terça-feira, 5 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7083: Agenda cultural (84): A República e as colónias na Sociedade de Geografia de Lisboa







Caricatura de Silva MonteiroOs Ridículos, 6 de Março de 1912 (Col Hemeroteca Municipal de Lisboa)...  

Os apetites de três grandes potências coloniais europeias da época (Inglaterra, Alemanha e França) em relação a Angola, Moçambique e Guiné (respectivamente)...  Eram também três dos nossos grandes credores internacionais no ínicio da I República... A dívida portuguesa era, como hoje, um dos calcanhares de Aquiles, da nossa economia e havia quem advogasse a entrega das colónias para apaziguar os apetites devoradores dos nossos rivais...  Em 1898, a Grã-Bretanha e a Alemanha haviam assinado um tratado secreto com o objectivo de partilharem os territórios de Angola e de Moçambique.

Em 1912 o general Norton de Matos (1867-1955) tomou posse como governador-geral de Angola.  O seu papel  naquela colónia é reconhecido hoje como extremamente importante, na medida em que deu um forte impulso ao seu desenvolvimento,  com isso comseguindo afastar a ameaça permanente que pairava sobre a soberania portugesa, por parte das grandes potências (Inglaterra, Alemanha e França). Foi também o fundador, em 1912,  da cidade de Huambo (mais tarde, entre 1927 e 1975, Nova Lisboa, e depois de novo Huambo) Foi também, em 1948, um dos grandes opositores ao regime do Estado Novo. Sobre os primeiros tempos da República e a "nossa" Guiné, sabe-se pouco... (Ou melhor, eu sei pouco; os nossos historiógrafos sabem pouco).






Portugal > Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 > Alegoria (desconheço o autor)...

Fonte: Página oficial da 
Assembleia República (com a devida vénia...)



1. No dia em que se celebra o 1º centenário da República Portuguesa, é de chamar a atenção dos nossos leitores para um ciclo de conferências que esteve (e ainda está) a decorrer na Sociedade de Geografia de Lisboa (fundada em 1875)... 

A historiografia da nossa presença na Guiné-Bissau parece passar muito ao lado deste ciclo de conferências. Há, de resto, um grande défice de investigação historiográfica sobre a Guiné. Mas mesmo assim há razões para divulgar, aqui nosso blogue, esta iniciativa. Nunca perceberemos o presente nem perspectivaremos convenientemente o futuro sem um rigoroso e desapaixonado conhecimento do passado. Isto é válido para todos os povos, incluindo os portugueses e os guineenses.

Há ainda três conferências agendadas até ao fim do ano (19 de Outubro, 17 de Novembro e 12 de Dezembro) (LG):


Ciclo de Conferências > A Republica e o Ultramar português: 1910-1926

Lisboa, 23 Fevereiro a 14 de Dezembro de 2010

Organização: Sociedade de Geografia de Lisboa, com apoio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República



Programa


23 de Fevereiro, 18h00 > A Política ultramarina da República / Prof. Adriano Moreira (Academia das Ciências de Lisboa);



23 de Março, 18h00 > Das raízes do Mapa Cor de Rosa ao Ultimato / Mestre Rui da Costa Pinto (Sociedade de Geografia de Lisboa);

27 de Abril, 18h00 > As negociações entre a Inglaterra e a Alemanha para a partilha das colónias portuguesas / Prof. Marques dos Santos (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP);

31 de Maio, 18h00b > A campanha dos chocolateiros ingleses contra o cacau de S. Tomé / Dr. João Pedro Xavier de Brito (Sociedade de Geografia de Lisboa);


29 de Junho, 18h00 > Os governos de Norton de Matos em Angola / Prof João Pereira Neto (Sociedade de Geografia de Lisboa);

20 de Julho, 18h00 > Moçambique e os territórios vizinhos / Prof Borges Garça (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP)

21 de Setembro, 18h00 > A República e a actividade missionária / Prof Matos Ferreira (Univ. Católica Portuguesa)



19 de Outubro, 18h00 > A Grande Guerra em África /  Coronel Prof Alves de Fraga (Univ Autónoma de Lisboa);


17 de Novembro, 18h00 > O tratado de Versalhes, a SDN e os reflexos sobre a política ultramarina / Prof Canas Mendes (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP)

14 de Dezembro, 18h00 > A evolução política na região Ásia-Pacífico e os interesses portugueses / Prof. Óscar Barata (Sociedade de Geografia de Lisboa)

Resumo:


A Sociedade de Geografia de Lisboa associa-se às Comemorações do Centenário da Proclamação da República Portuguesa, em 1910, organizando um Ciclo de Conferências subordinado ao tema geral: “A Republica e o Ultramar português: 1910-1926”.


Este Ciclo de Conferências concertado com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da Republica integra-se no “Programa do Centenário” que esta Comissão Nacional organiza.

Para o “Ciclo de Conferências cujo programa se apresenta contou-se com a colaboração de uma dezena de reputados investigadores nacionais que dissertarão sobre pontos cruciais da temática escolhida e para o período delimitado.


Assim desde a apresentação de uma panorâmica geral da política ultramarina da República, até à análise de factos importantes causas próximas da implantação da República (v.g. o Ultimato britânico), às negociações entre algumas potências europeias para a partilha do ultramar português, à actividade missionária (missões católicas, protestantes e laicas), recordar-se-á a campanha dos chocolateiros ingleses contra o cacau de S. Tomé, será referida a importância dos governos de Norton de Matos em Angola e a problemática de Moçambique no contexto dos territórios vizinhos, chegar-se-á à análise da Grande Guerra em África.

Alargando o âmbito do Ciclo de Conferencias não se esquecerá a evolução da política na região Ásia-Pacífico e os interesses portugueses, bem como o tratado de Versalhes, a SDN [Sociedade das Nações] e os seus reflexos na politica ultramarina portuguesa.


Mais informações em:
Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa – tel.: 213425401
E-mail: geral@socgeografialisboa.mail.pt 



Fonte: Centenário da República (1910-2010( (com a devida vénia...)

16 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde Prof. Luís Graça!

tenho estado todo o dia à espera de um artigo sobre a republica.
Gostava de ver uma discrição histórica desta efeméride tão importante da nossa sociedade, e penso que muitos mais tertúlianos gostariam também de ver neste blogue, a história, feita História, aqui descrita por quem de direito, ou de livre iniciativa.
Mas, ainda veio a tempo o seu artigo, que visa sobretudo a importância, ou não, dada à Guiné, nas conferências, etc, feitas para as comemorações.
5 de Outubro à 100 anos atrás, também mexeu com muita gente. Houve uma vontade de mudança!
Urgia mudar!
Lentamente... chegamos, a hoje.
Viva A Republica!

Saudações da

Felismina Cosata

Torcato Mendonca disse...

Caro Luís Graça:
Para um republicano hoje, quando se comemora o 1º Centenário da Implantação da Republica, é um dia de forte significado. Há cem anos o homem passou a Cidadão. Curiosa, ou não, ser a segunda República numa Europa de monarquias. Este Poste do Luís Graça foca, quanto a mim, aspectos importantes. Falar deles ia além do comentário despretensioso e infligiria regras do Blogue. Breve: - Recordar o General Norton de Matos é importante. Como é, foi certamente, a Conferência do Prof. Adriano Moreira e não só claro. Sobre a Guiné já aqui foram publicados textos com interesse. Mas o que era a Guiné, dita portuguesa, nos séculos XVIII, XIX e… o que nos diz um livro de História da Guiné e Cabo Verde – publicada em 74 pelo PAIGC com o apoio da UNESCO. Propaganda em excesso. É natural. Haverá outra versão mais consentânea com a realidade, mesmo focando, não se pode apagar, os cinco séculos de colonialismo?
A apetência das potências europeias foi enorme. Era natural. Um continente rico…depertava ou desperta certos interesses. Só da Europa?
Não podemos continuar. O espaço e não só limita-nos.
Um abraço amigo do Torcato

Anónimo disse...

Olá Felismina,
Normalmente leio o que escreve, aliás, leio tudo, poucas vezes faço comentários, mas este seu comentário, pouco tem a ver consigo. O Prof. Luís, não tem (na minha opinião) qualquer tipo de obrigação de colocar artigos efeméricos seja sobre a Republica ou qualquer outro acontecimento histórico. O Blogue do Luís, onde todos nos podemos expressar, é muito bem administrado e quanto a mim, (desculpe-me) não tem obrigações cronológicas.
Um beijinho para si.
Filomena

Anónimo disse...

Olá Filomena Boa TARDE

Acho que não percebeu a minha intenção.
Eu não exigi nada de ninguém, simplesmente fiquei à espera que alguém referisse a data, que tal como outras datas que nos marcam, nós referimos.
Antes que outros se sintam ofendidos, apresento as minhas desculpas e em especial a si Filomena, a quem não pretendo ofender.
Acredito que nem todos, por conhecimento, ideologias etc, liguem à efeméride, mas eu como pessoa simples, acuso a minha... talvez alegria, pela mudança há um século atrás:
É assim tão ofensivo o meu grito?

Um abraço Filomena

Continue a criticar-me.

Felismina Costa

José Marcelino Martins disse...

Sobre os primeiros tempos da República e a "nossa" Guiné, sabe-se pouco...

19 de Fevereiro de 1812

Portugal está disposto a vender, dentro de um prazo de 50 anos, à Inglaterra as praças do Cacheu e de Bissau, assim se designava o que havia naquelas paragens, caso a Inglaterra conseguisse que a Espanha devolvesse Olivença a Portugal.

12 de Fevereiro de 1900

O antigo ministro da Marinha e Ultramar, Oficial da Marinha e político José Bento Ferreira de Almeida (1847 – 1902), em discurso proferido na Câmara de Deputados defende a venda das colónias (exceptuando Angola e S. Tomé), para que, com o produto da venda, se pagar a dívida externa.

12 de Janeiro de 1962

Franco Nogueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros, dirige a Salazar um documento em que propõe “conversa exploratórias secretas” para a entrega da Guiné ao Senegal.

26 de Agosto de 1974

Portugal assina, em Argel, o documento em que reconhece a independência da Guiné em que esta assumiria os seus próprios destinos em 10 de Setembro imediato, ou seja, num prazo de 15 dias.

Além dos apetites franceses, a norte, e ingleses, a sul.

Luís Graça disse...

Infelizmente não tive tempo de preparar nada sobre esta efeméride... Por outro lado, só faria sentido evocá-la desde que a questão africana, e em especial a Guiné, fosse minimamente abordada...

Em suma, não podemos celebrar aqui todas as efemérides relacionadas com a nossa história ... E não nos compete a nós, editores, decidir quais são as fracturantes e quais são as consensuais...

Depois é necessário que haja iniciativas por parte dos nossos leitores, colaboradores, etc., o que de facto não aconteceu... Mas ainda estamos a tempo, até ao fim do ano... Haverá muito a escrever, por exemplo, sobre a República e as "campanhas de pacificação" (sic) da Guiné, com Teixeira Pinto e outros cabos de guerra que nos antecederam...

Acabo de chegar de um país que já foi república, duas vezes, por escasso tempo, e em circunstâncias trágicas... Refiro-me
à nossa vizinha Espanha, hoje uma monarquia moderna, constitucional ... Estive em várias cidades em que a luta fraticida entre os espanhóis, na guerra civil de 1936/39, deixou marcas que o tempo não apaga facilmente: Burgos, Bilbau, Santander, Gijón (ou Xixon)... Desta vez não deu tempo para ir a Guernica (ou Gernika, em euskera ou basco)... Mas não me parece que a questão do regime seja hoje uma preocupação dos espanhóis, que vivem num Estado com muitas nações, e que sobretudo gostam de (e sabem) viver e conviver...

De acordo com as nossas "regras do jogo", o nosso blogue não é monárquico nem republicano, não é de esquerda nem de direita, não é laico nem confessional... É lusófono, e isso é suficientemente abrangente para que nos sintamos em casa, numa Tabanca Grande onde não se pede a ninguém o bilhete de identidade (e muito menos a ficha de polícia).

Torcato Mendonca disse...

José Marcelino Martins

Há muito que não comentava. Preferia não o ter feito ou talvez não.
Achei o Poste do Luís Graça com interesse e passível de comentário e análise longa. Não o fiz, fundamentalmente por três razões; não caberia neste espaço,poderia parecer pretensioso e sairia das regras, "impostas" ou, á esquerda desta página.
Leio um comentário teu que não estou acostumado a ler. De facto costumas ser sintético. Contudo apontar datas assim, fora do contexto do que no nosso País se passava pode, salvo melhor opinião, induzir em erro e, aqui neste espaço, se bem me lembro já muito foi escrito sobre a Guiné nos Séculos 19 e 20 (antes da Guerra Colonial).

Sobre o 5 de Outubro é importante para mim.Sou republicano. Respeito o pensamento monárquico. Fui criado entre os dois e habituado a respeitar uns e outros. Defendendo sempre e calorosamente, quando necessário, a minha opinião.
Esta ultima parte refere-se aos comentários de duas estimáveis amigas aqui do blogue.

Cumprimento e abraço todos com respeito, fraternidade, igualdade no direito opinativo e liberdade de vida.

Abraço amigo do Torcato

Carlos Vinhal disse...

Companheiros
Cá está um assunto deveras importante para o Blogue. Ser ou não ser republicano... eis a questão.

Como para mim o que conta é o bem-estar do povo português, que felizmente não tem razão de queixa, olhemos ao nosso desenvolvimento, educação, emprego com fartura e outras coisas menores com o povinho perde tempo.

Lamento sim, é a situação das monarquias ocidentais, pobres países como a Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Holanda, Noruega, e até Espanha.

Por mim, "Viva a República", não tenho nada contra. Nem a favor.

Um abraço
Carlos

José Marcelino Martins disse...

Caro Torcato

Ao olharmos o meu comentário, poder-se-á pensar que está deslocado do post. É bem possivel, quando se fala da república.

Apenas pretendi, com o comentário, dizer que, quer em Monarquia, quer em Ditadura, quer em Democracia - aqui saltamos um periodo da nossa história (I Républica) em cujo tempo aconteceram as Campanhas de Ocupação - a Guiné apenas serviu para um fim: MOEDA DE TROCA.

Recebe um fraterno abraço

Torcato Mendonca disse...

Carlos Vinhal
Companheiros? por ti, estranho, mas tudo bem. Sejam então companheiros.
Quanto a mim não está em causa ser ou não republicano. hoje o Centenário da republica é comemorado oficialmente em Lisboa. Certamente noutras cidades igualmente. Em Guimarães está a Monarquia, está o D.Duarte e a Casa Real. Qual o mal? País livre!
Pode aparecer no Blogue e cada um dá-lhe a importância que entender. Aqui acontecem estórias, relatos de acontecimentos eventualmente contributivos, se devidamente tratados, para a História de certo período,principalmente.
Depois o Povo o Zé Povinho, o desenvolvimento, a melhor educação, a melhor qualidade de vida é outro assunto. O bem do Povo??? Recuemos umas décadas,poucas, e vejamos as estatísticas. Ah o desemprego, a crise, o esbulho deste poder ou dos poderes, do estado etc, etc.Bem aqui está um bom e longo tema. Igalmente nas monarquias que evocas - Noruega, Inglaterra, Suécia e Espanha. T~em o nome de monarquias mas são diferentes.
Nada mais digo. não dou vivas a republica ou monarquia.

Para quem não comentava......

Dou-te um abraço fraterno Torcato

Anónimo disse...

Boa noite, caros tertulianos

Peço licença para entrar, e, se me permitem, lanço o meu Viva a República!

Partilho dos ideais republicanos de Igualdade e Liberdade que venceram há 100 anos, e que, a partir de 1910, instituiram o regime parlamentar em Portugal.

Tal como me congratulei com o triunfo da Revolução de Abril de 1974, que restabeleceu esses mesmos princípios.

Saudações cordiais

Maria Teresa Parreira

Anónimo disse...

Só um esclarecimento à Senhora D. Maria Teresa Parreira:
- A liberdade não foi instituída em 1910. A (efémera) Constituição de 1822 já definia, logo no seu art.º 2.º, liberdade: "A liberdade consiste em não serem obrigados a fazer o que a lei não manda, nem a deixar de fazer o que ela não proíbe". A Carta Constitucional de 1826, que vigorava em 1910, dizia o seguinte: " nenhum Cidadão (no original, com maiúscula) pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da Lei". Na Constituição de 1911 a redacção é igual.
Quanto à Igualdade, a Carta Constitucional diz o seguinte (art.º 145): "A Lei será igual para todos, quer proteja, quer castigue (...). Todo o Cidadão (sempre com maiúscula) pode ser admitido aos cargos públicos civis, políticos ou militares, sem outra diferença que não seja a dos seus talentos e virtudes". A Constituição de 1911 mantém também "a lei igual para todos", mas extingue privilégios e títulos de nobreza, etc.
Quanto à instituição do regime parlamentar, a Constituição de 1822 (de vigência efémera, repito) já o estabelecia, e só numa câmara: a dos deputados. A Carta Constitucional estabeleceu o bicamarelismo (câmara dos deputados e câmara dos pares, nesta só a partir de 1885 alguns eram eleitos e não de nomeação régia e vitalícia).
A Constituição de 1911 também estabelece o bicamarelismo - a câmara dos deputados e o senado (este electivo na totalidade).
De salientar também que, quer na Monarquia, quer na República, o sufrágio era limitado e que, em determinados contextos históricos, o universo eleitoral potencial monárquico foi superior ao da I República.

Trata-se, exclusivamente, de um esclarecimento quanto ao que vem instituído constitucionalmente e não da análise à aplicação quotidiana, em qualquer dos regimes, destes preceitos constitucionais.
Cumprimentos,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Caros Tertulianos a todos muito boa-tarde!

Não venho aqui pedir desculpas por ter lançado o debate sobre um tema que me apraz, venho sim dizer-vos, que a minha intenção era mesmo provocar o debate, mas sem criar polémica.
Se da discussão nasce a luz, era mesmo isso que eu pretendia: uma discussão saudável sobre um tema,que julgo ser do interesse de todos nós, porque ao fim e ao cabo trata-se de um assunto pleno de actualidade, e que não tem de ferir susceptibilidades, uma vez que vivemos em democracia e podemos expressar as nossas ideias.
Acredito na liberdade de expressão (uma conquista do nosso século), que me enche de orgulho, e acredito na capacidade dos homens para a manter e nela discutir ideias e resoluções.
É debatendo, expondo, que se encontram soluções e não "remoendo" pensamentos, que geram agressividade e mau estar.

Peço desculpa se alguém se sentiu incomodado,ou se infringi alguma regra do Blogue, acreditem que foi sem a mínima intenção.

Cordialmente

Felismina Costa

Anónimo disse...

Sobre a "liberdade de expressão":

Carta Constitucional de 1826 (art.º 145º. § 3.º):

"Todos podem comunicar os seus pensamentos por palavras, escritos, e publicados pela Imprensa sem dependência de Censura, contando que hajam de responder pelos abusos, que cometerem no exercício deste direito, nos casos, e pela forma que a Lei determinar".

Constituição de 1911 (Art.º 3.º n.º 13.º):

"A expressão do pensamento, seja qual for a sua forma, é completamente livre, sem dependência de caução, censura ou autorização prévia, mas o abuso deste direito é punível nos casos e pela forma que a lei determinar".

A formulação é praticamente igual.


Cordiais saudações,
Carlos Cordeiro

Torcato Mendonca disse...

Trata-se, exclusivamente, de um esclarecimento quanto ao que vem instituído constitucionalmente e não da análise à aplicação quotidiana, em qualquer dos regimes, destes preceitos constitucionais.
Cumprimentos,
Carlos Cordeiro

Não sou tolo ou, não tendo aqui elementos suficientes, provocar divergência com um Prof de História em Universidade Açoriana. Só tenho e 7º ano (antigo) de história e uma "resma" de leituras sobre o século XIX e XX.

Concordante com o parágrafo acima transcrito.

Valerá a pena falar de D. Miguel?...de saltar tanto que vá parar em João Franco ou, mais um salto ir a outra ditadura (33) e a mais leis. Parar, um pouco, em Abril de 74, a Constituição a sua aplicação, as suas revisões...

Devia haver aqui, já que tantas existem, a Tabanca do Debate, da troca salutar de ideias, do aprender em cada dia que passa. Para mim claro pois, se um dia passa e nada aprendi é dia perdido.

Meu Caro Carlos Cordeiro um abraço de amigo e camarada,
Torcato

Anónimo disse...

Meu caro Torcato,
Obrigado pela tua simpatia. De facto, coloquei os comentários unicamente para lembrar o que, constitucionalmente, estava definido no regime monárquico constitucional e na I República. Não vim - e fico feliz por concordares com isto - falar de cátedra. Foram puros esclarecimentos. Sabemos bem que a historiografia mais recente tem vindo a "rever" algumas interpretações encomiásticas e de matriz ideológica em que a I República era tudo e o resto nada. Não foi assim, como muito bem sabes.
Quanto às habilitações literárias, profissões, etc., nada disto conta para aqui. São os acasos da vida. Terás, certamente, muita coisa a ensinar-me em diversos aspectos da vida.

Um abraço amigo do camarada
Carlos Cordeiro