terça-feira, 26 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14663: Filhos do vento (33): "Quando a guerra terminar, e a tropa se for embora, ainda hei-de ver por aqui alguns brancos a trepar às palmeiras", dizia-me um chefe de tabanca no meu tempo (Domingos Gonçalves, ex-alf mil, CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)



Guiné > s/l> s/d [c. 1961/64] > "Trepando à palmeira para a recolha do vinho de palma. (eu nem com um cabo de aço de 20 mm, me atrevia a estar naquela posição àquela altura)"...


Foto do álbum do nosso "veteraníssimo" Joaquim Ruivo, ex-1º cabo mec obus 8.8, BAC (Santa Luzia, Bissau, out 61/ fev 64).

Foto (e legenda): © Joaquim Ruivo (2013). Todos os direitos reservados

1. Mensagem de Domingos Gonçalves (ex-alf mil,  CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)

Data: 26 de maio de 2015 às 09:00
Assunto: Filhos da guerra/filhos do vento


Prezado Graça:

Antes de mais, saúde. Depois, envio a minha opinião sobre o assunto em questão (*.

Filhos do Vento? Filhos da Guerra?

O nome parece-me secundário. São filhos de portugueses. E é por serem filhos de portugueses que merecem a nacionalidade portuguesa.

Poderíamos invocar, reforçando o primeiro, outro argumento: os que nasceram antes de 25 de Abril
de 1974, nasceram em território português, administrado por Portugal. Também, por esta razão,
deveriam ter direito à nacionalidade portuguesa, caso a desjassem.

Serão muitos? Serão poucos? Ao certo ninguém sabe.

Recordo-me de ter escutado algures, da boca de um chefe de tabanca, o seguinte comentário:
"Quando a guerra terminar, e a tropa se for embora, ainda hei-de ver por aqui alguns brancos a trepar às palmeiras."

Não sei se a profecia se cumpriu, ou não. De qualquer modo, sejam eles brancos, negros ou mestiços,
penso  que deveriam ter direito à nacionalidade portuguesa.

Com um aqbraço amigo,

Domingos Gonçalves

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Nota do editor:

Último poste da série >  25 de maio de  2015 > Guiné 63/74 - P14659: Filhos do vento (32): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": apontar o dedo ou dar a mão para ajudar? (Hélder Sousa / João Sacôto)

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