quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15248: Manuscrito(s) (Luís Graça) (65): O Tempo Parece Querer Mudar... (Coleção de citações do diário de Tomás de Mello Breyner, c. 1902-1904)

O Tempo Parece Querer Mudar

por Luís Graça 

[com Tomás de Mello Breyner, c. 1902-1904]



À noite houve uma grande trovoada 
[acompanhada de muita chuva.
À noite iluminações. Tempo lindo.
Às 11 h. p. m. choveu.

Bom tempo e fresco.
Bom tempo.

Chovia bastante.
Continua a inverneira.
Continua a ventaneira fresca.
Continua o lindo tempo.
Continua o mau tempo.

Dia de calor terrível. À noite refrescou.
Dia de chuva e trovoadas.
Dia de chuva.
Dia de horroroso calor, mas eu quando tenho que fazer não dou pela calma.
Dia de tão grande ventania que se quebraram algumas árvores da cerca [do Paço de 
   Mafra]
Dia de verdadeiro Inverno! Chuva e frio !! Embarque difícil no Arsenal [do Alfeite].
Dia lindo, bom de mais. Assim não há meio de trabalhar.
Dia menos quente do que ontem.
Diminuiu o frio, mas veio a chuva.

Em Lisboa calor horrível.
Em Lisboa continua o calor medonho: na minha consulta, 34º à sombra.
Em Lisboa muito calor, aqui [Sintra] tempo fresco e lindo.
Em Lisboa o calor medonho, aqui [Mafra] fresco, delicioso.
Esteve um lindíssimo dia de Inverno.

Felizmente para as tropas o tempo continua ótimo.
Palácio Nacional de Mafra. Litogravura de 1853.
Cortesia de Wikipedia

Grande calor em Lisboa e aqui [em    
   Sintra].

Há grande temporal do sudoeste e 
   [muita chuva.
Hoje dia de calor horrível em Lisboa.




Joguei um pouco de ténis no fim do almoço e depois dormi um pouco porque faz calor 
  [em Vidago].

Linda tarde e bom vento.

Manhã de grande invernia! Parece dezembro ! [ em junho].
Mudou o tempo, temos a chuva grossa.
Muito vento e alguma chuva.

Ninguém se lembra de um tempo assim neste mês [ junho].
Noite de luar, mas há calor fora do natural.
Noite de temporal.

O dia menos mau, talvez ainda não seguro.
O tempo  continua um encanto.
O tempo aguentou-se.
O tempo bom. Continuo a ter boas notícias de casa.
O tempo continua bom. Muitos drinks, muito cavaco até à meia noite  
    [ no Iate Real Amélia].
O tempo continua de chuva.
O tempo continua escandalosamente belo.
O tempo continua fresco e lindo.
O tempo continua frigidíssimo, mas sempre bonito.
O tempo continua mau.
O tempo continua mau: borrasca do sudoeste com chuva.
O tempo está mau: tem chovido bastante.
O tempo está mau: trovoada e muita chuva.
O tempo está muito frio e todo o dia houve nevoeiro cerrado.
O tempo incerto.
O tempo incerto. Faz nove anos que eu casei.
O tempo lindo hoje, muito ameno.
O tempo lindo mas muito frio. Vento do nordeste.
O tempo melhorou de dia,  mas para a noite ameaçava de noite chuva.
O tempo melhorou
O tempo mudou: esteve um bonito dia.
O tempo muito mais quente hoje.
O tempo parece querer mudar.
O tempo parece querer mudar. Que venha chuva e frio para tónico das gentes.
O tempo parece querer mudar como é sempre costume no Entrudo.
O tempo péssimo. Verdadeira invernia.
O tempo piorou.
O tempo refrescou muito e à noite choveu.
O tempo tende a melhorar.
Os Príncipes já jantam à mesa de Estado. Já era tempo!

Parece Inverno.
Parece que a terra perdeu tanto calor pelos vulcões das ilhas americanas que não pôde      [haver Verão, o que aliás me não faz a maior falta. Dizem telegramas do Brasil que 
   [caiu neve e há gelo em pontos onde nunca gelou nem nevou.
Parecia um dia inglês.



Navio Amélia IV, de casco de aço, construído na Escócia, comprado por D. Carlos I, em 1901, para servir não só de iate real, ,mas também de navio de guerra e de navio hidrográfico. Esteve ao serviço entre 1901 e 1937. Características técnicas: deslocamento; 1 370 t; comprimento 70,1 m; velocidade 25 nós; tripulação 74. Cortesia: Wikipedia.



Tempo a fazer caretas.
Tempo a querer mudar.
Tempo ameaçando chuva, mas quente.
Tempo ameaçando chuva, o que é mau por causa da bagagem que irá esta  noite para 
   [Lisboa.
Tempo ameaçando chuva e eu muito embronquitado.
Tempo ameaçando trovoada.
Tempo bom.
Tempo bom. Vim jantar a casa.
Tempo bonito e fresco aqui [ em Sintra] , em Lisboa calor.
Tempo bonito e fresco,  o que descansa dos calores transmontanos.
Tempo bonito e fresco. Fui de manhã à Ericeira com os pequenos.
Tempo bonito e fresco. Graças a Deus todos estamos bem.
Tempo bonito e fresquinho.
Tempo bonito e mais fresco.
Tempo bonito e ventoso, quase frio.
Tempo bonito, mas de grande nortada.
Tempo bonito, mas quente.
Tempo bonito, mas quente e que fez recear chuva.
Tempo chuvoso.
Tempo com tendência a melhorar.
Tempo com vontade de virar a leste.
Tempo de aguaceiros e grande ventania.
Tempo de aguaceiros, mas de tarde levantou.
Tempo de chuva.
Tempo de frio e chuva como Inverno.
Tempo de grande nortada.
Tempo de invernia como em dezembro: chuva e frio.
Tempo de Inverno.
Tempo de terrível inverneira.
Tempo duvidoso.
Tempo esplêndido.
Tempo fazendo caretas para os lados do sudoeste.
Tempo feio e muito frio.
Tempo fresco.
Tempo frio e bonito.
Tempo frio e de aguaceiros.
Tempo frio e mau.
Tempo horrível.
Tempo horrivelmente quente tanto em Lisboa como aqui [em Sintra].
Tempo incerto.
Tempo irregular.
Tempo irregular: aguaceiros.
Tempo lindíssimo.
Tempo lindo. Recebi ordem de El-Rei  para partir amanhã para Mafra.
Tempo lindo e eu muito constipado.
Tempo lindo e fresco em Sintra.
Tempo lindo e fresco.
Tempo lindo e fresquíssimo nesta nesta boa terra [Mafra] que eu desejaria que mais 
    [uma vez fosse  o que costuma ser na convalescença  da minha rica filha.
Tempo lindo e frio.
Tempo lindo mas frio. Jantei em casa.
Tempo lindo, luar magnífico.
Tempo lindo, mas frio.
Tempo lindo, mas muito frio. Vento nordeste.
Tempo lindo, mas pouco frio, o que não é muito bom sinal nesta época do ano.
Tempo lindo, mas quente de mais para a época [ outubro].
Tempo lindo, mas um pouco quente principalmente na Ericeira.
Tempo lindo, muito ameno.
Tempo lindo, passeio encantador.
Tempo lindo.
Tempo lindo. Dias de Outono claros e frescos.  A Tapada está um encanto.
Tempo lindo. Para a noite as minhas filhas estavam melhorzinhas.
Tempo lindo: Outono puro que aqui é lindo [ em Mafra].
Tempo magnífico e fresco.
Tempo magnífico.
Tempo mais fresco.
Tempo melhor, mas não frio.
Tempo melhorado.
Tempo muito frio e húmido.
Tempo muito frio, de nevoeiro cerrado.
Tempo não muito quente. Alguma aragem.
Tempo óptimo.
Tempo óptimo: bonito e fresco.
Tempo péssimo.
Tempo péssimo: frio e muita chuva.
Tempo que parece mais de Inverno.
Tempo quente [ em outubro ] como se fora julho
Tempo quente até aqui que é a terra fresca  [Mafra]
Tempo quente e de trovoada.
Tempo quente mas encoberto, ameaçando trovoada.
Tempo quente, mas bonito.
Tempo quentíssimo como raras vezes aqui há [ em Mafra].
Tempo quentíssimo. Linda noite de luar. Todas as janelas abertas o que é raro nestas  paragens [Sintra].
Tempo quentíssimo: mais de 33º à sombra.
Tempo regular.
Tempo sempre lindo, o que aumenta a minha tristeza.
Tempo um pouco melhor permitiu as luminárias  na Avenida da Liberdade.
Tempo um pouco menos quente.
Tempo variável.
Teremos mau tempo brevemente.
Todo o dia choveu como no Inverno.
Todo o dia enevoado e à noite choveu.

[Seleção, ordenação alfabética e fixação de texto: LG]

Cortesia do portal
Geneall,.net
Fonte: Citações de: BREYNER, Thomaz de Mello – Diário de um Monárquico: 1902-1904. Porto: Fundação  Eng. António de Almeida. 2005.

Tomás de Mello Breyner (1966-1933), filho e neto de militares,  nasceu em Lisboa, no castelo de São Jorge, que na altura era um quartel. Usava o título de 4º conde de Mafra. Era um dos homens mais cosmopolitas do seu tempo. É um dos lídimos representantes da "belle époque" (portuguesa), no virar do séc. XX.  (A expressão francesa "belle époque" usa-se para designar a "idade de ouro" da civilização ocidental, que vai do fim do séc. XIX até à à eclosão da I Guerra Mundial.)

Médico hospitalar  especialista em doença venéreas (, no Desterro, onde ia das 8 às 10 horas, para tratar as doentes que eram... as "p... do bairro Alto"; e com consultório privado, à tarde, na Rua do Ouro, onde atendia  as "coquettes", espanholas e francesas, amantes dos ricos), era também médico da corte, amigo pessoal de Dom Carlos, da raínha Dona Amélia, e dos  príncipes.

Foi casado com Sofia de Carvalho Burnay, quarta filha de Henrique Burnay, 1.° conde de Burnay, o homem mais rico de Portugal nessa época. Teve nove filhos, entre o quais Maria Amélia de Mello Breyner, mãe da grande poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) de quem eu levei para a Guiné o seu  "Livro Sexto" (1º edição, Lisboa, Morais Editores, 1962), um dos meus  livros de cabeceira...

Sobre este homem singular, monárquico liberal até ao fim da vida, testemunha priviliegiada de uma época, grande português e pai estremoso, escrevi há 10 um artigo que está disponível na minha página pessoal:  Graça., L. - A vida de um médico da belle époque, [Em linha]. 2005, Página pessoal de Luís Graça, Saúde e Trabalho, Textos sobre saúde e trabalho, 178. [Consult 13 de outubro de 2015]. Disponível em http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/textos178.html

Aqui vão alguns excertos:

(...) Thomaz de Mello Breyner é uma figura conhecida nos meios da política e da medicina do princípio do Séc. XX. É autor de um Diário de um monárquico, abarcando um período que vai dos últimos anos da Monarquia até à República. O diário, manuscrito, foi transcrito e anotado pelo seu neto Gustavo de Mello Breyner Andresen, e publicado pela Fundação Eng. António de Almeida. Um dos volumes que li com curiosidade e agrado abarca os últimos anos da Belle Époque: 1905-1907 (...).

Em 1 de Fevereiro de 1908, a monarquia portuguesa é ferida de morte: O rei D. Carlos (1863-1908) e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são assassinados no Rossio. Thomaz de Mello Breyner, futuro 4º conde de Mafra, médico da corte e amigo íntimo da família real  (...), já por diversas vezes tinha manifestado a sua preocupação sobre o futuro da Pátria e da dinastia de Bragança: "Onde está o meu Rei estou eu, sobretudo agora em tempo quase de de guerra", escrevia ele a 8 de Dezembro de 1907 (....).

(...) A sua carreira política será, todavia, modesta e discreta: o João Franco resolveu fazer dele deputado e encarregá-lo da "reorganização do serviço de meretrizes" (sic) (19 de Junho de 1906). E de facto caber-lhe-á a criação do serviço de dermatologia e doenças venéreas no Hospital do Desterro. Vai desportivamente, uma vez por outra, à Câmara dos Deputados, da parte da tarde. Em Vernet-les-Bains, nos Pirinéus franceses, onde o sogro tem interesses imobiliários, e onde a família faz férias de Outono-Inverno, escreve o nosso deputado absentista: "Pelos jornais vejo que houve no dia 20 sessão tumultuosa na Câmara dos Deputados, sendo postos fora pela força armada os deputados republicanos Afonso Costa e Alexandre Braga. Parece-me que o João Franco precisa começar a dar porrada rija" (23 de Novembro de 1906).

É contudo um patriota e leal monárquico: Estando em Madrid, no dia 1 de Dezembro de 1906, tem este pensamento: "Amanheceu o dia puro e alegre como em Lisboa em 1640" (Madrid, 1 de Dezembro de 1906). Curiosamente, esta frase faz-me lembrar o poema da sua neta Sophia [de Mello Breyner Andresen]sobre o 25 de Abril de 1974: "Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo".

(...) Tinha sobretudo o curioso hábito de anotar, dia a dia, na sua agenda, osfait-divers da sua vida familiar, social e profissional. São algumas dessas notas do seu diário, incluindo os seus interessantes obituários, que nos permitem conhecer hoje, um pouco melhor, a prática da medicina, quer hospitalar quer privada, daquela época, tendo como pano de fundo a conturbada vida política da época, bem como a morbimortalidade que atingia as pessoas do seu círculo de relações (família, criados, amigos, colegas). 

Thomaz de Mello Breyner mostrava ser um homem de hábitos, disciplinado, obsessivo com as horas. Levantava-se cedo e, quando não dormia no Paço das Necessidades (então residência oficial da família real), saía da sua casa, na Junqueira, em Lisboa (sendo portanto vizinho dos seus sogros, que moravam no Palácio Burnay, sito no nº 86 da Rua da Junqueira, edifício hoje classificado como imóvel de interesse público, juntamente com os seus anexos e jardim), e ia directamente para o Hospital do Desterro, por volta das 7 horas, conduzindo ele próprio, muitas vezes, o seu automóvel, o que para os médicos da época era ainda um verdadeiro luxo!

No Hospital do Desterro, o nosso homem não deveria trabalhar mais do que duas a três horas. Vemo-lo a sair por volta das 10h. Almoçava em casa ou nalgum hotel da Baixa. Da 1 às 3h (ou das 2 às 4h) estava, habitualmente, no seu consultório, na Rua do Ouro, 292-1º, que partilhava com o seu colega e sócio Agostinho Tavares (20 de Maio de 1906).

(...) Médico hospitalar, especializado em França em doenças sexualmente transmissíveis, fazia medicina privada, como todos os médicos do seu tempo, para uma clientela rica (ou com posses). Mas o o seu consultório, situado na baixa lisboeta, então uma zona chique, também é usado na sua vida social. Tomás de Mello Breyner é fluente em inglês, além do francês, e amigo de escritores como John dos Passos (que está de passagem em Lisboa a 24 de Maio de 1905). Frequentemente é solicitado para servir de intérprete e até de fazer de relações públicas da corte.

(...) Nessa época já estava a funcionar o Hospital Colonial. A 11 de Janeiro de 1905, o autor acompanhou um colega inglês do cruzador Essex numa visita aos hospitais de Lisboa, "acabando pelo Hospital Colonial na Junqueira onde estava o António de Lancastre que mostrou a doença do sono em seis pretos" (Breyner, 2003.19). Este António de Lencastre, médico e aristocrata, é citado por Mira (1947. 475) como tendo sido enviado, pelo Governo, em 1899, "em comissão ao estrangeiro (...) para ali estudar os processos empregados no isolamento e hospitalização dos tísicos", iniciativa da qual iria nascer, nesse mesmo ano, a Assistência Nacional aos Tuberculosos. (...)
______________

2 comentários:

Anónimo disse...

Joaquim Luis Mendes Gomes
14 out 2015 07:59


Amanhecer pardacento de Outubro…

Chuvoso este amanhecer de Outubro frio e cinzento.
Através das vidraças cerradas,
Passa um zumbido das rodas sobe a estrada molhada.
Chega-me a toada constante
Do toque, ao longe,
Da ambulância aflita.
As janelas das casas dormentes,
Se acendem e apagam.
É a hora das pressas
Para as escolas e os empregos à hora.
E os passeios das ruas, atafulhados de carros,
Abrem clareiras que suavizam quem chega.
E os pais, com os meninos pela mão,
A maioria são turcos,
Atravessam as ruas a caminho das creches.
Na padaria vizinha,
Com bar,
Que me fica no prédio,
Há uma russa sadia
Que vende pães e cafés.
Sentado à mesa, escrevo estas linhas
E tomo o almoço quentinho
Que sabe tão bem…
Mais dia começa
´
Berlim, 14 de Outubro de 15
8h44m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

Luís Graça disse...

O diário de Tomás de Mello Breyner começava invariavelmente pelo tempo: "8horas, hospital"; e depois apreciação da situação metereológica...

Um século depois, os portugueses continuam a gastar boa parte do tempo a falar do tempo, do tempo que faz, que fazia, que fez, que fará, que deveria fazer..., além de suspirar pelo bons velhos tempos (que, esses, nunca existiram)!...

Povo historicamente com um pé em terra e outro no mar, também criou muitos provérbios para o ajudar a fazer as devidas previsões metereológicas, "porque quem vai para o mar avia-se em terra"...

Eis uma mão cheia deles, apanhados por aí na Net e ordenados de A a Z...

A Lua, quando pinta, quinta; e, se ao sexto não despinta, vai até aos trinta.
A Lua, como pinta, trinta.
Aberta para Castela: chuva como terra.
Ao meio-dia, ou carrega ou alivia
Ao quinto dia, verás o mês que terás.
Arco-íris na serra: tira os bois e lavra a terra.
Arco da velha por água espera.
Aurora ruiva: vento ou chuiva.
Boa noite, após mau tempo, traz chuva e vento Carnaval na rua: Páscoa em casa.
Céu às cavadelas: chuva às gabelas
Céu pardacento: ou chuva ou vento.
Circo na Lua: chuva na rua.
Em ano de nozes, guarda lenha para o inverno.
Gaivotas em terra: tempestade no mar.
Geada na lama: chuva reclama.
Geada na lama: chuva na cama.
Lua, com circo ao largo: chuva ao perto.
Lua deitada: marinheiro em pé.
Lua inclinada não leva nada.
Lua nova trovejada trinta dias é molhada.
Lua nova trovejada trinta dias é molhada; e, se venta, noventa.
Lua nova trovejada ou vem seca ou vem molhada.
Manhã de névoa: tarde de sesta.
Março chuvoso: S. João farinhoso.
Natal à lareira: Páscoa na soalheira.
Natal em casa: Páscoa na praça.
O Agosto será gaiteiro, se for bom o Janeiro.
Páscoa a assoalhar: Natal atrás do lar.
Primeiro dia de Janeiro: primeiro dia de verão.
Quando o vento vem do mar, na noite de S. João, não há verão.
Quando o sapo salta, a chuva não falta.
Rigor da noite: chuva de manhã.
Rigor de nascente: chuva de repente.
Se a Senhora das Candeias rir, está o inverno para vir.
Se a Senhora das Candeias chora, está o inverno fora.
Se a Senhora das Candeias ri e chora, está o inverno meio dentro e meio fora.
Sol que muito madruga, pouco dura.
Vento de leste não traz nada que preste.
Vento suão: chuva na mão.
Vento suão molha no inverno, seca no verão.