quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5292: Controvérsias (54): A. Lobo Antunes faz dos militares portugueses um bando de assassinos frios e sem piedade (J. Mexia Alves)

1. Mensagem, com data de ontem, do nosso camarigo (camarada + amigo) Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp, CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa) (1971/73):

Meus caros camarigos:

Em comentário ao texto do Amílcar Mendes (*), aqui deixo a minha opinião.

Podem colocá-lo como comentário ou fazer dele o que quiserem, apenas vos digo que isto deve ter sido das coisas que mais me insultou como ex-combatente da guerra do Ultramar.

«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».

Estas são, por aquilo que me é dado saber, as frases proferidas por Lobo Antunes e que são objecto da justa indignação do Amílcar Mendes e de muitos mais.

Para mim, muito mais importante que a frase: «Eu tinha talento para matar e para morrer», que até posso levar à conta de liberdade de expressão do escritor, (embora me pareça mais uma “boca idiota” de auto-elogio de quê não se sabe), são as afirmações que faz seguidamente, essas sim de uma gravidade muito séria e que colocam em causa todos os ex-combatentes, na sua dignidade, na sua humanidade, bem como as Forças Armadas Portuguesas, para além da enorme mentira que contêm.

Lembremo-nos que Lobo Antunes esteve em Angola já nos anos 70, ou seja, quando a guerra em Angola estava praticamente acabada, (cheguei a Angola no início de 74 e circulava-se livremente por todo o território), e portanto as operações militares, sobretudo ao nível dos Batalhões em quadrícula, não eram de molde a provocar as baixas que ele cita e muito menos a barbárie que ele refere.

Para um Batalhão em Angola ter naquele tempo 150 baixas, (que número tão redondo), como ele refere na mesma ocasião, deve ter contado as baixas por matacanhas e as unhas encravadas!

Um dos meus irmãos mais velhos esteve no Norte de Angola de 63 a 65, sempre em zonas de combate, e disse-me peremptoriamente que essa história dos pontos é uma pura e simples invenção, o que aliás nós bem percebemos, porque se fosse prática em Angola porque não o seria na Guiné e em Moçambique?

Mas são sobretudo estas duas frases que me indignam, «E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros», porque faz dos militares portugueses um bando de assassinos frios e sem piedade, o que nós sabemos nem de longe nem de perto corresponde à verdade.

Não nos esqueçamos que são frases proferidas por um médico, que já o era, e que
portanto estava, devia estar, arredado das acções directas de combate.

Coloca também em causa os seus camaradas de Batalhão, fazendo deles uma espécie sub-humana, sem sentimentos e a roçar o animalesco! (...)

Pode ser um grande escritor, pode ser um bom médico, pode ser um intelectual, mas não é com certeza um homem decente quando profere estas aleivosias e insulta os ex-combatentes e as Forças Armadas Portuguesas.

E, desculpem, mas não perco mais tempo com este gajo!!!

Abraço camarigo para todos.
Joaquim Mexia Alves

2. O Joaquim já tinha deixado um comentário no poste do Amílcar (*). Tomo a liberdade de reproduzir o seguinte excerto:

(...) Mas repara meu amigo, que já aqui por variadas razões se “terçaram armas”, por vezes bem mais “violentamente”, por outros ditos de militares, jornalistas, etc, e considero que não podemos invocar os talentos de Lobo Antunes para a escrita, ou as suas capacidades intelectuais, ou a sua bela definição de camarada de armas, para nos eximirmos de o criticar quando diz coisas que atentam contra a dignidade de todos os ex-combatentes, sobretudo os que estiveram em Angola, e isso toca-me como ex-combatente e toca-me na família.

Um homem grande, de honestidade intelectual, que eu apesar de tudo acredito que ele é, já devia ter “vindo a terreiro” explicar as suas palavras e se exagerou, (e quem de nós não o fez já em determinadas circunstâncias?), devia retratar-se e explicar que tudo não passou de “figuras de estilo”. (...)


3. Comentário de L.G.:

As infelizes frases ditas, no estrangeiro, por um escritor de que eu sou leitor, mas que só conheço de vista (autografou, ao meu filho, adolescente, um dos seus livros há já uns largos anos na Feira do Livro de Lisboa, ainda era vivo o seu grande amigo, o José Cardoso Pires que estava a seu lado, e que escreveu uma ternurenta dedicatória à minha filha no seu livro "Hóspede de Job"), essas infelizes frases, dizia eu, reportam-se à sua condição de médico militar durante a guerra colonial e, nessa qualidade, não nos podem deixar indiferentes, dizem-nos também respeito... Em todo caso, não podem ser usadas como título de caixa alta, postas entre parênteses, fora de contexto, muito menos como libelo de acusação para linchamento do homem e do escritor em praça pública...

Há que ler o livro e inserir essas e outras frases no contexto da experiência do autor que era, antes de mais, um oficial miliciano e só depois médico e só mais tarde escritor (em 1985, torna-se escritor profissional, abandonando a psiquiatria)... Deixo aqui outras frases do livro, o qual resulta - é bom não esquecê-lo! - de uma longa conversa com o Lobo Antunes, mantida pelo jornalista João Céu e Silva (que é, de facto e de jure, o AUTOR DO LIVRO!), entre Setembro de 2007 e Maio de 2009:

(...) [JCS] Dessa guerra há um dia que o tenha marcado mais do que todos os outros ?

[ALA] Há o dia 13 de Outubro de 1972, mas não posso dizer porquê. Foi uma violência, nunca vou equecer esse dia! (p. 111)...

(...) Eu nunca quis falar nem nunca escrevi sobre a guerra! (p. 110)... Há dias, tive uma conversa com um amigo... e recordei algumas coisas da tropa, o resultado foi que passei uma noite má. Acho que não há quem não tenha vindo de lá afectado (p. 111)...


Qual é esse terrível segredo que o escritor tem guardado, até hoje, só para si? E que não quis compartilhar com o João Céu e Silva (p. 391) ?... Aliás, essa "declaração inédita", esse terrível parágrafo que começa pelas terríveis palavras "Eu tinha talento para matar e para morrer"... podem ser "parte da solução do mistério sobre um certo episódio em África que se recusou a revelar-me" (sic) ... E, se for de facto assim, é um daqueles segredos que o homem leva para a cova , e não apenas uma manifestação da imaginação delirante do autor de "Memória de Elefante" (1979) ?

De resto, as declarações do veterano da guerra colonial de Angola podem levantar (levantam, seguramente) uma questão ética, que tem ver com ambiguidade, confusão e conflito de papéis a que o Lobo Antunes também não escapa, como ser social: onde acaba a consciência moral do homem, do militar e do médico e começa a liberdade criativa do escritor ?

Os lapsos de memória do ex-oficial miliciano médico ou até a sua falta de rigor em relação a questões técnico-militares (por ex., calibres de armamento) devem ser tidas em conta, mesmo que não sirvam de desculpa... Por ex., na página 239, leio algumas coisas que me espantam e que não tenho a certeza de serem correctas (pode ser que alguém mo confirme):

"E à volta de cada mina, [os guerrilheiros do MPLA] punham várias minas antipessoais, porque a mina anticarro rebentava com duzentos quilos e a mina antipessoal, com a pica, eram mais quarenta quilos e aquela merda estourava toda. Mas asim saía mais barata ao Estado , porque enquanto uma Berliet custava dois ou três mil contos, pela morte de um homem, por um rapazinho, paam quatrocentos contos à família. Ficava mais barato!"

Confesso que já não sabia a que pressão rebentavam as minas e, muito menos, que o Estado pagava, na época, 400 contos de indemnização à família pela perda de um vida, cinco ou sete vezes e meia menos do que o custo de uma Berliet do Tramagal...

Fico por aqui. Não sou advogado do escritor, muito menos do homem. E quero sobretudo reafirmar aqui um dos nossos princípios fundamentais, a (ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus), princípio esse que tem que ser compatível com o (i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem)...

Quadratura do círculo ? Às vezes as peças não encaixam mesmo...

[ Revisão / fixação de texto / bold a cores / título: L.G.]

___________

Nota de L.G.

(*) Vd. poste de 17 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5283: Carta aberta ao António Lobo Antunes: que p... é essa de ter talento para matar ? (Amílcar Mendes, 38ª Cmds, 1972/74)

15 comentários:

Anónimo disse...

Camarigo Mexia Alves

Subscrevo.

Gostava que ele esclarecesse qual era a "arma" para o exercício do tal "talento".
É que (porra!) afirmações destas e vindo de quem vieram, dão argumentos a tanta gente de tantos quadrantes sociais e politicos: "foi um escritor bem conhecido, apreciado e ex- combatente que o disse..." (Ex-combatente... de posto de socorros).
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Estava a escrever um texto. Parei porque necessitava de "copiar/colar" dois comentários. um do Portojo e outro do Luís Graça com a frase a definir Camarada. Não copio!
Afirmo que comentário do Portojo é interessante, sintético, assertivo e, se me é permitido, apelo para relerem a definição de "Camarada" trazida pelo Luís Graça.A "frase", os comentários ao poste do A. Mendes e estes agora.

Acho as frases do A. L. Antunes, agora trazidas ao blogue, despropositadas e mais não digo.Já tanto foi dito.

Continuo,o que faço nesta altura,a ler dois livros dele.

Os "pontos" é novidade para mim...
Recebi dinheiro de minas...e cada arma etc valia x...ou não?

Camarigo Mexia Alves não estou a defender, nem de perto nem de longe,o autor daquela "fraseologia"
já agora era o que faltava. Talvez seja mais comedido, mais frio na análise.Cito um amigo com uma frase vulgar:começamos em incendiários e acabamos em bombeiros -refere-se a mim claro. Por isso a frieza com que escrevo sem, contudo, me sentir bastante incomodado.
Interrompi e termino já.
Um abraço camarigo e outro a toda a Tertúlia do Torcato

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro Luís

Somos amigos, somos camarigos, e eu respeito as tuas opiniões com muito bem sabes e sempre confiei nos teus juizos como dos editores sobre os textos que aqui se colocam.

Prova disso é o mail que vos enviei quando este texto afinal já estava publicado.


Mas meu camarigo Luís, as frases de Lobo Antunes não são só fruto de uma criatividade literária pois dizem respeito a algo muito concreto que ele dá como verdadeiro e que repito fazem dos militares portugueses um bando de assassinos!

Nenhuma das frases que colocas depois e que fazem parte do livro diminuem ou atenuam estas que foram ditas e toda a sua carga ofensiva para os combatentes do Ultramar.

Não quero, não queremos linchar ninguém, nem "anatemizar" ninguém, mas neste caso e neste campo, Lobo Antunes não é mais nem menos que um qualquer outro que proferisse tais frases, e sabemos bem que frases bem menos graves que estas já foram aqui escalpelizadas à exaustão.

Julgo e quero acreditar que Lobo Antunes, com certeza homem inteligente e de bom senso, não deixará de explicar estas frases e das mesmas fazer a necessária retratação.

Sempre ao teu dispôr como bem sabes, meu camarigo Luís, a quem abraço com a alegria e o agradecimento por este espaço que nos dás, que me dás, para eu poder dar largas a um período da minha vida que quero recordar, para não esquecer!

Anónimo disse...

Caro AMIGO Mexia Alves. Após tudo o que acabo de ler,estou,francamente,a tentar compreender o...incompreensível. Em funcoes de trabalho,e na companhia de alguns jornalistas suecos que o iam entrevistar aquando do lancamento em Estocolmo do livro-As Naus-só aqui publicado em sueco em 2006,tive a oportunidade de com ele conversar sobre Melo Antunes que nos unia em amizade.Nesse fim de dia,Lobo Antunes aparentava um cansaco físico,e psíquico,muito para alem do que seria "normal".Os que o recordam dos tempos em que José Cardoso Pires tinha os seus infindáveis "monólogos introvertidos"no Joao-Sebastiao-Bar das altas madrugadas lisboetas de 74/75/76 ficariam impressionados.Talvez se deverá ter em conta uma já longa vida com um bom "somatório"(mas,e por outro lado,quem os nao tem?).Nao sei se esta passagem por Estocolmo terá sido anterior ou posterior ao seu encontro com o cancro,e nisso haver alguma ligacao? Mas,e por muito que "factualmente" estas afirmacoes possam parecer estranhas,menos verdadeiras,e algumas mesmo...ofensivas,poderao mais nao ser que uma manifestacao tao comum em muitos génios do nivel intelectual de Lobo Antunes,quando aparentemente sentem grandes dificuldades em se apreceberem das fronteiras(tao nítidas para alguns de nós simples mortais)entre mitos,fantasmas e.....factos. Um abraco com amizade do José Belo.

Unknown disse...

Independentemente da frase solta, também eu gostava de ouvir, não ler, Lobo Antunes falar sobre as baixas e sobre os pontos. Costumo dizer que preciso estar dos dois lados para entender. Algum dos camaradas ouviu falar do (alferes, tenente ou qual tenha sido a sua patente) Robles e a sua passagem por Angola ? No meu tempo, nas Caldas, era considerado herói. A mim metiam-me nojo as estórias que sobre ele se contavam. Por isso digo que gostava de ouvir o L.A. a falar para nós. Porque tenho o L.A em alta consideração. E há algo errado no meio disto, para quem o conhece.
Um abraço para a Tabanca

Anónimo disse...

Insisto, a ver s'a gente s'entende,
1 as armas e explosivos capturados valiam 'escudos', não 'pontos' e as Unidades do Exército, em quadrícula, faziam por norma um ano numa 'zona afectada' e outro numa 'zona calma', independentemente dos resultados obtidos (como se sabe a Companhia do L.Antunes foi passar o segundo ano na região de Malange onde 'não acontecia nada')
1.1 se elementos aprisionados ou abatidos valeram pontos terá sido por arbitrariedade do comando local que seria por tal responsável
ou
1.2 o L.Antunes está a divagar e terá que responder por isso;

2 o ex-Alf Mil Méd L.Antunes não é 'veterano de guerra', pois
2.1 não tem qualquer experiência ou vivência de combate, nem de serviço médico em operações, nem de evacuações em campanha - estava no quartel, ponto final.
(ou os distintos camaradas não se lembram o que é que 'o doutor' fazia nos quarteis? Neste caso 'o doutor'dava apoio à população do Chiume e tratava pés inchados da tropa... (nem os médicos páraquedistas iam para o mato quando se deslocavam com as Companhias para bases remotas! E os camaradas bem sabem que, no caso, não se tratava de 'tropa das encolhas'... )
2.2 (Durante o primeiro ano de estadia em Angola) o 'quartel' do tal médico, agora tomado por 'veterano' ou 'combatente', era Ninda e/ou Chiume (em cuja zona fiz várias operações, com base em Ninda e durante um mês de cada vez) que eram sede de Companhia e 'destacamento', respectivamente e que foram sujeitos a raríssimas acções de fogo inimigas (não me lembro se a alguma em 1971, note-se...) açém disto, a actividade IN na zona em 1970-72 era de intensidade 'baixa a moderada', em regiões muito afastadas das duas localidades pelo que não se entrevê tanto horror e mortandade.

3 A questão das minas é dispicienda. Devem ter sido engendradas dezenas truques e disposições de minas no terreno; fora a inventividade aplicada a fornilhos.
Para o médico tudo isso era 'chinês narrado' e, aqui, entra a experiência e idoneidade do pessoal operacional narrador. Ora, que me lembre... em Ninda...
mas não me compete agora, tardiamente, aventar palpites toscos, não é?

COROLÁRIO (mesmo que seja apressado) não merecerá qualquer destaque, em termos sociais, históricos e militares, a acção e a vivência do L.Antunes referente à sua estadia em África durante a guerra - terá sido banal - pelo que sugiro que se encerre o assunto para que não se corra o risco de comparativamente subestimar, por analogia ou equiparação implícitas, a vivência de tantos camaradas aqui presentes e para não correr o risco de estar a promover a venda do tal livreco que se afigura mera autopromoção e catarse.

S.Nogueira

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Amigo Mexia Alves, li duas vezes o Post e fiquei admirado com a historia dos pontos. é que estive em Angola de 67 a 69, no nordeste de Angola, Sanza Pombo, Quimbele, Quicua, Massau e Stª Cruz e nunca ouvi falar em pontos.
Havia era a possibilidade de fazer metade da comissão numa zona má e outra metade numa zona calma. Eu felizmente estive sempre na mesma zona, que na altura estava calma, tão calma que nós faziamos oito horas de picada, do Cuango ao Quimbele apenas com uma secção.
Concerteza os pontos foram ganhos no ar condicionado com a garrafa do wwisky ao lado e depois viam-se coisas.

Anónimo disse...

Quem nunca errou atire a primeira pedra! J.C.

Anónimo disse...

Caros Amigos e Camaradas! Será o J.C. que assinou o comentário anterior o TAL(!!!) J.C. de que estou a pensar? José Belo.

Carlos Vinhal disse...

Caro José Belo
Este comentário não tem nada a ver com o assunto em discussão.
As as minhas mensagens para ti têm sido sistematicamente devolvidas. Será por não irem em sueco? Será que tens a caixa cheia? Por favor manda-me uma mensagem a confirmar o teu endereço.
Obrigado.
Vinhal

Anónimo disse...

Aos camaradas,
Para que não haja confusões, neste blogue nunca me assino por J.C.
Com um abraço, sou e serei sempre
José Câmara

Anónimo disse...

Não darás falso testemunho contra o teu próximo! J.C. (o TAL)

Anónimo disse...

Caro Camarada José Câmara. Peco-te desculpas sinceras de algum mal-entendido que possa ter surgido.Só que,para mim,antigo lisboeta/reguila as iniciais J.C. eram por nós usadas em referencias a Jesus Cristo.Como por mera coincidencia tanto Mexia Alves como eu fomos educados num colégio de uma ordem religiosa conhecida,limitei-me a reagir,nao com surpresa mas com alegria,a que talvez,talvez,talvez,ele tivesse um Comentador tao lá de.....cima!José Belo.

Anónimo disse...

Informação prestada pelo nosso camarada pára-quedista S. Nogueira que conheceu bem o leste de Angola:

Caro Vinhal,

em apoio às dúvidas suscitadas pelo aparentemente elevado nímero de baixas que possa ter sofrido a Unidade em que prestou serviço
o então Oficial Miliciano Médico António Lobo Antunes, informo que o numero de baixas, por morte, em Angola, durante os anos de 1971 e 1972, quando lá permaneceram o BART 3835/CART 3313 (onde L. Antunes estava colocado) foram:

-combate, 53 em 71 - 78 em 72;
-acid arma de fogo, 33 em 71 - 16 em 72;
-acid viação, 57 em 71 - 71 em 72;
-outras causas, 71 em 71 - 47 em 72;
num total de 214 em 1971 e de 212 em 1972.

Não foi possível compilar o nº de feridos ou de baixas por acidente em serviço no mesmo período.

Acrescente-se que a segunda parte da Comissão daquele BART - de Jan72 a Mar73 - foi passada na região de Malange onde, naquela data,
a actividade IN era nula.

S.Nogueira

Anónimo disse...

em boa verdade lobo antunes
esteve na guerra ele estava numa
provincia eu estava noutra,
estivemos todos juntos com as
mesmas armas. Ele podia ter
desertado não fez com muitos
outros.

não creio que lobo antunes
considerasse o facto de não
estar consciente politicamente
de que aquela guerra já tinha
derramado muito sangue.
e de que era necessário uma
soluçõao que não a de mário
soares, mas talvez uma outra com
tempo as pressões dos eua eram
muitas e o tempo urgia para dar
a independencia total.
muitas coisas se passaram nos
bastidores que nunca se chegarão
a saber.
saudações a todos os camaradas

do Zaire até Noqui.
c.m.
fernando sério