sábado, 14 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10152: Patronos e Padroeiros (José Martins) (34): S. João Capistrano - Patrono dos Capelães Militares

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 10 de Julho de 2012 trazendo até mais um Padroeiro, desta vez o dos Capelães Militares:

Boa noite Carissimos
O Padroeiro que hoje envio, é simultâneamente uma homenagem a todos os sacerdotes que, deixando as suas paróquias e após um curso mais ou menos intensivo, partiram junto com os soldados para uma guerra, que nunca pensaram estar nos seus horizontes, quanto mais nos seus dias, conformando os que ficavam e encomendando a Deus, os que partiam.
É o Patrono dos Capelães Militares.
Um abraço
José Martins


Patronos e Padroeiros XXXIV

Patrono dos Capelães Militares

São João Capistrano

Imagem: © As Cruzadas

Filho de um fidalgo que acompanhou o Duque de Anjou, que se fixou naquelas paragens, João nasce a 23 de Junho de 1386, em Capestrano, pequena cidade no reino de Nápoles. Nada, ou muito pouco se sabe da sua infância e juventude, apenas que estudou humanidades na sua terra natal.
Mais tarde fez, na Universidade de Perússia, estudos de direito civil e canónico. Foi colocado numa cidade italiana como governador mas, devido a perseguição política, acabou preso.

Aos 30 anos, viúvo e desiludido com a vida e, inspirado em São Francisco, resolve acolher-se num mosteiro de Franciscanos – Ordem dos Frades Menores. Vendeu todos os seus bens, distribuindo o dinheiro pelos pobres. Ordenou-se sacerdote, adoptando o nome de João Capistrano e passou a cumprir todas as tarefas, confortando os doentes nos hospitais da cidade ou na pregação, com humildade e carinho.
Para com a Virgem Maria, João Capistrano tinha uma terna e profunda devoção a ponto de, quando falava sobre Ela, emocionava quem o ouvia, até às lágrimas.

Alguns “sinais” envolveram a sua vida e a sua presença entre os homens: No decorrer de um sermão sobre o Apocalipse, os assistentes puderam ver uma estrela sobre o espaço, lançando raios de luz sobre o pregador; noutra ocasião a chuva forte que caía parou ou os pássaros chilreando calaram-se, para não perturbar o sermão; vendo recusado o transporte para atravessar o Rio Pó, o santo fê-lo caminhando sobre as águas; pregando sobre as vaidades humanas, em Áquila, viu, com espanto, que no final as mulheres lançaram sobre uma grande fogueira os seus ornamentos sumptuários.

Um sermão em Praga, sobre o Juízo Final, teve como consequência o desejo de uma centena de jovens abraçar a vida religiosa; o mesmo tema provocou, quando apresentado na Morávia, a conversão de quatro mil hussitas.

A grande missão, de João Capistrano, foi-lhe atribuída pelo Papa Nicolau V (pontificado de 6 de Maio de 1447 a † 24 de Março de 1455), quando o nomeou Capelão da Cruzada que foi movida contra o Sultão Maomé II que, após conquistar Constantinopla em 1453, havia jurado colocar a bandeira Otomana no Capitólio de Roma. Com as suas exortações, plenas de fé, incentivou os cristãos a defenderem, pelas armas, a sua fé. Porém, com a morte do pontífice, a guerra foi adiada.

Após a eleição, como Pontífice, de Afonso de Bórgia em 8 de Abril de 1455 e que adoptou o nome de Calisto III († 6 de Agosto de 1458), retomou a organização da cruzada, reunindo um exército de perto de quarenta mil homens, recrutados na França, Itália, Polónia, Alemanha, Hungria entre outros, sob o comando de Ladislau (rei da Hungria), João Uniade (senhor da Transilvânia) e George (príncipe da Rússia).

Fizeram avançar as suas tropas sobre Belgrado, que se encontrava cercado pelo exército muçulmano, mas em número muito superior ao exército cristão.
Durante a deslocação em direcção ao local do combate, João Capistrano foi alertado, por uma flecha que caiu do céu. Na flecha vinha uma mensagem que tinha escrito: “Não temas; triunfarás sobre os turcos pela virtude de meu Nome e da Santa Cruz, que tu transportas”.

De facto, a arma que João transportava era apenas uma cruz, que agitava no ar, incitando os seus companheiros combatentes, de tal forma que levaram os muçulmanos de vencida, provocando imensas baixas estando entre elas o Sultão Maomé II que foi ferido. O capelão, João de Capistrano, apesar de sempre ter estado nos locais em que o combate foi mais renhido, como por milagre, não sofreu sequer um arranhão.

Cerca de três meses após estes acontecimentos, a 23 de Outubro de 1456, João de Capristano morria atingido por uma peste que assolou a região de Vilach, na Áustria.

Aqueles contra quem havia pregado, sabendo-o morto, procuraram a sua sepultura e lançaram os seus restos mortais ao rio Danúbio, donde os cristãos o resgataram e lhe deram sepultura em Elloc, perto de Viena.

Foi canonizado, em 1724, pelo Papa Bento XIII, tendo sido fixado o dia da sua festa litúrgica em 23 de Outubro. Os capelães militares costumam encontrar-se no dia do seu Patrono para o louvar e pedir a sua protecção.

José Marcelino Martins
9 de Julho de 2012
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10126: Patronos e Padroeiros (José Martins) (33): S. Cristóvão - Patrono dos Condutores

1 comentário:

Rogerio Cardoso disse...

Amigo Jose Martins
Presto publicamente a minha homenagem ao nosso Capelão, o Padre Leonardo Medeiros, grande açoreano de S.Miguel,. Ainda o encontrei como Prior da Paróquia do Pico da Pedra em S.Miguel em plenas funções mas devido á idade hoje já reformado. Grande homem e grande amigo de todos nós, tinha sempre uma palavra de carinho nos momentos dificeis, que eram muitos. Á 3 anos consegui que viesse ao nosso convivio anual, á 2 estive com ele nas festas do S.Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada, e como de costume a sua boa disposiçao estava presente, e ainda tive a alegria de compartilhar o celebre polvo assado nos Mosteiros.
Rogerio Cardoso
Cart.Art.643-AGUIAS NEGRAS