quinta-feira, 11 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11826: Agenda cultural (278): Estreia hoje, nos cinemas, em Lisboa (Nimas) e Porto (Medeia Cine Estúdio do Teatro Campo Alegre), o filme "A batalha de Tabatô", de João Viana. Os Super Camarimba, banda afromandinga do nosso amigo Mamadu Baio, atuam hoje no Espaço Nimas, em Lisboa




1. Estreia hoje nos cinemas, em Lisboa e Porto, "A batalha de Tabatô", segundo informação recolhida na respectiva página do Facebook, bem como Cinecartaz do Público.

Ver aqui o trailer oficial:  http://www.abatalhadetabato.com/pt_home.html

2. Ficha Técnica:

A Batalha de Tabatô
Título original:A Batalha de Tabatô
De: João Viana
Com: João Viana, Mamadu Baio, Fatu Djebaté, Imutar Djebaté
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: POR, 2013, Cores, 78 min.

Sinopes: "Depois de anos a viver em Portugal, o pai de Fatu regressa a África para assistir ao casamento da filha com Idrissa Djebaté. Ela é professora universitária e seu futuro marido é um músico conhecido. A festa de casamento é em Tabatô, um lugar extraordinário onde todos os seus habitantes são, há 500 anos, músicos djidius, cantores-poetas que narram contos e lendas representativos da vida africana. No caminho até lá, à medida que as recordações se avivam, o velho senhor começa a revelar traumas esquecidos da sua juventude, enquanto soldado mandinga na guerra colonial, décadas antes. Filmado na Guiné- Bissau, é a primeira longa-metragem de ficção de João Viana, que foi distinguido com uma menção honrosa na edição de 2012 do Festival Internacional de Cinema de Berlim."

Fonte: Público > Cinecartaz (Reproduzido com a devida vénia...)

Sessões:

Lisboa > Nimas >  Sala: Sala 1 >

 Sessões: 15h30, 18h30, 21h30

Av. 5 Outubro, 42B 1000-20 (GoogleMaps)

Telefone para Marcações: 213574362 >

Sessões: 18h30, 22h.

Morada: R. das Estrelas 4150-13 (GoogleMaps)

Telefone para Marcações: 226063000 > 

3. Concerto:

A banda Super Camarimba  (dirigida pelo nosso amigo Mamadu Baio, foto à direita) dá entretanto mais 2 concertos, em Lisboa,  hoje e no próximo dia 1 de agosto. 

11 de Julho > ESPAÇO NIMAS  (Avenida 5 de Outubro 42B - Lisboa, 1050-057 Lisboa, telef 21 357 4362)

1 de Agosto > B.LEZA

________________

Nota do editor:

Último poste da série > 6 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11677: Agenda cultural (277): Lançamento do livro "Gente Com Coragem", do nosso camarada Castro Ferreira - Padrão, em Espinho, dia 22 de Junho. Convite.

8 comentários:

Fernando Oliveira disse...

Fernando Oliveira (Brasinha) Pelotão de Morteiros 2138 - 69/71.
Por favor, digam se é possível adquirir DVD ou outra coisa semelhante. Vivo em Braga, torna-se um pouco difícil a deslocação. Pelo que me dado a perceber, o filme não entra no circuito normal de cinemas, portanto, por favor, arranjem opções para quem não pode se deslocar. Obrigado. E-Mail para contacto - manferoliveira@gmail.com

Luís Graça disse...

Fernando Oliveira:

Tens razão, muito do novo cinema português (cada vez mais reconhecido lá fora) não passa pelas salas de cinema do país... Muito menos no interior do país onde nem sequer há salas de cinema...

Infelizmente, nem o cinema europeu, nem o cinema independente, chega ás nossas salas de cinema (Lisboa, já nem falo do Porto). Holywwood e sua máquina de propaganda inmpõe-nos a tirania dos filmes da sua indústria... "A batalha dfe Tabatô" vai estar meia dúzia de dias em Lisboa e Porto e depois... há-de sair em DVD... Entretanto, vai fazendo carreira internacional...Sei que o João Viann já assinou alguns contratos para a exibição do filme em países como a Bélgica, França e Alemanha... E faz questão de levar a Tabatô, onde só há luz elétrica de gerador...

Enfim, camarada Fernando, está atento ao síto da produtora, Papaveronoir. para saber quando sai o DVD. Eu vi o filme no Indie Lisboa 2013.

http://www.papaveronoir.com/

Luís Graça disse...

Transcreevo aqui notícia do portal "Notícias ao Minuto";

(...) A longa-metragem "A batalha de Tabatô", que teve antestreia em abril, no festival IndieLisboa, vai ser exibida em duas salas, uma em Lisboa e outra no Porto. Em comunicado, a produtora e distribuidora Papaveronoir anunciou que o filme será, paralelamente, exibido nos cine-teatros de todas as capitais de distrito.

Já a curta-metragem "Tabatô" integra, no mesmo dia, a competição nacional da 21.ª edição do Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde.

Longa e curta metragens tiveram estreia mundial na Berlinale, festival de cinema de Berlim, em fevereiro, tendo sido galardoadas, respetivamente, com a Menção Especial do Júri para o Melhor Primeiro Filme e com o DAAD Short Film Award.

João Viana, que nunca tinha estado na Guiné-Bissau, viajou para Tabatô, uma aldeia de músicos mandingas na Guiné-Bissau, e veio de lá com dois filmes.

Em entrevista à Lusa, quando o filme passou no IndieLisboa, o realizador contou que, a princípio, a aldeia de Tabatô não o surpreendeu -- "as tabancas pareciam todas iguais" e "não via a riqueza" da floresta.

Foi "preciso peneirar a realidade" e "limpar o olhar ocidental", confessou, classificando o resultado como "um filme de descolonização mental".

"Da mesma maneira que nós temos um olhar viciado para com eles -- olhamos sempre de cima do cavalo, estamos com o olhar sujo, eles também nos olham de baixo para cima", comparou. O "nivelamento" de olhares "demorou alguns anos", mas funcionou e João Viana espera que os espetadores também saiam do filme "com o olhar limpo".

O músico Mamadu Baio (Idrissa), um dos protagonistas do filme, está em Portugal, com a banda Supercamarimba, para acompanhar a promoção do filme, com concertos agendados para Lisboa (no sábado, no Espaço Nimas, com entrada gratuita, e a 01 de agosto, na discoteca B-Leza).

"A batalha de Tabatô" deverá estrear-se também no circuito francês, no final de agosto. Bélgica e Alemanha são outras das paragens previstas para a longa-metragem, que João Viana quer levar também à Guiné-Bissau.

Nascido em Angola, em 1966, João Viana é autor das curtas "Alfama", que competiu em Clermont-Ferrand, e "A Piscina", selecionada para Veneza, além do vídeo "A verdade inventada", sobre Manoel de Oliveira. (...)

http://www.noticiasaominuto.com/cultura/89409/filmes-de-jo%C3%A3o-viana-realizados-na-guin%C3%A9-estreiam-hoje#.Ud8Os0GzeSo

Anónimo disse...

Crítcia de Hugo Gomes, em poste de hoje, no portal
http://www.c7nema.net/

(...) Sem querer cair no equívoco, saliento que “A Batalha de Tabatô” é uma espécie de retrato pacifista, onde as criticas e as cronicas levadas a cabo pelo realizador são colocadas no grande ecrã através do sentido figurado. Viana utiliza influências dos mestres vanguardistas portugueses (talvez fruto do seu trabalho como assistente de realização), planos longos, simetricamente enquadrados que salientam uma consideração étnica a Guiné-Bissau, a representação generalizada de um povo que tem que lidar e exorcizar os seus próprios espectros. Em cada plano, João Viana remete às mais diferentes questões e através dos seus “truques de câmara” liberta-se perante elas, desde as almas dançantes referentes a um estado de espirito libertador até à fotografia vermelha que desperta repentinamente como sangue que remete os horrores de uma guerra que parece ter deixado um povo de certa forma fragilizado e afetado com os tais “estilhaços” e as casualidades bélicas. Até os mesmos cenários transmitem tal mutação como as diferentes faces de Guiné-Bissau, invocadas também elas nas personagens que raramente cruzam o olhar entre si, transmitindo a ideia de medo nas interações ou nos afetos humanos, tudo isto resumindo em desempenhos algo vazios e diálogos escassos mas prolongados através de pausas por via do silêncio em memória daquilo que não deve ser pronunciado, mas sim esquecido.

“A Batalha de Tabatô” é um filme que em termos estéticos e aparentes soa a vácuo, e quase nada invoca em termos de emoção, mas que nos deixa assombrados perante uma alma inerente depois do seu vislumbre. Desde então percebemo-nos que por vezes é por via do silêncio que somos remetidos à paz de espirito, contudo é através da música que consegue ser o nosso meio de libertação, uma liberdade que precisa ser alcançada prioritariamente por dentro de cada um de nós. Vencedor do Prémio Revelação do último Festival de Berlim, “A Batalha de Tabatô” é uma obra com alma.

“Há 4500 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a agricultura. Há 2000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a boa governação dos reinos. Há 1000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos o chão do reggae e do jazz. Hoje, perante a tua guerra, criaremos contigo a tua paz.”

O Melhor – A Batalha de Tabatô tem sentimentos, não automáticos mas graduais
O Pior – O facto de esteticamente parecer frio, levará a que muitos espectadores caem no erro de considerá-lo pura “masturbação” artística.


Hugo Gomes

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Anónimo disse...

Crítica de João Miranda, em poste de hoje, no portal www.c7nema.net/

(...) Há uma visão simplista do mundo que defende que basta todos querermos para a Paz mundial ser possível, fazendo de nós incompreendidos e do outro incompreensível, reduzindo-o à falta de vontade. Qualquer pessoa que estude Ghandi ou Martin Luther King como deve ser descobre que estas são personalidades com mais matizes do que os “sound bites” e as suas citações nos permitem perceber. Ainda assim, persiste esta ideia, encabeçada na música por esse sucesso musical e fiasco ideológico: “Imagine” de John Lennon. Bem sei, a música foi escrita num contexto específico e não podemos esperar que uma única música mude o mundo, mas persiste em ser utilizada, de forma anacrónica e simplista, como defesa de um ponto de vista irrealista. “A Batalha de Tabatô” é um desses filmes que se baseia no conceito de redenção pela música e de que só é preciso querermos para acabarmos com a guerra.

A convite da filha que vai casar, um homem volta à Guiné de onde fugiu anos antes por ter tomado o lado dos portugueses durante a Guerra Colonial. O filme pretende ter uma moral maior ao opor a música à guerra, mas fá-lo à custa da história e das personagens. Nenhuma das personagens é credível e a história é praticamente não existente, reduzida a alguns planos mais acelerados, a tingir de vermelho a imagem e ao som. Os planos são todos demasiados encenados, com pessoas a falarem num mesmo plano a distâncias diferentes da câmara, sem olhar para ela ou umas às outras e a falarem muito lentamente. Se a ideia era usar um efeito de distanciamento, funciona, mas qual o objetivo?

No entanto parece-me que o mais discordante é a reação ou a falta de reação das personagens a um evento crucial a meio do filme. Para além de levantar muitas dúvidas sobre as representações de género no filme (as mulheres parecem ser descartáveis perante o tema que o filme quer representar), parece estranha a reação contida ou inexistente ao que se passa. Em qualquer obra, por mais antiga que seja, as pessoas reagem à perda de alguém: Gilgamesh fica transtornado pela perda do seu amigo Enkidu a ponto de abandonar todas as suas responsabilidades, Agamémnon envia um milhar de navios para recuperar Helena, etc., mas aqui? Nada. Não estava a pedir uma cena à Se7en, onde Brad Pitt se transtorna e pergunta insistentemente “O que está na caixa?”, mas algo que mostrasse que estamos a ver humanos e não bonecos no ecrã (apesar de, até em animação, Up tem, nos primeiros minutos, um dos mais tristes momentos de perda de sempre). Se uma das cenas fundamentais do filme não funciona, como poderia funcionar tudo o resto?


O Melhor: A fotografia.
O Pior: Personagens unidimensionais, encenado até à beira da morte e com uma mensagem irrealista e anacrónica.


João Miranda

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Anónimo disse...

Crítica Ípsilon por:
Jorge Mourinha, no Cinecartaz, Público, de

(...) Depois de uma menção especial em Berlim e de uma passagem pela competição do IndieLisboa, a primeira longa-metragem de João Viana, antigo assistente de Paulo Rocha, chega discretamente a sala pela calada do Verão. Invocando os fantasmas do Portugal colonial e as tradições ancestrais africanas, A Batalha de Tabatô é uma combinação curiosa, francamente ingénua, de ficção e documentário, centrada na aldeia guineense de Tabatô, espécie de “capital musical” dos ritmos locais. A ela regressa um emigrante assombrado pelas suas experiências na guerra colonial para assistir ao casamento da filha com um músico; a “batalha” do título é uma metáfora para a luta interior de Baio entre os espíritos do bem e do mal, da música e da guerra, da tradição e da civilização.

Tudo isto é contado de modo algo canhestro, sugerindo uma vontade de cinema maior do que o orçamento ou os meios técnicos permitiam; as limitações técnicas são de tal modo evidentes que A Batalha de Tabatô está sempre à beira de tombar no amadorismo esforçado e no exotismo turístico. O que o salva desse destino é a sinceridade, o entusiasmo, o interesse e a curiosidade genuínos por este mundo tão distante do nosso, e uma vontade de o observar sem forçosamente procurar explicar ou compreender, antes partilhar e assistir; uma sensação de “feliz acaso”, de um filme que se vai organizando e construindo aos nossos olhos.

Se isso é deliberado ou apenas aconteceu, só futuras obras de Viana poderão explicar; para já, A Batalha de Tabatô tem qualquer coisa lá dentro que seduz e que não se explica facilmente. (...)

http://ipsilon.publico.pt/cinema/filme.aspx?id=322025

Anónimo disse...

Notícia do Nordetse, semanário regionald e informação, de 2/7/2013:


(...) Depois de as salas de cinema em Bragança terem fechado há mais de um ano, uma galeria de arte passou a garantir a projecção de filmes às segundas-feiras à noite, pelo preço simbólico de um euro. O projecto teve início no passado mês de Março, mas vai agora ser interrompido durante o Verão.
A coordenadora da Galeria de História e Arte, Emília Nogueiro, diz que vai ser feita uma pausa até Setembro. “Durante os meses de Verão há pouca apetência para se estar fechado num espaço. Por isso, vamos interromper durante Julho e Agosto, mas queremos retomar em Setembro”, garante a responsável.
Cada ciclo de filmes foi dedicado a uma temática. Estreou-se com o cinema histórico italiano, seguiu-se o cinema francês e antes da pausa de Verão foram projectados filmes do Oriente.
“Temos tido sempre uma sala composta. O bom cinema é transversal, tem adeptos em várias áreas profissionais e várias faixas etárias. São filmes que nos obrigam a uma maior reflexão”, salienta Emília Nogueiro.
Entretanto, na segunda quinzena de Julho vai ser exibido o filme a “Batalha de Tabatô”, a primeira longa-metragem do realizador luso-angolano João Viana, apresentada no 63.º Festival Internacional de Cinema de Berlim. (...)

http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=478&id=18938&idSeccao=4272&Action=noticia#.Ud8Sf0GzeSo

Anónimo disse...

Caro Luís Graça.

Obrigado pelo teu e-mail.
Ser-me-á difícil assistir a tudo, mas tudo farei por acompanhar o novo filme sobre a Guiné.
Teria imenso prazer em o ver e recapitular certas cenas passadas em Bolama e Bissau.
De qualquer forma os meus parabéns e mais uma vez grato pela tua atenção

António J. Estácio