quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6633: Patronos e Padroeiros (José Martins) (11): Marinha Portuguesa - Infante D. Henrique

Patronos e Padroeiros - XI

Patrono da Marinha Portuguesa


Infante D. Henrique

"Talent de Bien Faire"


Henrique, o Navegador, foi o quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nascendo, no Porto a 4 de Março de 1394, uma Quarta-feira de Cinzas, dia pouco propício ao nascimento de uma criança. O seu baptizado ocorreu poucos dias após o seu nascimento, sendo seu padrinho o Bispo de Viseu, D. João Homem. O seu nome, Henrique, provavelmente ficou a dever-se ao seu tio-avô materno, o Duque Henrique de Lencastre, que, a 30 de Setembro de 1399, foi coroado Rei de Inglaterra com o nome de Henrique IV.

Dos primeiros anos da vida do Infante, assim como a dos restantes infantes de Ínclita Geração, pouco se sabe, mas há a indicação que tinha como aio um cavaleiro da Ordem de Avis, da qual o pai tinha sido Mestre.

Por volta dos 20 anos, cerca de 1414, D. Henrique convence o rei, seu pai, a organizar uma expedição a Ceuta, o que vem a acontecer em 22 de Agosto de 1415. É a primeira incursão de Portugal em África. A partir desta data o destino de Portugal era a África e, daqui, para o mundo.

Foi em Ceuta que D. Henrique e os irmãos foram armados cavaleiros, tendo recebido os títulos de Duque de Viseu e Senhor da Covilhã, sendo ainda nomeado encarregado do governo de Ceuta, em 18 de Fevereiro de 1416.

A 25 de Maio de 1420, D. Henrique é nomeado dirigente da Ordem de Cristo, criada em 14 de Março de 1319, pela Bula Papal “Ad e a ex-quibus”, de João XXII, originalmente com o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, herdando os bens do Ordem dos Templários. Possuidora de vastos recursos, foi a financiadora dos descobrimentos marítimos, cujo símbolo, a Cruz de Cristo, figuraria nas velas das naus portuguesas

João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira já tinham aportado, em 1418, à Ilha de Porto Santo e, no ano seguinte, acompanhados de Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira. As primeiras ilhas, do arquipélago dos Açores, são descobertas, em 1427, por Gonçalo Velho. Em 1434, após quinze tentativas e utilizando um novo modelo de embarcação denominado Caravela, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, “abrindo” caminho para sul. Nesse mesmo ano é encontrado ouro na região da Guiné.

Contra a vontade do Rei D. Duarte e as Cortes, D. Henrique comanda, em Setembro de 1437 uma expedição a Tanger, que se revela um fracasso, tendo ficado prisioneiro o infante D. Fernando, que ficou conhecido na história pelo Infante Santo, vindo a falecer em 1441, no cativeiro. Nesse ano, em 1441, os navegadores portugueses, tendo ao comando da expedição Nuno Tristão e Antão Gonçalves, descobrem o Cabo Branco.

As expedições chegam à Baía de Arguim e, no ano seguinte, Dinis Branco chega ao rio Senegal e dobra o Cabo Verde. Em 1946, Álvaro Fernandes chega às terras onde hoje se situa a Guiné-Bissau.

Dez anos mais tarde, em 1456, são encontradas as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo Verde por Diogo Gomes e Alvise Cadamosto. As restantes seriam descobertas por Diogo Gomes e António Noli, ao serviço da coroa portuguesa, em 1461.

No ano de 1460, a costa de África já estava explorada até onde se situa hoje a Serra Leoa, quando, a 13 de Novembro morre, em Sagres, o Infante D. Henrique que durante a vida foi Grão-Mestre da Ordem de Cristo, Duque de Viseu, Fronteiro-mor de Leiria, Cavaleiro da Ordem da Jarreteira (Inglaterra), Senhor da Covilhã, de Lagos e de Sagres, do Algarve, de cujo reino foi governador perpétuo.

José Marcelino Martins
15 de Junho de 2010
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Nota de CV:

Vd. último poste da série 18 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6613: Patronos e Padroeiros (José Martins) (10): Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Nossa Senhora do Sameiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa-tarde amigo José Martins!

Obrigada pela aula de História-

Pátria que nos proporciona!

Foi um prazer relembrar estes acontecimentos dos nossos heróis de outrora,(que brilharam como um clarão, nos factos da nossa História)!
Obrigada a si, pela disponíbilidade, pelo gosto e esforço despendido, na procura minuciosa de registos e dados que complementam e enriquecem o blogue.

Tem sido um prazer navegar convosco
por estes novos mares, e descobrir a vossa camaradagem,a vossa amizade de uns pelos outros e saber que, (permita-me a expressão), (os moços do meu tempo), são Homens Grandes, humanos e sensíveis, de que me orgulho a valer.
Desejo-vos um sábado em cheio, de recordações e afirmações da vossa amizade, e muito embora à distância...estarei convosco!
Um abraço da amiga:

Felismina Costa