terça-feira, 10 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12025: Efemérides (142): Inauguração do Monumento aos Combatentes em Avintes, dia 14 de Setembro de 2013 (Antero Santos)

1. O nosso Camarada Antero Santos (ex-Fur Mil Atirador/Minas e Armadilhas da CCAÇ 3566 e da CCAÇ 18 - - Empada e Aldeia Formosa -, 1972/74), enviou-nos o seguinte programa/convite:

INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AOS COMBATENTES DE AVINTES

Dia 14 de Setembro de 2013 (próximo Sábado)

Caro Luís Graça

Já o devia ter feito há algum tempo mas somente na passada semana ficou decidida a data de inauguração do Monumento aos Combatentes de Avintes.

Agradeço o favor de dar publicidade a este evento no blogue...

Junto foto da localização e ainda o texto em que o autor Arquitecto Octávio Alves descreve o Monumento. 


MONUMENTO AOS COMBATENTES

No próximo Sábado, dia 14, vai realizar-se a inauguração do Monumento aos Combatentes de Avintes.

O programa é o seguinte:

10:00 - Concentração junto ao Monumento;
10:30 - Recepção dos convidados;
11:00 - Cerimónia de inauguração.

"OS QUE TOMBARAM DEIXARAM EM ABERTO UM VAZIO" 

Vamos prestar a homenagem que é devida a todos os que participaram da Guerra do Ultramar, especialmente aos nossos dez conterrâneos que tombaram ao serviço da Pátria:
04/08/1961 -ANGOLA - Joaquim de Sousa Ferreira - CCAÇ 168/BCAÇ 159
05/09/1965 -GUINÉ - José Rocha da Silva - CCAÇ 1421/BCAÇ 1857
23/06/1967 -GUINÉ - Francisco Monteiro Almeida - CCAV 1616/BCAV 1897
20/10/1968 -MOÇAMB - Manuel Ferreira de Almeida - BCP 12
01/07/1970 -MOÇAMB - António Manuel R.Ferreira - CART 1646/BART2901
16/12/1970 -MOÇAMB - José Franc. Campos Costa - CART 646/BART2901
15/07/1972 -GUINÉ - Idílio Costa Moreira - 38ª CCMDS
26/09/1072 -GUINÉ - José Costa Oliveira - DFE
02/01/1973 -MOÇAMB - Joaquim Costa Gonçalves - CCAÇ 3310/BCAÇ 3834
10/07/1974 -GUINÉ - António dos Santos Sousa - CENG 9147


Associação de Combatentes de Avintes

Antero Santos 


MONUMENTO AOS COMBATENTES DE AVINTES

Os que tombaram deixaram em aberto um vazio, rasgando vãos que nunca serão em vão. Deles se aprende a olhar o futuro e a gritar bem alto a voz da consciência colectiva, que se foi construindo, deitando por terra juízos de valor dum determinado tempo.

Não é de pedras mortas nem de pesadas baixas feito o MONUMENTO, mas de corpos com sangue vivo a pulsar e pureza de alma a abrir o espírito e a dar corpo às perdas, que a história se encarrega de transformar em ganhos, após apuro da máxima responsabilidade, concedendo o devido perdão ao passado e colocando em estado de alto teor de alerta o futuro.

Talhados somos para o construir.

Não se pretende tosco, mas sim revelador de planos de identidade com as três dimensões (comprimento, largura e altura) fiéis ao princípio da unidade universal.

O MURO NÃO CRIARÁ BARREIRA INTRANSPONÍVEL, mas será a sobreposição ordenada de valores, na justaposição do singular com o plural e do plural interesse na singular forma de o construir.

As fronteiras são traçadas para desafiar a passagem.

Aproveitam-se oportunidades de ampliar horizontes, avaliando o pisar dos riscos, e incentivando a sua transposição.

Quando o corpo já não o consegue fazer, o espírito encarrega-se de prosseguir viagem até que o pacto de sangue de corpo e espírito se estabeleça e em comum possam manifestar firmes convicções na existência.

Acidentes de percurso podem levar tudo a perder.

Na Perda se encontra o vazio mais profundo, aí se iniciando uma luta titânica, corpo a corpo, instante a instante, juízo a juízo de princípios de vida que hão-de ajudar a encher a alma até transbordarem fins dignos de condição Humana.

Guerra aberta de princípios e fins (desde o início aos fins dos tempos), gera significações com rodagem constante de sujeitos, predicados e complementos a céu aberto, pela conquista das razões primordiais, na primeira linha de combate.

No plano concreto da existência, surgem ataques em toda a amplitude do ser... Cegos, se levados às últimas consequências.

Em legítima defesa justificam ataques.

Em ataque, se defendem, na barricada oposta.

Cerrando fileiras, abre-se fogo, no posto de trabalho forçado pelas circunstâncias, atraiçoando postos de vigilância lúcida e justa dos tempos.

ALGUNS TOMBARAM,

Dizem que tombaram, dando corpo ao manifesto, mas em terrenos movediços consolidaram posições.

Viva voz se ergue e com dor de alma se aponta o dedo ao vazio resultante do acerto de pontaria, no desacerto do alvo.

Terá valido a pena a queda na Primavera da vida, pela posse indevida da terra?

Debruçam-se interrogações a tentar decifrar nomes e razões pelo sucedido, para encontrar explicações credíveis.

Erguem-se vozes aos céus, a apelar que a trajectória da bala tracejante do passado, não se propague ao futuro.

Presente, O ESPÍRITO COMBATENTE, em silêncio e profundo respeito pelo MONUMENTO aos que tombaram longe, continuando a ser exemplo, situado bem no íntimo do peito, ensinando a entoar, precisamente neste momento a canção da PAZ.

Octávio Alves 

____________
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:



3 comentários:

Antonio Nobre disse...

Procurarei estar presente.Saudações camarigas. Antonio Nobre

Anónimo disse...

De Joaquim L. Fernandes

Expressivo, denso e profundo, Poema de granito; Grito de dor a levantar memórias esquecidas, abrindo auroras de Esperança.

Recolho-me em repeitoso silêncio perante a memória dos Combatentes que tombaram.

Até Sempre Camaradas.

JOSE CASIMIRO CARVALHO disse...

Obviamente que estarei...PRESENTE !