sexta-feira, 8 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8066: Blogpoesia (141): Saudando Abril (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Felismina Costa* com data de 6 de Abril de 2011:

Editor e Amigo Carlos Vinhal, muito Boa-tarde!
Chegou Abril, mês em que a Primavera se mostra exuberante, abrindo em flor por todo o lado e muito especialmente no imenso espaço inculto do meu Alentejo.

Já que à terra foi proibida a sua dádiva natural de alimentar quem nela vive, ao menos as flores campestres teimam em florir e alegrar os seus encantados observadores.
Quero lembrá-la orgulhosamente produtiva, ao mesmo tempo que nos oferecia na Primavera, os seus imensos jardins a perder de vista.
Por isso me ficou na retina, exercendo em mim um fascínio imortal, que me faz cantá-la.

Se entender publicar, o meu obrigada Carlos Vinhal.
Um abraço fraterno
Felismina Costa

Foto de Carlos Vinhal


Saudando Abril

Chegava fulgurante nos dias da minha infância
Abrindo em flor, em cores, em fragrâncias!
Por serros e vales,
Transformando em jardim todo o vasto espaço
A perder de vista, de uma beleza sem igual.
Carregado de luz, ele permanecia inalterável.
Belo, tão belo, que ganhou estatuto de ser:
“Abril em Portugal”

As manhãs cheiravam a magarça e a rosmaninho!
Nas árvores,
Revestidas de verdes luxuriantes,
Exuberante o cântico das aves!
Inebriada com o perfume da vegetação
Que a terra me oferecia em cada dia
Eu trauteava alegre esta canção:

(…Terra, terra bendita
Tu que me crias
És minha mãe.
Terra, do meu encanto,
Aonde canto
Ao sol também,
Ao sol que aquece e me ilumina,
A luz que invade esta colina,
Á fé dos homens e ao seu crer.
Eu canto à vida!
Eu canto ao sonho!
Eu canto à esperança…
E ao renascer!..)

Essa luz e essa cor dos meus dias de menina
Tão intensas, tão presentes na retina
São lembranças da criança, que permanece desperta
Na mulher, que acordou as madrugadas
Para aspirar o perfume, que a essas horas se liberta.

Os dias que Abril pintou na minha infância
Permanecem para sempre!
E não há distância que apague a visão precisa
Da eterna Primavera,
Onde a luz e as cores, compunham
Memorável e incomparável tela!

No céu, de um azul majestoso,
Nuvens brancas corriam flutuando no espaço
Onde a minha imaginação, desmultiplicava formas,
Visionava figuras fantasmagóricas
E outras de uma beleza incrível…
Nuvens dos sonhos, da imaginação da infância
Meu imaginário de criança feliz,
Onde se perdia o meu olhar inventivo e sonhador,
Que as observava a partir do solo enfeitado a esmo
De mil cores, de aromas, de paz e de amor!

Abril… pintor único, da terra constantemente em mudança!
Abril, das Primaveras da infância… Volta outra vez…
Faz-me de novo… criança!

Felismina Costa
Agualva, 5 de Abril de 2011
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 21 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7971: Blogpoesia (118): A Primavera voltou (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 4 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8046: Blogpoesia (140): Tabancas e Tabanqueiros (Manuel Maia)

1 comentário:

Torcato Mendonca disse...

Um Abraço Amiga Felismina.

Tenho andado atarefado. Veja bem um Algarvio/Alentejano atarefado...mas o certo é que acontece. Coisas.
Atrapalhado é que não consegue encontrar nenhum.

Só agora lhe mando um abraço por mais um escrito. Titulo sugestivo.

Ab T