sexta-feira, 5 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11347: Agenda cultural (257): A Câmara Municipal de Fafe vai evocar os 50 anos do início da Guerra do Ultramar, com um conjunto de actividades a levar a efeito entre 2013 e 2014

1. Com a devida vénia à Câmara Municipal de Fafe, transcrevemos uma notícia inserta na sua página, a propósito da evocação do cinquentenário do início da Guerra em África, naquele Concelho, para a qual vai ser levado a efeito um conjunto de actividades entre 2013 e 2014.




GUERRA COLONIAL EVOCA-SE EM FAFE A PARTIR DE SEXTA-FEIRA E DURANTE UM ANO

A Câmara Municipal de Fafe, com o apoio de diversas entidades locais e associações representativas dos antigos combatentes, vai levar a efeito um conjunto de atividades de evocação do cinquentenário do início da guerra em África, entre 2013 e 2014. O primeiro ato desse programa acontece já esta sexta-feira 5 de abril, a partir das 21h30, na Casa Municipal de Cultura de Fafe, com uma Conferência sobre a Guerra Colonial, pelo coronel Carlos Matos Gomes, seguida da abertura da exposição itinerante do Museu da Guerra Colonial "Uma História por contar", a qual se mantém patente até 19 de abril.

Outras iniciativas previstas, com a colaboração de entidades como o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, o Cineclube de Fafe, a editora Labirinto e os agrupamentos escolares do concelho, são uma exposição/feira de livro sobre o tema, recital de poesia sobre a guerra colonial, um Curso Livre de História Local, do Núcleo de Artes e Letras sobre a temática “Fafe e a Guerra Colonial”, um ciclo de cinema sobre a Guerra em África, exposições e teatro alusivo ao tema, culminando, em Abril do próximo ano, com a edição de uma obra de testemunhos e textos de antigos combatentes de Fafe (Fafenses na Guerra Colonial, 1961-1974).

O coronel Matos Gomes, atualmente na reserva, cumpriu três comissões, em Moçambique, Angola e Guiné como oficial dos «Comandos». Condecorado com as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de 2ª Classe. Pertenceu à primeira Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães na Guiné. Foi membro da Assembleia do MFA. Além da sua carreira militar dedicou-se a estudos de História Militar, tendo publicado em co-autoria com Aniceto Afonso as obras Guerra Colonial e Portugal na Grande Guerra. Com Fernando Farinha, publicou Um Repórter na Guerra. É autor da obra Moçambique 1970 – Operação Nó Górdio, da colecção Batalhas de Portugal. Como romancista publicou os romances: Nó CegoASP-de passo trocadoSoldadóOs Lobos não Usam Coleira, O Dia das Maravilhas e Flamingos Dourados.

Na área do cinema e do audiovisual colaborou com Maria de Medeiros no filme Capitães de Abril e com Joaquim Leitão nos filmes Inferno e 20.13. É autor do argumento do filme Portugal SA, de Ruy Guerra. Participou nas séries documentais Portugal Século XX e Um Século Português.

Entre 2011 e 2014 evocam-se os 50 anos da Guerra Colonial, que deflagrou em Angola (1961), depois na Guiné (1963) e finalmente em Moçambique (1964).

A Câmara Municipal de Fafe e um grupo de fafenses que combateu na Guerra em África, bem como associações e escolas, projetam fazer a evocação do cinquentenário do início da Guerra em África e comemorar os 40 anos do 25 de Abril e do termo oficial da Guerra Colonial, em Abril próximo.

Estão a decorrer, portanto, os cinquenta anos do início de uma guerra que entrou pela porta dentro das famílias portuguesas sem ser convidada e que mobilizou durante os 13 anos do conflito cerca de um milhão de jovens. Destes, mais de 8 mil tombaram na frente de combate ou em acidentes, cerca de 120.000 foram feridos, 4 mil ficaram estropiados e estima-se que cerca de 100.000 mil ficaram a sofrer de “Stress Pós Traumático de Guerra”.

Do concelho de Fafe, de acordo com dados oficiais, tombaram 40 jovens: 17 em Angola, 12 em Moçambique e 11 na Guiné.

Na sequência do célebre pensamento que refere “Só existe uma coisa mais terrível do que uma guerra, fazer de conta que ela nunca aconteceu”, pretende a autarquia fafense, associada à comunidade escolar, às associações de ex-combatentes e à população em geral, dinamizar, pedagogicamente e do ponto de vista histórico, um conjunto de ações com o objetivo de não fazer esquecer o flagelo dessa guerra e de lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal, após o final da Guerra Colonial, em relação “àqueles a quem Portugal tudo exigiu”.



OBS: - Destaque no texto da responsabilidade do editor deste Blogue
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 15 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11256: Agenda cultural (256): Camões levou 20 anos a escrever 'OS Lusíadas': dez cantos, 1102 estrofes, 8816 versos, 88160 sílabas métricas... O ator António Fonseca levou 4 anos a decorá-los e amanhã, no CCB, vai dizê-los, das 10h às 24h, no CCB, em Lisboa... Acontecimento único, a não perder: afinal são os 8816 versos da nossa identidade maior!...

1 comentário:

Benjamim Pereira " Pedregal " disse...

Bonito exemplo . Ainda há gente com bom senso e que reconhece o quão foi difícil andar a combater nas antigas " colónias . Benjamim Pereia