segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7389: (Ex)citações (116): Ainda os Mig... e outras coisinhas (José Brás)

1. Mensagem de José Brás* (ex-Fur Mil, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), com data de 5 de Dezembro de 2010:


Ainda os MIG
E outras coisinhas


Afinal, amigo Graça Abreu, não entendeste o essencial do que escrevi, e isso muito me surpreende, mesmo que admita a minha pouca competência na construção das imagens que quis construir no que disse.
Surpreende-me por te saber homem inteligente culto e sabedor, muito mais do que eu, dentro dos processos de construção da comunicação e, portanto capaz de destrinçar bem mesmo pelo meio do que terei dito com pouco talento.

E vendo bem, o que me parece é que apenas quiseste usar o que eu não disse para dizeres tu o que querias dizer. Quando se quer chegar aí, tu sabes, está sempre à mão o "ardil" do laboratório, bisturi para separar sentenças no meio de um texto, meter lupa para dentro do separado, dissecar e reconstruir de outra forma.

Não te acuso de nenhum crime e nem sequer de ofensa porque esta forma de fazer as coisas e de defender a nossa dama pode até ser positiva no aprofundar de um debate que pretenda entender as coisas, acima de tudo.

Mas vamos por partes, primeiro revendo o que eu quis dizer e o que eu disse; depois, revendo o que tu "pescaste" no meio, a fim de lhe encontrarmos o significado, a intenção e o seu valor objectivo, se isso é coisa que se consiga.

Vamos lá ver, então, ao que eu disse, querendo dizer.

No meu texto podemos descobrir quatro (4) partes que podem distinguir-se com clareza umas das outras:

1.º - O reconhecimento da qualidade do texto do camarigo Tenente General António Martins de Matos, tanto na vertente da análise tão objectiva quanto possível de uma realidade, como no escorreito da escrita usada;

2.º - A constatação de um espírito colectivo de camaradagem dentro da Tabanca Grande, que, sem matar as diferenças individuais, está a permitir um convívio saudável e mesmo um debate mais objectivo e criador, garantindo sempre a possibilidade do abraço;

3.º - A recusa de certas formas de afirmação das diferenças nesse debate incontornável e, mais ainda por afirmações que num curto texto de meia dúzia de palavras, introduzem sem qualquer dúvida conceitos ao reverso do social democrático no entendimento do ser humano na sociedade;

4.º - Uma deambulação pelos conceitos de vitória e derrota nesta caso objectivamente específico, destrinçando a realidade possível no terreno de operações de combate, e a realidade também possível da consequente solução política no caminhar da história dos povos.

E se no primeiro e no segundo casos nem vale a pena dissertar, porque havemos de estar de acordo pleno, já no terceiro e quarto, podendo ou não divergir, e divergindo, possa a divergência ser superficial e parcial ou profunda e total, devemos adiantar mais alguma coisa, pegando no texto do Luís Dias, porque no fundo, foi ele que originou o meu primeiro.

E como o texto/comentário dele é mínimo em palavras, têm, necessariamente de ressaltar duas ou três ideias/força que nele se contêm, não sendo, portanto, abusivo separá-las e comentá-las.

Não conheço o camarigo Luís Dias, não sei do seu pensamento mais profundo sobre a vida e o mundo em geral, nem sequer sobre a questão particular da Guiné.
Por isso e sem nenhum propósito redutor, admito até que tenha dito o que disse, com alguma ligeireza e sem outro objectivo do que o de manifestar apoio ao escrito de Martins de Matos e de renovar a sua convicção pessoal sobre o resultado na perspectiva militar.

Contudo, como sempre ouvi dizer que de boas intenções está o inferno cheio, não me contive sem tocar nas três questões que ressaltam do seu curto escrito.

A - Será desta que alguns deixam de nos impingir a estrondosa derrota militar, que nos estava preparada pelo PAIGC(?)

A esta questão, creio que respondi com objectividade mas, por causa de dúvidas, repito aqui o que disse antes: "devo confessar que nunca ouvi, aqui ou noutro sítio, alguém falar de estrondosas vitórias fosse de quem fosse, a não ser ao próprio PAIGC, coisa que compreendo e desculpo.", crendo que sobre esta questão fica tudo dito e que não vale a pena teimar em acusações apontadas seja a quem for.

B - "FORMA BEM MILITAR"

Que hei eu de dizer aqui, mais do que foi dito, na recusa de uma "forma" militar de estar na vida e outra "paisana". Bem sei que ainda persiste por aí, raro mas persistente aquela velha ideia de que o exército é uma reserva moral da nação, repleta de patriotismo e escola de virtudes. Contudo, todos nós descobrimos pela evidência de tantos exemplos que, não o é mais do que qualquer outra instância da organização da nação, espelho, aliás, da sociedade de onde provém e a que se obriga a servir, como qualquer outra vertente social e política, a educação, a saúde, etc..

Como vês, António, em nenhum lugar contestei a ideia do excelente e oportuno trabalho do camarigo António Martins de Matos, por trambolhões da vida Tenente General e Piloto, mas de tratamento absolutamente lhano e amistoso com todos, sejam soldados ou oficiais superiores, nesta Tabanca em que vivemos.

Antes pelo contrário, admiti e admito, que não sendo para o PAIGC a vida melhor do que para os nossos soldados; estando em minoria no que se refere ao número de homens envolvidos, divididos por etnias e crenças, cansados de anos de luta, morte e sacrifícios, que a luta podia resultar a nosso favor.

Contudo, contestei e contesto que isso significasse uma vitória que ultrapassasse o orgulho e a honra das companhias e dos batalhões em campo, e se pudesse considerar vitória total e definitiva, coisa necessariamente política e administrativa que as companhias e os batalhões têm de servir, porque não são um pais dentro do País.

Camarigo António Graça Abreu, não tinhas então grande material de apoio para o teu comentário, não fora agarrares a questão "Cada um assumindo que a verdade não é coisa só sua, nem necessariamente sua, porque é sempre feita de muitas verdades e de algumas mentiras.".

Achas tu que no caso da Guiné, não é assim porque a verdade histórica é coisa que exclui a mentira como a fundição exclui a escória. Cá por mim não me fiava muito nisso porque sei que a verdade histórica é sempre escrita pelos vencedores e se perdura no tempo, será sempre todo um povo a assumi-la, por mais inverdades que estejam nessa verdade escondidas.

Nem precisaria de ir muito longe e ficava-me pela verdade histórica deste meu e teu País que desde a sua fundação se encheu de mentiras e de verdades e que me enche de orgulho e amor por ela e por este povo que é a minha Pátria.

Um abraço
José Brás

OBS:- Negritos da responsabilidade do editor
__________

Nota de CV:

Vd. postes de :

4 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7381: (Ex)citações (114): Ainda os Mig... heróis e outras coisas (José Brás)
e
5 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7382: (Ex)citações (115): No caso da Guiné, interessa-me a verdade histórica, a verdade dos factos, o que realmente aconteceu (António Graça de Abreu)

17 comentários:

antonio graça de abreu disse...

antonio graça de abreu disse...

Leio no texto do António Pedro Vasconcelos, na apresentação do livro do major Calheiros:

"(...) Escrúpulo em dizer a verdade. Escrúpulo em ser justo. Escrúpulo em não omitir factos.(...) Escrúpulo em cruzar informações e em documentar factos. O livro abunda em mapas, croquis, fotografias, citações de relatórios para que não se faça batota com a memória."

E eu, António Graça de Abreu, disse:

É com estes documentos sérios e escrupulosos que se faz a verdade, a verdade dos factos, a verdade histórica.

Quanto aos batoteiros da memória, cada um é como muito bem entende.

Abraço,

António Graça de Abreu




Segunda-feira, Dezembro 06, 2010 1:54:00 AM
Anónimo disse...

Decididamente António Graça Abreu assumiu definitivamente a posse da verdade, e para isso chamou em seu auxílio, ainda que a despropósito, o dono da verdade das asneiras dos árbitros contra o Benfica e esquecendo que este temer de contar sobre a Guiné se espalha por toda sociedade, à dita esquerda e à dita direita.

José Brás

Segunda-feira, Dezembro 06, 2010 10:44:00 AM


"O dono da verdade das asneiras dos árbitros contra o Benfica (...) o temer de contar sobre a Guiné.

Estás a falar de quem, do major Calheiros, de mim?
Acho que de ninguém. Ou dos que tu pensas que são e não são, ou dos que não existem, mas existem na tua cabeça, enfim a tua verdade onde cabem todos os camiões, ou unimogs de caixa aberta, cheios de verdades e mentiras,
ainda com tanta paixão política
a saltar para a picada.

Eu até gosto de ti, meu caro Zé Brás, homem bom a pegar toiros pelos cornos.


Abraço,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...

E já agora, porque há camaradas que explicam melhor estas coisas do que eu, e porque tudo isto é fundamental para a nossa verticalidade como ex-combatentes na Guiné,transcrevo as palavras do Magalhães Ribeiro, no poste anterior.

"Revolta-me, irrita-me e desgosta-me profundamente, ler e ouvir tanto dislate e tanta burrice em inúmeras declarações de ex-Combatentes, que, ou são ignorantes, ou são ressabiados e, ou, fantoches apalhaçados de certas filosofias partidário-políticas.

E se os idiotas estão perdoados por motivos óbvios, já o mesmo não se pode dizer dos ressabiados que com as suas serventias lacaias, deturpam factos e acontecimentos que, de algum modo, podem vir a ser fatais à honestidade, lealdade e veracidade que se exige nos registos paginais que a esta matéria são, e serão, dedicadas na História de Portugal".


Com o blogue estamos sempre a aprender.

Abraço,

António Graça de Abreu

António Martins de Matos disse...

Caros camarigos, não tinha ideia que um texto tão simples como o dos MIGs desse tanta efervescência.
Sem querer fazer de árbitro do tema “guerra perdida-guerra ganha” e percebendo perfeitamente o que cada um quer dizer, a minha visão é muito simples:
A guerra foi perdida porque politicamente tinha de o ser, podia levar 1, 5, 10 anos mas, de acordo com os ventos da história, os povos da Guiné iriam conquistar a sua independência.
Dito isto, a guerra não foi perdida militarmente, éramos mais e com maior fonte de recrutamento, podíamos lá ter continuado.
E se alguém tem duvidas que leia o livro do Cor. Calheiros, nomeadamente no que refere à reocupação do Cantanhês, área que o PAIGC considerava definitivamente libertada.
Um abraço
António Martins de Matos

Anónimo disse...

Acho de mau gosto meter aqui o Major Calheiros, que nada terá, provavelmente a ver com isto e que irei ler logo que adquira o livro.
Continuas, portanto, a misturar alhos com bugalhos apenas para garantires uma coisa que não contestei nem contesto, a tua opinião de que ganhámos a guerra.
Quanto a citação do Magalhães Ribeiro, remeto-te para uma pequenina espera, porque está pronta a peça que escrevi sobre isso e vou mandar com as cautelas necessária do editor, para não juntar muito as coisas e pôr-me a ocupar um espaço que é colectivo.
Sabes que também gosto de ti, mesmo que não pegues toiros.
Um abraço
José Brás

Anónimo disse...

Ora aí está, camarada e amigo, Tenente General.
Nem mais, nem ontem!
Obrigado e um abraço

José Brás

PS
Mas desta refrega não há que temer, pois no primeiro dia em que os "beligerantes" se encontrarem darão um abraço sincero. Isto é só fumaça

JC Abreu dos Santos disse...

... que o assunto não me diz respeito, e por isso mesmo meto a colherada pois me agrada sopa-da-panela.
Apenas um tópico, assim derepentemente colhido na minha memória do conhecimento da História: o Major pilav António Lourenço de Sousa Lobato (que tive ensejo de pessoalmente conhecer em 1995), testemunhou no seu livro – 1ª edição, c/um seu cartão pessoal –, a existência de aeronaves MIG na Guiné-Conackry, em 1969, quando estava encarcerado em Kindia; (não fui rever o livro). Além disso, o tal "curso de pilotagem" patrocinado por Moscovo a uns quantos militantes do PAIGC, foi isso mesmo: um "curso", que, de pilotagem, apenas teve a teoria; para inglês-ver, isto é, pura agit-prop destinada a "atemorizar" o IN.
Pelo que me foi dado ler, e até ao momento entender, parece que o escrito do nosso TGen pilav António Martins de Matos, trouxe à liça umas quantas trocas-de-galhardetes que, uma vez mais e infelizmente, neste weblog, nada acrescentam - a não ser um certo "ruído" -, ao conhecimento e discussão, serena, dos factos e suas condicionantes. P.ex, em nenhuma "guerra de guerrilhas" – à excepção do sucedido em Hanoi vs Saigão (1968-1972) -, o IN utilizou meios aéreos de ataque a forças adversárias; e seria completamente impensável que Sekou Touré autorizasse, fosse quem fosse – guinéus, cubanos, russos ou outros –, a proceder a inscursão agressiva no espaço aéreo da (então) Guiné Portuguesa.
Concluo, com umas questões "if". Acaso "o megalómano" que desde antes de 02Out58 queria "fazer a Grande Guiné", lhe desse na veneta usar os MIG (que lhe haviam sido "cedidos" pela URSS), em missão não defensiva no seu próprio território, portanto, em acções extra-fronteiras: Senghor, ficava calado?!; e a NATO, ficava silenciosa?!; e na ONU, não sucederia um bruá-á contra o regime comunista do PDG?!...

an disse...

É a minha última entrada nesta discussão.

Ás vezes não entendo porque alguns camaradas não entendem o entendível. Porque que é os neurónios bloqueiam. Deverá ser da idade ou ainda da paixão política. E são pessoas sensatas e inteligentes,

Amigo Zé Brás, leio nas tuas palavras no comentário atrás:

"Continuas, portanto, a misturar alhos com bugalhos apenas para garantires uma coisa que não contestei nem contesto, a tua opinião de que ganhámos a guerra".

Mas, meu caro Zé Brás, alguma vez em quase quatro anos de participação no blogue eu afirmei que "ganhámos a guerra"? No meu Diário da Guiné, escrito lá, em cima do dia a dia (e não de memória, fazendo batota como fizeram alguns ilustres, escrevendo diários da Guiné trinta e tal anos depois, cá), alguma vez eu disse que ganhámos a guerra ou que íamos ganhar a guerra?
Ora se eu não disse tal coisa, a verdade desta tua afirmação é uma refinada mentira.

Na carta aberta ao Salazar e ao Marcelo Caetano, que esteve ano e meio à espera de ser publicada no blogue, finalmente editada há um mês atrás, alguma vez eu disse que "ganhámos a guerra"?
O que disse e defenderei sempre é que a guerra estava perdida, em termos políticos, desde o primeiro
dia.
O que disse e defenderei sempre é que em 1972/74 não fomos derrotados militarmente pelos 3 a 4 mil guerrilheiros do PAIGC. Militarmente,repito,repito trinta vezes, militarmente, militarmente, no terreno de operações, nos 254 destacamentos e aquartelamentos portugueses, nos espaços da Guiné por onde nos movimentávamos, com o poderio do nosso dispositivo militar, força aérea, marinha e exército, com tropas guineenses a lutar ao lado dos portugueses e que tinham efectivos superiores aos dos homens do PAIGC.
Pois, mas é verdade que apesar de tantos meios, não iríamos ganhar aquela guerra,porque importante era a conjuntura política, com um regime português cego face às mudanças da História, e os movimentos independentistas africanos imparáveis na luta pela sua independência.
Porque é que alguns camaradas não entendem que até 1974 não fomos derrotados militarmente, no terreno, nas operações militares
na Guiné, Angola ou Moçambique?
Creio que por deficiente informação, por pura paixão política, por burrice, pelo gosto tão português de denegrir Portugal e os portugueses.

Se não fomos derrotados, então ganhámos!
Meu Deus, que simplismo de raciocínios e como com inverdades se falsifica a verdade histórica, a História de todos nós...

Se ainda tiverem dúvidas, desenvolvam o pensamento do nosso tenente general António Martins de Martos que em três frases, no comentário acima, explica:

"A guerra não foi perdida militarmente, éramos mais e com maior fonte de recrutamento, podíamos lá ter continuado.
E se alguém tem duvidas que leia o livro do Cor. Calheiros."

Abraço,em especial para o Zé Brás.

Um destes dias, meu caro, apareço aí pelo teu monte, em Montemor. E vamos falar de coisas bem mais interessantes do que de guerras perdidas ou ganhas, de guerras nem perdidas, nem ganhas, de guerras empatadas, desempatadas pela roda da História, neste caso o 25 de Abril.


António Graça de Abreu

Anónimo disse...

António,
Fica aqui provado, perante a maltosa do blogue, que deve rondar os sessenta por cento de benfiquistas, que não dedicas o tempo mínimo obrigatório para andares com a futebolite em dia.
Se não for verdade, esclarece-me.
Vem isto a propósito do teu comentário iniciado da seguinte maneira: "O dono da verdade das asneiras dos árbitos contra o Benfica"
A partir desta frase tiveste uma reacção completamente alheia à intenção subjacente, pois quem o Zé queria referir, era o cineasta, comentador de futebol, ceguêta do mau comportamento dos árbitos em favor do seu clube, agora solicitado a apresentar um livro sobre feitos militares, portanto, capaz de dizer uma ou outra verdade, não sei se adquirida por experiência própria, com alguns adornos de simpatia pelo autor do livro.
Daí a relatividade com que se faz a história, pois tu mesmo vieste manifestar a favor da verdae estrita, estribado na locução do senhor António Pedro, pessoa de critério duvidoso, conforme sabem quarenta por cento dos que acompanham o fenómeno da bola.
Não sou grande ou pequeno especialista, mas no âmbito do que souber, podes contar com a minha consultadoria desportiva.
Para a Tabanca e para ti, vai um abraço fraterno.
JD

Joaquim Mexia Alves disse...

Lá venho eu meter a colherada!

Acho que resulta de todos estes comentários e contra comentários que vamos falando de coisas diferentes.

Quando há um ou dois anos, ou talvez mais, se falou aqui na Tabanca de que em 74 as Forças Armadas Portuguesas estavam derrotadas no terreno da Guiné, e falnado-se em termos estritamente militares, (por isso os Migs e quejandos), o António Graça de Abreu e eu próprio saímos à liça defendendo que, e só isso mesmo, que as Forças Armadas Portuguesas não estavam derrotadas militarmente no terreno da Guiné pelo PAIGC.

E é isso que temos vindo a defender e pela minha parte continuarei a defender, porque era isso na altura que estava em causa e não a politica antes, a politica depois, a colonização, a descolonização e por aí fora.

Apenas isto e tão simplesmente isto: As Forças Armadas Portuguesas não estavam derrotadas militarmente no terreno da Guiné em 1974, pelo PAIGC, nem lá perto.

E "prontos" disse!

o sempre abraço camarigo para todos

Anónimo disse...

E,finalmente,Paz e Amor Fraternal entre toda a.....Brigada do Reumático! Só nos fica bem perante os sempre referenciados...netos. Um abraco.

Anónimo disse...

"...seria completamente impensável que Sekou Touré autorizasse, fosse quem fosse – guinéus, cubanos, russos ou outros –, a proceder a inscursão agressiva no espaço aéreo da (então) Guiné Portuguesa..."

"Impensavel" ate a agressao de 22 de Novembro de 1970 a que Conacry fora alvo...

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Caro Mexia Alves,
junte aí que em Angola 'longe disso', também...
e que a dimensão politizada da discussão -muitas vezes sem elementos outros que os da propaganda- ainda hoje norteia a reinterpretação.
A 'questão Moçambicana' seria talvez a mais enigmática mas dessa ninguem fala; o impacto foi pequeno na fabricação das atitudes... talvez...
mas
como este espaço congrega opiniões de quem recorda a Guiné entende-se a omissão.

SNogueira

Anónimo disse...

Meus Caros Camarigos!

Desculpa Jaquim roubar-te o termo.

Vou-me deitar, pois amanhã cedo quero ir à minha Planicie, andar pelas ruas da minha aldeia, e esquecer um pouco a repetida "História Politica" da "Guerra perdida".

Farda amarela, mas de camuflado participei nessa guerra de guerrilha.

O que é isso de Guerra de Guerrilha? Já aqui alguém falou?

Mais de 50% do que aqui tenho lido, tem sido contra o valoroso soldado Purtuguês, que independentemente da situação politica, simplesmente cumpria um dever que tinha jurado.

Já disse aqui que não discuto questões politicas. Mas tristemente verifico que está tudo inquinado.

Já li aqui, sobre a herança de Spínola.

Já me disseram que o Aristides Pereira foi um gatuno.

Que sabe toda esta gente da Guerra da Guiné?

Porqê? Foi e por quem foi morto Amilcar Cabral e muitos outros?

Temos exemplos em Portugal da emboscada preparada a Humberto Delgado.

Será que todos somos assim tão ingénuos?

Para embrulhar mais um pouco, e enterrarmos mais na lama, só uma conversa de caserna:

Comandante de um COP para um comandante de companhia:
_Onde o sr. vai?
Resposta:
_Isso é um suícidio.

Façamos a história de factos reaís!

E a realidade é que um dos intervenientes está sob um monte de terra coberto de ervas e o outro é um dos heróis nacionais que por aí temos.

Camarigos! O fim deste blogue não é isto.

Cá volto eu:
Sejamos irmãos e RESPEITEM o soldado PORTUGUÊS!

Adeus Camarigos! Vou-me embora, vou partir! Mas sem esperança.

A todos, aquele abraço do tamanho daquele grande e sinuoso Cumbijã que me encharcou de àgua e lama mas que adoro.

Mário Fitas

Anónimo disse...

Nelson Herbert,
Faz favor de ler/interpretar tudo quanto deixei escrito; e deixe-se de graçolas...
Cpts,
Abreu dos Santos

Anónimo disse...

De vez em quando não estou de acordo contigo, meu bom amigo Mário Fitas.
Desta vez é apenas uma discordância sobre essa coisa de "Mais de 50% do que aqui tenho lido, tem sido contra o valoroso soldado Português...".
De facto nunca vi isso nem sequer em 1%, sendo a discordância aqui, não sobre o valor do soldado, nem mesmo sobre o valor de quem os comandava, mas sim sobre a inutilidade da guerra perante o caminho da história e perante soluções muito mais adequadas aos interesses e felicidade das partes.
Um abraço
José Brás

Luís Dias disse...

Caro José Brás

Em virtude de andar atarefado com assuntos bem mais importantes do que me faz consultar este nosso blogue (esposa bastante doente e minha mãe hospitalizada) só hoje tive oportunidade de ler o teu post em que me fazes referência (que se calhar até não mereço). Já tinha dado para este produto, como refere o António Graça Abreu (guerra ganha ou perdida militarmente) em 2008. No meu post sobre o "Regresso..." e até tinha prometido a mim mesmo deixar de fazer qualquer intervenção sobre esta matéria, mas o artigo do camarada António Martins de Matos, sobre os MIG´s levou-me a publicar um comentário que, pelos vistos, não te caiu bem. Não tenho por feitio e carácter afirmar ser o dono da verdade, aceito as diferenças, mas podemos sempre discuti-las, respeitando, é claro, as opiniões divergentes. Entendo e valorizo a opinião de quem andou pelos céus da Guiné sem avistar os tais MIG´S e continuo convicto que a vitória militar e falo novamente militar, do PAIGC sobre as forças portuguesas não estaria assim tão perto. Refiro o que já foi afirmado no nosso blogue por muitos camaradas: "A guerra não estava perdida, os portugueses é que estavam fartos dela".
Espero que este espaço continue a ser por muito tempo, um espaço de liberdade, de amizade e se houver alturas de alguma crispação entre nós, serão com certeza rapidamente sanados, por uma constante importante: é que aquilo que nos une é, de certeza, mais forte do que as nossas opiniões. É o facto de sermos todos ex-combatentes na Guiné.
Um abraço, sem polémicas
Luís Dias

Anónimo disse...

Caro Zé Brás,

É possível e acredito que tens razão.

É uma questão minha! É verdade!

Que poderei entender quando entre dois se valoriza um?

O velho abraço, é claro do tamanho do Cumbijã.


Mário Fitas