quinta-feira, 10 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6574: O discurso de António Barreto no dia 10 de Junho de 2010 (1) (Inácio Silva / Joaquim Mexia Alves)

1. Mensagem de Inácio Silva, ex-1.º Cabo da CART 2732, Mansabá, 1970/72, com data de 10 de Junho de 2010:

10JUN2010 - António Barreto dá uma chicotada psicológica aos mais Altos Representantes de Portugal

ANTÓNIO BARRETO, intelectual e cientista social, autor dos documentários para a RTP, “Um retrato social”, realizados em 2006, encarna publicamente, em frente das mais altos responsáveis do país, o sentimento e a mágoa dos ex-combatentes.

Confesso que não sabia que António Barreto era o responsável pela Comissão das Comemorações do 10 de Junho de 2010, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, mas foi com uma agradável surpresa que ouvi o seu discurso, quase todo virado para os ex-combatentes, preocupado em salientar o facto de não haver vários tipos de combatentes, como alguns pretendem. Existe, apenas, um tipo de combatente: aquele que em nome do seu país, serviu ou serve, em território português, ou no estrangeiro, por mandato do Estado Português. Entenda-se que as ex-colónias, hoje países estrangeiros, eram, na altura da guerra colonial, consideradas terras sob administração portuguesa...

António Barreto proferiu, no meu ponto de vista, o discurso que os ex-combatentes esperavam ouvir, há mais de 40 anos, e que nenhum político ousou dizer, talvez com o receio de ser conotado com uma ou outra força política, por concordância ou discordância da manutenção das guerras do ultramar. O desassombro e a inspiração de António Barreto merece a nossa vénia e o nosso obrigado. Ele soube definir, com tamanha clareza de espírito e evidência o que levou tantos milhares de jovens a deixar as suas terras e as suas famílias, os seus amigos, os seus empregos, para serem levados, sem vontade própria, para terras que desconheciam, sem um “bilhete de passagem” que lhes garantisse o regresso.

A tal dívida de gratidão, tantas vezes proferida por milhares de ex-combatentes e que ventos hostis nunca permitiram que chegasse aos nossos governantes, foi – graças ao António Barreto - insuflada, à força, um a um, nos ouvidos dos governantes ali presentes. A partir de hoje, nenhum deles poderá dizer que desconhece existir uma dívida de gratidão e que ela terá que ser paga, com ou sem existência de crise.

É certo que o País já possui legislação sobre algumas questões que afectavam e afectam os ex-combatentes, relacionadas, justamente, com as situações mais gritantes de injustiça social, tais como, o apoio aos deficientes e aos afectados pelo stress pós traumático

António Barreto afirmou que "Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos”, reforçando que o “esquecimento e a indiferença são superiores”, sobretudo "por omissão do Estado".

Barreto acusa o Estado de ser pouco "explícito no cumprimento desse dever", avisando que está na altura de "eliminar as diferenças entre bons e maus soldados, entre veteranos de nome e veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos".

Um antigo combatente não pode ser tratado de "colonialista", "fascista" ou "revolucionário", mas simplesmente "soldado português",.

O dia 10 de Junho de 2010 fica marcado, também, por ter sido a primeira vez que os antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal.

Como ex-combatente, sinto-me profundamente grato pelas palavras de António Barreto, que me tocaram o coração. Um bem-haja.

Inácio Silva

**********

2. Mensagem de Joaquim Mexia Alves**, ex-Alf Mil Op Esp/RANGER da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 10 de Junho de 2010:


10 de Junho de 2010

Por um acaso da sorte, hoje liguei a televisão quando ia começar o discurso de António Barreto na cerimónia do 10 de Junho.

Desde há muito que vejo neste homem, (sou insuspeito na matéria, como bem sabeis, camarigos), uma pessoa integra e de vincado carácter, que pensa pela sua cabeça e não se deixa levar “em modas”.

Assim decidi ouvir o seu discurso: “mal não me faria com certeza!”

E tive a grata surpresa de pela primeira vez, desde há muitos anos, ouvir falar desassombradamente um homem, figura da política de agora, chamar “os bois pelos nomes” e colocar as coisas na devida realidade.

Assim António Barreto teve a coragem de dizer aquilo que muitos sentem, ou seja, que não há antigos combatentes de Portugal legítimos e ilegítimos, que não há combatentes “fascistas” e “democráticos”, que todos, e frisou bem todos, merecem o respeito dos Portugueses e da Nação Portuguesa.

E foi mais longe, pois teve o desplante de dizer a verdade, ou seja, que o Estado Português trata mal os seus filhos antigos combatentes das guerras travadas em nome de Portugal, independentemente dos regimes políticos que governavam e governam o País.

Não se coibiu de, (apontando para a sua matriz ideológica), afirmar que todos os antigos combatentes lhe merecem igual respeito, exceptuando logicamente aqueles que, por erro grave de conduta própria, tenham ultrapassado a sua missão, cometendo vulgares crimes, puníveis em todo o momento da história.

Senti-me bem, confesso, e respeitei ainda mais este político que disse a verdade e não teve medo de a enfrentar.

Nesse discurso, soube também, que pela primeira vez desfilaram antigos combatentes na parada do 10 de Junho!

Era tempo de se fazer justiça a todos e sobretudo à geração de sessenta e princípio de setenta, que deu a vida pela pátria Portuguesa!

Alguma coisa mudará?

Não acredito muito, porque os ouvidos do poder são moucos e de fraco entendimento, mas pelo menos pela primeira vez ouviu-se alguém dizer na cara do “poder” da Nação Portuguesa, que não há antigos combatentes de primeira e de segunda, que não há antigos combatentes justos e injustos, pois todos combateram pela mesma nação: Portugal

Hoje a minha alma Portuguesa ganhou um pouco mais de alento, e o meu coração Português alegrou-se por um tempo.

Assim saibamos unir-nos para, ajudando-nos uns aos outros, lembrarmos os vindouros que soubemos ser Portugueses em tempos bem conturbados e difíceis!

Marinha Grande, 10 de Junho de 2010
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6194: Convívios (133): Encontro comemorativo da ida da CART 2732 para a Guiné, Funchal 10 de Abril de 2010 (Inácio Silva/Carlos Vinhal)

(**) Vd. poste de 10 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6572: 20 Anos depois da Guiné, à procura de mim (J. Mexia Alves) (5): Sem Título 2

Link para o discurso: http://o-jacaranda.blogspot.com/2010/06/dia-de-portugal-de-camoes-e-das.html

24 comentários:

manuelmaia disse...

CARO INÁCIO SILVA,

DISCORDO DA IDEIA DE QUE OS EX-COMBATENTES SÃO TODOS IGUAIS.
NÃO PODEMOS METER NO MESMO SACO OS INDIVÍDUOS QUE AO LONGO DE TREZE ANOS FOMOS DAR O MELHOR DE NÓS PRÓPRIOS, A TROCO DE NADA,E OS ACTUAIS MERCENÁRIOS QUE "VÃO BATER À PORTA DAS GUERRAS" A PEDIR ORDENADOS FABULOSOS A TROCO DE "TRABALHO",LAMENTANDO -COMO PUDE ASSISTIR EM REPORTAGEM TELEVISIVA-A INEXISTÊNCIA DE NET NAS CASAS DE HABITAÇÃO DE QUE DISPUNHAM NA BÓSNIA...

POR OUTRO LADO,O SR.BARRETO FOI MINISTRO DE GOVERNOS DE SOARES E NUNCA NA ALTURA TEVE UMA PALAVRA DE APOIO AOS EX-COMBATENTES.
AGORA DEU JEITO...

Anónimo disse...

Reconhecimentos agora!?...

É tarde.

Já não é possível integrar o acontecimento na consciência colectiva de modo a fazer dele memória histórica ou referencial.

agora, tudo não passará de lamúria individual ou de 'Pequena História' de grupo, devidamente
(a)condicionadas pela tradução das circunstâncias e do tempo passado.

SNogueira

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente as opiniões de Inácio da Silva e Joaquim Mexia Alves.
Gostei muito de ouvir o grande senhor ÁLVARO BARRETO.
JERO

António Tavares disse...

Caros Amigos,

O desfile dos ex-combatentes pela primeira vez na nossa História ficará perpètuamente ligado a 10-06-2010...infelizmente as ditas palavras/discurso o vento as levará rapidamente!

Um abraço
António Tavares

Anónimo disse...

É, de facto, de destacar o significado deste discurso, para mais não sendo AB antigo combatente, pois exilou-se na Suiça aos 21 anos.
Também o Senhor Presidente da República prestou homenagem aos antigos combatentes (que ele, aliás, é):

"É com alegria que assistimos hoje a mais um passo no reencontro dos Portugueses com a sua História, ao integrarmos nesta cerimónia os antigos combatentes, a quem quero dirigir uma saudação especial.
Prestamos, assim, justa homenagem àqueles que, com denodada coragem e amor pátrio, tudo se dispuseram a dar por Portugal, incluindo a própria vida.
O país que ambicionamos não pode deixar de ser um país com memória e respeito profundo pelos que deram o melhor da sua vida ao serviço da Pátria e se sacrificaram nos mais variados teatros de operações..."

Abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Subscrevo integralmente as vossas

palavras.Mais vale tarde do que

nunca...

Abraço.

Jorge Cabral

Anónimo disse...

NÃO PERCEBI O PORQUÊ DO EX-MINISTRO SENHOR ANTÓNIO BARRETO, VIR AGORA A TERREIRO DEFENDER OS NOSSOS PROBLEMAS
DOS EX-COMBATENTES, POR QUE QUANDO ESTEVE NO GOVERNO NADA FEZ, ESTEVE CALADINHO, COMO TODOS OS GOVERNOS O FIZERAM ATÉ AQUI, E A FRASE "MAIS VALE TARDE QUE NUNCA" ESTÁ GASTA. MAIS COMO PODE ESTE SENHOR VIR AGORA DEFENDER-NOS SE ELE NÃO FOI COMBATENTE. AMIGOS E CAMARADA, ALERTA
ESTE DISCURSO COMO SE DIZ EM BOM PORTUGUÊS "TRÁS ÁGUA NO BICO" TEMOS QUE FICAR DE ALERTA COM ESTES SENHORES QUE NUNCA FIZERAM NADA POR NÓS E APARECEM AGORA A DEFENDER A NOSSA CAUSA.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº. MECÂNICO AUTO DA 1ª.CCAV DO BCAV8323 BAJOCUNDA 73/74

Joaquim Mexia Alves disse...

Meus caros camarigos

Sou pessoa insuspeita, julgo eu, para elogiar António Barreto, porque todos bem sabem que não comungo da sua “matriz ideológica”.
Julgo no entanto que todos nós temos direito a mudar, e reflectindo sobre o que nos é dado ver e viver, (a idade é boa conselheira), podemos ir definindo as nossas convicções sobre as diversas “matérias”, diferentemente do que víamos anteriormente.
Nestes últimos tempos tenho lido artigos de António Barreto que reflectem, quero acreditar, uma imagem intelectualmente honesta, que não lhe reconhecia anteriormente.
Para mim, essa imagem mudou para muito melhor e por isso mesmo aceito-a como uma legitima mudança de pensamento, perante as realidades vividas no nosso país.
Mas reparem que eu elogiando o discurso não deixo de afirmar que me parece que o mesmo não levará a grandes mudanças na politica com os antigos combatentes, tanto mais que o orador não é sequer, neste momento, parte do poder, nem sequer bem visto por ele, atrevo-me a dizer.
Houve sem dúvida uma grande mudança neste 10 de Junho e que foi o desfile dos antigos combatentes, bem como o discurso aqui em causa.
Poderia muito bem ter feito um discurso de circunstância, mas optou por fazer um discurso que teve as suas consequências como se está a ver e aliás foi assim noticia de jornais.
Nada mudará, repito estou certo, mas algo foi feito e dito.
Eu também já fui muita coisa e espero que ninguém me julgue pelo que eu fui, mas pelo que eu sou.
Ou não é a vida uma aprendizagem constante?
Serei ingénuo? Talvez!
Mas que querem sou por natureza confiante, e como dizia o meu amigo e saudoso Capitão Silva Marques da CART 3494, também acho que «não há rapazes maus, precisam é de ser ensinados.»
Peço que ninguém veja nestas minhas linhas mal alinhavadas qualquer intuito político, mas apenas o reconhecimento de que aquele discurso me agradou.
Um abraço camarigo para todos

É bem verdade que "gato escaldado de água fria tem medo" pelo que são perfeitamente legitimas as reticências ao discurso em causa.

Anónimo disse...

Pois...

O António Barreto é um intelectual. É um homem honesto. E está na moda.
Gosto de ler e ouvir os seus trabalhos.
No 10 de Junho aproveitou, sem nunca referir a sua situação, "limpar os fugitivos" e elogiar os combatentes.
Os desertores e os criminosos, ficaram de fora.
E bem.
Crime, crime, foi o actual governinho, tirar 50 euros aos combatentes que não completaram 24 meses de Guiné.
É um valor ridículo, são poucos os atingidos, mas é um CRIME enorme, retroactivo...
O Portugal dos combatentes, dos fugitivos, dos desertores, tudo suporta...

Manuel Amaro

Anónimo disse...

O 10 de Junho
Vi, não por acaso, mas porque chovia e apeteceu-me ver.
Queria ver o desfile dos Veteranos e vi.
Emocionei-me demasiado. Demasiado mesmo e não esperava reacção assim. De repente todos aqueles homens se juntaram a mim, a milhares e milhares de outros que pelejaram ou, passaram pelos vários T.O. em passado comum. De pronto veio até mim a Guiné, os mortos, de ambos os lados, os feridos e a dura vivência da guerra.
Aliviei um pouco e fiquei a ver, a sentir, a meditar, a aliviar tensões que não esperava serem, mesmo hoje, tão fortes.
Ouvi o Comissário Antº Barreto. Ouvi-o mais atento que o habitual, mais concordante até.
Num país laxista, ingrato no reconhecimento dos que por ele combateram, em falta de leis, vem agora um homem, conhecedor do nosso estado social e de nossa gente, é certo, mas desconhecedor da guerra, refractário que foi, dizer, frente aos mais altos dignitários do país, o que há muito devia ter sido dito.
Ouvi e, mesmo sendo discurso político, não creio ter sido retórica. Duvido que outros não tentem transformar aquelas palavras em mera retórica. Em tempo se verá.
Hoje, que tanto se fala ou se estabelecem relações com a Grécia porque não recordar a antiga Grécia e dizer, como outrora lá se disse: - “não respeitar os soldados mortos pela pátria, prefiro país, é anti democrático”…
Respeitar os antigos, os actuais, combatentes deve e tem que ser a normalidade, um dever, um querer e, como diz o Comissário Antº Barreto “já é tempo de Portugal ter maturidade democrática para ultrapassar a divisão absurda entre quem olhou a guerra colonial ou do ultramar de forma diferente.
E não só…e não só…acrescento eu. Viver em democracia começa por cada um de nós, pela prática e viver do nosso quotidiano. Ensinar nas Escolas do nosso país o que foi o nosso verdadeiro passado colectivo é preciso. Só assim respeitaremos a nossa memória e faremos o luto de séculos…
Junho, 11 de 2010-06-11 Torcato

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Vi emocionado os veteranos, garbosos a desfilarem pela primeira vez num 10 de Junho demonstrando que ainda cá andam, pois muita gente passado o mal (guerra) esqueceu os ex-combatentes.
Quanto ao discurso, embora tardio, fez muitas caras que lá se encontravam a fcar carregadas de vergonha.
Vivam os v eteranos da guerra do ULTRAMAR.

Anónimo disse...

Camaradas dou-vos o meu apoio com um "nim" como é sensato, porque a procissão ainda vai no adro.
António Barreto levantou o véu muito bem e haja concordãncia no que ele disse. Mesmo que alguém disse-se algo contrário é necessário falar, para fazer lembrar e assim precisamos de mais discursos.

Com um abraço amigo
Arménio Estorninho

José Marcelino Martins disse...

Camarigos

Não ouvi o António Barreto.
Ele foi um dos estrangeirados da década de 60/70.
Pelo que pude apreciar, elogiou os combatentes.
Era o mínimo que podia fazer pelo seu irmão FERNANDO, esse sim, um combatente de Angola e meu amigo.

José Martins

Anónimo disse...

Três notas só:

- Jero este é o António...o Álvaro é o outro...políticos...

- A. Ventura, (estive por aí a fugir e com papéis...vou breve) o Antº Barreto foi da agricultura e escreverem centenas de paredes...principalmente pelo sul em desmandos de PREC L dª...

_ J.M. Alves a porra da "matriz ideológica" é que estraga tudo. A tua é e a minha não é....no resto concordante contigo e repara nas nossas "matrizes"???!!! nada de meretrizes...

Com amizade e um abraço a todos do Torcato

Anónimo disse...

Três notas só:

- Jero este é o António...o Álvaro é o outro...políticos...

- A. Ventura, (estive por aí a fugir e com papéis...vou breve) o Antº Barreto foi da agricultura e escreverem centenas de paredes...principalmente pelo sul em desmandos de PREC L dª...

_ J.M. Alves a porra da "matriz ideológica" é que estraga tudo. A tua é e a minha não é....no resto concordante contigo e repara nas nossas "matrizes"???!!! nada de meretrizes...

Com amizade e um abraço a todos do Torcato

António Martins de Matos disse...

Concordo em absoluto com os textos do Inácio da Silva e Joaquim Mexia Alves.
Quanto às vozes discordantes, nomeadamente no que refere ao discurso tardio e às mordomias dos que combatem na Bósnia ou Afeganistão quero lembrar:
1. O António Barreto era Ministro da Agricultura, nada a ver com a Defesa ou similares.
2. As "mordomias em termos de dinheiro" já existiam no tempo das guerras em África.
Ou será que se esqueceram?
Abraços
António Martins de Matos

Anónimo disse...

Para o Mexia e Torcato,

Não ouvi o discurso de António Barreto nem de nenhum outro qualquer indivúduo.

Concordo, estava de chuva e até podia ter acontecido, não foi o caso.

Mas queria deixar aqui o meu reconhecimento às palavras de ambos pelo seu bom senso.

Um abraço
BSardinha

Anónimo disse...

Canaradas,
Eis dois bons textos sobre um problema perene, a situação de injustiça que se mantém relativamente a alguns combatentes de África, bem como a falta de sentido patriótico e aglutinador, em resultado do desprezo que o estado manifesta sobre este assunto.
De facto, para que haja um sentimento de nação, torna~se necessário que o país saiba merecer os seus soldados, sobretudo os que correram riscos, e foram fisicamente afectados.
Os sucessivos governos têm-se mostrado altivos e indiferentes,
pelo que torna-se necessário apurar, sobre a matéria, se é o povo que não merece esses governos, ou ao contrário, se os sucessivos governos teriam honrado este povo.
Perguntava o Joaquim, e agora?
Parece-me que só pela continuidade na agitação do tema, poderemos ter esperança de que alguma coisa venha a mudar. E isso tanto pode ser desenvolvido através de artigos publicados, como pela intervenção em qualquer evento.
Para já, porque não prepararmos um artigo para a revista dominical do Correio da Manhã?
Abraços fraternos
JD

mario gualter rodrigues pinto disse...

Caros Camaradas

Descurso de políticos, sempre me deixou de pé atráz!

Palavras julgo que já todos estamos fartos de ouvir.

Não há nenhum que não tenha proferido palavras de elogio e estímulo aos veteranos.

O problema são as obras!

Botar descurso é fácil concretizar obras e actos é mais dificil.

Este ano tivemos uma novidade foi o desfile dos nossos camaradas, de resto tudo na mesma no Reino da Socrolandia.


Um abraço

Mário Pinto

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Torcato

A "matriz ideológica" foi só para significar que eu era insuspeito de simpatias políticas com o António Barreto.

Aliás, a bem dizer, eu nem sei bem se tenho "matriz ideológica", nem o que isso é, porque, julgo eu, vou pensando com a minha cabeça, (às vezes nem sempre bem com certeza), retirando o que é bom de todos os lados. isto julgo eu, claro!

Caro camarigo José Dinis

Num destes Domingos sairá no Correio da Manhã um texto meu sobre a guerra e se não mo tiverem amputado, falo disto exactamente.

Um abraço camarigo para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

Encontram o discurso de António Barreto na integra em:

http://o-jacaranda.blogspot.com/2010/06/dia-de-portugal-de-camoes-e-das.html

Um abraço camarigo para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

O discurso aqui com acesso mais fácil

http://o-jacaranda.blogspot.com/2010/06/dia-de-portugal-de-camoes-e-das.html

Anónimo disse...

Caros camaradas.

Pois é!

Basta um discurso bem elaborado a dizer que somos todos iguais como combatentes, para que as pessoas acreditem que a Bósnia é como a Guiné, que as operações de Paz são iguais ás guerras de guerrilha, que antes era obrigação e hoje é voluntário, etc…

Se houvesse um mínimo de decência, em nome da classe política, pediam perdão aos ex-combatentes da Guerra Colonial pelo abandono a que foram votados ao longo destes 36 anos.

Não dou novas porque já está tudo comentado pelos camaradas que me antecedem.

Um abraço para todos vós

Manuel Marinho

Anónimo disse...

Caros amigos e camaradas,

Um texto para reflexão:

"O Estado Português e a sociedade portuguesa no seu todo demonstraram sempre pouca consideração pelos seus militares que participaram em conflitos. A forma como os combatentes da Guerra Colonial foram tratados no seu regresso apenas confirma o acolhimento que já fora dado aos militares que regressaram da Grande Guerra de 1914-1918, aos da Índia, que sofreram ainda o opróbrio das autoridades que os acusaram de cobardia. Talvez já assim tivessem sido acolhidos os marinheiros que regressaram das descobertas e os contingentes que combateram na Guerra Peninsular..." (Carlos Matos Gomes, "Quotidianos da Guerra Colonial", in NOVA HISTÓRIA MILITAR DE PORTUGAL, vol. 5, p.172).

Falta acrescentar que com os militares que participaram na Guerra entre liberais e absolutistas aconteceu o mesmo - mesmo relativamente aos que lutaram ao lado dos vencedores. A imprensa da época dá bem nota do abandono a que foram votados, sobretudo os que ficaram incapacitados.

Abraço,
Carlos Cordeiro