sábado, 19 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7967: (Ex)citações (134): A propósito do discurso do Presidente da República por ocasião da Cerimónia de Homenagem aos Combatentes no 50º Aniversário do Início da Guerra em África (Joaquim Mexia Alves)


1. Mensagem que recebemos do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves [, foto à direita], com data de 18 do corrente:

Meus caros camarigos:
Escrevi um texto que anexo. Nele não me meto, julgo eu, por considerandos políticos, mas apenas na forma como os combatentes continuam a ser tratados.
Tenho algumas dúvidas se tal texto deve ser publicado na Tabanca Grande, por isso, como sempre, deixo à vossa consideração essa tarefa, afirmando-vos desde já que a vossa decisão será por mim recebida de igual modo, quer seja pela publicação ou pela "cesta secção".
Ou seja, com a amizade que vos tenho.
Um abraço amigo do
Joaquim


2. Quis o Senhor Presidente da República exortar os jovens de hoje a viverem a determinação e o desprendimento dos jovens do nosso tempo, que fizeram a guerra do Ultramar [, Vd aqui o vídeo de 8' 52'', com o discurso presidencial proferido, em 15 do corrente por ocasião da Cerimónia de Homenagem aos Combatentes no 50º Aniversário do início da Guerra em África].


Como não podia deixar de ser, logo vieram aqueles que, achando-se donos da verdade, atacam tudo o que possa ser, no seu entender, alguma espécie de elogio ao anterior regime que governou Portugal.

Tomando a “nuvem por Juno”, decidiram que o PR estava a elogiar o regime, em vez de perceberem que o referido Senhor estava a prestar uma homenagem à abnegação e coragem daqueles que combateram na guerra do Ultramar em nome de Portugal.

(Curioso até que o PR tenha referido os combatentes africanos que connosco combateram e foram na maior parte vilmente abandonados à sua sorte.)

Estes impolutos “pensadores”, (a maior parte criancinhas em 1974), vieram com uma certeza inabalável, explicar aos “ignorantes” Portugueses as nossas motivações, e até como foi a guerra, etc., etc., como se lá tivessem estado e o seu conhecimento da coisa fosse o único correcto.

E em vários lugares lá fomos apelidados daquilo que há muito não ouvíamos, com termos como: colonialistas, assassinos, torturadores, bárbaros, fascistas e por aí fora.

E então a grande razão para que não pudesse haver elogio, nem homenagem, à nossa geração, era porque não tínhamos sido voluntários, porque tínhamos sido obrigados, que se pudéssemos tínhamos fugido, e por isso mesmo, não havia determinação, nem desprendimento, nem coragem, nem lugar para homenagem.

Quer isso então dizer que se os militares que forem para uma guerra, (uma guerra a sério com aquela de que falamos), não forem voluntários, não são determinados, não são desprendidos, não são corajosos, não são merecedores de homenagem.

Esquece-se esta “malta” que assim fala, que esses jovens não tiveram a vida fácil, porque nada era fácil naquele tempo em Portugal.

Mas para a coisa se tornar mais complicada foi-lhes “dada” uma guerra que tiveram de fazer, e ao regressar, (aqueles que regressaram, apesar de tudo uma maioria), ainda tiveram que lutar sozinhos para se readaptarem à vida do seu país, uns a trabalharem que nem uns “desalmados”, outros a fazê-lo nos bancos das escolas superiores ou não, alguns, (muitos, quase todos), a lutarem diariamente com os fantasmas que trouxeram e a eles vieram agarrados, com a incompreensão de todos, às vezes até da própria família.

E foram estes jovens por todos desprezados, quer no passado, quer no depois presente próximo, que foram construindo o país em que agora estes pseudo-intelectuais peroram, como se lhes tivesse custado alguma coisa a vida que agora vivem.

Realmente continuamos a ser “carne para canhão” mas, desculpem-me o “marialvismo”, gostava que um desses me viesse dizer na cara aquilo que diz aos microfones, ou escreve em jornais, ou blogues.

Talvez, dos meus fracos quase 62 anos, ainda saísse algum desprendimento ou determinação para lhe enfiar duas lambadas bem merecidas.

E não me venham dizer que estou a branquear isto ou aquilo! Eu não sou Omo nem Tide e por isso não lavo, nem branqueio, estou apenas, repito apenas, a falar de combatentes e da forma como foram e são tratados.

Tenho dito.

 Monte Real, 18 de Março de 2011

Joaquim Mexia Alves

32 comentários:

Anónimo disse...

Nós também ajudamos a que assim se_
jamos vistos.Sempre demonstrámos um
misto de complexo de Estocolmo e de
o sindroma de Caliméro.
Alberto Guerreiro.

Anónimo disse...

Caro camarigo Mexia Alves. Estou perfeitamente de acordo pois que eu próprio já tinha dito, para mim próprio, já que não tenho mais ninguém com quem falar, tudo o que o amigo escreve e que foi publicado. Mas não devemos é só chamar a esses filhos de mulheres não sérias, meninos de leite e´pós 1974. O que eles são mas são mesmo é filhos de mulheres menos sérias. Abraços do Veríssimo Ferreira, ex fur mil da ccaç 1422 K3

Anónimo disse...

Caro Joaquim,

Comungo da forma de análise.

Tenho dificuldade em escrever, mas ainda dá para te agradecer, a honestidade e desassombro do teu escrito.

Dá para perguntar?

Mas isto é a Tabanca Grande, ou os voluntários de cifrões para o Kosovo e Afeganistão?

Não sonhes! O que Cavaco disse sobre os "Veteranos" passou à história.

Deixa o BJS contar as suas histórias à maneira.

Um abraço,

Mário Fitas

manuelmaia disse...

Caro Mexia Alves,

De há uns tempos largos a esta parte não perco tempo com políticos.
Tenho plena convicção que onde vejo um político vejo um ladrão,um escroque,um pária,um proxeneta...

Quero com isto justificar o meu desconhecimento relativamente ao discurso do senhor presidente da republica e os tais comentários a que fazes referência, que segundo o que escreves terão sido soezes.

Se tu com a tua proverbial calma ficaste dessa forma revoltado,isso quer dizer que terei de adjectivar de forma mais contundente a escumalha,a corja,
a que,linhas acima,fiz referência...

Voltando ao senhor presidente da republica, que foi combatente em Moçambique, e ao seu discurso onde terá tecido loas aos muitos milhares de jovens daquele período epocal, objectivamente procurando incutir nos actuais jovens esse sentimento pátrio de dever,para além do sentido de dádiva,e de solidariedade, de capacidade de luta face às dificuldades, entendo( se foi por aí que deambulou...) que não fez mais que a sua obrigação já que conheceu por dentro as vivências de guerra, sabendo-nos credores de um agradecimento pátrio,por tudo o que por ela fizemos...

Apesar de tudo,dir-me-ás que foi um dos poucos, a ter a frontalidade de encarar um tema/tabú durante tantos anos, e a "pegar o touro pelos cornos", sem tibiezas,no que acabarei por concordar.
O outro foi Paulo Portas( pode-se não gostar das políticas que perfilha, mas ,demagógicamente,ou não,teve a coragem de falar nos ex-combatentes, embora já tenha largado essa "fatia do eleitorado"...
O resto é corja da pior espécie.

Malhar-lhes é aquilo que chamo de obra de caridade,pelo que se de mim dependesse poderias e deverias ter "estendido o remo" a qualquer desses criticos que nos apelidam de colonialistas,torcionários,ou assassinos, e se acaso estivesse por perto,podes crer que te secundaria de imediato.

Mas isso iria por certo desencadear um problema sério ao blog e correr-se-ia o risco de beliscar um trabalho e criação do Luis verdadeiramente grandiosos.
Um grande abraço
manuelmaia

Anónimo disse...

Um abraço, caro Mexia Alves, por trazeres esta questão aqui. Realmente, era de supor que o discurso do Senhor Presidente da República provocasse reacções negativas. Só nunca imaginei (por algumas coisas que li) é que chegassem tão baixo. E o pior, pelo que pude perceber (mas disso não tenho qualquer certeza), é que os ataques têm sido mais publicitados, ou serão em maior número, do que as defesas.
O comentário de Alberto Guerreiro dá muito que pensar.
Um abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Estive a pensar---comento, não comento, sobre este tema tão estafado...comento
Então cá vai...se agora existe a geração "à rasca", fruto, por que não dizê-lo, da nossa geração e com muitas culpas nossas,mas apesar de tudo portadores de muitas gerigonças electrónicas, bem vestidos e alimentados, proclamo aqui solenemente que a nossa geração foi a de "sempre à rasquinha"... à rasquinha para sobreviver no dia a dia, à rasquinha para ter um nível de vida melhor ...à rasquinha por sabermos que nos esperava uma ida para a guerra..à rasquinha mas mesmo.. mesmo à rasquinha durante a guerra, à rasquinha depois de vir da guerra, e acho que a grande maioria de nós ainda continua à rasquinha, e agora estou à rasquinha, porque eu até fui um previligiado, comparando-me com muitos de nós, e até nem tenho filhos e consequentemente netos.
Porque é que a geração actual não reconhece os nossos sacrifícios ?
será que lhe ensinamos a valorizá-los? será que têm valores ? de quem é a culpa? por favor não me venham com a treta dos políticos,que quem os lá pôs fomos nós.O SR. Presidente da República,não fez mais que a sua obrigação.. só que temo que não passe de "palavriado", e já agora fez a guerra em Lourenço Marques.
O que está à rasquinha porque muitos de voçês estão..
C. Martins

Anónimo disse...

Quando digo que o Sr. Presidente da República, "não fez mais do que a sua obrigação" (eu li o discurso) foi que homenageou muito debilmente, é certo, os ex-combatentes em geral.
C. Martins

Manuel Joaquim disse...

Venho dizer que partilho da opinião do camarada C.Martins. Também assim penso mas com uma diferença: tenho netos e por isso estou, ou melhor, sinto-me mais "à rasquinha" principalmente quando penso no seu futuro.

Anónimo disse...

O discurso do Presidente da República
é mais um discurso para Português ver, é só demagogia o que fez ele por nós quando foi 1ºMinistro de Portugal, NADA o que fez ele por nós enquanto Presidente da República, NADA e vem agora com este palavreado para inglês ver é igual aos outros sem tirar nem por. Amigos e Camaradas está mais que visto, temos que ser nós a nos organizar-mos para defender-mos os nossos interesses. Tenho dito.

Amilcar Ventura

G.Tavares disse...

Sr Mexia Alves
Sem ter o prazer de o conhecer, quero dizer-lhe que estou consigo e mais estaria se o sr. com os seus 62 anos desse uns bofardos nessa escumalha, eu com 66 o secundaria. Quanto ao PR são lágrimas e crocodilo. Além de que ele de "combatente" só o foi de caneta como PM foi o que se sabe. Nós é fomos uma geração "de carne para canhão" para não usar linguagem mais vicentina.
Saudações G.Tavares ex-Angola

Joaquim Mexia Alves disse...

Pois é meus camarigos

Claro que temos "culpas no cartório", porque não nos impomos, porque nos dividimos, a maior parte das vezes por causa da politica.

Mas também por esta razão tão simples que aqui se constata:
o que importa é a mensagem e afinal dão-se tiros no mensageiro.

Cavaco Silva, só tem aqui a importância de ser o Presidente da República e é nessa condição que ele fez este discurso.

E o que interessa é a mensagem do discurso de um PR e não do Dr. Cavaco Silva.

Cavaco Silva não sendo PR é um como os outros e as suas palavras valem o que valem.

Claro que não me passa pela cabeça que com estas palavras estão resolvidos os nossos problemas e que os governantes vão abraçar os combatentes.

Sou sonhador, mas não tanto!!!

E, meu caro, C. Martins, fazer a guerra em Lourenço Marques ou fazê-la em Bissau é estar em comissão de serviço, porque a rectaguarda também faz parte da guerra.

Mas verdadeiramente o que importa é a mensagem e as reacções de uns quantos pseudo-intelectuais politicos que se pensam iluminados e nos continuam a ofender, a coberto da politica.

Um abraço para todos

Antº Rosinha disse...

Somos todos portugueses e todos iguais.

De vez em quando alguns abusam e aparece algum português diferente que nos põe na linha!

Desta vez como não aparece nenhum português para nos pôr na linha, fomos a Berlim e Bruxelas à procura de alguem que nos ponha na linha.

Frau Merkel não tem bigodinho, como um antepassado dela, mas é a mais solicitada para o efeito.

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro António Rosinha

Com todo o respeito que me mereces e eu te tenho, desculpa a frase popular, mas «o que é que tem o cu a ver com as calças?»

Um abraço

garcez1ck disse...

Caro Mexia Alves, dentro das
minhas possibilidades, e com
as minhas 70 velas se precisar, ainda estou aqui
para "esticar o remo" nesses
bandalhos.
Um abraço
Pereira Garcez

Luís Graça disse...

Joaquim: entendo as tuas reservas... Mas não tenhamos medo do "político"... Temos que ter apenas o cuidado de nunca utilizar o blogue como "arena política" e como "arma de arremesso" na luta (legítima, em democracia) "político-partidária"...

Quanto ao teu desabafo, e conhecendo-te de há anos como um humaníssimo cristão e um cristianíssimo ser humano, levo à conta da hipérbole e da metáfora a tua vontade, às vezes, de resolver por outros meios (que não o do simples combate de ideias) o conflito que pode surgir quando os outros expressam, em público (e desde que com elevação e urbanidade) pontos de vista ou opiniões que não são as tuas...

Estou seguro que, no nosso blogue e na Tabanca Grande, és das pessoas que melhor interpreta (e actua em conformidade com) o espírito de tolerância e de pluralismo que deve pautar a nossa conduta...

Um santo domingo. Luís

Anónimo disse...

As conviccöes políticas de alguns,levam a denominar aquela guerra,(segundo estes em defesa de colónias), de:Guerra Colonial.Outros,sempre consideraram,os territórios portugueses de África(e näo só) como Províncias Portuguesas, do mesmo modo que o é o Minho.Daí,denominarem-na:guerra do Ultramar.O Governo da Ditadura usou sempre esta denominacäo,assim como o actual Presidente da República no seu discurso. Creio que todos estamos de acordo em que...houve uma guerra.("Por acaso" até nela participámos!)Estaremos também de acordo em que a mesma se travou em...África. Porque näo chamar-lhe,entäo:guerra de África? Seria um denominador comum para todos os portugueses,que,nos momentos täo difíceis que o país atravessa näo necessitam de mais divisöes,para mais,vindas do passado(mesmo que recente e importante). Näo seria esse o papel de um Presidente de TODOS os Portugueses? Um abraco amigo.

Anónimo disse...

Caros Luís e J. Belo.

Nada de voltas ao refogado, porque ele está em conformidade.

O Joaquim Mexia não falou em políticos, mas sim de um discurso do PR.

É claro como tudo anda à "Rasca" nada melhor que "Proa à política".

Com toda a frontalidade e desculpem-me o vernáculo, foi o único presidente que teve Tomates, para falal de Nós! Ouviram?... Leram?... de Nóóóós!...

Não me interessa que o seja Cavaco ou o Tanas.

O que me interessa é a verdade que que o Joaquim Mexia escreveu em relacção ao que lemos de alguns "ignurantes" que por aí andam.

É mentira?

Que interesse tem para o assunto a Religião de cada um? No caso do Joaquim Mexia, só se for para lhe fortalecer a sua credebilidade de Homem honesto e defensor dos que são esmagados e oprimidos.

Não entro nessa da política, pois entornava o caldo todo.

Sejamos coerentes!

Nada de panos quentes.

Desculpem mas responda-se a quem falou em politicos.

Luís desculpa mas aqui não há metáforas e os artigo e comentário do Joaquim são claros.

Já disse e volto a dize-lo:

A Tabanca Grande não pode ser confundida com Kosovos ou Afeganistões.

Para toda a Tabanca, do tamanho do Cumbijã o abraço de sempre.

Mário Fitas

antonio barbosa disse...

Boa Noite Companheiro Mexia Alves
Parabens pelo poste publicado, su-
bscrevo-o na integra, há no entanto um ponto em que poderei não estar completamente de acordo
pois alem dos rapazolas que tem denegrido o bom nome dos Combatentes da Guerra Colonial, aparecem tambem uns que com complexo de esquerda se encarregam de dividir a classe esquecendo-se
de que se há coisasque não se conseguem alterar uma delas é a historia de uma NAÇÂO e que gostemos ou não de 61 a 74 estavamos a combater um inimigo
em território Nacional pois quando nós nascemos já ANGOLA, MOÇAMBIQUE
GUINE e restantes territorios eram
parte integrante do território
Português, também todos os naturais
que combateram e bem ao nosso lado
eram Portugueses, assim constava na sua identificação pessoal, que
raio de governo não protege os seus
cidadãos e os deixa serem cobardemente assassinados?
O que se pode chamar a individuos
que se dizem ex- Combatentes, que secrevem livros e publicam textos
de opinião nos Blogues e que ao mesmo tempo continuam a defender quem nos tem insultado, humilhado e
maltartado ao longo do tempo?

Antonio Barbosa- ex.alf.mil op.esp
guine 73/74

Joaquim Mexia Alves disse...

Meus camarigos

Confesso que não tinha ouvido na integra o discurso do Presidente da República, o que agora acabei de fazer.

Pelo que ouvi, julgo que a maior parte de vós também não o ouviu!

Deve ser, dos discursos de um alto representante da Nação, aquele que mais se aproxima do que fomos, e do que somos.

Tirando o facto de não fazer a critica às instâncias nacionais que abandonaram os combatentes, o discurso é um descrever bastante correcto daquilo que vivemos, daquilo que somos.

Digo-o insuspeitamente porque o PR não me tem agradado em muitas das atitudes que tem tido.

Mas ouçam-nos, por favor, porque criticamos aquilo que não ouvimos.

Por exemplo, José Belo, o PR não usa a terminologia de Guerra do Ultramar, mas usa-a apenas referindo-se ao monumento que, não tendo sido feito por ele, PR, é referenciado à guerra do Ultramar.

Aliás o site da Presidência, (link no texto), refere o discurso do PR na evocação da Guerra em África, pelo que, meu amigo, não é justo o que dizes, aqui e no teu blogue.

Caro Luís
Não tenho medo do “politico”, mas a verdade é que o “politico” envenena as relações e retira muitas vezes a perspectiva daquilo que é dito e feito.

Repare-se que logo no inicio do discurso o PR, afirma claramente que não está ali a homenagear um regime, ou uma guerra, mas apenas e só aqueles que a combateram.

Ninguém pegou nestas palavras, mas sim nas últimas em que o PR exorta os jovens a encontrarem na geração homenageada razões para lutarem e não desistirem.

Vês tu como o “politico” alterou o sentido das coisas?

Repito, ouçam por favor o discurso, e não ataquem o mensageiro, (que pode ser “atacado” por muita coisa), mas reparem na mensagem que é mais clara que tenho ouvido, repito, a um alto representante da Nação nestes últimos tempos.

Um abraço para todos

JC Abreu dos Santos disse...

... a Joaquim Manuel de Magalhães Mexia Alves,
felicitações pela límpida exposição em defesa de um discurso de Estado, que é o nosso;
aos responsáveis editoriais,
agradecimento pela publicação neste local de partilha de memórias.

armando pires disse...

Camarada Mexia Alves.
Terminas com um "tenho dito."
E disseste muito bem.

Anónimo disse...

Caro Joaquim.(Em primeiro lugar quero pedir-te desculpa de näo te tratar por todos os teus nomes próprios e de Família,pois no Colégio que ambos frequentámos isso näo era norma). Aceitando a tua sugestäo amiga,acabei por ir "re-ouvir" o discurso do Sr.Presidente,e por "re-ler" o comentário por mim escrito ao mesmo.Dar conotacöes políticas à denominacäo "Guerra de África"?Näo será antes o "esvaziar" por completo qualquer possibilidade das tais conotacöes?Deveräo certos cargos ter especial atencäo a "palavras-chave",mesmo que frente a monumentos de denominacäo "herdada",como muito bem referes? Sentimentos,ao contrário de factos, näo seräo passíveis de discussäo Um abraco amigo do José Aurélio Gouveia da Costa Belo "Abreus e Limas".

Anónimo disse...

Confesso que não ouvi o discurso de Cavaco, nem dei pelas críticas que o Joaquim acusa.
Tenho andado tão ocupado (e preocupado)com coisas que me parecem bem mais importantes que discurso de circunstância e comentários parvos contra tais discursos.
O Presidente disse?
Ainda bem que disse, seja ele Cavaco ou Sampaio (que também disse e ninguém se lembra.
Não poderei ser acusado de apoiante de Cavaco e sei porquê.
E também não posso ser acusado de colonialista só porque fiz a guerra, passei o que todos vocês passaram, disparei muito porque entre Medjo e Giledje se disparava muito, não sei se matei ou feri gente que não odiava como vocês não odiavam, e se matei ou feri, pensar nisso doeu-me muito, como me doeu ver morrer os meus camaradas que também não odiavam quem os matou.
Era contra a guerra quando aceitei embarcar (e não vou repetir aqui porquês que já disse antes), como milhares de companheiros o eram e muitos mais a não entendiam.
Chamar colonialistas e assassinos a quem aceitou o combate em nome do que lhe diziam ser a defesa da Pátria, ainda que Pátria fossem avenas os vizinhos, os amigos, os irmãos que habitavam o mesmo rectângulo geográfico e o mesmo círculo de história e cultura, é, no mínimo, um acto mais burro do que o de quem decidiu a guerra e recusou a história e o diálogo.
Por isso, Joaquim, entendo-te e aceito-te como reages e como és, aqui, e noutras coisas da vida, e o digo agora apesar de ser já extensa a lista de comentários que tens antes do meu.
Abraços a todos e em especial ao Joaquim
José Brás

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro José Belo

Amigo e compnaheiro de colégio.

Ou eu não entendi este teu último comentário ou então ...

Fui "reouvir" e "rever" o video do discurso e constato o seguinte:

1 - O PR inaugura uma placa de homenagem de agora, tempo presente, em que fala dos mortos da "guerra do Ultramar". É uma afirmação de agora, daqueles que fizeram a placa, julgo que a Liga dos Combatentes, mas não posso precisar.

2 - O PR no discurso diz que fala frente ao monumento dos mortos da guerra do Ultramar, visto que é assim que o monumento se chama.

3 - O PR afirma a sua homenagem aos que morreram em África e diz em África.

Não entendo portanto qual é o erro do PR.

Não me passou o referido Senhor procuração para o defender e se passase não a aceitaria, mas o seu a seu dono.

Um abraço amigo

Anónimo disse...

Caro Joaquim. Quem sou eu para apresentar "erros" do Sr.Presidente da República? Limitei-me,e creio estar a repetir-me,a ter uma opiniäo pessoal,de cidadäo que vota em Eleicöes Presidenciais,e que procura ,com o rápido passar dos anos,e á distância de toda uma vasta Europa,encontrar denominadores comuns,em vez de algumas semânticas herdadas.Um grande abraco.

Anónimo disse...

Nunca fui fascista,nunca fui assassino,nunca fui colonialista.Fui apenas um Jovem do meu tempo..Mandaram-me para a Guerra e lá estive..Hoje recuso ser uma Vítima,um Coitadinho..

Apenas exijo Respeito,Honra e Dignidade...nada mais..

Grande Abraço Joaquim.

Jorge Cabral

Anónimo disse...

Caros amigos,

Li o artigo do Joaquim M. Alves e o discurso do Sr. Presidente da República. Gostei de ambos. Gostei muito.

Desde que cheguei aos EUA habituei-me a assistir, via TV, às grandes cerimónias americanas do Memorial Day (última 2a.Feira do mês de Maio) e o Veterans Day (Dia do Armistício, 11 de Novembro). Nessas cerimónias os presidentes americanos, já conheci oito, prestam homenagem às Forças Armadas Americanas, relembrando os sacrifícios exigidos aos militares, às suas famílias e de uma maneira geral ao povo Americano, quando a Nação os chama ao dever do cumprimento do dever pátrio.

O discurso que eu li e ouvi do Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa, Sr. Dr. Aníbal Cavaco Silva, não envergonharia nenhum presidente americano se o proferisse e muito menos o povo americano.

Recentemente afirmei num outro Post que aprendera nos bancos da escola que Portugal ia de Trás-os-Montes ao Algarve e dos Açores a Timor. Aprendi assim e continuo a acreditar que assim era quando cresci. Também tenho a certeza que os meus amigos neste blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné não são muito mais velhos ou muito mais novos que eu para terem aprendido em cartilhas diferentes.

Quando o país que eu aprendi a ser Portugal, no qual nasci e apesar de emigrado continuo a amar, foi atacado do interior e do exterior nós, jovens do tempo, fomos chamados a defendê-lo através do serviço militar. Essa era a nossa obrigação enquanto cidadãos portugueses.

O país não se discute, defende-se.

Nesse princípio fomos uma geração que deu tudo o que tinha para dar ao país: o nosso sacrifício pessoal, os nossos sonhos e em muitos casos a própria vida. Regressamos estropiados física e mentalmente e tivemos que reinventar as nossas vidas. Muitos ficaram e continuaram a dar o melhor de si mesmos ao país. Outros, como eu, não tiveram alternativa nas suas vidas e sujeitaram-se ao sacrifício da emigração. Não foi fácil para nenhum de nós a adaptação aos ventos que sopraram no pós-guerra. Infelizmente para alguns a adaptação continua a ser uma missão por cumprir, uma missão adiada.

Como nós, nas nossas Províncias Ultramarinas, foram muitos aqueles que combateram ao nosso lado na defesa da sua terra e que também faziam a continência à bandeira verde-rubra. Muitos caíram ao nosso lado e outros, muitos outros, depois da Guerra e da independência das Províncias Ultramarinas continuaram a empapar o solo das suas terras com o seu sangue. Foram abandonados à sua sorte, com poucas ou nenhumas esperanças nas suas vidas.

Atrás, no Portugal Continental, Insular, Ultramarino e nas comunidades emigrantes, as mulheres portuguesas derramaram as suas lágrimas, quase sempre silenciosamente, quando partimos, nas cartas que nos escreveram, nos cemitérios que receberam os nossos caixões, na alegria que sentiram com nosso regresso.

José Câmara

(Continua)

Anónimo disse...

(Continuação)

Foi tudo isso que o Sr. Presidente da República fez a honra de relembrar ao país. Fê-lo com a coragem própria do ex-combatente que é, como Presidente da Nação e como Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas. Fê-lo em lugar apropriado como o é o Monumento aos Combatentes e em efeméride muita significativa nas nossas vidas, o começo das hostilidades em Angola.

Mas o Sr. Presidente foi muito mais longe que um simples reconhecimento de algumas verdades bem conhecidas de todos nós. Apontou-nos como exemplo aos jovens de hoje. Isso foi muito muitoimportante e deveriamo-nos sentir orgulhosos.

Denegrir o Sr. Presidente da República e o seu discurso é denegri-nos. Pior, é denegrir a instituição que ele representa, é denegrir a nação.

Este discurso do Sr. Presidente é um daqueles que bem podemos e devemos analisar despido de qualquer ideologia política. Nessa análise, como teria dio um amigo meu, podemos e devemos fazer um esforço para acabarmos com tanto derrotismo, miserabilismo e autoflagelação.

Recuso-me a bater no fundo. O meu país ainda precisa de mim, de nós, da nossa cidadania.

Em boa verdade seremos muito melhores cidadãos se soubermos ser humildes no agradecimento àqueles que têm a coragem e a capacidade para se lembrarem de nós.

Bem-haja Sr. Presidente da República.

Para todos vós um abraço amigo do tamanho do oceano que nos une.

José Câmara

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras do camarada
Jorge Cabral.Passamos a vida a pe_
dir desculpa ao mundo inteiro e a
baixar as calças?e a Portugal,nin_
guém deve desculpas?
Alberto Guerreiro.

Luís Dias disse...

Camarigo Joaquim Mexia Alves

Só hoje tive possibilidades de ler o que escreveste sobre o discurso do nosso PR e de ler o que muitos camaradas disseram sobre o tema.
Camarada estou contigo a 100%. Gostei da forma como reagiste e como ainda estás capaz de dar umas "latadas" em quem, de forma despudorada e outros de forma complexada, falam dos ex-combatentes.
Estávamos postos em "sossego" quando tivemos de ir para a guerra. Julgo até que a obrigação de combater,de enfrentar o inimigo, não seria, muitas da vezes, tanto a bandeira ou as hierarquias, que nos sustentava nas picadas, trilhos e bolanhas: eram os camaradas que estavam ali, bem ao nosso lado. E isto essa gente não sabe o que é!
Caro Joaquim, com a devida vénia, e também com os agradecimentos antecipados ao nosso blogue, vais permitir-me que coloque o que tu escreveste no blogue da minha companhia, para conhecimento da minha malta,a que ainda não saiba aceder ao blogue da nossa Tabanca Grande.
Um grande abraço
Luís Dias

Joaquim Mexia Alves disse...

Camrigo Luis Dias

Obrigado pelas tuas palavras e estás à vontade.

O texto é teu!

Um abraço

jose almeida disse...

Camarigo Mexia Alves
Concordo com a maioria dos comentários.
No do Jorge Cabral,revejo-me na plenitude.
Não concordo com o do José Câmara,pôr-mo-nos de joelhos,para quê e para quem?
O que devo a Sua Excª.?
O que fez ele por nós?...
Um abraço do camarigo
Fernando Almeida