terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5746: Convívios (182): 1.º Encontro da Tertúlia do Centro 2 (José Eduardo Oliveira/JERO)


1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/66), a propósito do 1º Encontro da Tertúlia do Centro, que decorreu em Monte Real, enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 16 de Janeiro de 2010:

A TABANCA DO CENTRO

Volto ao dia 27 de Janeiro último para alguns considerandos que me pesam na consciência por ainda os não ter feito.

Entrei na Pensão Montanha, em Monte Real, com 8,3. Pode parecer um valor negativo mas não era.

A expectativa era grande à mistura com algum desconforto por conhecer tão pouca gente da multidão que invadia a “Montanha”… Conhecia apenas o meu "Irmão" MR(Eduardo Magalhães Ribeiro), a Antonieta e o Belarmino Sardinha e o meu conterrâneo Juvenal Amado, que já não via desde a última vez. Ah, já me esquecia, também conhecia a minha mulher. Maria Helena de seu nome.


Está claro que havia as “caras conhecidas” do blogue do “nosso” Luís Graça. Como impõe a disciplina militar comecei as minhas apresentações pelo Alto Comandante Interino - Joaquim Mexia Alves.

Descobri de imediato uma coisa em comum.Tinha o peso correspondente à sua altura… Conversámos por diversas vezes durante o repasto e a minha estima e consideração por este homem das Termas cresceu altamente.

Tem desde já o meu voto para as eleições da Tabanca do Centro(oportunamente enviarei o meu NIB para aquele assunto que falámos já na altura das despedidas).

Depois o Vasco da Gama que era para mim já um mito… Confirmou tudo o que eu já pensava. Levei-o a conhecer a minha mulher, que foi professora durante 36 anos, para ele contar aquela deliciosa história da “pequena pressão “sobre o Furriel Professor que examinava (esmiuçava talvez seja a expressão mais correcta) alguns militares da sua Companhia. A tal salva dos obuses que “salvou” os militares atrapalhados no exame…


O Zé Belo, o representante da Suécia (ou da NATO), que confirmou ser o gentleman que transparece dos seus escritos do blogue.

Perturbante a conversa que tivemos sobre a luz de algumas meses na Suécia, que correspondia aquela que o tinha acordado nesse dia à 07h00 .

E depois os 40 graus negativos…


O Zé Dinis que é uma força da natureza com tem tive grande empatia.

Se as “Finanças” o tributassem pelo que come este homem”Especial” não ganharia para comer…

Na foto o Capitão Vasco da Gama nem quer acreditar!

O Zé Teixeira, o homem da água, leader convicto desse extraordinário movimento de solidariedade com as gentes da Guiné.


O “homem de Coimbra” com o seu comovido discurso sobre outro movimento de apoio e solidariedade para com a Guiné descrevendo entusiasticamente o recente envio de um contentor de 40 ‘(carregado até à porta). Parabéns.

A Giselda, minha “colega” – sem ofensa – do Serviço de Saúde a quem prestei a minha homenagem e reconhecimento de ex-combatente.

O António Graça de Abreu cuja figura esguia eu conhecia do seu livro ”Diário da Guiné”.

Livro que já tinha e de que gostei muito, como tive oportunidade de lhe dizer.

Está agora um escritor de peso (oitenta e tal… como diria o Magnuson!?)


Deixei para o fim o Zé Brás. Este homem parece um santo. A minha homenagem com a transcrição da sua poesia: “O Centro e o Nada”.

Aparentemente/o nada é… nada/quer dizer/não existe não tem densidade não tem massa/não tem peso nem espaço nem volume/ não tem cor nem cheiro

Insisto/aparentemente nada é nada/ com nada é impossível construir casas semear trigo/colher cerejas fazer um filho ir á lua/ com o nada ninguém ri ninguém chora ninguém grita/de dor ou de prazer

O nada não é pão nem espada nem ternura/ nada em absoluto não existe/nada é um ponto/nada é o centro imaterial arbitrariamente ocupado/pelo espaço em redor

O nada é o centro/um território tão vasto como o infinito/um território tão vasto como o sonho/ cientistas e poetas que me expliquem o nada e o centro/ que me expliquem aquilo que em vão buscarás/ até ao último folgo

(À Tabanca do Centro e aos seus fundadores iluminados, Monte Real, 27.01.10 – José Brás).

Ah, já me esquecia de um pormenor.

Os 8,3 que referi no princípio desta “memória do centro” tinham a ver com uma recente análise ao ácido úrico. Depois do “cozido” de Monte Real duvido um bocado que “eles” se mantenham. Mas… não iremos baixar os braços. Teremos é que os ocupar menos vezes... quando agarramos faca e garfo… Digo eu… que tenho 1,76 (um metro e setenta e seis) e o peso correspondente à altura do Joaquim Mexia Alves… que é alto para caramba!

Um grande abraço para todos (e façam dieta... )
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

6 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Jero

Obrigado pelas tuas palavras!

Foi um prazer finalmente conhecer-te. Estava dificil! Também moramos quase a alguns 30 kms de distância!!!

Temos que conversar sobre a Tabanca do Centro com calma, porque naquele dia, com a minha tentativa de atender a todos a minha memória sofreu quebras irremediáveis!!!

Bela reportagem que aqui nos dás!

Até o Luís Graça fica "inbejoso"!!!

No meu tempo de tropa os comandantes não eram tão "apaparicados"!

Vai-se a ver foi por causa disso que não ganhámos a guerra num instante!!!!

Abraço camarigo para todos

Tabanca Grande Luís Graça disse...

No meu tempo de menino e moço, em que não se bebia coca-cola porque era "a água suja do imperialismo" (nem o Salazar, proteccionista, deixava que se fabricasse cá na Metrópole), também havia uma expressão muito em voga, associada à ameaça do "Che" Guevara de "crear uno, dos, tres Vietnam" na América Latina...

Ao "Che" levaram-no mesmo a sério e mataram-no... Em Portugal, também podemos correr esse risco, com a proliferação de Tabancas, de norte a sul... "Criar um, duas, três Tabancas": eis uma potencialmente perigosa palavra de ordem... Depois da Tabanca Grande, e das Tabancas de Matosinhos, do Centro e da Linha, o que mais virá aí ? Já metemos uma lança na Lapónia, imaginem!... E em África, temos muitos (e velhos) ferros espetados... E o que dirão os nossos amigos e camaradas da diásproa, do Canadá à Austrália ?

Acho que temos que patentear o produto e começar a exportá-lo, ajudando com isso a nossa pobre economia que precisa desesperadamente de empresas com vocação exportadora...

Dito isto, só posso dizer que tenho muito orgulho no pessoal da Tabanca do Centro, do seu Comandante Alteirão (com barbas que, de repente, me fizeram lembrar a figura do cantautor Adriano Correia de Oliveira...) e do grande reporter de serviço, o nosso JERO...

Parabéns!... A minha inveja, a existir, foi de não ter podido lá estar nesse dia e hora, para vos abraçar a todos (e a todas).

De Lisboa com saudade... Luís

Joaquim Mexia Alves disse...

Nem tenhas dúvidas Luís que eram muitos e bons abraços!

Mas olha que o cozido estava de se lhe tirar a barretina!!!

Prepara-te então para Fevereiro, lá para a última semana!

Abraço

Anónimo disse...

Isso da....."barretina" terá alguma coisa a ver com o BARRETE Lapao? E,já agora um recorde, por certo HISTÓRICO quanto ao preco de um prato de COZIDO.Este pequenino Lapao pagou...SÓ,a quantia de 1.285 euros pela já saudosa iguaria. Mas VALEU A PENA! Um grande abraco.

JD disse...

Camaradas,
A insídiosa reportagem sobre a inauguração da Tabanca do Centro, abrilhantada por um excelente cozido à portuguesa, que ainda me sabe aos diferentes sabores de cada vez que passo a língua pelos lábios, apesar da tentativa sedutora com a referência a uma empatia estabelecida entre mim e o reporter, agora esmagada pelas sanguessugas das Finanças que já me vêm no encalço, é uma vergonha.
Trata-se, estou convencido, de mais um estratagema para conquistar as boas graças do governo, que distribui benesses a jornalistas, de cada vez que prosseguem a função do Estado: a cobrança de impostos.
E, afinal, nem sequer comi muito, pois sobraram as bandejas.
Portanto, reporteres à parte, recordo com entusiasmo e alegria, o agradável convívio com os Camaradas e famílias, à espera de reincidência; e da desejável e necessária reabilitação da censura, para o seu superior papel de higienização da escrita entre nós.
P.S. Fico à espera do Jero num próximo encontro nutritivo da Magnífica Tabanca da Linha.
J.Dinis

Anónimo disse...

Grande J.Dinis
Fiquei esmagado pelo teu comentário.
Não me meto mais com tropas especiais.E a verdade é que tu é que tens a fama de comeres muito e eu é que tenho ácido úrico...
Vou "apertar" a minha dieta para dentro em breve ser teu colega, digo "camarada" de mesa no próximo encontro nutritivo da requintada Tabanca da Linha.
Um grande abraço do JERO