sábado, 19 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18653: Consultório militar do José Martins (37): Monumento aos Combatentes de Vila Chã da Beira

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 4 de Maio de 2018:

Boa noite
Foi amor à primeira vista pelo monumento datado de 1965. Foi só reunir os elementos e aqui vai um pequeno texto.
Temos de convidar o camarada a fazer parte do blogue. Há necessidade de novos elementos e novas histórias. Atrás de um, outros virão.

Bom fim de semana.
Zé Martins


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Nota do editor

Último poste da série de 9 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18618: Consultório militar do José Martins (36): Registo Militar de Henrique Pedro Daniel de Duarte Silva Y Aranda

Guiné 61/74 - P18652: Os nossos seres, saberes e lazeres (268): Monsanto revisitada (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 2 de Março de 2018:

Queridos amigos,
Antes de mais, uma breve explicação. Ao viajar-se em grupo, manda o espírito gregário que os viandantes permutem imagens, ninguém nos substitui o olhar mas dá prazer ver o que os outros olham, assim se aprende a alargar a imaginação, a esporear a curiosidade para novas tentativas e ensaios.
Recebi outros modos de olhar Monsanto, deram-me tal satisfação que aqui vos venho partilhar, espero dar-vos idêntica satisfação em pôr os olhos na vastidão destes fraguedos, nesta lavagem dos olhos por tanto espaço apertado e simultaneamente aberto à vastidão.
Aqui vos ofereço um pequeno festim de imagens, porque Monsanto merece e muito.

Um abraço do
Mário


Monsanto revisitada

Beja Santos

A itinerância que se iniciou num monte alentejano nos arredores de Estremoz e que findou nas Termas de S. Pedro do Sul teve um ponto alto em Monsanto, foi destino aclamado unanimemente pela companha, uns desconheciam de todo, outros tinham vagas reminiscências. O viandante quando pega na câmara não reparte emoções, vai sempre ao encontro daquilo que o surpreende, mesmo em situações de revisão, o que não era o caso. Concluídos os apontamentos da viagem, distribuiu-os pela companha, recebeu as emoções de outros, é com satisfação e prazer da partilha que aqui se mostra o que outros viram e confecionaram, o que os deslumbrou exatamente no mesmo tempo em que o viandante andava em roda livre a surpreender-se naquela cultura ciclópica. O resultado aqui está.



Andavam todos pelas alturas, a coscuvilhar pelos recantos, a ver pelo canto do olho o esplendor da paisagem, até Espanha. Alguém fotografou um membro da companha criando a ilusão de que está em plano inclinado, quem vê não atina com as sinuosidades daqueles caminhos que apontam para o castelo. E a primeira imagem mostra a energia do que é assentar casa entre fragas e penedias, ali se pode sorver o ar lavado que sobe das planuras e arrepiar-se com as ventanias que se escapam pelas veredas das montanhas.



Que belo contraste entre uma casa incrustada na lage e aquele penedo sobrançeiro, qual periscópio de submarino, a vigiar o movimento de tudo quanto se passa lá em baixo, penedo de longa memória, possui informações que vêm do tempo das legiões romanas e da moirama, dos afrontamentos vindos de Castela, por vezes com exércitos mercenários, tudo por aqui passou, os pedregulhos ficaram inabaláveis, decididamente território pátrio.



Há quem critique a intervenção feita neste glorioso castelo, faltam-nos conhecimentos para entrar nesse debate. O que o viandante dispõe à vista desarmada é de uma construção medieval de grande imponência, bem enxertada naquelas toneladas de penedia. E permitam a observação de que aquela bela escada da segunda imagem parece levar o caminhante até ao céu, aqui se confessa o deslumbramento por tão belo contraste entre o vigor da pedra, aquela densidade da muralha, a intervenção do azul-celeste a matizar a massa volátil do forro das nuvens.



Nestas coisas de castelos medievais que, com a perda de função, são por vezes umas indigestas atrações turísiticas, uns espaços para visitar a alta velocidade, e tantas vezes com o desconforto de não haver um guia que situe o monumento no seu tempo, cada um fica com total liberdade de se empolgar com pormenores. Veja-se que os céus estavam de feição, nem sabem os pintores de profissão ou de práticas de fim-de-semana o que perderam naquele dia, tão promissores foram os céus, a luz e os contrastes da pedra.


E pronto, deu-se uso a trabalho alheio, Monsanto merece, aqui muito se penou para se falar português, o turista que sabe que tem à sua espera o conforto das residências, nem lhe ocorre pensar do que foi viver na dureza destas alturas, lembra-se o viandante de um passeio que fez a Piódão, escorria água de todas as bandas, a humidade dificultava o respirar, entanto todos se deslumbravam até que descendo pela aspereza de um caminho uma mulher embaiucada olhou o grupo de revés e comentou em voz alta: “Pois é, é muito bonito para ver e depois regressar às vossas casas, vêm até aqui para matar a curiosidade e nunca mais se lembram de quem cá fica!”.

Por isso e por tudo mais, o viandante promete voltar a Monsanto, também por curiosidade e amor a quem lá vive.

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Nota do editor

Último poste da série de 12 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18625: Os nossos seres, saberes e lazeres (267): De Estremoz para as Termas de S. Pedro do Sul (4) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18651: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (26): o Jaime Bonifácio Marques da Silva, o grande embaixador da aguardente DOC Lourinhã


O Jaime Bonifácio Marques da Silva - Seixal / Lourinhã [BCP 21, Angola, 1970/72] é um dos meus amigos e camaradas mais generosos que eu conheço... Este ano aceitou o convite para estar presente no XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande... E fez questão de trazer consigo duas garrafas de aguardente DOC Lourinhã... Da sua garrafeira particular... E quis partilhá-las com todos nós... As duas garrafas desapareceram, mas chegaram para todos, incluindo os empregados que nos serviram à mesa... Autarca e professor de educação física em Fafe durante 40 anos, antes de voltar definitivamente à sua terra, Seixal, Lourinhã, o Jaime despediu-se dos seus vizinhos oferecendo a cada um um garrafa de aguardente DOC Lourinhã, uma produto único, de excelência, que é já também uma marca de Portugal... Em relação ao Cognac e ao Armagnac, a aguardente DOC Lourinhã não tem complexos de inferioridade quando apreciado em provas cegas... O único problema é o da escala de produção... mas também de marketing e de história... A Aguardente Doc Lourinhã tem um quarto de século de existência, legal... Mas há mais de 200 anos que a Região da Lourinhã fornece aguardentes para a a região demarcada do Douro...


Tanto o Jaime Silva como a Alice Carneiro são membros da Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã que tem justamente "como principais objectivos a defesa, o prestígio, a valorização e a divulgação da Aguardente Vínica da Região Demarcada da Lourinhã"... Foi o que fizeram os dois no nosso XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real...


O Jaime, o Eduardo Magalhães Ribeiro e o J. Casimiro Carvalho, que ficaram na mesma mesa...


Brindando ao passado, ao presente e ao futuro, à Tabanca Grande, à amizade, à camaradagem...


Os brindes foram-se alargando...


"No céu não há disto... e em Guileje também não havia!", parece querer dizer o régulo da Tabanca da Maia, o J. Casimiro Carvalho...


"Se para o ano houver mais disto, prometo voltar" (confidenciou-me o "herói de Gadamael")...


Os brindes alargavam-se ao Agostinho Ribeiro e ao Hélder Sousa (na ponta esquerda...)


Da esquerda para a direita. Agostinho Ribeiro, Hélder Sousa, Alice Carneiro, Jaime Silva, Eduardo Magalhães Ribeiro e J. Casimiro Carvalho


Miguel Pessoa & Giselda Pessoa - Lisboa [Bissalanca, 1972/74], com o António Martins de Matos pelo meio ouvem o Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista do BCP 21 (Angola, 1970/72) a falar de um produto de que ele é "connaisseur": a aguardente DOC Lourinhã.... Só 3 regiões demarcadas de aguardente vínica no mundo: Cognac, Armagnac e... Lourinhã!


O Jaime Silva a explicar ao nosso ten gen  pilav ref, António Martins de Matos - Lisboa [Bissalanca, 1972/74] que a Lourinhã não é só a capital dos dinossauros...


O Jaime Silva e o Arménio Santos - Lisboa [Aldeia Formosa, 1968/70]: o antigo deputado da Assembleia da República e dirigente sindical da UGT


O António Mendes (Carapinheira / Montemor-o-Velho) que o nosso editor Luís Graça vem a descobrir que é pai da sua colega da ENP/NOVA, a professora Sílvia Lopes... Mais uma vez o Mundo foi Pequeno e a Nossa Tabanca... foi Grande.

Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 >

Fotos (e legendas): © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18650: Parabéns a você (1437): Joaquim Martins, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4142 (Guiné, 1972/74) e Xico Allen, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 3566 (Guiné, 1972/74)


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Nota do editor

Último poste da série de 18 de Maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18645: Parabéns a você (1436): Joaquim Fernandes Alves, ex-Fur Mil Art da CART 1659 (Guiné, 1967/68)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18649: Notas de leitura (1067): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (35) (Mário Beja Santos)

BNU em Bissau


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Dezembro de 2017:

Queridos amigos,
Admito que esta exposição assume por vezes um caráter fastidioso pela quantidade de pormenores que o gerente carreia nos seus relatórios para Lisboa. Somos forçados a intuir que a economia agrícola guineense suscitava um gradual interesse, como se veio a demonstrar pelas aplicações financeiras que irão ser feitas em diferentes áreas do desenvolvimento agrícola.
Não deixa de surpreender, quando se leem os relatórios concomitantes ao período da guerra, como os relatórios põem acento tónico nas experiências agrícolas, nas presunções de novos mercados, nas potencialidades da terra, a despeito da tremenda desarticulação em que se encontrava território, fruto da guerrilha. Para entender a tendência, é também necessário atender às necessidades prementes da metrópole, carente de oleaginosas.
Tinha chegado a era do Óleo Fula.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (35)

Beja Santos

Estamos em meados da década de 1950, há expansão mas surgem contratempos imprevistos. É o que se lê no relatório a seguir ao descabelado elogio à vinda do General Craveiro Lopes em visita oficial à Guiné:
“No que respeita à Dependência, mantiveram-se os seus resultados em curva ascendente, embora no último trimestre do exercício tivessem sido suspensas as transferências, no que a Filial deixou de receber cerca de 300 contos, por se terem esgotado as disponibilidades do Fundo Cambial, em consequência de terem ficado, durante alguns meses, sem poderem ser exportados, produtos num valor total de 40 mil contos, que excederam os contingentes fixados para a metrópole e para que não foram conseguidos outros mercados externos”. O ministro do Ultramar terá entretanto tomado providências pelo que o gerente mostra regozijo: “Essa circunstância, aliada às boas colheitas do ano agrícola em curso, permitem-nos encarar com maior optimismo o novo exercício e esperar que, no seu termo e pela sexta vez consecutiva, a Dependência volte a apurar os mais elevados resultados desde a sua abertura”. E despede-se impante: “Ao deixarmos esta encantadora e prometedora Guiné, para iniciarmos uma licença que utilizamos pela primeira vez em 30 anos consecutivos de serviço prestado à nossa Instituição, vamos com a certeza de que, pelo menos no corrente ano ainda, a Dependência não interrompe o caminho do progresso que tão marcadamente vem trilhando”.

É simultaneamente risonha e inquietante a situação que faz da evolução da praça:
“O comércio continua a expandir-se, pois, dia a dia, aumenta o número de comerciantes por toda a Província, a que agora está a juntar-se uma nova classe de indivíduos que mediante apenas o pagamento das licenças de importação e camarárias, pois não têm estabelecimento nem empregados, convertem-se em comerciantes ambulantes, vendendo em todos os locais ao comércio retalhista, a preços mais reduzidos e em concorrência com o comércio atacadista grande e pequeno, e estes continuam a não vender o suficiente para que sempre se preparem e esperam, de que resultam permanentes e excessivas existências, com todos os seus inconvenientes e a que, em boa verdade, parece que só restringindo a importação se poderia pôr cobro.
Embora a produção da mancarra, que continua a ser o pilar em que assenta a vida comercial desta Província, tenha sido inferior no ano findo, nem por isso o comércio esteve menos activo, pois dois importantes factores vieram compensar fortemente essa quebra e que foram os preparativos para a recepção de Sua Excelência o Presidente da República, cuja visita, acompanhado do então Ministro do Ultramar, Senhor Comandante Sarmento Rodrigues, que foi dilecto Governador desta Província, encheu de júbilo a sua população, e as muitas e vultosas obras que tiveram início ou continuaram nesse ano, ao abrigo do Plano de Fomento e para as quais o Estado integrou no seu orçamento, do mesmo ano, como despesa extraordinária, verbas que excederam 33 mil contos”.

Na segunda parte deste relatório de exercício de 1955 debruça-se exaustivamente sobre a situação das colheitas:
“A produção vegetal continua a ser a base da economia guineense, constituindo, mesmo praticamente, toda a sua produção, pois em 1954, último ano de que está feito ao apuramento oficial, traduziu-se por 91% do valor das exportações e acrescentando-lhe a produção florestal, sobra 94%.
Esta produção é obtida quer por meio da lavoura – a mancarra e o arroz – quer por simples colheita – o coconote – tendo essas duas oleaginosas, naquela ano, constituído cerca de 85% do valor da exportação.
Ainda sem qualquer expressão na exportação, vários outros produtos são também cultivados e desempenham importante papel na economia interna, como seja o milho, a cana-sacarina e a mandioca, sobretudo o primeiro, cuja produção anual tem sido avaliada em mais de 7 mil toneladas.
A cultura da mancarra, como toda a agricultura e colheita na província, continua a ser feita inteiramente pelos indígenas, em regime de rotação, sendo as suas maiores áreas de produção a circunscrição civil de Farim e a parte Norte de Bafatá e Gabu, onde os solos são mais ligeiros e a pluviosidade menor, como convém, sendo de notar que a grande área de produção de mancarra tem, nesta parte de África, o seu limite meridional dento da Guiné Portuguesa.
A sua cultura, feita em excesso, constitui, como se sabe, um perigo para os solos e vegetação, motivo porque se considera uma sorte para a Guiné que as áreas cultivadas não tenham atingido a desmedida proporção que se verifica no Senegal, onde já se põem graves problemas de revalorização do meio natural, que estão muito longe de ter a mesma acuidade entre nós.

Todavia, julga-se possível aumentar consideravelmente a produção da mancarra na Guiné, em condições que não ameassem o actual equilíbrio ecológico e para isso aconselha-se um grande esforço de colaboração entre indígenas, comerciantes e Estado; a progressiva melhoria de sementes, na forma da sua distribuição e armazenagem do produto e na procura de técnicas de cultura mais perfeitas. Se tal obra não for levada a efeito, receia-se que a Guiné corra o risco da ‘senegalização’, por motivo do crescimento da população e do aumento da procura e porque sem a progressiva racionalização cultural, assistir-se-á ao incremento da destruição da vegetação e ao encerramento dos pousios.
Felizmente é este o ponto de vista do governador desta Província, como já o demonstrou quando reuniu todos os régulos e ‘grandes’ da Guiné para lhes expor as suas ideias quanto aos problemas da produção, conforme referimos na nossa informação anterior, e posteriormente quando convocou a reunião no seu gabinete os gerentes das principais casas exportadoras para com eles estudar as medidas a tomar sobre a melhoria da semente da mancarra, como também da necessidade de serem construídos celeiros em melhores condições de adaptabilidade e conservação, por se ter atribuído então, ao mau estado das sementes a enorme quebra verificada na última colheita.

Como se sabe, a mancarra produzida é quase totalmente exportada, saindo ou entrando uma parte pelas fronteiras terrestres, por contrabando tanto dos indígenas como de alguns comerciantes, consoante as flutuações da cotação, mas sendo a saída o caos mais frequente.
Só há poucos anos uma fábrica começou a produzir óleo de mancarra mas irregularmente, por razões de ordem financeira e técnica, pois, tendo uma capacidade muito maior, apenas produziu 105 mil litros em 1951, mais de 42 mil em 1953, mais de 331 mil em 1954 e nada produziu em 1955, estando outras em construção que permitirão o total abastecimento interno e exportação do excedente, tendo a Sociedade Comercial Ultramarina iniciado já a elaboração da sua, em regime experimental”.
É minucioso nos detalhes, alarga-se em perspetivas animadoras.

Também se revela bastante documentado quanto ao arroz, como se pode ler:
“Ao completar-se a pacificação, a Guiné importava arroz, e autores como Ernesto de Vasconcelos e Carlos Pereira, nos seus livros, sugeriam a necessidade de ser intensificada a sua cultura para se chegar ao autoabastecimento.
No último quarto de século, porém a produção aumentou consideravelmente e não só se chegou a esse autoabastecimento como foram exportadas razoáveis quantidades para a metrópole, quando ela se não abastecia por si, e sobretudo, digamos mesmo, frequentemente, até há pouco mais de ano, para o Senegal, Guiné Francesa e Gâmbia, mas quase todo clandestinamente, não figurando portanto, nas estatísticas alfandegárias.
Continua esse cereal a ser não só a base da alimentação da população indígena como a principal produção da Guiné. Segundo estudos recentes baseados na fotografia aérea, as principais zonas produtoras de arroz de regadio da Guiné têm uma extensão de 78 mil hectares, os quais não incluem as pequenas bolanhas. O rendimento por hectare tem sido avaliado na Guiné entre 1800 e 3000 quilos (2500 a 5500 nos arrozais novos do Sul) e aplicando à área total indicada acima o rendimento, baixo, de 2000 quilos, obtém-se uma produção da ordem de 150 mil toneladas, número que se considera excessivo. Julga-se que a estimativa oficial que vem sendo apresentada de uma produção arrozeira de 45 a 60 mil toneladas peca por defeituosa e que não se errará avaliando-a à volta de 100 mil toneladas anuais.
Na zona litoral, as áreas de mangal e lalas salgadas com possibilidade de aproveitamento orizícola excedem 100 mil hectares. Com a sua ocupação e melhoria dos métodos agrícolas, creio que a produção poderia triplicar, isto é, atingir um valor da ordem das 300 mil toneladas, como também se considera que uma orientação feita nesse sentido constituiria, sem dúvida, uma das bases de uma sã economia guineense.

Como se informou em devido tempo, a colheita do arroz do ano anterior – 1954/1955 – foi boa e dela ficaram largos excedentes – umas 10 mil toneladas – para que não se conseguiram mercados externos e ainda em princípios do corrente ano o problema da sua colocação não se achava solucionado e a que virá dar-lhe maior acuidade a certeza de uma nova colheita mais abundante, havendo porém, a esperança de que chegarão a bom termo as negociações em curso para o escoamento da razoável parte desse excedente e para o que o governo acaba de dar forte, se não decisiva contribuição, suspendendo até 31 de Dezembro do corrente ano as sobretaxas que recaem sobre a exportação do arroz descascado e em meio preparo, podendo, assim, ser reduzido o seu preço e provocar maior interesse dos mercados consumidores externos”.

O relatório fala ainda do coconote e óleo de palma e não deixa de tecer algumas considerações sobre as obras dos portos, o respetivo movimento e até a vida económica e financeira dos municípios. Da leitura destes relatórios fica-nos a convicção de que o BNU está a fazer uma aposta muito forte na vida agrícola da Guiné, fosse qual fosse a preparação do relator não é entendível que chega a tais minudências do funcionamento do mercado se acaso em Lisboa não houvesse um grande interesse em conhecer em profundidade o que se estava a passar na agricultura guineense.

Clipper em Bolama 

Nota que revela com o BNU também fazia, inicialmente, empréstimos sob penhores

(Continua)
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Nota do editor

Poste anterior de 11 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18622: Notas de leitura (1065): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (34) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 14 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18631: Notas de leitura (1066): “Tatuagens da Guerra da Guiné”, pelo Capitão Luís Riquito; Guerra e Paz Editores, 2018 (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18648: FAP (105): 28 de julho de 1968, o dia em que o Fiat G-91, nº 5411, pilotado pelo ten cor Francisco Dias Costa Gomes, foi abatido sob os céus de Gandembel, por fogo de AA (Antiaérea)


Guiné > Bissalanca > BA 12 > 1968 > O Fiat G-91 R4, nº 5411, uns dias antes de ser abatido (em 28 de julho de 1968). No cockpit, o cap piloto aviador José Nico

Foto (e legenda): © Mário Santos (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário de Mário Santos (ex-1.º  cabo especialista MMA da BA 12, 1967/69), membro nº 772 da Tabanca Grande, com data de 13 de maio último,  ao poste P18626 (*):

Caros amigos e camaradas: 

Apenas uma pequena correcção que se impõe: O 1º Fiat G-91 R4 foi o 5411, abatido por fogo de Anti-Aérea no dia 28 de Julho de 1968,  levando no cockpitt o nosso Comandante de Grupo Operacional Ten-Cor Costa Gomes, após ter dido atingido junto a Gandembel. Ejectou-se e fugiu por entre a mata até alcançar o aquartelamento de Gandembel. (**)

Tenho no meu espólio a foto dessa aeronave, pouco antes de ter sido atingida, uma vez que era eu que estava encarregado dela nesse longínquo dia de 1968.

Não a consigo colocar aqui, uma vez que esta zona apenas permite escritos em texto.


2. Mensagem, por email, do Mário Santos, nesse mesmo dia:

Meu caro Luís Graça:

Longe de mim qualquer idéia de despoletar polémicas no seio do grupo. A minha colaboração e espólio é apenas relativa ao conhecimento do meu tempo na BA12 entre 67/69 [, ou seja, antes do aparecimento do Strela, em 25 de março de 1973].

Tenho a valiosa e insubstituível cooperação do meu amigo contemporâneo e camarada de armas desses conturbados tempos, gen José Nico.

Este é o sumário do que se passou naquela longínqua manhã de 28 de Julho de 1968:

Como habitualmente naquele dia saltei da cama às 05.00 da matina; tocava-me estar na equipa de alerta e a "parelha" de Fiat G-91 deveria estar pronta para descolar às 06.00.

Éramos apenas dois, eu e o Luís Tavares; todos os restantes iniciariam a actividade normal cerca das 08.00 da manhã. Afinal não; a "parelha de alerta" naquele dia não descolou cedinho…

Só cerca das 11.00 chegaram o Ten Cor Costa Gomes, Comandante do Grupo Operacional  [nº 1201] e o Capitão Fernando Vasquez, nosso Comandante de Esquadra, para voarem respectivamente o 5411 e o 5416. 
Uma hora passada, chegou a noticia de que um deles não regressaria à Base. Abatido por fogo de Anti-Aérea. na zona de Gandembel. Naquela manhã, algo tinha corrido mal…

O Ten Cor [Francisco Dias] Costa Gomes, com o seu bigodinho à Clark Gable, era um homem sisudo, vaidoso, de poucas falas,  e que nunca sorria. Não era simpático. Mesmo quando interpelado, respondia sempre com monossílabos. Mas era um bom Piloto. Tinha já passado pela BA9-Luanda onde tinha sido “alcunhado” com um curioso epíteto que nunca entendi muito bem! Não o vou dizer, por respeito à sua memória. 
Já o Capitão Vasquez [, Fernando de Jesus Vasquez,] , era o seu oposto… simples, simpático, sorridente, comunicador e um excelente Piloto. Todos gostávamos dele. Um grande Oficial General felizmente ainda entre nós!

Envio em anexo [foto d]o 5411,  nesse dia  já com o J. Nico sentado no cockpit para mais uma missão de bombardeamento… não sei em que zona, nem penso que isso seja importante. Direi apenas que esta foto foi feita poucos dias do abate deste avião. (***)

Grande abraço,
Mário Santos,
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Notas do editor:

(***) Último poste da série > 18 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18647: FAP (104): Breve Historial: Operação Atlas (Mário Santos, 1.º Cabo Especialista MMA)

Guiné 61/74 - P18647: FAP (104): Breve Historial: Operação Atlas (Mário Santos, 1.º Cabo Especialista MMA)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Santos (ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12, 1967/69), com data de 7 de Maio de 2018:

Caros amigos e camaradas.
Este é um documento de inestimável valor, em especial para as gerações mais novas.
São eventos da nossa história, e parte fundamental da nossa memória colectiva que estão acantonados nos Arquivos do Silêncio….
Retratam um acontecimento único e indelével na história da Aviação Militar Portuguesa.
Nela tomaram parte alguns amigos e camaradas de quem fui contemporâneo anos mais tarde na BA12 Bissalanca-Guiné.
Recordo com profunda saudade, já nos longínquos tempos de 67/69 os então Sargentos Pilotos, Pombo Rodrigues e Cartaxo da Silva (68/69) este já a voar o C-47 Dakota, assim como os Sargentos MMA, Mário Caneiro, José Cabeleira, Lino Carneiro e tantos outros que a inexorável passagem dos anos me varreu da memória.


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Nota do editor

Último poste da série de 30 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18585: FAP (103): Pedaços das nossas vidas (3): Madina do Boé "O Algarve na Guiné", por TGeneral PilAv José Nico (José Nico / Mário Santos)

Guiné 61/74 - P18646 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXII: As minhas estadias por Bissau (v): março de 1968


Foto nº 49 A >  Bissau > Brá >Quartel dos Adidos > Frente à messe de oficiais, o Virgílio Teixeira, de motorizada Peugeot


Foto nº 49 >  Bissau > Brá >Quartel dos Adidos > Março de 1968 > Frente à messe de oficiais, o Virgílio Teixeira, de motorizada Peugeot


Foto nº 51 > Bissau > 11 de março de 1968 > Na estrada do aeroporto a caminho de Safim num domingo...


Foto nº 41 > Bissau > Março de 1968 > No bar "A Meta":  da esquerda para a direita: o soldado condutor Espadana, que servia à mesa na messe de oficiais do nosso batalhão;  outra pessoa que não me lembro quem é;  a seguir o alferes Policarpo (, Artolas, era o nome de guerra dele);  depois juntando, o Verde, o Cachadinha e eu, formávamos aquilo a que passou a denominar-se ‘o pelotão dos artolas’...


Foto nº 41A > Março de 1968 > No bar "A Meta" [...ou não seria antes o "Nazareno" onde havia fados e guitarradas ? No cartaz. acima das cabeças, pode ler-se: [fados] acompanhados à guitarra, Jorge Neto, e viola, Manuel Castro]


Foto nº 60 > Bissau, março de 1968 > Junto com os meus dois ajudantes do CA [Conselho Administrativo], Furriel Pinto e Furriel Riquito, junto a uma bolanha, no período de março de 1968 quando o BCAÇ 1933 estava de serviço nos Adidos em Brá.


Foto nº 69


Foto nº 69A > Bissau, março de 1968 > Um grupo de camaradas, numas matas, sem perigo, nos arredores de Bissau, no mês em que o BC1933 estava nos Adidos em Brá. Bissau.


Foto nº 68 A > Bissau, março de 1968 > Um grupo de camaradas, num domingo de passeio, na sombra de um frondoso e grande Poilão.

Guiné > Bissau > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já mais de meia centena de referências no nosso blogue.

Recorde-se que o Virgílio Teixeira, de acordo com o seu CV militar (corrigido e atualizado...):

(i) assentou praça, em Mafra, na Escola Prática de Infantaria (EPI), em 3 de janeiro de 1967, ainda antes de completar os 24 anos de idade;  jurou bandeira em finais de março;

(ii) como habilitações literárias, tinha já os dois primeiros anos da Faculdade de Economia do Porto (, licenciatura que completou depois da tropa);

(iii) foi enviado para a EPAM  [Escola Prática de Administração Militar], em Lisboa, no Lumiar; acabou em junho a especialidade de SAM ], Serviço de Administração Militar]; promovido a aspirante, tinha uns dias de estágio, que acabou por não fazer por ter ido para o HMP,  na Estrela,  fazer Fisioterapia por cauda de acidente em fevereiro desse ano;

(iv) é mandado para o BC 10 em Chaves, onde deveria também fazer um estágio no CA, em julho, ("mas não fiz, pois não havia lá ninguém para me orientar; desenfio-me então porque não estava lá a fazer nada");

(v)  "sou mobilizado para a Guiné em 10Ago67 - curiosamente dois anos depois em 10Ago69 chego a Lisboa a bordo do UIGE -, mas ninguém sabe de mim; encontraram-me, fui a Chaves levei uma piçada do comandante, e só me disse que não me castigava porque já tinha um 'castigo maior', que era a Guiné...Fui com Guia de marcha para Santa Margarida fazer o IAO, e sei que o meu batalhão vai para a Guiné. Tudo bem, em vez de fazer alguma coisa para aprender mais da minha função, integro-me contra a vontade dos comandos, nas operações do IAO, e vou para a carreira de tiro onde utilizo todas as armas, até o dedo ficar esfolado"...

(vi) partiu de Figo Maduro, em 20 de setembro de 1967, num avião militar, com o comando avançado do BCAÇ 1933, para render o outro batalhão, o BCAV 1915, que seguiu para Bula ("embarco em 20 de setembro em Figo Maduro, chego a Bissau em 21, avanço para Nova Lamego  em 24 e regresso a Bissau em 27 de setembro, com objectivo de ir aprender mais alguma coisa na Chefia de Contabilidade, mas vou mais vezes para o Pilão e para a Piscina do Club em vez de ir para CC;  depois tenho de aprender sozinho, e cumpri as minhas funções sem nenhuma mácula."

(vi) faz o serviço no CTIG como alferes miliciano, sendo a sua especialidade o serviço de administração militar (SAM);  nessa qualidade, foi chefe do conselho administrativo (CA) do BCAÇ 1933, ou seja, o oficial mais perto do comandante de batalhão, que era um tenente-coronel;

(vii) não tendo sido um "operacional" propriamente dito, por isso, "contar muita coisa sobre operações em concreto, embora tivesse feito muitas colunas militares de reabastecimentos, quer por rio ou por estrada" [, a Madina do Boé, por exemplo], além de muitas patrulhas à volta dos aquartelamentos, e vivendo muitas vezes os bombardeamentos contínuos às posições [das NT]"

(viii) faz questão também de declarar que dá "um valor enorme ao sacrifício das nossas tropas": "conheço, por aquilo que leio agora, o que se passou e nós não sabíamos quase nada. Passaram mais de 40 anos até se perceber o que foi aquela guerra";

(ix) "esta reportagem - Bissau, parte I - pretende focar apenas a cidade e arredores de Bissau, as suas várias escapadelas, outras deslocações em serviço, as vivências e acima de tudo as loucuras da juventude, por esta cidade-capital, que, apesar de tudo, ficou marcada para o resto da vida";

(x) "os comentários que são feitos às fotos, são apenas de memória, o que veio à cabeça, e por consulta a vários elementos escritos, em especial aquilo que está escrito nas costas das fotos";

(xi) a esta parte o autor chama-lhe “As minhas Estadias por Bissau” ; deixa, para futura reportagem , o tema "Bissau – Parte II"; e aí sim, vai dar-lhe um nome sonante: “As minhas férias na Guiné”... que engloba tudo, Bissau, Nova Lamego e São Domingos, incluindo os aquartelamentos de Cacheu, Susana e as praias de Varela.

(xii) Comentário final do autor: "Mas sobre o CV falta lá o antes e o depois. Nada foi fácil, como se pode pensar, eu tenho no meu activo cerca de 60 anos de trabalho, e não parece, mas aos 12 anos já era contribuinte da segurança social - naquela época caixa de previdência - passei à situação de pensionista após 45 anos ininterruptos de trabalho e contribuições, por isso com 45 anos de descontos, dou de borla ao Estado 5 anos, pois só precisava de 40. Nem os aumentos de 100% da Guiné precisei deles. Mas nunca parei, e continuei na mesma vida, agora sem mais descontos e a receber a minha pensão. Neste momento apenas escrevo o Livro e comento nos Blogues, ajudo os filhos em burocracias quando eles precisam, pois tenho uma enorme experiência de muitas coisas"....


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1 > (v) Março de 1968 > Legendagem (*)

F41 – No bar "A Meta" com um grupo de amigos e camaradas, no mês de Março quando o batalhão ], o BCAÇ 1933,]  esteve em Brá - Adidos - Bissau. Da esquerda para a direita: um soldado do batalhão, outro que não sei quem é, outro soldado irmão do Riquito, o Cabo Horta do CA [, conselho administrativo], a seguir eu, depois o Furriel Riquito do CA. Era o único lugar, bar ou pub, um clube privado, fechado, onde se poderia estar a beber uns copos tirando umas passas. Não havia mulheres nem raparigas, Só militares. Tinha uns jogos de carros para entretenimento. Bissau, Março68.

F49 – Estamos no Quartel dos Adidos em Brá, onde o batalhão [,o BCAÇ 1933,] passou o mês de Março 68. Estou de motorizada Peugeot, à porta da Messe de Oficiais. Em pé na porta o Espadana, que servia à mesa, era soldado condutor. Sentado atrás de mim, o nosso Capelão, já falecido entretanto, Alferes Graduado Moita. Bissau, Março 68.

F50 – Num bar – pub, chamado ‘A Meta’,  privativo, para sócios, com assinatura, com um conjunto de amigos e camaradas. Foi no período em que o meu Batalhão esteve um mês em Bissau – Março de 68 – e que deu origem a muitas visitas a quase todos os pontos da cidade. Eu tinha o movimento facilitado devido ao meu transporte privado – a minha motorizada, uma Peugeot e depois uma Honda, ambas com recurso ao crédito e a prestações.

Da esquerda para a direita, está o soldado condutor Espadana, que servia à mesa na messe de oficiais do nosso batalhão, outra pessoa que não me lembro quem é, a seguir o alferes Policarpo, (artolas, era o nome de guerra dele, depois juntando, o Verde, o Cachadinha e eu, formávamos aquilo a que passou a denominar-se ‘o pelotão dos artolas’ e partilhávamos a mesma tenda nas semanas de campo, em Mafra e na Carregueira). Ele fez a recruta em Mafra e especialidade na EPAM juntamente comigo e depois encontramo-nos em Bissau. Era do Porto, o pai tinha um restaurante na Rua da Madeira, ao lado da Estação de São Bento. Bissau, 25Mar68.

F51 – Na estrada do aeroporto a caminho de Safim num Domingo. A partir daqui depois de comer uns petiscos numa esplanada à beira da estrada, temos dois caminhos: Para a direita segue-se para Nhacra-Mansoa-Mansabá. Para a esquerda, para Bula, Binar. Acho que nesta altura porque ia outro atrás de mim, fiquei pela piscina de Nhacra. Mais tarde fui sozinho a caminho de Mansoa, quando fui mandado parar e regressar à base. Bissau, 11Mar68.

F60 – Junto com os meus dois ajudantes do CA, - Furriel Pinto e Furriel Riquito - junto a uma bolanha, no período de Março de 1968 quando o BCAÇ 1933 estava de serviço nos Adidos em Brá. Bissau, Março 68.

F68 – Um grupo de camaradas, num Domingo de passeio, na sombra de um frondoso e Grande Poilão, árvores enormes que seriam precisos 2, 3 ou 4 homens para a abraçar. Bissau, Mar68.

F69 – Um grupo de camaradas, numas matas – sem perigo - nos arredores de Bissau, no mês em que o BC1933 estava nos Adidos em Brá. Bissau, Março/68.
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