terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9278: (Ex)citações (167): As colónias portuguesas antes da Guerra (1): Introdução e Angola (José Brás)

1. Damos hoje início à publicação de uma série de três postes contendo um trabalho do nosso camarada José Brás (ex-Fur Mil, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), intitulado As Colónias portuguesas antes da guerra, "prometido" num dos seus comentários feitos no Poste 9225*:

Dizia então José Brás:

E voltando ao meu amigo Graça Abreu, a que prometi dar nomes e números dos verdadeiros colonialistas donos de quase tudo o que era economicamente importante nas nossas colónias de África, rectifico:

Vou realizar o trabalho que poderá ser aqui publicado apenas se os editores do blogue assim o entenderem, para que os antigos soldados portugueses entendam o logro da "defesa da Pátria" quando mataram e morreram.

Como resposta a qualquer desejo de AGA, acho agora que o trabalho não valerá a pena, senão no prazer que a mim próprio dará, e esse ficará comigo e com os amigos.
José Brás



AS COLÓNIAS PORTUGUESAS ANTES DA GUERRA (1)

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi entendido desde o início como uma forma de demonstrar a natureza da verdadeira Pátria que os soldados portugueses iam defender quando partiam para as ex-colónias de Angola, Moçambique e Guiné, matar, morrer e desbaratar toda uma vida no caso dos feridos em combate ou noutras circunstâncias derivadas, quando deficientes físicos e/ou psicológicos.

Tal objectivo do autor resulta de uma sua afirmação sobre a natureza internacional do capital principal nas grandes empresas, sociedades anónimas e Companhias concessionárias presentes nas colónias portuguesas nos vários sectores da economia, nomeadamente a extracção mineira, os transportes, caminhos de ferro, material circulante, portos marítimos (importantes no escoamento das matérias primas desde os locais de extracção até aos portos de embarque) a agricultura e pescas, pequena indústria instalada e o comércio, interno e import-export.

Dizia eu, também, da crónica dependência de Portugal do capital financeiro do exterior, quer directamente o Estado para a realização de obras públicas, como ferrovias e outras vias de penetração, pontes, portos, no Continente e nas Colónias, quer através dos estabelecimentos bancários nacionais, nomeadamente o Banco Espírito Santo e em especial o Banco Burnay, verdadeira testa de ferro dos capitais estrangeiros em áreas estratégicas do ponto de vista económico, no Continente e nas Colónias, quer para apropriação de matérias primas importantes na indústria transformadora internacional, quer do ponto de vista do objectivo de acumulação de reservas para garantia futura, em especial, americanas.

Esta característica da formação e constituição dos capitais titulares de acções e de percentagens do capital das várias Sociedades Anónimas, quase sempre Sociedades Anónimas, e Companhias Concessionárias de carácter monopolista que recebiam concessões de vastas áreas para explorar em exclusivo os sectores mais importantes em presença, ou garantir prospecção para reserva sigilosa e utilizável no futuro, deve ser tida em conta porque quase sempre mascarava a verdade proveniência do capital titular das empresas e das instituições públicas ou privadas portuguesas.

Por isso, deve duvidar-se, mesmo nos casos em que o capital principal das sociedades e companhias parece português, se realmente o é.

Além disso, dada a natureza parasita da intervenção económica nas colónias, montada na existência de uma imensa mão de obra completamente desqualificada e de baixa produtividade mas de salários extraordinariamente baixos, apostada apenas na produção e exportação de mais valias e enormes lucros, esta acabava por tornar-se como um peso mais a travar o desenvolvimento do Continente, aproveitando tais mais valias e investindo tais lucros, não na criação de condições para produção de riqueza real no País, mas em sectores pouco reprodutivos, tecnologicamente pobres, e em actividades de esbanjamento e luxo de uns tantos, aliás, na senda do que acontecera com as enormes fortunas provenientes da actividade na sequência das descobertas e, já hoje e de novo como uma fatalidade, com a enorme soma de fundos da adesão a à União Europeia.

Esta situação só foi escamoteada às centenas de milhares de jovens embarcados, por uma propaganda ideológica agressiva que apelava a uma obrigação patriótica no exemplo dos antigos heróis portugueses, e pela afirmação de uma Pátria pluri-continental e multirracial, atacada por interesses estrangeiros, quando, justamente, era estrangeira a mão que rapava de Angola o petróleo, os diamantes, o ferro e muitos outros produtos minerais e agrícolas, para transformação imediata nos países em presença e lançamento no mercado, ou para constituição de reservas estratégicas, todos geradores de lucros muito superiores aos que teriam noutros locais devido à natureza especial do colonialismo de um País muitíssimo atrasado, em comparação com os seus vizinhos continentais, a mesma estrangeira que, simultaneamente, armara no Norte de Angola a UPA para a chacina.

Para ter uma ideia dos atrasos nacionais, no Continente e nas Colónias, em matéria de economia, e das disparidades em relação a outras Colónias e outras potências coloniais, uma ideia ainda que ténue, basta saber por exemplo, como informa Basil Davidson, que era negro o maquinista do troço ferroviário no espaço congolês, substituído por um português branco quando entrava no troço angolano, porque o salário deste emigrante das Beiras ou de Trás-os-Montes ou de outra qualquer das províncias portuguesas do Continente, era ainda mais baixo do que o do negro do Congo.

Assim, entremos na esquematização muito simplificada e muito aquém da informação disponível para demonstrar a verdadeira e mais funda realidade, ainda assim, a meu ver, claramente suficiente para provar muito mais do que o que eu houvera dito no referido comentário ao poema do Juvenal, afirmando ser muito pouco portuguesa a Pátria que roubou a vida a quase 10.000 jovens, deixado estropiados quase 20.000 e, de algum modo diminuídos, muitas mais dezenas de milhar, suscitando com isso, pelo menos uma reacção contraditória.


ANGOLA

Situada no coração da África negra, com fronteiras de mais de 6.400 Km, 4.837 Km com o Congo Belga, a Rodésia do Norte e a Bechuanalândia, 1.650 Km de costa marítima, 1.770 Km do Luvo, a Norte, ao Cunene, a Sul no comprimento, e uma largura aproximada desde foz do Cunene atá ao Cuando, a Leste, tudo, numa superfície aproximada às de Espanha, França e Inglaterra juntas.
Descoberta a sua costa no século XV por Diogo Cão, as suas fronteiras actuais resultam de alterações significativas ao longo dos tempos em acordos e conferências internacionais que, como é óbvio, nunca tiveram em conta os interesses das populações locais, dividindo muitas vezes etnias e até, dentro destas, tribos.
É atravessada por grandes e extensos rios, com imensas bacias hidrográficas e enorme potencial energético, objecto de estudos realizados sob a direcção da ECA –European Cooperation Administration e encomendados a organizações americanas sob hipoteca de exploração.
No seu espaço geográfico abrigam-se potencialidades extraordinárias, desde logo as do sub-solo, como os diamantes, o ouro, o petróleo, asfaltos, carvões betuminosos, mica, manganés, estanho, fosfatos, sal-gema, vanádio, zinco, ferro, mercúrio, volfrâmio e urânio.
É igualmente muito rica em produção animal, como cera e mel, em regiões propícias à criação de gado e de matérias-primas como as oleaginosas, café, açúcar, fibras vegetais e madeiras.

Em 1950 a sua população era a seguinte, resultado de senso administrativo, ainda que com larga possibilidade de erro por desinteresse das autoridades locais a quem convinha ter disponíveis e sem controlo muita mão de obra para alugar aos recrutadores:


Em 1956 a situação era a seguinte:


A distribuição por etnias do total da população, em 1950, refere o total da população africana por 13 principais, mais 1,296 de portugueses do ultramar, 5.794 estrangeiros e 2.796 indeterminados.
Angola deixou de ser considerada colónia em 1951 e passou designar-se como Província Poruguesa Ultramarina, embora nada tivesse mudado de facto na estrutura social e administrativa, apesar da leitura do Art.º 148 da Constituição. No fundo era o Governo de Lisboa que tudo decidia através do Ministério do Ultramar e dos organismos corporativos, copiados da Itália de Mussolini, o Grémio do milho, as Juntas de Exportação do Algodão, do Café e dos Cereais.
Muito importantes são os seu 3 Portos de Mar principais, sobretudo o do Lobito e o de Luanda, sendo ainda de importância crescente o de Moçâmedes, recém-construído.


(Continua)
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 18 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9225: (Ex)citações (166): Gostei dos que… gostaram e gostei, juro que não menos, dos que não gostaram (José Brás)

11 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Em 1953, escrevia o general Norton de Matos, em choque aberto com Salazar e que haveria de se candidatar a Presidente da República pela chamada Oposição: “Que a vossa principal tarefa seja o engrandecimento da Pátria, dignificando-a (…). Não deixais que ninguém toque no território nacional. Conservar intactos os territórios de Aquém e Além-Mar é o vosso principal dever.” (in Norton de Matos, A Nação Una, Lisboa, Ed. Paulino Ferreira e Filhos, 1953).
Era a tese que vinha na linha do pensamento tradicional português.

Claro que havia muita empresa estrangeira nas ex-colónias, como também havia em Portugal. A explorar, pois claro. A diferença entre capitalismo e socialismo é que "o capitalismo é a exploração do homem pelo homem" e o socialismo é exactamente o contrário. Todos os países do Leste (e a China!) aprenderam esta dura verdade através de dolorosas e cruéis experiências. E abriram-se ao capitalismo que explora, pois claro, mas com um mamar mais doce, podes ter a certeza, meu caro ZÉ Brás.
Este o mundo em que vivemos, estes os homens que somos.

antonio graça de abreu disse...

Já agora, mais uma achega:

A partir dos anos sessenta do século XX, quase todas as colónias das nações europeias em África transformaram-se em países independentes. Sabemos hoje que muitas dessas independências foram prematuras e constatamos como muitos dos pobres povos dessas terras, libertos do jugo colonial, têm sido tratados pelos seus governantes africanos e chefes associados ao tribalismo, à incompetência, à corrupção, ao esmagamento dos mais elementares direitos humanos.

As culpas recaem sobre quem? So- bre o "capital mononopolista internacional", sobre o "neo-colonialismo" que impossibilita, -- cinquenta anos depois das suas autonomias,-- a verdadeira independência e liberdade
dos povos africanos?

Esta era a tese do meu pai, falecido em 1996, com 80 anos, sempre até ao fim membro do Partido Comunista Português,admirador do Cunhal e da União Soviética. Não valia a pena falar com ele sobre política. Aquele entendimento do mundo fazia parte do seu sangue. Pensava com o sangue vermelho, não com a cabeça.
E o meu pai era verde, abençoadamente, era um grande sportinguista.

Abraço,

António Graça de Abreu

Unknown disse...

Decididamente a pior coisa que aconteceu à humanidade, foi algures no tempo a existencia de uma revolução cultural. A grande escola de escamutear a dialéctica.

Filosofia esta que leva à real compreensão das transformações, causas, efeito.
Ou seja, foi aquela 'calamidade' intelectual, que produziu os até à pouco tempo, os chamados progressivos conhecedores da história, nalguns casos levassem algum tipo de opressão sobre os povos.

Cumprimentos a todos.

Carlos Filipe
ex-CCS BCAÇ3872 Galomaro/71

J. Gabriel Sacôto M. Fernandes (Ex ALF. MIL. Guiné 64/66) disse...

José Brás:
O pior cego é aquele, teimoso ou intelectualmente desonesto que não quer ver.
Abraço
João Sacôto
ex-AlfMil
ex-CMDT TAP

Anónimo disse...

Pois é, Sacôto, e a cegos desses, nem há cão que queira servir.
Por outro lado, António, a verdade é que os homens mudam, uns muito, outros menos…mas mudam. Uns no fundo da alma, outros apenas na pele (a alma também deve ter pele). Um de mudança segura, outros apenas de aparência. Uns mantendo credo e religião, outros servindo a deuses como quem muda de camisa.
Mas mudam, sim, feliz ou infelizmente, se deverá dizer porque nunca se saberá de ciência segura se a mudança foi para o bem ou para o mal, aliás, na consequência do conceito incerto sobre o bem e sobre o mal.
Eu, por exemplo, mudei. Fui mudando, quero eu dizer, não muito, mas mudando. Em nome de uma revolta natural em mim contra desmandos sobre a humanidade, sobre essa igualdade fraterna que os deuses dizem ser essência do homem, aproximando-os ainda que sobre as suas diferenças; Contra injustiças desmedidas que transformavam uns em coisa pior que bestas de carga e outros em quase reis; contra essa negação divina de ser gente criada à imagem do belo, do ideal, de Deus, se quiseres.
E nota! Digo natural em mim, porque não tenho outra explicação segura para aquilo que fui por dentro desde os arremedos de consciência que notei em mim.
Mudei, mudei mas não mudei assim tanto, a bem dizer, apenas dessa crença quase fanática nas “manhãs que cantam” como forma de chegar à solução dessas injustiças e a um homem novo, até à descoberta que desse ideal supremo, os homens haviam construído, afinal, uma desilusão.
Nessa mudança, permaneceu, contudo a essência, a primeira ânsia, uma certa forma de certeza (sic) sobre a bondade primitiva do ser humano que haveria de triunfar sobre a perfídia e a mentira, sobretudo se, gente como eu não se acomodasse à canga. À sua, ainda que não violenta, e à que via noutros, dura, muito dura.
Mudaste tu, também, acho eu, a crer no pouco que do teu percurso tenho ouvido porque alguns dizem e tu mesmo apontas.
Mudaste mais radicalmente do que eu, dizes, assim como da pele escura de africano para a branquíssima de nórdico, para dar a imagem de interiores mais complicados de referir e marcar.
Nem vale a pena perguntar que mudou para mais próximo da verdade e da razão, porque sobre verdade e razão estamos conversados.
Uma coisa é certa. Mudaste tu, segundo dizes, vivendo por dentro a realidade da China e mudei eu também, um pouco por essa via, conhecendo a realidade dentro das minhas estrelas, e também vendo o que se passava por fora, em Angola, por exemplo, logo a seguir a Abril de 74, em Cuba, talvez a minha estrela maior. De facto quem manda num país é quem nele investe, como dizia W W, antigo Presidente da USA, e a natureza do colonialismo, seja ele qual for, é usufruir das riquezas das colónias, neo ou tardas, a amarelo, a vermelho ou a outra qualquer cor que queiramos usar nas pinturas.
(continua
José Brás

Anónimo disse...

(continuação)

E nesta convicção nos diferenciamos nós, tu e eu, na volta de 180º que deste e na correcção leve que fiz eu na minha rota.
Ou talvez que nem tenhamos mudado nada e que tenhamos permanecido inteiros e puros, tu nessa volta que digo, deste, eu nesta correcção de rota que sugiro.
Não admiram portanto, que o Norton de Matos, homem de regime, tenha mudado como mudou (se mudou), seguido, aliás, mais tarde pelo Galvão, pelo Botelho Moniz, pelo Delgado, pelo Craveiro Lopes, pelo Spínola.
Uma afirmação mestra deixaste tu no teu comentário, capaz de, só por si, marcar toda uma filosofia e uma moral. “. Sabemos hoje que muitas dessas independências foram prematuras e constatamos como muitos dos pobres povos dessas terras, libertos do jugo colonial, têm sido tratados pelos seus governantes africanos e chefes associados ao tribalismo, à incompetência, à corrupção, ao esmagamento dos mais elementares direitos humanos.
”Penso que nem vale a pena adiantar grande coisa à questão do “permatura”, nem mesmo à outra dos chamados governantes africanos, ainda que muito me espante que penses que a solução estaria numa certa forma de educação que as potências coloniais haveriam de dar aquele povo a fim de que se tornasse exemplo desta democracia a que chegáramos na Europa.
Prematura terá sido, então, no século XII, a nossa libertação do “jugo” leonês e, recuando, a nossa luta permanente, como Iberos ou como Lusitanos, contra ocupantes vários que nos acometiam fronteiras e se instalavam, naturalmente não por nossos tão bonitos olhos.
E, já agora, remetendo para o respeito sobre a história dos povos que me aconselhas tantas vezes cheio de boas intenções, antes da década de sessenta mais de trinta territórios em África, haviam já ganho a sua independência, quase todos em processos de negociação mais ou menos civilizada com seus ex-colonizadores.
Se foi apenas operação de cosmética para que quase tudo ficasse na mesma, os exemplos estão aí para nos elucidar e reconhecer a “luxúria” de poder e de riqueza dos novos chefes não nos dá qualquer direito de recusar aos seus povos solução dos seus problemas nesse campo. Vejamos nós próprios tão civilizados na Europa, de quantos séculos precisamos para consolidar fronteiras e interesses, quando ainda hoje se luta porque, ao que parece ainda não estão totalmente definidas. E vejamos também se ainda hoje (hoje particularmente) não existem na Europa colonizados e colonialistas.
Já te pedi mais que uma vez que te deixasses dessas referências a qualquer qualidade minha de comunista que, no que digo e no que faço, está mais que esclarecido. Senão, mesmo que não seja essa a tua intenção, o que fazes é uma espécie de aviso à navegação “atenção, este é leproso!”.
Seguro é que não morrerei como dizes que morreu teu pai. Se não me livrei de sonho, livrei-me, pelo menos, de ídolos e de mitos, preferindo analisar em permanência, debater com iguais e diferentes, e, seguir em frente, ainda que seja para a incineração.
Abraço
José Brás

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

...e, claro, debate aqui, sobre esta matéria, fechou porque disse o que disse, quem quer lê e pensa pela sua cabeça, não havendo mais lugar a discussão porque não tenho o direito de ocupar mais tempo e paciência aos camaradas. Sairão as outras duas partes e ressalvo a hipótese de alguém querer continuar, devendo então fazê-lo por mensagem pessoal.
A quem estiver interessado, enviarei a peça inteira e juntarei uma outra que foi publicada há mais de um ano e que faz todo o sentido juntar.
Abraços
José Brás

Torcato Mendonca disse...

José Brás:ontem estive, durante bastante tempo, a conversar com um homem sobre África. Muito mais velho do que eu, muito mais sabedor da vida e do Mundo. Aprendo com ele e estamos, no nosso estar na vida, em posições muito diferentes. Ele veio de África, depois de lá ter vivido muito tempo, antes de Abril/74.Viveu África como eu nunca vivi. Que vivi eu de África? Nada ou muito pouco e nem tudo, desse pouco,posso falar. Depois sou um caso perdido:não acredito em pátria, em "governanças" de antanho ou do presente, em alma,em religiões de cultos que me afrontam e, para ser breve, em ideologias politicas que só serviram elites e interesses de minorias. Quais? Pois não sei dizer qual não se derramou, por este mundo de outra maneira.
Vi este escrito, ontem. Era tarde e só agora li. Os comentários também. Parei e meditei um pouco. Que digo eu? Nada? Ficava de mal comigo e certamente de bem com outros. Prefiro o inverso. Também prefiro ler os escritos todos. São diferentes dos publicados aqui neste Blogue.
Quase me atrevia a continuar, a falar do que está escrito em comentários de gente que conheço e este espaço, esta troca de palavras nos tornou de camaradas em amigos também.
Vou esperar.Se me der na bolha digo algo. Desnecessário, quase uma certeza para alguém que ainda acredita, ainda está em mudança, em desassossego. Felizmente.
Abraço e abraços do T.

Anónimo disse...

Para evitar "suxar" assuntos retiro o meu comentário anterior.Um abraco desde longe.

Anónimo disse...

Caro José Brás:

É importante que neste blog predominem os posts relativos às nossas vivências daqueles tempos que são, na verdade, o cimento da nossa relação fraterna. O trabalho que estás agora a publicar no blog não é estranho à essência desse nosso passado. Não me parece que devamos perder uma oportunidade de aprender algo mais sobre colonialismo, como de esclavagismo ou de racismo, na verdade questões muito africanas. Também me parece legítimo e interessante que outros se pronunciem sobre estes temas, mesmo exibindo opiniões contrárias, de preferência sem estilo catequético, mas com o objetivo de escrever história e de alertar as pessoas para os perigos do mundo.
Em todo o caso, se o teu trabalho não puder aqui ser publicado, peço-te que mo envies para a minha caixa de correio:ascarvalho1972@iol.pt
Um abraço

Carvalho de Mampatá