terça-feira, 11 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8889: Patronos e Padroeiros (José Martins) (22): D. Dinis - Curso de Infantaria da Escola do Exército - 1953-1956 (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 7 de Outubro de 2011:

Caros amigos, boa noite
Se o "D. Diniz" fosse vivo completaria no próximo Domingo, a bonita idade de 750 anos.

Nada melhor evoca-lo neste dia, escrevendo mais um tema dos Patronos.

Bom fim de semana para todos.
José Martins



PATRONOS E PADROEIROS XXII

Curso de Infantaria da Escola do Exército – 1953/1956


Genealogia de D. Diniz. Painel existente na Confeitaria El-rei D. Dinis, em Odivelas.
© Foto José Martins


D. Diniz
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve

Filho do Rei D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela nasce em Santarém, no dia 9 de Outubro de 1261 e, bem cedo, o pai preparou-o para a governação, vindo a ser aclamado Rei em 16 de Fevereiro de 1279, com 18 anos incompletos, para um longo reinado de 46 anos, sendo o 6º Rei de Portugal e da Dinastia de Borgonha.

Cerca de três anos depois, em 11 de Fevereiro de 1282, casa por procuração com Isabel, Infanta de Aragão e com doze anos de idade, tendo a boda sido celebrada em Trancoso no dia 26 de Junho desse ano, quando entrou em Portugal. Deste casamento nasceram D. Constança de Portugal (3 de Janeiro de 1290 – 18 de Novembro de 1313) e Afonso (8 de Fevereiro de 1291 – 28 de Maio de 1357), futuro rei de Portugal.
Dada a sua longevidade, para a época, foi um monarca influente, não só no reino, mas também nas relações externas.

Ao criar um “forte sentimento de nacionalidade” foi cognominado por Duarte Nunes de Leão (n. Évora 1530 † Lisboa 1608), cronista português, como o Pai da Pátria.

À data da sua chegada ao trono, o país estava em conflito com a Igreja Católica que ele, de imediato, tentou sanar assinando um tratado com o Papa Nicolau II, jurando defender os interesses de Roma no nosso país.

Essencialmente foi um rei administrador e não guerreiro. Em 1925 entrou em confronto com Castela, mas desistiu da mesma, fazendo a paz com Castela, com a assinatura do Tratado de Alcanizes, onde foram definidas as fronteiras de Portugal, que passaram a incluir as localidades de Serpa e Moura. Por este tratado previa-se também uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas, que incluía o casamento de sua filha Constança com o rei Fernando IV, de Castela.

Tendo a cultura como um dos seus interesses, apreciador de literatura e poeta notabilíssimo, instituiu a língua portuguesa como a língua oficial do país. Lisboa foi, no seu tempo, um dos principais centros de cultura da Europa e, a Corte, um dos maiores Centros literários do Península Ibérica. Pela “Magna Charta Priveligiorum”, criou os Estudos Gerais, em Coimbra.

As Ordens Militares, que foram um esteio da nação, foram libertadas das influências estrangeiras que tinham, passando a depender do poder real. D. Diniz criou a Ordem de Cristo, que veio a herdar os bens da Ordem dos Templários em Portugal, quando esta é extinta, e ajuda a Ordem de Santiago a separar-se da tutela da mesma ordem em Espanha

Organizou o estado de forma centralizada, reduzindo, dessa forma, o poder da nobreza. Deu prioridade à organização do reino continuando a acção legislativa que já vinha do reinado de seu pai, mandando reunir no “Livro da Leis e Posturas” e nas “Ordenações Afonsinas”, a diversa documentação de direito e de leis, que se encontravam dispersas.

Dinamizou o comércio, e a circulação de bens, ao criar as feiras. Fomentou a agricultura, protegendo-a com a ampliação do pinhal de Leiria. Ordenou e fomentou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro.
Em 1308, assina o primeiro contrato comercial com a Inglaterra, abrindo as portas para o comércio internacional.

Cria o almirantado, que entrega ao genovês Manuel Pessanha, criando as bases de uma futura Marinha Portuguesa, ao serviço do reino.

Afonso, seu filho e herdeiro, temendo que D. Dinis favorecesse o seu filho bastardo Afonso Sanches, reclamou que o rei lhe aumentasse os proveitos, exigindo a convocação das Cortes, ao que o rei acedeu. Porem, a reunião do Clero da Nobreza e do Povo, não deu os resultados que D. Afonso pretendia. Então este reuniu as forças que lhe eram fiéis e tentou dar combate ao Rei.

Nos campos de Alvalade, então situados a norte de Lisboa, encontraram-se frente a frente as forças leais ao rei e as forças que apoiavam o Príncipe herdeiro, mas não chegou a haver combate. Quando as forças se preparavam para dar inicio à batalha, o campo foi atravessado pela Rainha, já venerada como Santa, montada sobre uma mula, evitando o derramamento de sangue entre portugueses.

A 7 de Janeiro de 1325, em Santarém, morre D, Diniz, que veio a ser sepultado na Igreja do Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, que o próprio rei mandara construir.

José Marcelino Martins
Odivelas, 7 de Outubro de 2011

Nota:
Para comemorar a efeméride, Odivelas já se encontra "em festa" desde o dia 1.
Consultar www.cm-odivelas.pt
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 11 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8765: Blogoterapia (189): ... i-guerra... (José Marcelino Martins)

Vd. último poste da série de 1 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8627: Patronos e Padroeiros (José Martins) (21): Mártir S. Sebastião, Padroeiro dos Arqueiros, da Infantaria e dos atletas (José Martins)

2 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Eu republicano me confesso:
Gostei do que escreves sobre o D. Dinis, Rei de Portugal e do Algarve.
Fiquei a simpatizar mais com D.Dinis e sempre aprendi algo mais.
A nossa História, a História de nosso (e não deste -detesto ouvir ou ler este)País é maravilhosa. Sendo o Povo que fomos como chegamos a isto...???
Malhas que o Império tece...?
Abraço do T.

Anónimo disse...

Meu Amigo José Martins

Mais uma vez venho agradecer a sua lição de História, o relembrar e o tomar conhecimento de alguns factos que desconhecia.
Sabe uma coisa? Faz-nos voltar atrás mais de meio século.
Tornamos a ser meninos.
Recordei a minha escola, branquinha, com barras azuis, os bailes de roda, durante o recreio,os jogos, o tempo em que na família ainda não tinha morrido ninguém. Os meus pais maravilhosos, e as grandes lições de história que me davam, a mãe e o avô Carlos.
A nossa História, que sempre gostei e de que sempre me senti orgulhosa!

Obrigada José Martins!

Um beijo para si e outro para a sua Manuela.

Felismina Costa