domingo, 3 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8499: Tabanca Grande (293): Manuel Freitas, ex-1º Cabo Escriturário, HM241, Bissau (1968/70)




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Guiné > Bissau > HM241 (1968/70) > O 1º cabo escriturário Manuel Freitas  (em 1971)


Manuel Freitas, em 2010

Fotos: © Manuel Freitas (2011). Todos os direitos reservados

 1. Mensagem do Manuel Freitas (*): 

 Data: 1 de Julho de 2011 18:21

Assunto - Histórias para publicação no Blogue
Caro colega Luís Graça,


Há muito que tenho apreciado o teu/nosso blogue e, a propósito das intervenções do António Paiva, do meu tempo na Guiné, 1968/1970, decidi participar para figurar neste universo de ex-combatentes.

Fui despachado no Niassa no dia 1 de Maio de 1968 para a Guiné, tinha sido incorporado em 10 de Janeiro de 1967, no GACA 3, em Espinho. Como já tinha o meu irmão em Moçambique, tentei safar-me de ser mobilizado sujeitando-me, durante três meses, a estar internado no Hospital Militar do Porto e esperar que as cunhas funcionassem, só que, embora o meu pai fosse marceneiro, não funcionaram e lá tive que ir bater com o costado no Ultramar de então.

A comissão até nem correu mal, fui colocado no HM 241 e, como era [1º cabo] escriturário, fiquei no Conselho Administrativo mas aquele que até lá desmaiava só por tomar uma injecção, imaginem, como foi, ter de ver colegas todos despedaçados porque passavam por nós todas as baixas que ocorriam no HM 241.

Duas situações me marcaram, para além de outras que futuramente enunciarei:

1ª - Num sábado, estando a almoçar, chamaram-me para ir ver um conterrâneo que estava a chegar de heli e quando lá cheguei deparei com o meu grande amigo Carlos Loureiro sem as duas pernas; estarreci e agarrei-me a ele e nunca mais o deixei até ser evacuado e antes dar a notícia à esposa.

2ª- Aconteceu no dia 10.06.1969 diz assim o meu diário:  «Hoje entrou cá no hospital uma africana de nome Feliza Sana, com uma granada de morteiro 62 alojada na anca esquerda; o médico que comandou, com a ajuda dos homens das minas e armadilhas, toda a operação foi o Dr. Diaz, médico muito experimentado que tinha estagiado nos Estados Unidos da América. Foi necessário transportar para a sala de operações sacos de areia e a operação foi um êxito pois a granada foi retirada sem rebentar. Aconteceu um caso idêntico mas foi no Vietname».
Brevemente virei ao blogue trazer mais noticias.

Ah ! quero lembrar o almoço/convívio [do pessoal do HM241, 1967/71,] que vimos realizando, a 5 de Outubro, há nove anos.

Um abraço

Manuel Freitas

endereço: manuel.freitas@equicontas.com
tlm. 964498832

2. Comentário do editor:

Meu caro Manuel Freitas, como prometido, aqui está o teu mail de apresentação. Passas a ser membro da nossa Tabanca Grande, com o número de entrada 506. Já conheces as nossas regras de convívio (afixadas na coluna do lado esquerdo da página de rosto do blogue).  Acomoda-te, ajeita-te, e partilha connosco mais histórias do teu tempo de Guiné e do HM241. Traz mais malta dos serviços de saúde militar. Um Alfa Bravo. Luís Graça
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8498: O Mundo é Pequeno e o nosso Blogue...é Grande (43): Manuel Freitas, que organiza há 9 anos os encontros do pessoal do HM241 (1967/71), acaba de descobrir o nosso blogue, graças ao António Paiva

(**) Último poste da série > 27 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8474: Tabanca Grande (292): José Pardete Ferreira, ex-Alf Mil Médico (Teixeira Pinto e Bissau, 1969/71)
  A equipa de futebol do hospital, de que o Manuel Freitas era treinador, jogador, e capitão (é o terceiro, da segunda fila, de pé, a contar da direita para a esquerda; enverga a braçadeira de capitão).

9 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Freitas

Agora sim. que me deixas-te de boca aberta com este caso de Feliza Sana, passado a 10.O6.69, eu estava lá,foi uma terça-feira,como vês precisamos uns dos outros para relembrar certas passagens, daquele tempo, nas nossas vidas.

Espero bem que te lembres da Historia que descrevo como 4 dias de Inferno e o que aconteceu ao Barroso( hoje dou o Nome) no sábado 7 em frente á Engenharia, vindo eu atrás dele, assim como na segunda-feira 9, em frente ao Bairro da Ajuda.

Quanto a ti, como vez lembrei-me bem, disse no comentário do outro poster que eras cabo e não estava errado.

Lembras-te da africana que lá apareceu com um pau de metro enfiado na rachinha, onde só outras coisas se devem enfiar?

Pelos vistos vamos de ter muito para relembrar.


Telefonei-te eram 11h20, mas não atendes-te.

um abraço
António Paiva

PS - O Virginio Briote, no 10 de Junho, falou-me na africana da granada, se era do meu tempo e eu disse-lhe que não.
Desculpa lá Vírginio, a máquina está velha, e com fusiveis queimados.

Anónimo disse...

Amigo Freitas

Esqueci-me de um promenor.

O primeiro que está de cocaras do lado esquerdo é o Domingos,era escriturário estava comigo no DMS,fomos para a guiné no mesmo avião e regressamos no mesmo barco Carvalho Araujo.

No DMS eramos os seguintes:

Capitão ADÉLIO MARTINS

Furrieis SÁ FERREIRA, AREEIRO E AGRA

1º cabo escriturário o DOMINGOS

Sold. Cond. ANTÓNIO PAIVA, eu, o melhor de todos.

Um abraço
António Paiva


PS: estou á espera que o Sá Ferreira me contacte.

Anónimo disse...

O terceiro da direita, de pé, é o José Carreira (Chão da Paradas - Caldas da Rainha), que, entretanto já partiu.

Manuel Freitas disse...

Já são dois os falecidos desta equipa; além do Carreira tambem já faleceu o Camolas (o que tem a bola à frente).Paz às suas almas pois estarão sempre connosco.

MANUEL FREITAS disse...

Boa tarde Paiva:

Àcerca dos acontecimentos que me falas penso que os tenho no meu diário porque, no dia 29.01.1969, eu escrevi: « Hoje, pelas 20h00, deu-se um trágico acidente na estrada para Bissalanca, uma viatura atropelou cinco crianças que morreram ».
«Em Novembro de 1968, não registei o dia, talvez a 18, uma viatura do HM 241 capotou causando, 10 feridos e 2 mortos, nos passageiros transportados».
Foi este o caso que descreves ?.
Tambem já agora e indo ao encontro do que referes, relativamente à chamada de emergência, que vos fizeram, quando, num célebre domingo, estavas em Nhacra,Safins ou Kinhamel ?. não sei, posso é referir-te que de 31 de Julho de 1968 a 3 de Agosto de 1968, o HM241esteve de prevenção é assim que eu descrevo, ao tempo, sem contudo nada adiantar o porquê, embora recorde tambem quando o Sargento Catalão, nos quiz armar para defendermos o quê?
se bem me lembro aí o ataque vinha dos lados do aeroporto, talvez algumas das muitas hienas que atacavam o nosso refeitório em dias de entrada de carne.
Tenho que pedir ao Luis Graça para rectificar o numero de encontros que já realizei que foram 10 e não 9 o erro foi de que foram feitos dois em Espinho.
Com mais tempo vou contar mais algumas histórias socorrendo-me, claro, do meu diário.

Por agora aí vai um abraço do

Manuel Freitas

Anónimo disse...

Olá Freitas,

Te vou responder o melhor possivel a este comentário.

Quanto ao acidente de 29.01.69, de momento não me diz nada,pela hora a que foi, eu podia já estar para a cidade e não ter tido conhecimento.
Como podes entender, estavamos na mesma Unidade, mas nem sempre conheciamos os mesmos casos.

Quanto á chamada de emergência, estava em Nhacra, os ataques eram em Mansoa,a evacuação aerea era impossivel e teriamos de ser nós a entrar.

Quanto á prevenção de 31 de Julho de 68, não me aprecebi dela.
Mas prevenção para quê e a quê?

Essa do Sargento Catalão, tambem não sei para que seria. Se calhar o bigode tremia-lhe e ele pensou que era o Hospital a abanar.

A isso se calhar chamaria-lhe:
SINTOMA DE MOMENTO.

A única prevenção, que eu me lembro,foi quando lá esteve o Capitão Peralta, mas nada aconteceu.

Sabes bem que o Restaurante da Ajuda era bem longe do Hospital, nós iamos e vinhamos a pé por entre as arvores e não corremos perigo nemhum.

Durante o tempo que lá estivemos sempre se fez a estrada até Nhacra sem preocupações e não se usavam armas.
Que eu me lenbre, a unica viatura do Hospital que caputou, foi no dia 09 de Junho de 69 frente ao Bairro da Ajuda.

Deu mortos, feridos e amputações, por numeros já não me lembro.

Um abraço
António Paiva

Anónimo disse...

do Antonio Baptista (Fur. da Formação 69/71):
O africano(não, sei se se pode dizer preto ou negro) parece-me ser o Sargento Enfermeiro Leão.
Era um bom rapaz...
Um abraço do
Baptista

Manuel Freitas disse...

Olá Batista;
É mesmo o furriel Leão era de facto um tipo porreiro.
mas, se queres reencontrar mais malta daquele tempo vem ter connosco ao convivio de Santarem no próximo dia 5 de Outubro, lá estarão os dos anos 67 a 71
Contacto; Freitas tlm. 964498832

Um abraço

Manuel Freitas

António Baptista disse...

Companheiro Freitas:
O Leão era 2º sargento. Era preto,mas mais branco que alguns que por á andavam.
A este convívio não vou. Ainda há pouco tempo tive conhecimento do mesmo. Com efeito, de há largos anos que se realiza outro convívio, no 1º domingo de junho, com pessoal mais ao menos do nosso tempo - 1967-1973 - e ao qual habitualmente vou.
No próximo ano, se houver saúde e disposição poderei ir.
Farás o favor de dar um abraço a todos aqueles que ainda se lembram de mim e aos outros esquecidos.
Eu também já me lembro de poucos...
Em relação a tí, lembro-me bem do nome do futebol e pouco mais, isto porque estava a Formação.
Um abraço do
António Baptista