quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9202: Efemérides (79): A invasão por tropas indianas dos territórios de Goa, Damão e Diu, em 18 de Dezembro de 1961




1. Chegou às bancas no passado dia 7 de Dezembro mais um número temático da VISÃO História, desta vez  "inteiramente dedicado à invasão de Goa, Damão e Diu, há 50 anos, que marca o princípio do fim do império colonial português". 


(...) "A Índia marchou a 18 de Dezembro sobre Goa. Salazar exigiu às forças portuguesas o 'sacrifico total' e que aguentassem, sem meios, durante uma semana, uma desproporção de dez para um.


(...) "Perdida a joia da coroa, o regime não baixou os braços. E pretendeu mesmo levar a cabo uma guerra clandestina em Goa e na Índia que incluía subversão, sabotagem e atentados terroristas.


(...) "O último governador do Estado Português da Índia, Vassalo e Silva, cometeu a ousadia de desobedecer a Salazar, não permitindo que as tropas portuguesas fossem chacinadas. A decisão fez do ditador seu inimigo". (...) Para saber mais clicar aqui.







2. Entretanto, ontem, Carlos Matos Gomes, historiógrafo da guerra colonial,  romancista e amtigo combatente, evocou em conferência, em Lisboa,  o caso da Sirus.  Infelizmente a notícia do evento chegou-nos tarde, não podendo ser oportunamente divulgada. Aqui fica  um excerto da mensagem que o Carlos Matos Gomes nos remeteu, com data de 13 do corrente:


(...) "O resumo da história da Sirus encontra-se no anexo (Revista Visão). O navio afundado pelo seu comandante após o ataque da armada indiana ter inutilizado o Afonso de Albuquerque. A fuga da tripulação para Carachi num navio mercante. O regresso a Lisboa e o que aconteceu ao comandante e à tripulação.


"Amanhã [, dia 14,] vou falar sobre este caso, sobre as questões éticas e deontológicas que ele levantou e levanta para um militar (...).


"A sessão é organizada por Manuel Barão da Cunha (Livraria Verney de Oeiras) e pela Liga dos Combatentes, no ambito de uma série de conferências intitulada Fim do Império. Contará com a participação do comandante da Sirius, engenheiro Manuel Marques da Silva.


"Dia 14 (amanhã, quarta-feira), às 16 horas, no Palácio da Independência [, Largo de São Domingos, 11, Lisboa]. Os meus amigos serão bem vindos. Carlos Matos Gomes". (....)
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Nota do editor:


Último poste da série > 3 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 – P8987: Efemérides (57): Excursão a Lisboa, a propósito do 88.º aniversário da Liga dos Combatentes e do 93.º aniversário do Armistício (Carlos Vinhal)

3 comentários:

Torcato Mendonca disse...

QUE ESTAS MEMÓRIAS NÃO SEJAM APAGADAS

FALAR VERDADE É NECESSÁRIO SEMPRE!

Vivíamos, quando se deu este acontecimento, debaixo de uma ditadura. Só assim se compreende as Ordens enviadas ao Governador -Vassalo e Silva - e os acontecimentos posteriores.
Este é um exemplo de outros lá passados

Torcato Mendonça

jdeferraz disse...

Caro Companheiro e Camarada Torcato.
George Santyana disse: "He who forgets the mistakes (errors ) of the past is condemned to repeat them in the future".
Plenamente the acordo com a tua posicao.
Um fprote abraco-Ze

Antº Rosinha disse...

Torcato, a 19 de Dezembro/1961, estavam praticamente todas as unidades de mãos sobre a cabeça.

E só a 18 tinham começado os aviões a ameaçar a sério.

Falam ex-furrieis milº, participantes, de 73 anos de idade, (hoje).

Pouco depois dessa data, (em Luanda) batiam-se palmas a discursos inflamados aplaudindo a resistência dos nossos herois de Goa (de mãos na cabeça) e fazia-se recolha pública de dinheiro para aquisição de um porta-aviões para substituir o Afonso de Albuquerque que os indianos tinham afundado.

Do meu salário de furriel foi-me descontada uma quantia, que não me lembro de quanto mas «voluntariamente» tás-a-ver!

Salazar mentiu e mandou mentir com todos os dentes, e conscientemente pouca gente de nós «engolia» todas as petas do «botas».

Antes pelo contrário, mesmo quando dissesse algumas verdadeiras, já se ficava de pé a traz.

Mas a história um dia virá dizer se eram mentiras «necessárias» para resistir ao que se sabia que «aí vinha», e foram mentiras oportunas, ou antes pelo contrário.

Uma coisa é certa, poucos alferes milicianos e furrieis milicianos se propuseram a escrever como tu, Torcato, fizeste com a tua guerra.

E isso era preciso, para ajudar a compreendermos melhor, como fomos nós, a nossa geração, no seu todo.

Ficou pelo caminho Goa e São João Batista de Ajudá e o Mapa-côr-de-rosa.

Cumprimentos