergunta, manda-nos também um pequeno texto, para publicação... Começamos já a publicar os primeiros textos que nos chegaram na tarde de ontem.
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1. José Martins:


Luis: Tenho, li, e anotei, além de ter sido fonte de conhecimento, os dois livros sobre a Guiné, do René Pelissier. A data em que os adquiri é para mim incontornável. Nesse dia almoçaste [, na tua Escola,]com o Zé Neto e com o Pepito, a quem fui cumprimentar e conhecer: dia 13 de Julho de 2006, vai fazer 6 anos.


Porém,não estou de acordo com a citação do René. Não sou nostálgico da minha juventude. Posso recordá-la, mas não voltava atrás, só se tivesse a certeza de que poderia "emendar" algumas situações.

Sendo impossivel, tudo bem. Siga em frente a... infantaria. Agora tenho a consciência, se é que tenho consciência, do que é preciso transmitir às gerações "emergentes", os nosso netos; porque os nossos filhos já têm outras preocupações, e que preocupações!

Espero que o que vou fazendo, possa ser aproveitavel, ainda que em pequena percentagem, porque nada é zero. (...)
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2. Alcides Silva:


Amigo Luís Graça, ao ler a mensagem onde referiu, o René Pélissier, o nosso blogue como sendo o da nossa juventude perdida, senti um nó na garganta, nós que regressamos do Ultramar, demos tudo que podíamos em sacrifício da Pátria e outros houveram que deram mesmo tudo até a sua própria vida porque não regressaram vivos e outros lá ficaram.(...)



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3. Beja Santos:


Luís, Correspondi ao teu solicitado e respondi “discordo”. Dou-te as minhas razões. O historiador René Pélissier poderá ter fundamento quanto à nostalgia que nos irmana. A nostalgia é isso mesmo, uma lembrança, nalguns casos indelével, tratou-se de uma guerra que nos envolveu por inteiro, viemos mudados pela experiência, pela vivência, a personalidade vincou-se, e mais não digo.


Mas há muito mais que a nostalgia que também nos irmana, uma intensa vontade de comunicar com as nossas aptidões e valências: há quem fale em patronos dos exércitos, envie poesia, fotografia, se sirva justamente do blogue como uma sala de conversa ou desconversa. Os blogues não são clubes, nem associações, entra-se e sai-se graças aos livres trânsito, deposita-se uma opinião; um blogue pode fazer amigos, mas não é obrigatório; o que o blogue tem (e o nosso dá e sobra) é a caraterística de nos servir como gabinete de leitura onde tomamos posição onde queremos, é essa transitoriedade que traz a grandeza de nele depositarmos opiniões, saberes; os documentos de incontestável importância que aqui se vão juntando superam o tal conceito de veteranos nostálgicos. (...).


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4. António Figueiredo Pinto [, foto da esquerda, ao meio]


(...) Contra mim falo. Não tenho escrito nada de novo, embora sempre que possa, dê uma espreitadela ao que os AMIGOS vão dizendo. Fotos poucas mais tenho e não têm interesse para a Tabanca. A saúde também vai faltando e os neurónios vão-se "queimando " a um ritmo que vai tirando ânimo. Depois continuo a reparar que ninguém do meu tempo aparece.

Também já há muito tempo pedi para alterarem a minha morada e nº de telefone e ninguém ligou. Compreendo que o vosso trabalho é ciclópico, trabalhoso o que eu louvo sinceramente

Não sei se vale a pena mas já agora volto a dizer os meus dados:

António Figueiredo Pinto
Vila do Conde
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5. Paulo Raposo:

Olá, rapaz, e parabéns.

Para mim o historiador que vá dar uma volta ao bilhar grande.

Desde 1960 que fomos atacados por cobiça do nosso império e cedemos sempre ao inimigo.

Esse historiador não conhece o povo português. Somos demasiadamente bons e humildes. Não há no mundo outro povo como o nosso. O francês é altivo até dizer chega, o alemão acha-se superior e o russo soberbo.

Como estamos unidos pela mesma causa somos como irmãos e não perdemos a nossa juventude, ganhamos sim o nosso orgulho. (...).
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6. Domingos Gonçalves: 

"É um blogue de veteranos nostálgicos da sua juventude" (sic)...

A afirmação é, no mínimo, polémica. Por outras palavras: é um ponto de vista, respeitável, e nada mais.

Pessoalmente entendo que o blogue contém imensa informação, sobre a guerra da Guiné, e não só, e expressa a opinião de muitos dos actores da mesma guerra, e de muitas outras pessoas que, mesmo  não chegando a participar no conflito, manifestam interesse em saber o que de facto se passou. Penso que, em grande parte, colaboram no blogue pessoas que, sem mágoas, sem traumas, sem ódios, mas por amor à verdade, vão disponibilizando, por recurso à memória, ou a documentos de diversa natureza, a sua versão dos factos.

A verdade, que vai sendo transmitida, pode até ser desagradável para alguns. Mas não pode confundir-se com nostalgia. Os factos que aconteceram, regra geral testemunhados e vividos por muitos actores, foram muitos deles dolorosos,mas dor e nostalgia também não é a mesma coisa.

Continuem! Sem receio da tal nostalgia, mas motivados pelo amor à verdade, mesmo quando ela ponha em causa alguns supostos heróis. (...)


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7. Henrique Cerqueira:

(...) Resolvi aceitar o teu desafio. No entanto tenho algumas duvidas se o meu texto é ou não publicável. É que eu não sei escrever o “publicável”, só sei escrever o que me vai na alma e em especial quando me sinto motivado por qualquer situação. E esta foi uma das situações,  no entanto reafirmo que normalmente e desde que entrei para esta maravilhosa família do blogue;quando escrevo algo é sempre ao correr da pena ,e muito raramente corrijo a escrita, pois que a minha insegurança quanto ao interesse do que escrevo me faria de imediato apagar tudo que escrevi. Já o tenho feito em especial em alturas de comentar certos artigos publicados, pois que tenho sempre receio de ofender camaradas. (...)

Guiné? Tropa? Guerra ?Juventude Perdida... medo... muito medo.  Sim, sim é verdade . Da minha parte e muito serenamente eu confesso que esses sentimentos me acompanharam constantemente durante os três anos em que fui militar do exército Português.

Não posso esquecer que todos os dias eu era lembrado que teria de ir para a tropa,mas que seria forçosamente para o Ultramar. O Homem para ser Homem tinha que ir á Guerra.  Diziam os meus pais:
- Estuda, filho, para não seres um simples soldado...

Diziam os amigos:
- Estás lixado pá vais mas é morrer,ou então virás sem pernas, como o Floriano (era um nosso amigo um pouco mais velho).

Enfim era uma parafernália de lembretes que das duas uma, ou fugias para França como alguns dos meus amigos ou te resignavas que o teu destino era mesmo o ir para a tropa e posteriormente para a Guerra.

É então que eu com os meus dezanove anos tenho que tomar decisões e como sou filho único e muito amante dos meus pais não consigo acompanhar os amigos na fuga para França. Aliás quando esses amigos fugiram foi um escândalo no meio em que vivíamos, pois que os "pobres" foram considerados como fugitivos ao dever patriótico. Nós tínhamos um grupo que para a época era um pouco "revolucionário" pois que aqui e ali lá intervínhamos com umas ações de contestação ao regime (de certo modo estava na "moda" por causa do Vietname).

E então após essas fugas os restantes amigos tiveram,  e eu incluído, umas visitas da PIDE às nossas casas e com algumas ameaças aos nossos pais de despejo da habitação (eram do Estado) e percas de emprego dos pais, funcionários públicos.

Ora com todos esses condimentos eu decidi mesmo que lá teria que ser tropa e mais tarde "combatente". Mas para ajudar resolvi me apaixonar perdidamente ao ponto de decidir casar com 20 anos e aos 21 anos ter um filho, ou seja,  ele nasceu quando estava na recruta nas Caldas da Rainha.

Como aconteceu à maioria dos jovens dessa altura, lá passamos por toda aquela formação de Homens para a "Guerra". Também sabemos que essa formação era altamente deficiente,  o que viríamos a sentir na pele mais tarde.

Medo...muito medo, senti sempre desde o primeiro dia de tropa, senão veja-se: (i) era medo de ser castigado e não ir de fim de semana a casa; (ii) medo de chumbar nos testes e não ser promovido (e tanto que minha mãezinha me dizia para estudar); (iii) medo de ir para a Guerra e não saber o que iria acontecer; (iv)  medo de alguns " estupores" que encontrei a mandarem na minha vida; (v) medo das emboscadas e ainda (vi) medo,  ao vir para casa,  do emprego iria ter (ou não).



Poderia enumerar muitos Medos mas seria enfadonho ,até porque tudo passou. Passou??? E os TRÊS ANOS OBRIGATÓRIOS,longe da família ,longe de projetos, sonhos e sabem que mais... Senti-me tão Adulto quando fui fazer o espólio no Ralis e tão desamparado que só hoje ao escrever estas linhas é que me dei conta...Por isso Foi mesmo Juventude Perdida.


Nota: Estou a escrever estas letras e nem sei se a pontuação está correta, se a escrita está ou não boa para se ler, mas aceitei o desafio do Luís Graça, porque na verdade EU JÁ NÃO TENHO MEDO!


8. Ricardo Figueiredo:


(...) Em boa verdade, não me parece que se possa catalogar o “nosso” blogue de nostálgicos ou sequer "nostálgicos da nossa juventude”.

Se todos fizermos uma introspecção á nossa memória, veremos que tivemos duas reacções distintas quando acabamos o nosso serviço militar obrigatório e sobretudo connosco, que enfrentamos a guerra no teatro de operações da Guiné.

A primeira reacção foi tentar varrer da nossa memória os episódios que lá vivemos, os menos bons e até os bons , esquecer até ao ínfimo pormenor a vivência nesse teatro .

A segunda reacção adveio com a idade , com o retomar dos arquivos de memória, que na verdade nunca foram totalmente eliminados e a natural saudade que se aproxima quando estamos a chegar ao fim ! 



Que seriam dos nossos netos se não tivéssemos estórias e histórias para lhes contar …!?

Ora e aqui surge o Blogue do Luis Graça & Camaradas da Guiné ! É com esta iniciativa e a partir desta iniciativa que,  aos poucos, mas a um ritmo alucinante , os velhos Combatentes se vão perfilando e,  conduzidos pelo arquivo da sua memória,  vão narrando, aqui e ali, capítulo a capítulo, a sua visão das “suas” guerras, cada um  à sua maneira e ao seu estilo, às vezes personalizando os factos outras generalizando-os, mas dando um contributo único de um testemunho pessoal e intransmissível .

Estaríamos assim dispostos a dizer que o Blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné, mais não é que uma janela aberta à memória de todos os ex-Combatentes da Guiné, que de forma livre e intemporal lhes permite gritar aos quatro ventos tudo o que lhes vai na alma, consubstanciando nesse grito, não só os episódios da sua vivência enquanto militares e combatentes, mas sobretudo enquanto homens que, nas entrelinhas, múltiplas vezes deixam passar a solidariedade actual, a amizade, a camaradagem, o espírito de corpo e a saudade, este sentimento tão português, que os ex-combatentes sentem como ninguém.

Que me perdoe o historiador francês M. René Pélissier, mas estou perfeita e absolutamente em desacordo com a classificação nostálgica que atribui ao nosso blogue.

Há ainda um aspecto interessante que convirá trazer à colacção . Durante muitos anos foi-nos impedido de publicitarmos a nossa condição de ex-Combatentes, pelas razões que todos conhecemos. Ainda hoje somos olhados de soslaio e muitos não entendem o amor Pátrio…! Mas também por isso o nosso blogue teve uma importância enorme, ao permitir que, sem qualquer tipo de censura prévia, todos nos expressássemos livremente e comentássemos e criticássemos os posts publicados. Naturalmente que nessas exposições, nessas criíticas e nesses comentários, alguma nostalgia poderá transparecer.

Mas julgar a árvore pela floresta vai uma distância muito grande…!

Classificaria o nosso Blogue como um arquivo estórico e histórico de enorme interesse nacional, importante para os historiadores vindouros ,com uma mescla de erudito e popular, mas sobretudo como o Único Repositório da verdadeira Guerra da Guiné, contada pelos seus directos intervenientes.

Um blogue elementar e essencial, escrito e movido não pela nostalgia dos seus escribas, mas pela capacidade narrativa e de precisão que lhe pretendem atribuir , com a alegria do dever cumprido pela sua Pátria .Quiçá o último contributo vivo que lhe pretendem dar – a verdadeira narrativa da Guerra da Guiné, transcrita por palavras simples e singelas com a alegria de quem a ela sobreviveu , sem contudo esquecer os milhares de mortos , cujos nomes são permanentemente referidos com respeito e saudade nas diversas transcrições que constituem o acervo do blogue Luís Graça.

Direi, pois, para finalizar, que o nosso blogue é um compêndio indispensável aos velhos combatentes da Guiné que nele exprimem os seus sentimentos, do passado, do presente e até do futuro, mas, no essencial,  libertos de qualquer nostalgia, antes de um sentimento teatral, pois todos eles foram e são os únicos actores!

Um abraço forte de continuidade pelo bom caminho que tem sido desbravado.
Bem Hajas !

Ricardo Figueiredo
Ex-Fur Mil At Art - 2ª Cart/Bart 6523
Abutres de Cabuca