quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13673: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (4): 8 de Agosto de 1962




1. Publicação da quarta parte do trabalho de pesquisa e compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), que diz respeito aos últimos 5517 dias de luta pela independência da então Guiné Portuguesa.





(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13670: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (3): Recenseamento, Inspecção e Distribuição de Pessoal; Os Tombados em Campanha e Os Que Foram Agraciados

3 comentários:

Luís Graça disse...

Zé:

Mais uma vez estás de parabéns pelo excelente (e gigantesco) TPC que fizeste!...

Esta tua ideia de uma contagem decrescente da guerra (de 3 de agosto de 1959 a 10 de setembro de 1974) é interessante, didática, original, útil, estimulante... Para nós, combatentes no To da Guiné, para todos os estudiosos e interessados na histopriografia da "guerra colonial" (ou de "guerra libertação", vistas as coisas pelo "outro lado" da barricada...).

É como um filme, mas de que já conhecemos o desfecho...

Trazes rigor, com as datas e os factos, mas também elementos interpretativos, de contexto...

Em relação ao período que analisas, deixa-me meter a minha colherada: o ano de 1962 e particularmente o 2º semestre não foi ainda de "guerra aberta", mas antes de "conflito latente"... De um lado e do outro, fez-se guerra "surda e suja"... O PAIGG fazia o seu trabalho de "sapa" (aliciando militantes e populações, distribuindo propaganda, formando, treinando, organizando...).

Nós (as nossas ainda escassas tropas, a PIDE, a polícia administrativa...) faziam aquilo a que eufenmisticamente se chamas a "contrassubverção".

Este período é mal conhecido e pior documentado. Há o "silêncio" dos arquivos, as "brancas" da memória, as "folhas em falta" nas crónicas... Quem poderia dar testemunho, já morreu, ou não está disponível, ou não quer falar ou escrever... Não sei o que há nos arquivos da PIDE bem como no Arquivo Histórico Militar, a este respeito... Receio que haja pouca coisa...

É neste contexto que o PAIGC tem a sua primeira grande perda: a morte do seu primeiro comandante, Vitorino [Domingos] Costa, na região de Quínara, em Darsalame, abaixo de Empada...

Recorde-se que o Vitorino (juntamente com o irmão Manuel Saturnino) foi um dos históricos militantes enviados para a China para receber treino político-militar, juntamente com João Bernardo Vieira (Nino), Francisco Mendes, Constantino Teixeira, Pedro Ramos, Domingos Ramos, Rui Djassi, Osvaldo Vieira e Hilário Gomes, tendo sido recebidos pelo "grande timoneiro", Mao Zedong, em 1961.

Há fotos históricas, no Arquivo Amílcar Cabral, que documentam esse momento.

A morte e as circunstâncias da morte do Vitorino Costa, surpreendido por forças da CCAÇ 153, comandadas pelo cap inf José Curto (hoje general reformado, se não erro), foram um duríssimo revés para Amílcar Cabarl e o seu Partido.

Vd. 25 DE JANEIRO DE 2013

Guin é 63/74 - P11005: Efemérides (119): A morte do comandante Vitorino Costa, um revés para o partido de Amílcar Cabral, em 1962, ainda antes do início oficial da guerra


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/01/guin-e-6374-p11005-efemerides-119-morte.html

Luís Graça disse...

É pena que veteranos da guerra da Guiné, oficiais com brilhanets folhas de serviço como o ten gen ref José dos Santos Carreto Curto, não escrevam as suas memórias.

Sei que ao fim de muitos anos ele se reuniu com a sua Companhia de Caçadores 153: foi na cidade do Porto, em 19 de junho de 2010... Desconheço se a companhia, composta essencialmente por pessoal açoriano (se nãop erro), voltou a reunir-se.

José Marcelino Martins disse...

A CCaç n153 foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 13, aquartelada em Vila Real.