domingo, 14 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14025: Bom ou mau tempo na bolanha (79): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (19) (Tony Borié)

Septuagésimo oitavo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.




Dia 11 de Julho de 2014. 

Resumo do vigésimo primeiro dia 

Já tínhamos saído do Yellowstone Nacional Parque um pouco abalados pela noite muito mal dormida, mas quem anda na estrada, não se deve queixar.
Portanto, continuando na estrada número 287, que agora também se pode chamar 191, rumo ao sul, que tem muito cenário, passando sempre, entre montanhas, vales, rios ou precipícios, entrámos no “Grand Teton National Park”, que está situado a oeste do estado de Wyoming e, logo a sul do Yellowstone Nacional Parque, cuja designação tem origem no nome do pico mais alto das montanhas de Teton, o “Grand Teton”, com 4197 metros de altitude, que foi baptizado por um caçador francês, que devia de ser uma pessoa romântica, pois ao observá-lo, do lado do estado do Idaho, logo lhe chamou “tétons”, que dizem que é um calão francês que designa “mamilos”.



Este maravilhoso parque é o destino privilegiado e muito popular para pessoas que gostam da natureza, andar a cavalo, fazer caminhadas, caçar, pescar ou qualquer outra forma de passar tempo ao ar livre. Tem aproximadamente 320 quilómetros em “trilhos”, que nos levam ao lado das montanhas, algumas com neve todo o ano, a outras áreas onde se pode acampar, ribeiros de água pura, vegetação densa em algumas partes, outras com árvores com centenas de anos, com partes secas pelo frio da neve, mas ainda vivas, pois em algumas partes sai um ramo a florir. O “Snake River”, que passa por aqui, com muita frequência forma pequenos lagos, onde existem várias espécies de peixes, entre elas, a maior quantidade são trutas, tem mais de 1000 espécies de plantas, mais de 300 espécies de pássaros.


Continuando a nossa jornada, sempre rumo ao sul, chegámos a uma cidade que é o sonho das pessoas que adoram filmes, ou motivos do oeste americano, chegámos à cidade de “cowboys”, que dá pelo nome Jackson Hole. Aqui parámos, procurámos onde dormir, tomar banho e, mudar de roupa, ir caminhar por esta pequena cidade, ver a “Main Street”, os edifícios, alguns em tijolo vermelho, outros em madeira, nenhum tem mais do que dois andares, não vimos cafés ou restaurantes “temáticos”, estavam lá os “sallons”, o largo principal, a casa do ferreiro, a estação da polícia, era a casa do “xerife” e, naquela “main street”, há muitos anos, talvez tivesse havido “duelos”.


Esta pequena cidade, que está localizada muito perto da fronteira com o estado de Idaho, a qual recebeu o seu primeiro nome de “Jackson’s Hole”, dado pelos caçadores de “beavers”, que andavam por esta área caçando aqueles bonitos animais para depois venderem a sua pele, a David Edward “Davey” Jackson, que era sócio da Rocky Mountain Fur Company e, que naquele tempo estava estabelecido nesta área, a quem deviam tratar por “Davey Jackson”, claro, os homens da montanha, usavam uma linguagem parecida como, “vamos ao Jackon’s Hole”, quando se dirigiam para esta povoação, pois fica entre diversas montanhas e, dava a sensação que entravam num “buraco”, que em inglês, quer dizer “hole”. Porra, não levem isto para a maldade, mas nós portugueses, se por acaso por aqui andássemos nessa altura, devíamos de dizer “vamos ao buraco do Jackson”.


Hoje é uma cidade, principalmente no inverno se transforma numa estância de turismo, com pistas de gelo nas suas montanhas, modernos hotéis de luxo, mesmo fora do que é costume ver-se, tudo no mesmo estilo de há centenas de anos, no verão é visitada todos os dias por milhares de pessoas que vêm dos parques próximos, não é difícil cruzar-se na rua com qualquer artista de Hollywood ou qualquer pessoa mediática, onde existe um comércio dirigido a motivos do oeste, mas de “puro oeste”, não, como se vê nas lojas das grandes cidades, que parecem imitações comparados com os artigos que aqui se vendem.


Visitámos entre outros locais, um bar que dá pelo nome de “Million Dollars Cowboy Bar”, que não é um bar normal, a sua construção remonta por volta do ano de 1890, é quase uma “gallery”, talvez um “museu”, onde se vive uma atmosfera fascinante de motivos do verdadeiro “American Wild West”, as cadeiras, são “selas” verdadeiras que os cowboys usavam para cavalgar, o balcão está coberto por moedas de dollares em prata, do século passado, armas antigas e motivos do oeste, são a sua decoração, os empregados andam vestidos à cowboy e a cerveja que vendem é feita lá em Jackson Hole. Tem uma sala com um pequeno palco, onde já actuaram os mais famosos nomes de música “country”, como Waylon Jennings, Hank Williams, Jr., Asleep at the Wheel, Hoy Axton, Glen Campbell, Tanya Tucker, Willie Nelson, Commander Cody ou James Cotton Blues Band.

A polícia anda a pé e a cavalo, são os “xerifes e os seus ajudantes”. Aqui dormimos depois de andar pelas ruas, entrar e sair em quase todos os estabelecimentos, comprar recordações para familiares, sem nunca nos cansarmos, pois o ambiente era da alegria, as pessoas queriam comunicar, queriam ser agradáveis!. Jackson Hole, Jackson Hole.

Neste dia percorremos apenas 186 milhas, com o preço da gasolina a variar entre $3.58 e $3.60 o galão, que são aproximadamente 4 litros.

Tony Borie, Agosto de 2014.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 6 de Dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13979: Bom ou mau tempo na bolanha (77): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (18) (Tony Borié)

Sem comentários: