segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5867: Ser solidário (55): Ajudemos as vítimas da tragédia que assolou a Madeira no passado fim de semana (José Martins)

1. Mensagem de José Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 21 de Fevereiro de 2010:

Caros Camaradas
Desde ontem que, ao ligar a TV, se vê a catástrofe que se abateu sobre a Madeira.

Pelas intervenções dos habitantes, nota-se que os que mais terão sido atingidos, e ainda que tenha sido generalizada, os mais atingidos, dizia, serão os que terão uma idade mais avançada e portanto uma esperança de vida mais curta, o que aumenta a sua desilusão e sofrimento. Entre eles estarão, naturalmente, muitos camaradas de armas nossos que, depois de cumprirem o chamamento da Pátria, regressaram à sua ilha, para encarar o futuro.

Já que muitas das vítimas estão a ser auxiliados pelo Regimento de Guarnição n.º 3, da Madeira, que os responsáveis militares identifiquem esses antigos combatentes, referenciando-os quer ao Ministério da Defesa Nacional quer à Liga dos Combatentes, para que seja disponibilizado a estes camaradas a ajuda possível.

Cabe, também, aos nossos camaradas que habitam a Madeira que nos vão informando a forma de, nós continentais e não só, nos possamos solidarizar e participar na ajuda mais que necessária.

Além da nossa solidariedade, enviamos a estes compatriotas o nosso abraço fraternal
José Marcelino Martins


2. Comentário de CV:

O nosso camarada José Martins, homem solidário, está sempre atento a estas situações de sofrimento dos nossos semelhantes. O seu alerta foi oportuno.

A Madeira é um caso nacional, muito trágico, que nos comoveu pelas imagens que nos chegaram via televisão e internete.

Embora a ajuda à distância corra o risco de não chegar ao verdadeiro alvo, quem mais precisa, é um dever moral tentar diminuir as carências materiais de quem já pouco tinha e agora ficou sem nada. Não me refiro aos sinistrados do Funchal, que com ou sem ajuda terão mais hipótesese de refazer as suas vidas. Refiro-me às pessoas que tinham as suas casas empoleiradas (é o termo exacto) nas escarpas das serras e que as viram desaparecer sob uma invulgar torrente de água e lama.

Peço desculpa ao Zé, mas neste caso, ser ou não ser ex-combatente não deve servir para distinguir a ajuda, que deve ser dirigida a quem mais precisa, independentemente do seu estatuto de ex-militar. Haverá ex-combatentes bem instalados na vida e ex-coisa nenhuma na maior miséria.

Caberá em primeira instância às autoridades pugnar pela ajuda directa e efectiva aos sinsitrados, principalmente a quem perdeu os seus familiares, alguns sustento de agregados bem numerosos, como é vulgar naquela Ilha.

Para as pessoas interessadas em contribuir com os seus donativos, aqui ficam alguns NIB's destinados a receberem ajudam pecuniária, destinada aos atingidos pela catástrofe:

BANIF NIB 0038 0040 5007 0070 7711 1

BBVA NIB 0019 0001 0020 0181 6891 5

BES NIB 0007 0000 0083 4282 9362 3

Millenniun NIB 0033 0000 0025 1251 2440 5

Santander Totta NIB 0018 0003 2271 3788 0202 1


Curral das Freiras

Curral das Freiras bem lá no fundo da cratera de um antigo vulcão. A meia-encosta, à direita da foto, a estrada de acesso à Vila que esteve interrompida por detritos caídos da montanha.

Aspecto da linda marginal da cidade do Funchal

Uma vista da enconsta sul a partir do Pico da Torre

Panorâmica de Santana
Fotos: © Carlos Vinhal (2005). Direitos reservados

__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 17 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5831: Recordando o Tenente-Coronel Taveira Azevedo (José Martins)

Vd. último poste da série com data de 7 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5779: Ser solidário (54): Ajuda Humanitária à Guiné 2010 (Carlos Silva)

2 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Concordo e abraços o José Martins e o Carlos Vinhal. Abraço de forma fraterna o Povo da Madeira, o meu Povo. o Povo do meu País e sinto mágoa por ver aquela tragédia. Mais mágoa sinto por ver, como sempre,nas tragédias ou no nosso quotidiano, como Povo, que as maiores vitimas são os mais necessitados, os mais carenciados.

Temos e devemos estar com todos e afastar, por pequeno que seja, qualquer interesse politico-partidário. Era abjecto.
Vejo gente a trabalhar 24 horas por dia e admiro-os. Não só por isso, mas também, a solidariedade tem que ser praticada.

Ab TM

José Marcelino Martins disse...

Tens razão, Carlos
Também não foi minha intenção distinguir quem foi ou não combatente.

O que se passa é que, neste caso, não vai haver "envergonhados" que se contentem com a ajuda daquela mão amiga que se vai estendendo em tempo normal.

Nesta altura quem ajudava, também precisa de ajuda, pelo que todos se dirigirão à procura de auxilio.

Nunca se fez um trabalho profundo sobre as consequências dos traumas de guerra nos combatentes e seus familiares directos, recorrendo-se à adaptação de trabalhos com origem no estrangeiro e, por conseguinte, com caracteristicas totalmente diferentes.

José Martins