segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15344: Agenda cultural (433): lançamento do livro de Joana Ruas, "Os Timorenses: 1973-1980", da Sextante Editora: Lisboa, 11 de novembro, 4ª feira, às 18h00, no auditório da Fundaçãio Mário Soares




Convite que nos foi enviado pessoalmente pela autora, Joana Ruas


Título: Os Timorenses – 1973-1980
Autor: Joana Ruas
Editora: Sextante (Grupo Editora)
Local: Lisboa
Ano: 2015
Págs.: 616
PVP: € 19,90


Sinopse: 40 anos depois da independência e da invasão indonésia, Joana Ruas apresenta a História de Timor como nunca a conheceu. Aos factos e aos protagonistas reais de Os Timorenses – 1973 - 1980, a autora acrescentou uma brilhante ficção histórica.

Em 1975 Timor preparava-se para ser independente e uma grande nação, mas a invasão pela Indonésia adiou esse sonho e foram vários os anos de luta e pobreza. É precisamente sobre esse período, e o que o antecedeu, que se debruça Os Timorenses – 1973-1980, o mais recente livro de Joana Ruas, que a Sextante Editora  acaba de publicar.

Para além de todos os dados, documentos e imagens incluídos no livro – fruto de uma exaustiva pesquisa – a autora acrescentou uma história ficcionada que acompanha toda a componente documental, fazendo desta uma obra única e essencial sobre Timor contemporâneo, desde o período que precede o 25 de Abril e a primeira independência até à invasão indonésia.

Desde os anos 60 ligada a Timor, Joana Ruas tem vindo a dedicar grande parte da sua investigação e escrita à História do país. Este novo livro insere--se na série A Pedra e a Folha, que conta já com dois livros, que se debruçam sobre os anos 1870 a 1910 e sobre a ocupação japonesa.

Este romance é sobre um processo histórico único no mundo e uma das mais solitárias guerras de libertação nacional. Neste período, a FRETILIN travou contra o invasor indonésio uma guerra de independência e uma guerra social numa metade de uma ilha isolada do resto do mundo pelo invasor e sem qualquer espécie de retaguarda para se refugiar ou para se abastecer. Na sua terra invadida, a pátria estava na presença social, física e sentimental dos seus guerrilheiros liderados por Nicolau Lobato. Os homens e mulheres das FALINTIL deixaram de existir no presente para se continuar no futuro. Eram homens e mulheres de coração poderoso cujos olhos pareciam olhar para o fundo do futuro, homens e mulheres que permaneciam livres mesmo na prisão e que mesmo nus morriam de pé.

O testemunho dos sobreviventes desta etapa, que vai de 1973 a 1980, repõe a memória concreta dos episódios então vividos pela nação timorense mas nada nos é revelado da vida dos seus heróis e heroínas. Até à restauração da independência a 20 de Maio de 2002, a morte é a paisagem que absorve os elementos humanos e a vida material dos seus guerrilheiros e de toda a nação. O que impressionou vivamente a escritora Joana Ruas foi essa experiência ao mesmo tempo religiosa e laica que através do cimento do seu sonho de liberdade coletiva, da sua fé e da força da linguagem venceu a angústia da morte e a certeza da destruição.


A autora

Joana Ruas nasceu, em 1945,  na Quinta do Pinheiro em Freches, no distrito da Guarda. Trabalhou como jornalista cultural e tradutora na Radiodifusão Portuguesa e no jornal Nô Pintcha da República da Guiné-Bissau. Participou na causa da Libertação do Povo de Timor-Leste, tendo feito várias conferências sobre a Língua Portuguesa em Timor-Leste, sua história e cultura. Entre poesia dispersa e ensaios é autora dos romances, Corpo colonial, O claro vento do mar e A pele dos séculos. Participou na IV Feira do Livro de Díli onde apresentou o romance A batalha das lágrimas e o livro de contos Crónicas timorenses respetivamente o 1.º e o 2.º volume da tetralogia A pedra e a folha sobre cem anos de Resistência Timorense.

(Fonte. Cortesia da editora Sextante, Grupo Porto Editora)




Lisboa > Biblioteca-Museu República e Resistência / Espaço Grandella > 2º Ciclo de Conferências 'Memórias Literárias da Guerra Colonial' > 4 de Junho de 2009 > Apresentação de livro de contos Cambança - Guiné, Morte e vida em maré baixa  do nosso camarada Alberto Branquinho  -  A escritora Joana Ruas (n. 1945), autora de A Pele dos Séculos (Lisboa, Ed. Caminho, 2001) dando testemunho da sua vivência, na Guiné-Bissau, no pós-25 de Abril, como simpatizante do PAIGC (acompanhou a guerrilha nas 'regiões libertadas' e integrou, como jornalista cultural, os quadro do Nô Pintcha, desde o seu nº 1).

1 comentário:

Antº Rosinha disse...

LUSA 5 de Novembro de 2015, às 08:47
O primeiro-ministro timorense considerou hoje que seria "deselegante" Portugal não enviar qualquer representante para as celebrações do 500.º aniversário da chegada dos navegadores portugueses a Timor-Leste, que decorrem este mês.
Seria "deselegante" Portugal não enviar representante a celebrações em Timor-Leste - PM
"Estamos a tentar pedir a compreensão do Estado português para o facto de isto ser uma celebração de encontro de duas civilizações. Seria deselegante não estar aqui um representante do Estado português", disse Rui Maria de Araújo à agência Lusa.


Parece-me que temos tanta sarna para nos coçarmos que os portugueses nem queremos saber destas "mariquices" saudosistas/colonialistas.

Mais, até temos vergonha destes sentimentos "pré-históricos" de quando eramos uma colónia daquelas colónias.

Penso que a maralha ainda não se apercebeu, ao fim de 500 anos, que nós aqui no rectângulo é que tentámos ser sempre os colonizados.

Já tivemos a capital no Rio de Janeiro, tivemos quem quisesse criar uma capital em Angola (Nova Lisboa) e agora abandonámos tudo, contra vontade dos povos que têm melhor memória que nós.

Foi do Ultramar que vieram e se formaram ou se criaram grandes portugueses históricos.

Sempre houve oriundos desde os Açores até Macau que se misturaram e integraram neste pequeno rectângulo, mais do que vindos de Roma ou Berlim e Bruxelas que sempre nos consideraram "pouquinho" europeus.

Exemplo:Além de os dois primeiros presidentes da nossa república foram Açoreanos, agora temos António Costa como 1º ministro e Carlos César seu vice.

Dizem os Caboverdeanos e guineneses, que devemos o 25 de Abril a Amílcar Cabral.

E eu digo que um dos portugueses mais cultos da nossa juventude foi um Santomense, Almada Negreiros.

Parece que Eanes vai ao 40º aniversário de Angola, vá lá!

Claro que eu estou nos antípodas.

Cumprimentos