sábado, 19 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10961: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (7): A metralhadora pesada Browning, de calibre 12.7




Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > O fur mil José Carlos Lopes, o homem dos reabastecimentos,  posando ao lado da temível Browning, 12.7, um metralhadora pesada que podia varrer toda a pista de aviação. Era uma arma devastadora, com uma cadência de 500 disparos por minuto, e com um alcance à superfície de 1500 metros. Pesava cerca de 45 kg. Principal função: defesa de ponto. Era também usada pela Marinha.

Fotos: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Editadas e legendadas por L.G.) (*)





Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Vista aérea do aquartelamento, tirada no sentido leste-oeste, ou seja, do lado da grande bolanha de Bambadinca (vd. mapa da região). O ponto 25,  marcada por um círculo a azul, era o espaldão da metralhadora Browning, 12.7. Do lado esquerdo, ficava a pista de aviação. Em maior dettalhe, vê-se o quadrante noroeste do aquartelamento, com o arame farpado(e os holofotes)   assinalado a amarelo. Do lado direito ficava o Rio Geba (e a tabanca a longo da encosta (que dava para o rio).  A Browning aqui tinha um ângulo, de pelo menos,  de 180 graus. (**)

Do lado esquerdo da imagem, para oeste, era a pista de aviação e o cruzamento das estradas para Nhabijões (a oeste), o Xime (a sudoeste) e Mansambo e Xitole (a sudeste). Vê-se ainda uma nesga do heliporto e o campo de futebol. .

Ver aqui a foto com todas as legendas.

Foto: © Humberto Reis (2005). Todos os direitos reservados. (Editada e legendada por L.G.)

 ______________

Notas  do editor:

(*) Último poste da série > 17 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10951: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (6): A Cilinha em Bambadinca, talvez em finais de 68 ou meados de 69

(***) Vd. excerto do portal Guerra Colonial (, reproduzido com a devida vénia):


(...) Metralhadora pesada 127 mm m/955 Browning M2 

A metralhadora pesada Browning é uma arma automática de tiro tenso destinada à  execução de tiro anti-aéreo ou tiro terrestre. Tem um curto recuo do cano no momento do disparo. Apenas realiza tiro automático. O travamento realiza-se por intermédio de uma lingueta que mantém a ligação da culatra ao cano até o projéctil se encontrar no interior deste. O percutor encontra-se na cabeça da culatra. A alimentação é efectuada por uma fita de carregamento. Tem um extractor de dupla calha e a ejecção não se realiza. O invólucro depois de consumido é abandonado pelo fundo da caixa da culatra. O arrefecimento do cano efectua-se pelo ar que circula através dos orifícios de ventilação da manga que envolve a câmara e pelo ar apoiado pela considerável massa do cano. O arrefecimento deve ainda incluir a substituição manual do cano ao fim de 300 tiros. 

(...) A Browning M2 é uma das mais notáveis armas de sempre, produzida em mais de 3 milhões de exemplares desde 1930. Foi uma arma usada em todos os conflitos importantes nos últimos 70 anos e era ainda a principal metralhadora pesada usada numa infinidade de blindados, pela Aviação (era a arma do B-17 ou do P-47, que serviram na Força Aérea portuguesa, por exemplo) ou pela Marinha (amplamente usada para equipar as lanchas portuguesas em África nas guerras de 1961-1974). (...)

8 comentários:

Luís Graça disse...

Mera curiosidade:

Este "brinquedo" pode ser comprado na América por preços que oscilam entre os 20 e 0s 40 mil dólares (com todos os acessórios)...

Luís Graça disse...

...Já não me lembro nada do que aprendi sobre armas pesadas de infantaria, em Tavira... Mas a Browning era uma delas... Fiz tiro com ela, se bem me recordo...

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

Aminha dúvida sobre o calibre desta arma! 12,7 mm ou 127mm, ou seja 12,7cm

Sousa de Castro

Luís Graça disse...

Sousa de Castro: Tens toda a razão, o calibre é 12.7 (127 mm, 12,7 cm)... O erro é do portal "Guerra Colonial", não dei conta, vou corrigir.

Luís Graça disse...

... Por que é que os homens (e os americanos em especial) adoram armas ?...

Ainda há dias, no canal televisivo da National Geographic, num programa sobre o comércio de armas nos EUA, vi dois tipos de meia idade (colecionadores e negociantes de armas) a destruir uma automóvel, numa carreira de tiro, com uma Browning 12.7... Por pura diversão!...

Um deles dizia que aquilo dava uma tusa do caraças, que era melhor do que... "fazer sexo"!

Nunca a ouvi cantar, em Bambadinca, no meu tempo!... Depois que a CCAÇ 12 foi para Bambadinca (em julho de 1969), nunca mais houve um ataque ou flagelação a Bambadinca...

O que terá sido feito deste "brinquedo de morte", depois da retração das NT ? Foi embalado ? Foi destruído ? Regressou a Portugal ? É uma arma da NATO...

Anónimo disse...

Se fosse de 127 mm era de um calibre maior do que o dos foguetões de 122 (mm). É evidente que é 12,7 mm ou .50 polegadas.
Fui oficial, em Tavira (1970) e não me lembro de ter visto por lá nenhuma arma destas.

Luís Graça disse...

Obrigado ao nosso leitor anónimo, que se esqueceu de assinar o comentário... Tem toda a razão... A Browning é uma metralhadora pesada, não é um morteiro... O calibre original, nos States, é 0.50.

A polegada é uma unidade de comprimento usada no sistema imperial de medidas britânico. Uma polegada são 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros, pelo que metade corresponde exatamenmte aos 12,7 mm...

O meu orbigado pela correção. Ao Sousa de Castro peço desculpa por induzi-lo em erro. E ao portal "Guerra Colonial", dou mão à palmatória... Devia ter chumbado na especialidade de armas pesadas de infantaria... Não juro, que é feito, mas tenho ideia de ter feito fogo com esta arma, em Tavira (1968) ou em Santa Margarida, em 1969, na IAO... Terá sido assim ou terei sonhado ?... Também não é importante.

Não tenho a certeza de haver mais Brownings no setor L1, em Mansambo, Xime, Xitole... Talvez a malta desse tempo me possa ajudar...

Bispo1419 disse...

Olá, meu caro Luís Graça!

Só para dizer que, no meu curso de AP de Infantaria (Mafra/1964), a metr. estudada foi a Breda/8 mm.
Quanto à Browning/12,7 mm lembro-me de ter recebido alguma informação teórica e visual mas não me lembro se alguma vez foi utilizada na instrução prática. Penso que não.

No fim de tudo, como te aconteceu também, a minha instrução em Armas Pesadas não serviu para nada, a não ser para me prejudicar pois fiz toda a guerra com uma G3 sem ter recebido qualquer formação de comando para isso.

Grande abraço do
Manuel Joaquim