sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12325: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (1): Foto nº 1: Parte da Tabanca da Rocha


Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 > Foto nº 1 > Parte da Tabanca da Rocha.

Foto do álbum do Fernando Gouveia [, ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70]

Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados.


FOTO 1 > Parte da Tabanca da Rocha – Bafatá

Legendas:

1 – Cemitério.

2 – Secção de Engenharia, no perímetro do Agrupamento [, Cmd  Agr 2957, 1968/70].

3 – Porta de armas do Agrupamento.

4 – Esquadrão de Cavalaria [, Erec Rec Fox 2640, 1969/71]

5 – Pista

6 – Depósito de abastecimento de água a Bafatá.

7 – Mãe d’água.

8 – O telhado da casa onde morei.

9 – Casa e restaurante do Sr. Teófilo.

10 – Estrada para Bambadinca. [Vd. mapa em baixo]

11 – Estrada velha para Nova Lamego (Gabu).

12 – Estrada nova (asfaltada) para Nova Lamego. [Vd. mapa em baixo]

13 – Rua do agora apelidado de “Bataclã”.

14 – Rio Geba.[vd. mapa em baixo]

15 – Rua que vai passar pela mesquita.



1. No dia 10 do corrente, mandei o seguinte mail ao Fernando Gouveia, arquiteto reformado (que vive no Porto; foto à esquerda, na LDG que o levou, desde o Xime até a Bissau, de regresso a casa, no final da comissão, em 1970].

Fernando: eis um desfio para ti, e um pedido meu... Um dia vais nos poder fazer o mapa e o roteiro da cidade de Bafatá, para acabar com as nossas memórias confusas... Ninguém como tu conheceu (e amou) aquela cidade...Abraço fraterno. Luis

2. Resposta imediata, no mesmo dia:

Luís: Define o que pretendes, que farei o que puder.
 Um abraço. Fernando.
3. Minha resposta, no mesmo dia:

Fernando: È muito simples... Nas tuas (e outras) fotos aéreas de Bafatá, dás o nome às principais artérias e aos principais edifícios.... incluindo estabelecimentos comerciais e sítios por onde passámos e estão na nossa memória... Mesmo que não te lembres do nome da rua... Podes pôr, por exemplo, rua do batalhão, rua do cinema, av principal, estrada para Bambadinca...

Um abraço, Luis

4. Mensagem do Fernando Gouveia, com data de 20 do 
corrente, mandando-nos 17 fotos, devidamente legendadas:

 Luís:

Aí vai o “roteiro de Bafatá” que me pediste. Espero que esteja a teu contento.

Irei mandar mais que um e-mail por causa das 17 fotos.

Seguem-se as legendas das fotografias:

Um abraço, Fernando.



Guiné > Zona leste > 1955 > Mapa (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Bafatá (sede de circunscrição  e depois município, elevada a cidade em março de 1970, a maior a seguir a Bissau, no nosso tempo). Ficava situada na margem direita do Rio Geba Estreito, tendo a sudoeste Bambadinca e a nordeste Nova Lamego.

Infelizmente, Bafatá está hoje em decadência, parou no tempo... O polo de desenvolvimento do leste parece ser agora a antiga Nova Lamego (Gabu). No tempo da guerra, ou pelo menos no nosso tempo (1968/71), a estrada Bafatá-Mansabá estava "interdita". Circulava-se,  sem problemas de maior, no eixo rodoviário (alcatroado) Bambadinca-Bafatá-Nova Lamego (a que se juntará, em 1972, o troço do Xime)... Era um eixo importantíssimo para  toda a logística e defesa  do leste, e cujo controlo por parte das NT  o PAIGC nunca  conseguiu pôr em causa ou  em risco.

No final da guerra, Bafatá era sede do CAOP 2, formado pelos seguintes setores: L1 (Bambadinca), L2 (Bafatá), L3 (Nova Lamego), L4 (Piche), L5 (Gondomar) e L6 (Pirada)... mais 3 zonas de intervenção do Com-Chefe... Eram muitos milhares de homens  em armas (mais de 7 mil, contando por alto), seguramente superior ao total de efetivos disponíveis do PAIGC, em todas as frentes e bases fronteiriças.   (LG).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)

6 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Obrigado Fernando.Já devia ter agradecido ao Humberto Reis por nos mostrar a Bambadinca de "nosso" tempo. Guardei tudo.

Agora mostras Bafatá, também de nosso tempo. Vou guardar para, quando estiver "marado" recordar.

Queiramos ou não faz parte de nossa vida.

Um grande abraçãodo T.

(ps - o morteiro sem prato funciona...depois digo-te)

Luís Graça disse...

Sim, é um "mundo que já não existe", uma cidade-fantasma... Talvez um dia os arqueólogos descubram "restos" da cidadezinha colonial, dos tugas, dos fulas, da sua presença por aquelas paragens, da azáfama em Bafatá no tempo da guerra dita colonial, com colunas a chegarem e a partirem, de e para todos os lados da zona leste... Do sempre em festa (o Bataclã), dos cheiros da cozinha da Transmontada, do patacão a escorrer nas lojas dos comerciantes e dos artesãos (o ourives, etc.), do cinema, da piscina, do café do sr. Teófilo, e até do PIDE que tinha levado uma dentada na orelha numa rusgam numa tabanca mandinga, e, agora com o Spínola, não podia dar uma lição ao "filho da puta do barrote queimado"...

Pois é, Torcato e Fernando, foi um mundo que se esvaneceu... Mas temos direito à memória, e isso ninguém nos tira...

Bravo, Fernando!

Jerónimo Magina disse...

Por vezes, venho aqui dar uma mirada, Hoje encontrei fotos de Bafatá, cidade onde passei os dois melhores meses da minha comissão. Esta foto mostra o celeiro junto ao deposito, onde a minha compª para-quedistas 123 esteve alojada, Set. e Out.70, a cav.onde ia-mos comer.
É baseada no Rocha, bairro onde gostava-mos de ir à noite ou de dia. Também saltamos para a pista, isto já em fins de 71.
Passei lá em 95, verificamos o estado em que se encontava, para mim foi um choque.

Sotnaspa disse...

Fernando

Tens uma foto de Bafatá bem esquematizada que eu conheci pouco, só la passei uma noite por "acidente", e umas 3 passagens de raspão a caminho ou de regresso do Xime. mas a palavra GONDOMAR não estará ali por engano não seria GALOMARO. Se está correcto peço desde já as minhas desculpas.

Com um alfa bravo do

ASantos
SPM 2558
NLamego

Fernando Gouveia disse...

A. Santos:

O mapa foi posto pelo Luís Graça mas não é preciso incomoda-lo. Atrevo-me a dizer-te que efectivamente aquela direcção é a de Galomaro.
Lembro-te ainda, que desta minha série sobre Bafatá irão sair mais 16 fotos.

Um abraço.
Fernando Gouveia

Unknown disse...

O CAOP2 Foi deslocado para Nova Lamego a partir de 4 de Dezembro de 1970 com um primeiro grupo a 26 de Janeiro de 1971 mais 9 elementos dos quais fazia eu parte em 29 de Janeiro mais uma transferência de 11 elementos e a 31 de Janeiro novo grupo de pessoal se transferiu sendo que o ultimo grupo se deslocou em 15 de Fevereiro ficando definitivamente instalado todo o CAOP2 a partir desta data em Nova Lamego. Fernando Coelho Ex Fur Mil