quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5347: Patronos e Padroeiros (José Martins) (1): Exército - Arma de Infantaria - D. Nuno Álvares Pereira



1. Estamos a dar início à publicação de um trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), dedicado aos Patronos e Padroeiros das Armas do Exército Português.

Começamos pela Infantaria e pelo seu Patrono D. Nuno Álvares Pereira.




PATRONOS E PADROEIROS - I

EXÉRCITO - ARMA DE INFANTARIA – D. NUNO ÁLVARES PEREIRA


Nuno Álvares Pereira, nasceu a 24 de Junho de 1360, filho natural de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem do Hospital, e de D. Iria Gonçalves, dama da corte de D. Fernando.

Cresceu na casa paterna, tendo entrado ao serviço do Rei D. Fernando, aos treze anos, como Pajem. Aos 16 anos casa, cumprindo desejo paterno, com D. Leonor de Alvim, fidalga de entre Douro e Minho, viúva, para cujas terra se desloca o casal.

Deste casamento nasceram três filhos, mas só sobreviveu a filha, D. Beatriz Pereira de Alvim que, pelo seu casamento com D. Afonso, filho natural do Mestre de Avis D. João, veio a dar origem à Casa de Bragança, que veio a reinar em Portugal a partir de 1640.

Foi nomeado Fronteiro-Mor de Além Tejo, tendo vencido os castelhanos em 6 de Abril de 1384 na Batalha de Atoleiros, em que pela primeira vez se combateu a pé em Portugal. D. João Mestre de Avis e Defensor do Reino pela vontade do Povo, nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

Com a realização das Cortes de Coimbra, realizadas em 6 de Abril de 1384, que reconhece D. João Mestre de Avis como Rei de Portugal, origina a invasão do reino pelo rei de Castela através da Beira Alta, tomando a direcção de Lisboa.

A 14 de Agosto de 1385 mostra o seu génio militar, enfrentando um exército superior e mais bem armado, em Aljubarrota, infringindo-lhe nova derrota. Perseguidos, os castelhanos, voltam a ser derrotados em Valverde.

Em 22 de Agosto de 1415, tomou parte na expedição comandada pelo Rei de Portugal, D. João I, que conquistou Ceuta, cidade islâmica no Norte de África, sendo, por isso, um dos primeiros combatentes portugueses de África.

Sendo D. Nuno Álvares Pereira Condestável de Portugal, Mordomo-mor da Corte, 2.º Conde de Arraiolos, 7.º Conde de Barcelos e 3.º Conde de Ourém, deixou todas as suas honrarias e distribuiu todos os seus bens, recolhendo ao Convento do Carmo, que tinha mandado construir, a suas expensas, como irmão donato, o mais simples dos simples dos irmãos, tomando o nome de Frei Nuno de Santa Maria, vindo a falecer em 1 de Novembro de 1431.

Logo após a sua morte e em várias outras ocasiões, foi solicitado ao Papa o reconhecimento, por parte da Igreja Católica, a sua condição de Santo, o que veio a culminar com a sua Beatificação em 23 de Janeiro de 1918, durante o decorrer da I Grande Guerra, no pontificado de Bento XV.

D. Nuno Álvares Pereira ou Frei Nuno de Santa Maria, foi proclamado Patrono da Arma de Infantaria pela Portaria n.º 11.044 de 30 de Julho e Ordem do Exército n.º 6 (1.ª Série), de 31 de Julho seguinte.

Em 26 de Abril de 2009, e após a reabertura do processo, foi proclamando Santo, tendo festividade católica em 6 de Novembro.

José Marcelino Martins – 24 de Novembro de 2009
[Organizado a partir de imagens e textos da Wikipédia]

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Nota de CV:
(*) Vd. poste de 22 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5319: Em busca de... (103): Procuro informações sobre… (José Martins)

4 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

Foi proclamado Santo com o nome de
São Nuno de Santa Maria.

José Marcelino Martins disse...

Caro Joaquim

Na altura da proclamação o Papa Bento XVI, chamou-o de São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira. Ou o papa se enganou, o que não creio, ou ouvi mal?

Em 1431, aquando da sua morte, já era conhecido como o "Santinho"

Joaquim Mexia Alves disse...

Tens toda a razão, caro camarigo José.

http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/2009/ns_lit_doc_20090426_nuno_po.html

É que nos livros litúrgicos aparece quase sempre como São Nuno de Santa Maria.

Abraço

Anónimo disse...

Vasco A.R.da Gama disse...

Caro José Martins, excelente esta tua oportuna ideia que a todos aproveita. No final vou tentar reunir todos os "teus" padroeiros num só folheto, pelo que conto com a tua colaboração informática para tal.
Um abraço amigo do
Vasco