quinta-feira, 7 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11206: Humor de caserna (31): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (4): A família Mauser K98

1. Em mensagem do dia 22 de Fevereiro de 2013, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos mais este pensamento voador...




A FAMÍLIA MAUSER K98

A “Família Mauser K98”, com todas aquelas coisas que os amigos antigos combatentes, tiverem a pachorra de ler, e ficaram por certo com o coração a transbordar de saudades, e também alguma mágoa, destas jovens, que desprotegidas, viram no seu alistamento nas forças militares do seu país, um meio de sobrevivência.

De novo o Cifra, vai começar com aquele blá, blá, blá, que já conhecem, e pedindo antecipadamente desculpas às digníssimas leitoras, que sempre têm a amabilidade de abriram a página do Luís Graça & Camaradas da Guiné, ao Luís Graça, Carlos Vinhal e demais editores, que por certo, encolhem os ombros, e sabem que daqui não sai coisa que se veja, mas a linguagem é correcta, é uma cópia da verdade dos factos, só que alguns dos antigos combatentes e não só, é que pensam logo coisas que não são, portanto, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão por certo dizer:
- The history of “Family Mauser K98”, was not even bad.

No mundo onde se fala francês, dizem:
- L’histoire de “Famille Mauser K98”, n’était même pas mal.

Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Die Geschichte von “Family Mauser K98”, war nicht einmal schlecht.

No mundo que se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- La historia de la “Familia Mauser K98”, ni siquiera era malo.

Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:



Perceberam? Não? Deixem lá, pois o Cifra, também não percebeu.

E nós portugueses, dizemos, com um pouco de enfado:
- A história da “Família Mauser K98”, até nem era má.

Portanto cá vai, como já sabem, era uma família rural, viviam num país frio e do que lhes dava a natureza, elas, as duas irmãs orfãs, que restaram desta família, não vendo outro meio de sobrevivência, resolveram alistar-se nas forças militares do seu país. Cumpriram o seu tempo de serviço, regressam à sua aldeia rural, uma, a mais velha, morreu com uma doença nova, que os médicos ainda não conheciam, mas mais tarde veio a saber-se, era a doença da guerra, o chamado “stress de guerra”, ficou ali calada, nervosa, não podia ouvir ninguém a contrariá-la, não comia, passava o dia sem falar, levantava-se de noite e passava horas e horas acordada, a pensar em tudo menos em dormir, e um dia “pifou-se”.


A mais nova juntou-se a um coronel reformado que lhe “arranjou” uma filha, que na voz do povo, queria dizer engravidou-a, que é aquela que está na foto acima, onde o Cifra colocou a imagem ao lado, com aqueles homens novos todos, a fazerem força, e ela ao lado descontraída, só para comparação, que podia media forças com qualquer Curvas, alto e refilão que lhe aparecesse, e estava ali forte, pronta a medir essas forças, em qualquer situação, com estes rapazes novos cheios de vigor, que ela estava pronta a “aviar”, que na linguagem do povo era “despachar”, vencer, em caso de provocação, e diziam mesmo que de uma vez “aviou” seis, que se lhe cruzaram na sua frente, quase sem roupa, com a desculpa de que queriam tomar banho, mas ela sempre confiante no seu corpo, e talvez herdando o treino da sua mãe, colocou-se de cócaras, tal como um lutador japonês, e de um a um, “aviou-os” a todos, que derrotados, seguiram o seu destino, alguns caminhando com dificuldade, mesmo com as pernas abertas, quase “derrapando”, sem respeitarem a placa de sinalização de tráfico, que a foto mostra, e com ar de sofrimento, como se pode ver na foto acima.
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 21 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11131: Humor de caserna (30): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (3): Outra vez guerra?

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