quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9287: Excertos do Diário do António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (2): As duas passagens de ano: Canchungo, 1972/73, e Cufar, 1973/74

1.  Do nosso camarada e amigo, António Graça de Abreu (AGA), publica-se mais dois excertos do seu Diário da Guiné, 1972/74, a partir do ficheiro em word que serviu de base à publicação do livro Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp). 

Trata-se de duas "passagens" de fim de ano/ano novo: a de 1972/73 (em Teixeira Pinto ou Canchungo, na região do Cacheu, a noroeste) e a de 1973/74 (em Cufar, na região de Tombali, no sul). O estado de espírito de um homem, ao entrar no ano da peluda, já não era o mesmo do periquito, desembarcado em Bissau, 18 meses antes, em 24/6/1972 (*)... O AGA era Alf Mil, Secretariado, Serviço de Pessoal, do CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74).

Ao AGA e e à sua família lusochinesa só posso desejar os melhores votos para 2012: saúde, paz, sabedoria, esperança... Aqui, do sossego do antigo do Convento de Nossa Sra. do Carmo, do Séc. XVII, hoje hotel rural, Freixinho, Sernancelhe, em pleno coração das Terras do Demo, com um Alfa Bravo do amigo e camarada LG.

(...) Canchungo, 27 de Dezembro de 1972

Ontem vi um filme de Claude Chabrol, A mulher infiel. Deve ser obra menor dentro da cinematografia do francês, mas que diferença das habituais pepineiras que costumam colorir o écran do Cine-Canchungo!

Estou a ler Os Maias, a velocidade de cruzeiro. Grande Eça! Que prosa, o encadeamento dos personagens e que gente, o Carlos, o Ega, a Maria Eduarda, o velho Afonso da Maia! Foi preciso vir para a Guiné para ler Os Maias! Já está aqui ao lado A Ilustre Casa de Ramires, à minha espera. Depois de Eça de Queirós quem será capaz de escrever melhor, de cinzelar tão bem a língua portuguesa e de lhe misturar diamantes e pérolas? 



Canchungo, 28 de Dezembro de 1972 

Ainda os livros. Os Maias já estão, que delícia!

Leio também Textes et Chansons de Jacques Prévert e Boris Vian, uma antologia emprestada pelo Cravinho, o meu novo companheiro de quarto. De Prévert:

La vie est une cerise, 

La mort est un noyau,
L’amour un cerisier.


Leio ainda os Contos do Autómato, outra vez Moravia. Ler, pensar, questionar, aprender. Livros não me faltam. Agora veio a oferta do Movimento Nacional Feminino aos soldados de Portugal, oito obras para cada um. Havia gente que não estava interessada em ler, então, por vias travessas, acabei por arrepanhar dezasseis livros. Alguns não têm interesse, outros vão-me ajudar a fluir melhor por dentro do tempo da Guiné. Tenho a Eugénia Grandet, do Balzac, A Queda do Albert Camus, a Aparição do Virgílio Ferreira, Fernão Lopes, Régio, uma Antologia de Poesia Brasileira, até tenho Cervantes.

Refugio-me nos livros. O padre António Vieira dizia que os livros são como os cães, os melhores amigos do homem. 


Canchungo, 1 de Janeiro de 1973

Ontem à noite houve corrida de São Silvestre organizada pela Acção Psicológica do CAOP 1. Às nove e meia da noite, tínhamos noventa figurões equipados, com postura de grandes atletas, a dar três voltas à avenida principal. Fui assistir na companhia do alferes Paiva, da 38ª de Comandos [1]. 


Mas ele tinha outra ideia, sub-reptícia, fixa. Quase em segredo, queria-me mostrar a sua namorada (?) libanesa, uma mulher assustadora, solteira, com quase cinquenta anos convencida que tem vinte e dois, e que atrai os homens. Vive no centro da vila, na praça Dr. Oliveira Salazar com a família de comerciantes vindos do Líbano. Como é que esta gente veio parar à Guiné? A senhora pinta o cabelo  - uma tenebrosa cabeleira loira,  -  pinta os olhos, pinta os lábios, pinta as unhas, pinta tudo. Usa uns brincos de folheta vindos de Salamanca, Espanha – diz ela, – tem a cara envelhecida coberta de cremes e pós. É um mamarracho digno de exposição. O Paiva, pouco mais de vinte anos garbosos e valentes, conduziu-me até casa dela, queria que eu a conhecesse. A mulher recebeu-nos como se tivessem chegado dois príncipes da Pérsia. Cumprimentei-a e vim educadamente embora. O alferes Paiva, Comando, capaz de todos os gestos heróicos, ficou lá a desmaquilhar suavemente a dama libanesa. 

À meia-noite, em casa do capitão Pancada abriram-se umas garrafinhas de Magos e de champanhe. O Pancada e o alferes Gamelas têm consigo as esposas, simpáticas, bonitas, ambas de nome Helena. Estavam felizes, dançavam enlaçados, beijavam-se. Na sala havia mais quatro homens casados com as mulheres em Portugal. Olhávamos uns para os outros, mastigávamos em seco, sorumbáticos, tristes. Éramos o alferes Teixeira, um excelente rapaz do Batalhão 3863, o alferes Tomé, meu companheiro de quarto, o furriel Rodrigues também do Batalhão, e eu. 

Depois do “réveillon chez Pancada”, o Tomé foi ainda beber com os alferes Comandos – não sei se o Paiva já voltara do seu sortilégio libanês, – e regressou às tantas ao quarto, a gatinhar, a gritar a frase do costume “Tirem-me daqui, tirem-me daqui!” 

Canchungo, 3 de Janeiro de 1973

A 3 de Janeiro de 1974, ainda nesta guerra. Mais trezentos e sessenta e cinco dias a preencher sei lá com quê. Haverá dias pavorosos, outros mais lassos e pacatos, enfim o tempo manda, temos de passar por dentro dele. 


De hoje a um ano, eu pequeno, ignorado, na Guiné mascarada, massacrada, quero continuar lúcido, a lutar por mim e contra mim - contra os meus defeitos, - a não combater ninguém. Mais velho, mais gasto, mais cansado. (...)

[1] Para a história da 38º. Companhia de Comandos, ver Resenha Histórico Militar das Campanhas de África (1961-1974), Lisboa, Estado Maior do Exército, 1988 a 2002, 7º vol., tomo II, pag. 536.

___________________


(...) Cufar, 28 de Dezembro de 1973 

Retratos dos dias, sementes em chão calcinado, rios cinzentos e sangue vermelho a escorrer pelas margens.

Eram sete da manhã quando os Fiats picaram sobre Cufar e foram largar as bombas aqui ao lado, a uns quinze quilómetros, sobre a aldeia de Santa Susana, controlada pelos guerrilheiros. Depois, durante quase todo o dia foram chegando a Cufar homens, mulheres e crianças estilhaçadas pela guerra, os muitos feridos do bombardeamento sobre Santa Susana. 

Ao alvorecer, bombardeámos aquela pobre gente, depois, a partir do fim da manhã, tudo fizemos para os tratar, para lhes salvar as vidas. 

Os portugueses têm bom coração. 

Cufar, 30 de Dezembro de 1973 

Inevitável, a guerra actua sobre mim. Tenho dormido horrivelmente mal, mas quem é que consegue dormir bem com quase vinte e quatro horas de rebentamentos constantes, de todo o tipo, à sua volta? Ando mais nervoso, descontrolo-me e grito com mais facilidade, eu que por norma sou uma pessoa tão calma! Pois, o coração bate mais perto da boca, mexe-me com a sensibilidade. Faço um esforço, procuro o auto-domínio e a serenidade. Tem de ser, não me posso deixar destruir. 

Cufar, 31 de Dezembro de 1973 

Aquela história da irmã pequenina da Maria, a minha lavadeira, fez com que eu arranjasse uma grande amiga. A miúda, em língua mandinga, chama-se Nandi Camará e adoptou o nome português de Mariana. Afinal tem só sete anos, se eu tivesse oito ou nove anos queria-a para minha namorada. É uma menina bonita, tem uns olhos grandes de veludo, redondos como a lua cheia. Quando fui a Bissau tratar dos dentes, a Nandi pediu-me para eu lhe trazer uma camisa. Comprei-lhe um vestidinho, um brinquedo e dois pratinhos de esmalte colorido com os respectivos talheres que lhe ofereci no dia de Natal. Reagiu com uma alegria que eu desconhecia numa criança, cantava modinhas que não entendi, dava saltos à roda de si própria. Nunca ninguém lhe oferecera um brinquedo. Trouxe também um saco cheio de balões e uns ursinhos de peluche para os outros miúdos da tabanca da Nandi. É fácil fazer felizes estas crianças de Cufar que vivem tanta guerra e nem uma escola têm para aprender a ler. 

Cufar, 1 de Janeiro de 1974 

Chegou o ano da “peluda”!

Entrei pelo réveillon dentro ao som de milhares de tiros e rajadas de G 3. 


O meu coronel [, comandante do CAOP1,] havia dado ordens ao capitão da companhia dos açoreanos e a toda a tropa de Cufar para que, ao chegar da meia-noite, ninguém disparasse um único tiro. Falou em dez dias de prisão para o energúmeno que tivesse a ousadia de pegar na espingarda e fizesse fogo. 

À meia-noite menos dez começou o fogachal. Os açoreanos [, da CCAÇ 4740,] saíram das suas tabancas às dezenas, armados, com as G 3 apontadas para o céu e vá de despejar carregadores após carregadores. Ao soar das doze badaladas – que ninguém ouviu até porque não soaram badaladas nenhumas, - tínhamos apenas o matraquear constante das armas ligeiras que quase levantavam Cufar do chão. Uma festa! Por todo o lado, havia tiros à solta. Os rapazes, bêbados, tontos de desvairo, não disparavam apenas para o ar. 1974 também é para eles o ano da “peluda” e quase se podiam ver balas cruzadas a rasar as nossas cabeças. Felizmente ninguém foi atingido. O meu coronel manteve-se quietinho no seu quarto, ninguém deu por ele. 

Se as bebedeiras são o pão nosso de cada dia, neste fim do ano foi demais. Eu também ando a beber mais do que devo, é fácil uma pessoa enfrascar-se e vou explicar como é, basta contabilizar a rotina do dia. Ao almoço, ao meio-dia, o pobre repasto é acompanhado com vinho, às quatro da tarde, por causa do calor, bebe-se uma cerveja, às sete, ao jantar, marcha mais meio litro de vinho, depois enfia-se um café e uma aguardente, às nove ou dez, há petisco, por exemplo umas chouriças assadas, bebem-se mais umas cervejas e no fim, para atestar, sorvem-se lentamente uns copos de whisky.

Chegou 1974. É a sequência irreversível dos dias. Em breve partirei, estes açoreanos regressarão igualmente a casa, outros rapazes oriundos dos quatro cantos de Portugal virão para a Guiné. Até quando?

Cufar, 4 de Janeiro de 1974 

Ontem de manhã acordei com mais um tremendo “embrulhanço”, os rebentamentos uns atrás dos outros. Era a estrada Cadique-Jemberém. Ainda na cama pensei: “Lá estão mais pobres desgraçados a morrer!” Era verdade, dois soldados mortos do batalhão de Cadique, os corpos destroçados (**). Vieram para Cufar e, como de costume, aqui foram metidos nas urnas junto com um fuzileiro que esperava por caixão há dois dias e já cheirava mal. O cangalheiro vestiu o fato de madeira e chumbo aos três. Já ninguém estranha muito, estamos habituados, a vida continua. Mas porque diabo é que o rodopio dos mortos e feridos passa sempre por Cufar?... 

Tenho constatado que em muitos de nós existe um prazer sádico, mórbido em ver mortos e feridos. Faço parte do grupo. Há qualquer coisa de macabro no ser humano, talvez uma silenciosa nostalgia da morte que nos aguarda a todos. 

Ontem, ao fim da tarde, quando o cangalheiro metia os três rapazes nos caixões, ao ar livre, no largo no centro de Cufar, juntaram-se à volta umas dezenas de mirones, brancos e negros. Um furriel pegou numa G 3 e ameaçou disparar sobre os curiosos se não desaparecessem imediatamente. Assisti a tudo, parado, insensível como um boneco de gesso, a cinquenta metros de distância. (...)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 24 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9262: Excertos do Diário do António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (1): O Natal de 1973, em Cufar, na véspera da Op Estrela Telúrica...

(**) Julgo que nesta altura (e até Fevereiro de 1974) estava em Cadique a madeirense CCAÇ 4942/72

18 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Que guerra pá, que guerra.
Eu já tinha lido isto, palavra que sim e no livro que aparece com aquela capa. Também li Os Maias noutra encarnação.Adoro o Eça. Depois aparece, no que acabo de ler, um senhor que parece querer imitar o Mao Zedong. Está ali deslocado e certamente nada terá a ver com aquela terrivel guerra.Tem cara de paz, muita paz.
Noutra encarnação passei por uma guerra.Estive, durante essa guerra, numa passagem de ano e não sei se num Natal. Talvez.
Na passagem de Ano jantamos no Salão habitual. Troquei sempre os talheres.Aborrecida essa distração. Também com tão opíparo repasto. O caviar era bera e falsificado. A perdiz pouco deteriorada, não gostei...o resto sim. Óptimo mesmo e na guerra?!
Depois passamos para o Salão Prata. Bebi demais, confesso. Não ouvi as doze badaladas.Nada. Tenho este defeito de não saber beber. Acordei já dia e estava, não no meu quarto mas num quarto com duas morenas lindas,lindas de morrer. Olhei-as e tentei levantar-me. Nem corpo nem cabeça obedeceram...
Acordei-as, sem o querer.Elas sorriam e...eu pensava: mas não estava na guerra? Que raio e o estômago que ardor. Foi do caviar.

Que guerra pá , que guerras ...

Porque haverá guerra? E porque estive eu numa? Teria estado?

Agora volto a dormir e continuo a sonhar. Jamais com a guerra,jamais.

Ab T.

Luís Graça disse...

Meus amigos e camaradas:

Acabo de chegar ao Porto, depois de 3 dias de despreocupada e inesperada descoberta das Terras do Demo (que só conhecia, mal, das leituras do grande Aquilo Ribeiro): Tarouca, Moimenta da Beira, Sernancelhe, Penedono...

Confesso que, nestes três dias, mal liguei o meu Portátil, mal liguei a Internet, não fui ver o correio, não vi as notícias da Aldeia Global, não vi o(s) telejornal(ais)... Em contrapartida, vi espantosas aldeias e comunidades e gentes que recusam o declínio, a morte, o olvido... e que têm orgulho na sua memória, na sua história, no seu passado...

Fui carregar baterias para enfrentar o terrível ano de 2012 que aí vem!... Trago 3 caixas de Espumante Terras do Demo, Bruto, Branco e Tinto, da Cooperativa Agrícola do Távora, com sede em Moimenta da Beira, e que eu aconselho vivamente para a passagem de ano... Custam lá 7 euros e meio, cada unidade... Em alternativa, vocês têm os espumantes da Murganheira(com sede de Sernancelhe), uma empresa com 50 anos que é um caso de sucesso ...

Não bebam champanhe, bebam Varosa-Távora!... São espumantes, nossos, e são divinais!...

Votos de grandes festas e de grandes libações. E vivam os monges cistenses de Salzedas e de São João de Tarouca, sem os quais não teríamos o vinho do Porto nem os espumantes nem os licores nem os doces conventuais, nem muitas outras coisas que nos alegram o o estômago e o coração... Pensei hoje no nosso amigo JERO, esta tarde ao visitar a fabulosa Igreja do Mosteiro de Tarouca!...

Eu que tenho a mania que conheço bem este país, estou a sempre descobrir novos recantos que me reconciliam, sempre temporariamente, com a minha pátria: as Terras do Demo são de visita obrigatória!... São terras onde hoje igreja, mosteiros, solares, santuários, pontes... seculares, centenários!...Para não falar de paisagens fabulosas!... Património, natureza, história, gastronomia, humanidade... que nos ajudam a perspetivar melhor o futuro, enquadrando melhor o presente e passado...

E, curiosamente, em todas estas terras da nobre e antiquíssima beira alta descobri monumentos de homenagem ao combatente da guerra do ultramar... Alguns com notáveis esculturas de autores locais!

Um Alfa Bravo para todos, no regresso ao blogue e à Tabanca Grande, sempre vivos e animados!

Anónimo disse...

(Numa reflexãoenviesada sobre a nossa acção em África escrevi, algures - 'Uma mulher, trinta anos mais tarde declarou, interrogativa, ao ouvir contar histórias destas
-Aquilo para vocês era uma grande brincadeira, não era?
Resposta: Era.

Foi?'

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Isto que aqui conta parece visto com um pé dentro outro fora.
É interessante e quase divertido, 'trinta anos depois'; revela também o privilégio que terá tido de poder observar assim

ou a singularidade...

S.Nogueira

Anónimo disse...

Benditos os sortudos que tão boas passagens de ano passavam.
Invejoso eu ? nahh.
Um pouco mais a sul, no mesmo dia e à mesma hora também houve festa rija.
Comemoramos com os nosso IN irmanados na mesma comunhão festivaleira,só que não foi com tiros "pindéricos" de G3, mas com canhões s/r.,morteiros,grade e obus 14...foi bonito pá..se bem me lembro nem sequer houve jantar.
Tão perto e a festa foi tão distinta..não sei se chegava a cufar o som da nossa festa..mas de cacine e jemberem vieram, pelas ondas do éter palavras de preocupação..obrigadinho pás...estamos a comemorar a vinda de novo ano, que tão profícuo foi.

Caro Graça de Abreu, a sul das terras do demo também tem muito interesse visitar...Sabugal, Sortelha, Penamacor,Monsanto,Penha Garcia, Idanha-a-Velha.etc. e é costume comemorar a passagem do ano com fogo "chinês".
Por estas bandas a "pirotécnia" é uma arte.

Um alfa bravo

C.Martins

Luís Dias disse...

Caros Amigos

Neste fim de ano que se aproxima, temendo todos que o ano 2012 venha ser um dos mais penosos para o país e em cima de um roteiro do António G. Abreu sobre a sua estadia naquelas quentes terras da Costa da Guiné, lemos o Torcato a afirmar: "Que Guerra pá, que guerra", o SNogueira a referir que uma mulher trinta anos mais tarde lhe dizia: "Aquilo para vocês era uma grande brincadeira, não era?", ao que ele respondeu: "Era". Vem o Luís Graça e o C Martins por-nos água na boca com a lembrança de belos locais para visitar, de uns excelentes espumantes para beber. Colocando a meio a existência de monumentos perdidos ou achados nessas vilas e cidades, onde a população mostra o respeito pelos seus combatentes do Ultramar, que muitos que naquela guerra tiveram parecem não ter.
Obrigado caros camaradas, assim vale a pena continuar a ler este blogue.
Um bem hajam e um Feliz Ano Novo.
Luís Dias

Anónimo disse...

Começo a compreender que os pobres dos Atiradores do meu grupo de combate se enganaram na guerra.Foram parar à guerra ao lado.Saloios! A guerra deles era uma das tais difíceis de ganhar,por muitos e heróicos sacrifícios que para tal tenham feito.....A tua?

Anónimo disse...

O "Joe" barato e simples do meu endereço nos States está por:José Belo

Anónimo disse...

Caro Luís,Tocat e C. Martins
Que Guerra ,que Guerra pás .É exactamente esse o espírito com que devemos terminar este malfadado Ano prenunciador de um 2012 da treta.No entanto o meu grande Desejo é que todos os "Grande Malucos"desta Tabanca tenham um próximo Ano com muita saúde ,alguma "guita "para estourar e BIBÓ BELHO.(à moda do Porto carago)
Henrique Cerqueira e Ni

Anónimo disse...

Venho aqui para dizer pouco, fundamentando o pouco que aqui digo no "muito" que já disse antes, pessoalmente ao autor e publicamente no blogue, sobre o quanto gostei de ler o seu "Diário", na fidelidade ao vivido; nas emoções sugeridas de vivências suas e de outras partilhadas por camaradas no tempo e no espaço de Teixeira Pinto e de Cufar; na lisura da escrita.
Áh, esquecia-me de dizer. Vim aqui, sobretudo, para deixar claro que o nosso último "litigar" e alguns outros anteriores, não chegam para matar amizades e admirações, nem mesmo para as beliscar.
Quando nos encontrarmos, nos abraçaremos sinceramente.
E agora, aqui também
José Brás

Luís Graça disse...

Amigos, camaradas, camarigos:

Felizmente que já ninguém, aqui, reage como no verão quente de 1975, em que estivémos à beira de uma guerra civil:
- Calma, aí camarada! - dizia um, à esquerda.
- Camarada, salvo seja! - dizia o outro, à direita...

Um era o abraço esquerdo, o outro,o braço direito... do mesmo corpo!...

Pois, como eu ia dizendo, camaradas, que ninguém fique sem o Terras do Demo, bruto, na passagem de fim de ano, aqui ficam os sítios - passe a publicidade - onde o podem comprar, pelo menos em Lisboa (em Moimenta da Beira, na fonte, é a 7 aéreos e picos cada garrafa...):

Continente
Jumbo
Corte Inglês...

Bebam, sem moderação, o que é bom e o que é nosso! E que se lixe o politicamente correto... pelo menos por uma noite!

LG

Anónimo disse...

Caros amigos,

Num mundo recheado de encontros e desencontros, é gratificante ver a dignidade com que o José Brás assume as suas diferenças com o Graça de Abreu.

Dizer tanto com tão pouco...

Em amizade, que melhor pano poderíamos ter a fechar o palco de 2011 e ao do renovar as esperanças para 2012?

Haja saúde!

Um abraço amigo,
José Câmara

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro António

As vivências que todos nós mais ou menos vivemos.

Quando ficava no Xitole e os outros saíam nunca cheguei a perceber se sofria mais do que quando eu próprio saía.

A espera naqueles tempos era dificil, até chegarem todos.

Contavam-se os minutos, numa espécie de, "se até agora não embrulharam já não devem embrulhar"!

Enfim, ... "sentires"!

Um grande abraço, para ti e para todos

J. Eduardo Alves disse...

o entendimento é facil o graça Abreu, vive onde vive, e o zé braz vive com quem vive, e um abraço porque se houver tempo e um jantar eles lá se entendem, e são amigos, ou não sejam portugueses, o que eu gostava era que algum deles me apresenta-se um sindicato forte, representativo, e negociador, em nenhum dos seus idialismos eziste um bom ano 2012 e vivão onde ou, com quem o melhor que possão bom ano um abração J. Eduardo Alves

Hélder Valério disse...

Sim senhor, muito interessante!
E 'educativo', também!

Já tinha lido 'ao vivo' no livro do António, que foi a primeira peça de literatura que me 'religou' à Guiné e através da qual 'cheguei' ao Blogue.

Gosto muito destas impressões genuínas, porque fruto do impulso do momento, da apreciação 'na hora', sem a preocupação de 'fazer alinhamentos' com perspectivas 'modernas'.

Quanto aos 'Natais' vividos de diferentes modos em diferentes locais, nada há a dizer, são fruto das suas circunstâncias. Em todo o tempo e lugar é sempre assim. Nuns sítios umas vezes é calmo noutras 'agitado' e às vezes a inversa também é verdade, portanto, a cada um calhou o que calhou e já nada altera isso.

Abraços
Hélder S.

antonio graça de abreu disse...

A Guiné une-me ao Zé Brás e isso tem uma força que nenhuma eventual quezília, ou diferentes entendimentos da política do mundo, pode quebrar.
Além do mais o Zé Brás tem um livro notável, as Vindimas do Capim. Pena, na minha opinião,ter metido demasiado política num texto brilhante, excepcional na escrita, na caracterização das personagens, na utilização esfuziante do vernáculo, na notável arquitectura de toda a obra.

Claro que ma primeira oportunidade daremos um abraço até ao tutano dos osso.

Um forte abraço a todos,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

É só para dizer ao Z.Eduardo Santos que durante 8 anos de mandato em que fui presidente do meu Sindicato, ele foi muito forte. E olha que odeio greves porque tive que fazer uma a muito custo e muito chorei sozinho no fim dela pelo prejuízo que deu a todos, pela violência interior que se tem de suportar e pelo sinal desgraçado da diferença extremada e inútil.
Tinha razão.
Ao António o obrigado pelas palavras sobre o Vindimas no Capim que, esse sim,tem data e foi uma espécie de ajuste de contas de vinte e tal anos com a Guiné como fim. Hoje não tenho contas para ajustar e penso que isso vê-se.
abraços
José Brás

Anónimo disse...

Desculpa José Eduardo Alves, te ter chamado Z.Eduardo Santos,
Meu Deus, que nome desgraçado havia eu de convocar para o meio de gente de bem
Abraço
José Brás

Anónimo disse...

ó Zé braz em primeiro eu vou dizer que fui sindicalista e ajudei a formar um sindicato em 1968 e não vou chamar aqui o que me custou, naquela epoca,á vista de muita gente o sindicato só foi forte quando comia o amealhado de outra epoca mas isso já pertense ao passado, devo informar que a junta de freguesia de Leça da Palmeira em conjunto com a Camara de Matosinhos está a preparar uma homenajem ao José Eduardo dos Santos Alves pelos 50 anos de trabalho inscritos na caixa de previdência em Leça da Palmeira mas como vivencias até dei um abraço ao Dr Agostinho Neto Trabalhei na Costa do Marfim, Angola, Congo fancês na Venezuela Espanha e Suiça vesitei Bagui, Kimjaza,Dakar, e outras, vesitei nas Horas vagas quase toda a Europa Já fiZ 3 vezes Porto Bissau e Bissau Porto por isso estou á vontade para receber o doutoramento não é preciso confundirem-me com outro José Eduardo dos Santos um Abraço do tamanho dos 5 continentes E Boas entradas de 2012 josé E. S. Alves